PREGAI SOBRE O REINO CELESTIAL E A
VOLTA DO CORDEIRO E NÃO PROSPERIDADES...
'Ressuscitar' e 'morrer' com Cristo são fatos conclusos que
fazem parte do passado da vida dos cristãos (já e estais). 'Morrer' e
'ressuscitar' soam como sendo elementos antagônicos quando da composição da
ideia, mas 'em Cristo' são elementos que se complementam. Primeiro é necessário
conformar-se com Cristo na sua morte, e só então, ressurge com Ele em uma nova
vida, sendo um novo homem. Tanto o ressurgir quanto o morrer só ocorre quando
se está 'COM' ou 'EM' Cristo.
Colossenses 3
1- Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas
que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.
Este capítulo tem inicio com uma conclusão que decorre de
elementos apresentados em versículos anteriores: “Portanto...”.
Antes de toda e qualquer análise de um texto bíblico é
necessário ter em mente que as divisões em capítulos e versículos só servem
para auxiliar na localização dos textos, e que tais divisões podem influenciar
negativamente o interprete.
A ideia da carta não fica estagnada ou restrita a um só capítulo
ou versículo. A ideia transcende e engloba toda a carta, e, para entendê-la, é
necessário analisar a carta como um todo, e não somente algumas partes ou
referências.
Quando Paulo disse: “Portanto, se...”, ele está fazendo
referência a uma ideia anterior para introduzir uma outra. Observe:
Paulo expôs no versículo vinte do capítulo anterior que: ‘se
eles estavam mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo’, quais eram os
motivos que prendiam os cristãos as ordenanças como se eles ainda vivessem no
mundo? Eles estavam mortos, ou não?
O versículo em questão volta a mesma temática: “se estais mortos
com Cristo” é o mesmo que dizer “se já ressuscitastes com Cristo”. O fôlego de
vida de quem crê não termina quando se morre com Cristo. A morte com Cristo é o
caminho para a ressurreição com Ele.
'Morrer com Cristo' tem o mesmo valor que 'ressurgir com Ele':
“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo...”;
“Se, pois, estais mortos com Cristo...”.
'Ressuscitar' e 'morrer' com Cristo são fatos conclusos que
fazem parte do passado da vida dos cristãos (já e estais). 'Morrer' e
'ressuscitar' soam como sendo elementos antagônicos quando da composição da
ideia, mas 'em Cristo' são elementos que se complementam.
Primeiro é necessário conformar-se com Cristo na sua morte, e só
então, ressurge com Ele em uma nova vida e um novo homem.
Tanto o ressurgir quanto o morrer só ocorre quando se está 'COM'
ou 'EM' Cristo.
Observe o contraste:
“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que
são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus”
“Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do
mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo,
tais como: Não toques, não proves, não manuseies?”
As 'coisas' que são de cima pertencem àqueles que morreram e
ressurgiram com Cristo. Por quê? A resposta está no versículo 3.
As 'coisas' deste mundo são rudimentos, ordenanças, regras,
comportamentos, etc, pertencentes à vida que o cristão tinha no pecado, ou
seja, aquela vida que possuía antes de morrermos e ressurgir com Cristo.
2 - Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da
terra;
Enquanto vivos para o pecado, os homens buscam viver segundo os
princípios do mundo, e se ocupam de ordenanças como: não faça isto ou aquilo.
Estes entendem que tais elementos podem ‘melhorar’ a condição deles diante de
Deus. Ledo engano.
A partir do momento que o homem morre com Cristo, em seguida
passa a viver para Deus (ressurge), e é necessário buscar as coisas que são de
cima, e ocupar-se em pensar nelas.
Quais são as 'coisas' de cima? E por que Paulo faz referência ao
local onde Cristo está assentado? Para obter uma resposta é necessário
considerar o que Paulo escreveu aos cristãos em Efésios:
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos
abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo
(...) E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares
celestiais, em Cristo Jesus” ( Ef 1:3 ; Ef 2:6 ).
É possível vislumbrar a grandeza que é ressuscitar com Cristo?
Se o homem já ressuscitou com Cristo, isto significa que está assentado nos
lugares celestiais, onde Cristo está assentado à destra de Deus.
O 'assentar' indica descanso!
Da mesma forma que ao terminar a obra da criação Deus descansou
no sétimo dia, Jesus, ao terminar a sua obra de redenção, assentou-se à destra
do Pai. Isto significa que a obra de Jesus também é completa “Mas este, havendo
oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à
destra de Deus” ( Hb 10:12 ).
