A VERDADEIRA HISTÓRIA DE DAVI, CONTADA POR
POUCOS...
Ontem
dia 14/01/2016, vi um jovem “Missionário” ministrando a palavra de DEUS no
Salmo de número 23, creia o moço pregou até bonito, mas como exegeta e teólogo conhecedor
da palavra de DEUS, discordei de várias interpretações que ele fizera, mas
fiquei calado, pois é melhor ouvir do que falar, ao chegar a minha residência
comecei a estuda cada versículo dito pelo jovem pregador e me deparei com essa
história sobre o Rei Davi, que abaixo descrevo, vamos conhecer!
Há muita especulação sobre a vida do Rei David. E tem muitas
historias e estórias sobre ele. Coisas intrigantes, e como se não bastasse,
outros estarem na bíblia com algumas faltas e erros, ele não seria diferente.
Porem de todos os comentários, o que mais chama atenção não é o fato de ser
assassino e adultero. Mas ter uma linhagem duvidosa, ou seja, bastardo. Veremos
a seguir detalhes que pode dar o que falar. E ainda o motivo que Davi era para
seu pai Jessé uma vergonha. Mas porque? Eis ai o motivo de minha busca.
Isto deixa diversas interpretações possíveis:
1)- Que Naás era mulher, esposa de Jessé e mãe de todos os
envolvidos (o nome podia ser dado a pessoas de ambos os sexos), mas isto não é
muito provável, porque as mulheres eram incluídas numa genealogia apenas por
motivos especiais, que aqui parecem faltar.
2)-Que Naás era outro nome de Jessé, conforme sugere A
Septuaginta grega (edição lagardiana) tem “Jessé” em vez de Naás em 2 Samuel
17,25.
3)- Que Naás era o anterior marido da esposa de Jessé (uma
sugestão mais provável) e que ela deu à luz para Naás duas filhas, Abigail e
Zeruia, antes de se casar com Jessé e dar-lhe vários filhos.
4)- Abigail é chamada de “filha de Naás”, mas ela e sua irmã não
são chamadas diretamente de filhas de Jessé, pai de Davi, embora sejam
mencionadas como as “irmãs” dos filhos de Jessé, inclusive Davi. Isso nos
mostra que era de outra linhagem.
Davi era descendente de Boaz e Rute, e tinha uma ascendência que
remontava a Judá, por intermédio de Peres. (Rute 4,18-22; Mt 1,3-6) Este caçula
dentre os oito filhos homens de Jessé também tinha duas irmãs ou meias-irmãs.
(1Sam 16,10-11; 17,12; 1Cr 2,16).
Um dos irmãos de Davi evidentemente morreu sem ter filhos e foi
assim omitido em registros genealógicos posteriores. (1Cr 2,13-16)
Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha
mãe. Salmos 51:5-6
Não existe erro em interpretar que Davi se refere ao estado em
que todo ser humano nasce, ou seja, no pecado original, mas seria um erro
desconsiderar a informação literal que temos no mesmo versículo.
Diferente do salmo 23, Davi está num momento crítico de sua
vida, onde é confrontado pelo juízo de Deus por causa de seu duplo pecado no
caso da mulher de Urias, é nesse momento que sua alma se angustia e, em
arrependimento, ele clama a Deus.
Ao dizer que foi formado em iniquidade e concebido em pecado por
sua mãe, Davi não está poetizando, mas de fato, está declarando um fato de sua
vida.
Davi foi fruto do pecado de seu pai Jessé, e provavelmente era
filho de uma moabita ou caananita e não da mãe de seus irmãos.
Vamos às evidências.
APARÊNCIA - Se a Bíblia evidencia a aparência de alguém é porque
tinha algo distinto do comum. No caso de Davi, ele era diferente de seus
irmãos.
Então mandou chamá-lo e fê-lo entrar (e era ruivo e formoso de
semblante e de boa presença); e disse o SENHOR: Levanta-te, e unge-o, porque é
este mesmo. 1 Samuel 16:12
E, olhando o filisteu, e vendo a Davi, o desprezou, porquanto
era moço, ruivo, e de gentil aspecto. 1 Samuel 17:42
É fato que os rapazes judeus são de aspectos viris, rústicos e
não são ruivos.
EVIDÊNCIAS CULTURAIS - O trabalho sujo de uma família era
responsabilidade do filho bastardo se houvesse e o mesmo não podia sentar-se à
mesa com os filhos legítimos.
Davi recolhia os monturos (lixo caseiro, resto das refeições) em
sua casa. Salmo 113.7
Davi apascentava os rebanhos de seu pai. I Samuel 17.20;28
Davi não se sentava à mesa junto com seus irmãos. I Samuel
16.10-11
Porque Davi disse: “em pecado me concebeu minha mãe”?
