SETE
SELOS, SETE SEGREDOS DE DEUS...
"...Àquele que está sentado no trono,
e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra,
e a glória, e o domínio, pelos séculos
dos séculos".
Apocalipse 5: 13b
Apocalipse é um livro de revelações feitas por Jesus. Os
capítulos quatro e cinco são preparatórios para o desenvolvimento destas
revelações. No sexto capítulo os selos começam a ser abertos. Cristo é o único
que tem poder e autoridade para abrir esses selos.
O livro e os sete selos - 5: 1.
O livro dos sete selos é descrito como um rolo selado, ao longo
de suas beiradas, com sete selos, dando a entender que estava tão fechado que
somente um grande poder seria capaz de abri-lo. Ou, então, o próprio rolo se
compunha de sete porções, cada um com seu próprio selo. É o livro das
revelações de Jesus Cristo que passamos agora a considerar.
Primeiro selo = O cavalo branco (conquista) - 6: 1-2.
Um homem montado num cavalo branco surgiu em cena. Há duas
ideias sobre isto: a) Alguns acham que o homem montado no cavalo branco
representa Cristo, 19: 11-16. A cor branca sugeriria a pureza celestial; a
coroa, a realeza; o arco representaria o seu modo de vencer os inimigos. O
cavalo representa guerra, violência, tragédia, etc.; b) Outros julgam ser este
homem o Anticristo, que imitará o verdadeiro Cristo com uma falsa pureza, falsa
paz, usando seu arco, v. 2, um instrumento de longo alcance. Ele tentará
persuadir todas as nações. O texto diz "saiu vencendo e para vencer".
Cristo, porém, já venceu e é vencedor, 5: 5. Glória a Deus!
Segundo selo = cavalo vermelho (guerra) 6: 3-4.
Este segundo selo mostra um cavaleiro mais pomposo. Nada disse.
Apenas cavalgou e permitiu que a cor de seu cavalo o identificasse. Foi-lhe
concedido "tirar a paz da terra e levar os homens a se matarem uns aos
outros". Vermelho é a cor do sangue, dando a entender derramamento de
sangue. O sangue chegará até os freios dos cavalos, 14: 20.
Terceiro selo = o cavalo preto (fome), 6: 5-6.
Aberto o terceiro selo identificando o terceiro cavaleiro como
sendo a fome. Nos tempos de guerra, escasseia o alimento e ele é racionado e
pesado para cada família. Os preços dos gêneros de primeira necessidade se elevam
assustadoramente; o preço do trigo para o pão; do óleo; do vinho, etc. A fome
sempre vem na esteira da guerra. Jesus já havia predito isto: "haverá
fome", Mt 24: 7.
Quarto selo = o cavalo amarelo (pestilência), 6: 7-8.
Um cavalo amarelo, pálido, entra em cena como uma figura
hedionda. Seu nome é morte; e o Hades, a região dos mortos, vem atrás dele para
apanhar sua presa. Foi-lhe dado o poder sobre a quarta parte da terra, podendo
matar seus habitantes por todos os modos concebíveis. A peste sempre vem depois
da guerra e da fome. Ele pode destruir mais vidas do que a própria guerra ou
fome. Consegue deixar forte impressão de horror.
Tudo o que foi apresentado - a conquista militar, a guerra, a
fome e a peste - são manifestações da ira do Cordeiro, Ap 6: 16-17, sobre os
homens que ficarem na Grande Tribulação.
Quinto selo = o lamento dos mártires, 6: 9-11.
Na abertura do quinto selo, a cena se modifica. Até aqui vimos
os meios pelos quais Deus exercerá seu julgamento. Agora, veremos a razão desse
julgamento. Debaixo do altar, João vê "as almas dos que foram mortos por
causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram". O altar é o
lugar onde podemos aproximar de Deus; lugar aonde Deus vem ao encontro das
necessidades humanas. Quem são esses mártires? Possivelmente os judeus,
juntamente com alguns crentes gentios, que serão levados a crer devido ao
súbito desaparecimento da Igreja, Ap 3: 10; 1 Ts 1: 10.
Simbolicamente, esses mártires clamarão para que se vingue o
sangue deles que foi derramado. Mas isto é um símbolo. Este parágrafo reflete a
necessidade moral do julgamento. Deus não seria um Deus justo se deixasse sem
vingança males tão grandes. A cada um deles se conferiu um vestido branco,
símbolo de sua vitória e pureza, e se lhes diz que tenham paciência, pois o
tempo ainda não está maduro para a retribuição de Deus; há outros que ainda
irão sofrer como eles.
Sexto selo = terremoto e julgamentos, 6: 12-17.
O texto fala do escurecimento do sol, a lua tornando-se em
sangue, estrelas caindo do céu, ventos fortes, gentes de todas classes sociais
escondendo-se em cavernas e rochas e clamando às montanhas que caiam sobre elas
e assim as escondessem do rosto d'Aquele que está assentado no trono e da ira
do Cordeiro. Ainda não está representando neste texto o juízo final. Apenas é
um julgamento temporal por meio de calamidades naturais. Estes acontecimentos
também se referem ao período da Grande Tribulação, Mt 24: 21; Ap 7: 14; Dn 9:
27, ultrapassando qualquer coisa que a natureza jamais viu semelhante.
Os cento e quarenta e quatro mil selados, 7: 1-17.
Na visão do capítulo 7, João viu quatro anjos, que estavam sobre
os quatro cantos da terra, retendo os quatros ventos que simbolizam a
retribuição divina. Também viu outro anjo que subia da banda do sol nascente.
Trazia o selo de Deus que indicam posse e proteção, nas frontes dos judeus,
144.000, que se converterão no meio da Grande Tribulação com um grupo de
gentios, v. 4-9.
Os pós-tribulacionistas (crença de que a Igreja passará pela
grande Tribulação), asseguram que os 144.000 representam o Israel espiritual, a
própria Igreja que será marcada por Deus para não sofrer na Grande Tribulação.
Portanto, não queremos ser arbitrários em afirmar que a Igreja não passará pela
Grande Tribulação. Nesta ocasião, estaremos nas bodas do Cordeiro, Mt 25: 1-13;
Ap 19: 9. A partir do v. 9-17 percebemos os mártires sendo recebidos de
vestiduras brancas, alvejadas no sangue do Cordeiro, diante do trono de Deus,
não mais na terra, e servem a Deus continuamente.
Sétimo selo = o silêncio no céu e o incenso, 8: 1-5.
O silêncio no céu tem sido interpretado de várias maneiras:
simbolizando o juízo dilatado, ou delongado e dramático. Simbolizando também um
período de suspense, de expectativa, pelas coisas que ainda iriam acontecer.
Simbolizando também o momento em que os salvos, quando chegarem ao céu, ficarão
perplexos, vislumbrando, atônitos as belezas daquilo que os olhos jamais viram,
1Co 2: 9. O incenso da vitória, 8:3-5, refere-se às orações de todos os santos.
Toda a cena dos versículos 3, 4 e 5 é um prelúdio das Sete Trombetas que
começam a ser ouvidas.
Conclusão
Agonizante será para aqueles que não subirem no arrebatamento,
pois terão de contemplar todos estes flagelos durante sete anos, Dn 9: 27; Mt.
24-15-44. A Igreja, porém, estará nas Bodas do Cordeiro, participando do Grande
Casamento entre o noivo e a noiva, Ap 22: 17.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião
Dr. Edson Cavalcante.
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