Os sacerdotes ao oferecerem sacrifício pelos seus semelhantes em
momento algum podiam tomar assento, visto que, o que eles faziam não podia
aperfeiçoar os pecadores.
Cristo ao se oferecer em sacrifício, e sendo sumo sacerdote dos
bens futuros, ao fazer oferta de si mesmo pode assentar-se à destra de Deus nas
alturas.
Por isso Paulo concita a que pensemos nas coisas que são de
cima, pois de lá temos recebido todas as bênçãos espirituais nos lugares
celestiais em Cristo.
Enquanto as pessoas que vivem segundo o curso deste mundo se
ocupam de ordenanças, o cristão deve se ocupar em pensar das coisas que
recebemos de Deus, tais como: redenção, regeneração, eleição, justificação,
santificação, predestinação, herança, etc ( Ef 1:1 -14).
3 - Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com
Cristo em Deus.
O motivo é bem simples: já estamos mortos e a nossa vida está
escondida com Cristo em Deus! Compare com ( Cl 2:20 e Cl 3:1 ).
Não há como desvincular o 'morrer' e o 'ressurgir' com Cristo.
Só é ressurreto dentre os mortos aqueles que de uma vez por todas morreram para
aquilo que estavam retidos.
4 - Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então
também vós vos manifestareis com ele em glória.
Este versículo trata do futuro de todos os cristãos. No momento
em que Cristo se manifestar haveremos de nos manifestar com ele em glória, pois
assim como Ele é, haveremos de ser em glória.
O apóstolo Paulo disse que toda a criação geme na expectativa da
revelação dos filhos de Deus, que é a igreja (corpo) de Cristo em glória ( Rm
8:19 ).
Porém, antes de ocorrer a adoção, ou a redenção deste corpo,
entendemos que, qual Cristo é, os cristão também são neste mundo: filhos da Luz
( 1Jo 4:17 ).
5 - Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a
terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência,
e a avareza, que é idolatria;
A condição do cristão perante Deus é a de assentados nos lugares
celestiais, e é nas coisas concernentes a esta posição que deve pensar.
O cristão já morreu e ressurgiu com Cristo para a glória de
Deus:
“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo...”;
“Se, pois, estais mortos com Cristo...”
Agora, deve mortificar os seus membros (mortificai, pois,...).
As premissas dos versos 1 e 3 não podem ser desprezas enquanto se analisa o
versículo 5.
O cristão adquiriu uma condição perante Deus, entretanto, ainda
está sobre a terra e possuí um corpo material (vossos membros). Paulo pede aos
cristãos que 'mortifiquem' o seus membros considerando o que Deus já realizou
em suas vidas.
Ao se abster da prostituição, da impureza, das afeições
desordenadas, da vil concupiscência e da avareza, o cristão está mortificando o
seu corpo mortal.
Não podemos concluir que a morte com Cristo e a ressurreição com
ele advém da abstenção das impurezas aqui relacionadas, pois muitas religiões
apregoam estes princípios e seus seguidores se aplicam a observá-los em busca
de salvação, no entanto, não morreram, não ressuscitaram e não estão em Cristo.
O morrer e o ressurgir com Cristo, ou seja, ser uma nova
criatura advém da graça de Deus por meio do evangelho e dá fé que tais verdades
nos proporcionam. Agora, o mortificar o corpo diz de elementos comportamentais
e não espirituais.
Este versículo apresenta as mesmas considerações do versículo:
"Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito" ( Gl 5:25 ). A
morte do velho homem e a ressurreição em uma nova criatura é uma obra
proveniente de Deus, e agora deve seguir o estipulado por Paulo na carta aos (
Ef 4:1 e 17).
Os versículos seguintes elucidam melhor estas verdades.
6 - Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da
desobediência;
Este versículo é pequeno, mas a ideia que ele contém é grandiosa
e complexa.
“Pelas quais coisas...”
Quais coisas? A resposta é: “a prostituição, a impureza, a
afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria”.
A ira de Deus virá sobre os filhos da desobediência por eles
andarem nas práticas que foram enumeradas, mas a condenação é proveniente da
natureza que participam por serem descendentes de Adão. A condenação de Deus no
Éden em Adão, e a ira procede das 'coisas' enumeradas pelo apóstolo Paulo.
Não são as 'tais coisas' que trouxe condenação sobre todos os
homens, e sim, a origem deles em Adão. A ira diz do julgamento de obras que se
dará no Grande Trono Branco.
O versículo possui dois elementos distintos que devem ser alvo
de análise: a ira de Deus e os filhos da desobediência.
