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segunda-feira, 24 de julho de 2017

QUEM É MELQUISEDEQUE...


                                                  QUEM É MELQUISEDEQUE...
Já vimos que Jesus Cristo é o Mediador entre Deus e a humanidade. O Seu sacrifício consentido pelas nossas faltas qualificou-O de modo único para essa crucial função. Mas o Verbo também exerceu esse ofício sagrado durante o tempo do patriarca Abraão.
E Ele o fez na pessoa de Melquisedeque, sacerdote do Altíssimo. O livro de Gênesis menciona apenas brevemente esse misterioso personagem. Mas o Rei Davi, e muito especialmente a Epístola aos Hebreus no Novo Testamento, não deixam passar o Seu profundo significado.
Para entendermos a identidade de Melquisedeque, devemos deixar a Bíblia interpretar a Bíblia. A nossa capacidade de entendimento é enormemente aumentada quando juntamos esses três registos e os consideramos como um todo.
Primeiro vamos dar uma olhada no registo em Gênesis. Abraão encontrou-se com Melquisedeque depois de resgatar o seu sobrinho Ló do cativeiro onde estava. “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo” (Gênesis 14:18-20).
É interessante notar que Melquisedeque recebeu Abraão com pão e vinho, coisas que mais tarde seriam símbolos do sacrifício da Páscoa de Cristo em representação do Seu corpo e do Seu sangue. Melquisedeque também se dirige a Deus e O trata como “o Possuidor dos céus e da terra”. Depois, passados uns dois mil anos, Jesus Cristo também se dirigiria ao Pai chamando-Lhe “Senhor dos céus e da terra”.
O Salmo 110, um dos Salmos de Davi, tem grande significado teológico. Como já referido anteriormente, ele apresenta o Pai e o Verbo no versículo de abertura: “Disse o Senhor ao meu Senhor [de Davi]: Assenta-te à minha mão direita . . . ” É Cristo quem agora está à mão direita do Pai (Hebreus 8:1; 10:12; 12:2).
Conservando em mente o contexto do Salmo 110:1, observemos o versículo 4: “Jurou o Senhor e não se arrependerá: ‘Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque’” (Salmos 110:4). Este é o mesmo Senhor que falou com o Senhor de Davi (o Verbo preexistente), no versículo 1, ainda falando do mesmo Ser. Certamente que isto ajuda a identificar esse misterioso personagem do Antigo Testamento. Contudo, é o livro de Hebreus que nos dá a evidência mais forte.
Comentário no livro de Hebreus sobre Melquisedeque
Este assunto básico é tão importante que no Novo Testamento há um capítulo inteiro dedicado a explicar o significado de somente três versículos do livro de Gênesis. O tópico é apresentado no último versículo de Hebreus 6. O autor diz que Jesus se tornara “eternamente sumo-sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque”, como o Rei Davi profetizara há muito tempo em Salmos 110.
Então, no capítulo 7 de Hebreus, o autor considera os atributos e as qualidades fantásticas do sumo sacerdote de Deus dos tempos antigos. “Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém . . .
Primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz. . . “Permanece sacerdote para sempre” (versículos 1-3).
Observe que Melquisedeque significa “Rei de Justiça”. Certamente seria uma blasfêmia denominar com esse título qualquer ser humano “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). Apenas um ser divino podia ostentar esse impressionante título apropriadamente.
“Repare que as Escrituras apresentam-no [Melquisedeque] como alguém que é rei bem como sacerdote. A combinação destas duas funções viria a ser uma característica distinta do Messias”.
Outro impressionante título de Melquisedeque é o de “Rei de Paz”. Obviamente, os seres humanos falíveis não conhecem o caminho da paz (Romanos 3:10, 17), e usar semelhante título para qualquer homem seria, outra vez, praticamente uma blasfêmia. O Próprio Jesus Cristo é o Príncipe da Paz (Isaías 9:6).
‘Semelhante ao Filho de Deus’
A semelhança entre esses dois grandes personagens torna-se visível conforme continuamos lendo Hebreus 7. O versículo 3 descreve Melquisedeque como um ser “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, [e que] permanece sacerdote para sempre”. O Seu sacerdócio nunca teve fim! O único sacerdote que se ajustaria a essas qualificações somente poderia ser o Verbo preexistente, o grande Ser que estava presente antes da própria criação (João 1:1).
A descrição “sem pai, sem mãe” significa muito mais do que apenas a suposição que os vínculos familiares de Melquisedeque foram simplesmente omitidos do relato de Gênesis. Ele não tinha pais humanos! No contexto, a frase “não tendo princípio de dias nem fim de vida” esclarece totalmente esse ponto.
Finalmente, a expressão “semelhante ao Filho de Deus” é mais uma forte evidência da identidade de Melquisedeque. Ele era “semelhante” ao Filho de Deus porque Ele ainda não era, na realidade, o Filho de Deus isto é, ainda não tinha sido gerado como ser humano pelo Deus Pai através da intervenção do Espírito Santo.
Melquisedeque não podia ter sido o Pai porque ele era o “sacerdote do Altíssimo”. Ele só podia ter sido o Verbo eterno preexistente que mais tarde tornou-se Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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