1. Os filhos da desobediência
Os filhos da desobediência são os filhos de Adão, ou seja, os
filhos da desobediência tiveram origem na desobediência de Adão “Porque, como
pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores...” ( Rm 5:19
). Se os filhos da desobediência tiveram origem na desobediência de Adão,
segue-se que pelo juízo de Deus eles já estão condenados “E não foi assim o dom
como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na
verdade, para condenação...” ( Rm 5.:16 ).
“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está
condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” ( Jo 3:18 ).
Mas aqueles que creem podem dizer conforme o apóstolo Paulo: “Portanto, agora
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo
a carne, mas segundo o Espírito” ( Rm 8:1 ).
Observem que sobre os filhos da desobediência pesa uma
condenação, não porque praticam as coisas pelas quais vem a ira de Deus, mas
porque são filhos segundo a desobediência de Adão, filhos nascido: “... do
sangue,(...) da vontade da carne, (...) e da vontade do homem...” ( Jo 1:13 ).
Sobre os filhos da desobediência pesa uma condenação, e por mais
que se procure ter uma vida regrada é impossível livrar-se de tal condenação se
não for por meio da cruz de Cristo.
2. A ira de Deus
“Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras
ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus” ( Rm 2:5 )
Este tema é um pouco complicado, e por isso, é preciso iniciar o
comentário através de ( Rm 2:5 ).
Paulo alerta que as pessoas com o coração impenitente entesouram
ira para um dia específico. Será o dia da ira e o dia da manifestação do juízo
de Deus.
Desde que Jesus veio ao mundo está a manifestar-se aos homens a
justiça de Deus, mas haverá um dia marcado para manifesta-se o juízo de Deus.
Desde que o homem pecou foi estabelecido o juízo de Deus e o homem está sob
condenação, mas isto não é manifesto. Mas, no dia em que Deus manifestar a sua
ira, também haverá de manifestar-se o juízo e quando se deu este juízo. Neste
dia todos os homens verão qual é a condenação para aqueles que estão sob juízo.
O juízo de Deus trouxe condenação Rm 2. 16, e a justiça de Deus
concede justificação ( Rm 1:17 ).
Isto posto, já é possível falar de alguns princípios que são
pertinentes à ira de Deus.
“Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição
da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” ( 1Ts 5:9 ).
A ira de Deus fala de punição. Além de o incrédulo estar
condenado por ser filho da ira, ou filho da desobediência em Adão (perdição),
ele também estará sujeito à ira em decorrência de suas obras, isto porque ‘Deus
recompensará a cada um segundo as suas obras’ ( Rm 2:6 ).
Para os filhos da luz há o tribunal de Cristo, e para os filhos
da desobediência haverá o Grande Trono Branco.
“A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram
glória, honra e incorrupção” ( Rm 2:7 ).
Como interpretar Rm 2:7 ? Observe:
“Com perseverança em fazer o bem” é um termo acessório da
oração, ou seja, é um aposto.
Aposto é um termo acessório de uma oração que tem a função de
ampliar, explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida numa oração ou em
parte dela.
A oração sem este termo integrante ficaria redigida assim: “A
vida eterna aos que (...) procuram glória, honra e incorrupção”. A vida eterna
não é alcançada por aqueles que praticam o bem, antes ela é alcançada por
aqueles que procuram glória, honra e incorrupção, sendo que tais coisas só se
encontram em Cristo.
Agora, após ter encontrado incorrupção em Cristo, o homem deve
perseverar em fazer o bem, pois haverá de receber o bem e o mal que houver
feito por meio do corpo no tribunal de Cristo.
Observe que a ideia exposta no versículo sete é complementada no
versículo oito:
“Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos,
desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade” (v. 8);
A indignação e a ira de Deus recairá sobre aqueles que não
obedeceram a verdade do evangelho, e que portanto são contenciosos e
desobedientes à verdade. A ira de Deus permanece por serem arredios ao
evangelho, e não por não praticarem o bem com perseverança.
Mas, se não obedeceram ao evangelho, estes haverão de receber
tribulação por também terem obrado o mal, e para isso não há acepção de
pessoas.
Pelas quais coisas vêm a ira de Deus sobre os filhos da
desobediência;
Concluindo:
A ira de Deus virá sobre aqueles que não se abstêm das vis
concupiscências deste mundo, ira que recai sobre os filhos da desobediência de
Adão.
7 - Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis
nelas.
Este versículo contém a mesma ideia que ( Ef 5:8 ):
“Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor;
andai como filhos da luz” ( Ef 5:8 )
‘Em outro tempo’ refere-se ao tempo em que por natureza se era
filho da desobediência, ou seja, éreis trevas.
‘Nas quais’ refere-se ao comportamento desprezível que os filhos
das trevas possuem.
Após comparar os elementos que compõe os dois versículos,
verifica-se que ‘andar’ fala de questões comportamentais, e ‘viver’ fala de
qual natureza o homem pertence (luz ou trevas; carne ou Espírito).
“Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” Gl 5. 25.
Aqueles que, após nascerem da água e do Espírito, passaram a
viver em Espírito, e, por tanto, são espirituais, também deve andar, ou seja, a
ter um comportamento a altura de sua nova natureza.
Em outro tempo andávamos em concupiscências, pois vivíamos
segundo o pecado. Por natureza éramos trevas, e andávamos como filhos das
trevas.
Hoje é diferente: “De sorte que fomos sepultados com ele pelo
batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela
glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” ( Rm 6:4 ).
Ao cremos em Cristo, morremos com ele e ressurgimos e passamos a
viver uma nova vida por meio de Cristo. Como fomos ressuscitados e vivemos em
novidade de vida, devemos também andar em novidade de vida.
8 - Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera,
da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca.
Paulo convoca os cristãos a experimentarem um novo patamar na
conduta cristã.
Antes todos andavam segundo o curso do mundo, mas agora há o
dever de se desfazer de tudo que era pertinente ao velho homem que foi
crucificado com Cristo: ira, cólera, malicia, etc. O cristão deve se despojar,
desfazer de tudo que era pertinente a velha criatura.
A velha criatura foi morta na cruz de Cristo, e não mais vive,
mas Cristo vive nos que creem ( Gl 2:20 ). Segue-se que agora deve se desfazer
das coisas que pertenciam ao velho homem.
9 - Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do
velho homem com os seus feitos,
A mentira é um tipo de comportamento pertinente ao velho homem,
pois o novo homem é segundo a verdade do evangelho, o que o torna livre. Livre
do velho homem, da velha natureza e despido do comportamento desprezível
segundo o pecado.
10 - E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento,
segundo a imagem daquele que o criou;
Há uma nova ‘roupa’ para aqueles que estão em Cristo. O cristão
JÁ se despiu e JÁ se vestiu do que é pertinente ao novo homem “E vos
revestistes do novo...”.
Este novo homem se renova para o conhecimento, segundo o que
Paulo falou aos romanos: “E não sede conformados com este mundo, mas sede
transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual
seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” ( Rm 12:2 ).
O novo homem é segundo a imagem de Deus! Como?
A transformação que ainda esta sendo submetidos os filhos de
Deus é quanto ao entendimento, e isto sim é um processo, pois o objetivo de
Deus é que experimentemos a sua boa vontade.
Mas quanto a filiação, o novo homem é criado segundo Deus “E vos
revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e
santidade” ( Ef 4:24 ).
O novo homem é criado segundo o poder de Deus, e de Cristo temos
recebidos a plenitude “E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o
principado e potestade” ( Cl 2:10 ). Qual a Adão são os filhos de Adão, qual
Cristo são os filhos de Deus ( 1Co 15:48 ).
Sendo Cristo a imagem de Deus “O qual é imagem do Deus
invisível, o primogênito de toda a criação” ( Cl 1:15 ), novamente estabeleceu
o propósito eterno de fazer convergir em Cristo todas as coisas, sendo nós os
que cremos, feitos a imagem e semelhança de Deus “E disse Deus: Façamos o homem
à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” ( Gn 1:26) .
“Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e
mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas
aflições o príncipe da salvação deles”
( Hb 2:10 )
11 - Onde não há grego,
nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas
Cristo é tudo em todos.
Qual é o único lugar que não há diferença entre os homens? No
corpo de Cristo, visto que Ele disse ao repartir o pão: "E, tendo dado
graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por
vós; fazei isto em memória de mim" ( 1Co 11:24 ). O corpo de Cristo
estaria repartido, ou seja, cada um deles eram o corpo de Cristo.
O corpo de Cristo consegue abrigar a todos os homens e ele não
faz distinção entre os seus. Cristo passa a ser tudo em todos. Qualquer aspecto
que se queira evidenciar, devemos considerar primeiramente a Cristo, o apóstolo
e sumo sacerdote da nossa confissão ( Hb 3:1 ).
12 - Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados,
de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão,
longanimidade;
No versículo dez Paulo demonstrou que o cristão foi vestido do
novo, e aqui ele recomenda revestir de misericórdia, benignidade, humildade,
etc.
Qual a diferença entre vestir e revestir? Qual é a vestimenta do
novo homem? Qual o motivo de ser necessário revestir?
Antes de conhecer a Jesus as vestes do velho homem eram trapos
de imundícies, hoje, o cristão cobre-se de salvação e é envolvido pelo manto da
justiça de Deus ( Jó 29:14 ; Is 61:10 ). Ao ser criado em verdadeira justiça e
santidade, o novo homem não é achado nu a semelhança de Adão, mas está vestido
do que Deus lhe providenciou.
Do novo homem o cristão já está vestido, agora, por ser eleito,
santo e amado precisa revestir-se de misericórdia, benignidade, humildade,
mansidão, longanimidade ( Gl 5:22 ).
13 - Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos
outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou,
assim fazei vós também.
Paulo interpõe a pessoa de Cristo como exemplo.
14 - E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da
perfeição.
Ademais, o amor não deve faltar na vida do cristão, pois n'Ele
está o vínculo perfeito “E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem.
Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele” ( 1Jo 4:16 ).
15 - E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um
corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.
A paz de Deus excede a todo entendimento. Por meio de Cristo
temos paz com Deus, e isto foi realizado por meio do corpo dele.
Por meio da fé nos unimos a Cristo, e isto se dá por meio da sua
morte. Após a morte ressurgimos um novo homem e em paz com Deus “Na sua carne
desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças,
para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz” ( Ef 2:15 ).
Fomos chamados por meio do corpo de Cristo e passamos a ter paz
com Deus. Agora fazemos parte deste corpo que é composto por pessoas de
diferentes classes sociais, etnias, línguas, nações, etc. A paz que temos com
Deus transcende e alcança os nossos semelhantes, o que prova que somos nascidos
dele.
16 - A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a
sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e
cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.
A palavra de Deus deve fazer morada no crente “Mas a sabedoria
que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável,
cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia” (
Tg 3:17 ).
Após adquirir sabedoria conforme expõe o apóstolo Tiago, o
ensinar e o admoestar se dá através de salmos, hinos e cânticos, ou seja,
através da palavra de Deus.
17 - E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em
nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
O louvor pertence a Deus por meio de Cristo ( Ef 2:10 ).
O contexto muda completamente e Paulo passa a exortar grupos em
particular. Paulo determina as mulheres cristãs que residiam em colossos a que
fossem sujeitas aos seus maridos, o que é conveniente no Senhor. Não há nesta
carta qualquer referência que esclareça os motivos pelas quais o apóstolo Paulo
solicita esta submissão àquelas irmãs em particular.
A carta aos cristãos de Efésios possui tal ordenança e outros
elementos, mas é temerário nos socorrer de outra carta para tentar elucidar o
propósito de Paulo em dar tal recomendação. Por quê? Os cristãos de Efésios
viram o apóstolo Paulo pessoalmente e os cristãos de Colossenses não. Isto
porque a carta possui destinatários e serve quase que exclusivamente àquela
comunidade cristã. Observe que Paulo é bem genérico na exortação.
19 - Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis
contra elas.
Paulo recomenda aos maridos o amor para com as esposas e que não
se irritassem com elas. É bem genérico, e não é de bom alvitre tentar dar um
motivo pela qual os maridos se irritavam com suas esposas.
20 - Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é
agradável ao Senhor.
Paulo recomenda a obediência aos filhos, e arremata que tal
atitude agrada ao Senhor.
21 - Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não
percam o ânimo.
Paulo aponta aos pais o motivo pela qual não se deve irritar os
filhos: para que não percam o ânimo.
22 - Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a
carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em
simplicidade de coração, temendo a Deus.
Analisando as determinações verifica-se um parâmetro que
preserva a autoridade na sociedade e na família. Quando Paulo fala àqueles que
estão sob autoridade, ele aponta o Senhor (esposa, filhos, servos). Quando
Paulo fala aos detentores de autoridade (marido, pais, senhores), ele não fala
como ao Senhor, mas aponta a causa pela qual não se deve tomar tal atitude.
23 - E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao
Senhor, e não aos homens,
Deixando as questões pertinentes a autoridade de lado, Paulo
recomenda a todos os cristãos que tudo o que fizessem, que fizessem como ao
Senhor.
24 - Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque
a Cristo, o Senhor, servis.
Tudo o que o cristão faz é serviço ao Senhor. Hoje somos
escravos da justiça, conforme Paulo diz aos Romanos (v. 17 ; Rm 6:18 ).
25 - Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois não
há acepção de pessoas.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante
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