Afinal, descobre a verdade de seu nascimento: “Em pecado me
concebeu a minha mãe” (Sl 51:5). Embora este texto tenha sido explicado na
História como sendo uma sina humana ou seja, o “pecado original”, pelos pais da
Igreja, em realidade não passa de uma conjectura, porque, na verdade, não
existe pecado original.
Nenhum texto da Bíblia apoia tal doutrina católica, a qual os
protestantes, sem uma avaliação, acabaram herdando daquela teologia. Na
verdade, Davi estava falando de sua situação pessoal, da sua afronta e da
afronta de sua pequena família, que vivia em uma tenda campal separada da casa
de Jessé.
Não se referia ao pecado de Adão, pelo qual toda a raça humana
foi condenada à morte (Rm 5:14). Pois, se assim fosse, a relação íntima entre
marido e mulher seria considerada impura e pecaminosa, quando, de fato, é um
ato santo e, também, de santificação (1Co 7:14). Hoje, inclusive, alguns crêem
e defendem veementemente que a relação conjugal é um grave pecado. Mas, o que
nos chama a atenção é que, geralmente, os tais defensores têm tantos filhos
quanto Jacó!
A origem de tudo. Lendo o texto de 2 Samuel 17:25:“E Absalão
colocou Amasa (“fardo”) à frente de seu exército, no lugar de Joabe. E Amasa
era filho de um homem chamado Itra (“abundância”), israelita, que se chegou a
Abigail, filha de Naás (“serpente”), irmã de Zeruia, mãe de Joabe” (2 Sm 19:13;
20:9‐12). O destino de Amasa está sendo confirmado. Aqui, chegamos a
conhecer quem era a mãe de Davi: Naás. Davi tinha duas irmãs: Abigail e Zeruia.
Abigail foi mãe de Amasa e Joabe era filho de Zeruia, uma mulher de caráter
forte, grande influenciadora de seus tres filhos: Abisai, Joabe e Asael (1 Cr
2:16). Davi suportava os filhos de sua irmã Zeruia, pois eram um mal
necessário. Embora fossem seus sobrinhos, Davi não os considerava parentes (2
Sm 19:22).Mas Davi amava o filho de sua irmã Abigail (2 Sm 19:13), e a ambos,
mãe e filho, considerava de fato seus parentes sanguíneos: carne da mesma carne
e osso dos seus ossos.
Sabemos, pelo texto acima que Naás era mãe de Davi, e Zeruia e
Abigail suas irmãs por parte de mãe. Davi, com isso, era filho de Jessé com
Naás. Esta era a razão pela qual Davi vivia isolado com a sua mãe em uma
pequena tenda no campo, onde:
(1) Era considerado vil (Sl 69:19) e como pastor de umas poucas
ovelhas, foi acusado indiretamente de fracassado por seu irmão mais velho (1 Sm
17:28).
(2) Seus irmãos o abandonaram no lodo (Sl 69:2).
(3) Foi deixado no deserto, desesperado (Sl 69:3).
(4) Foi odiado sem razão muitas vezes (Sl 69:4).
(5) Seus irmãos eram seus inimigos gratuitamente (Sl 69:4c).
(6) Vivia sob grande afronta e vergonha por causa da situação
civil de sua mãe (Sl 69:19; Sl 51:5). Mas sua mãe era uma mulher forte e o
ensinou a vencer os desafios da vida.
(7) Era considerado estrangeiro por seus irmãos (Sl 69:8).
(8) Passou fome (Sl 69:10).
(9) Era objeto de escárnio de seus irmãos (Sl 69:11). Um de seus
irmãos era o principal autor desses escárnios; por isso o tal perdeu o seu
lugar na lista dos filhos de Jessé e o seu nome foi borrado e Davi tomou o seu
lugar, conforme a profecia dita a Rute, mas que se cumpriu em Davi (Sl 69:28;
Rt 4:14,15): “...Melhor do que sete filhos”, era o oitavo filho de Jessé (1 Sm
16:6‐10; 1 Cr 2:15).
(10) Era motivo de fofocas (Sl 69:13) e tema das canções dos
bêbados.
(11) Sabia qual era a sua grande afronta, por ser um filho
ilegítimo (Sl 51:5; Sl 69:19).
(12) Era odiado pelos seus irmãos, que zombavam dele (Sl 69:21).
(13) Chamado de presunçoso, maldoso e bisbilhoteiro (1 Sm
17:28). Bisbilhoteiro, só é chamado se voce nao for considerado da familia e se
voce não vive dentro da mesma casa.
(14) Era acusado sem saber porquê (1 Sm 17:29).
Por que Davi era tão odiado? Davi nasceu como fruto de uma
relação conjugal contratada, como aconteceu com Léia e Raquel (Gn 30:12‐16), Sara e Agar (Gn 16:2). Naás ficou grávida de Davi da mesma
forma como Léia ficou de Issacar. A tradição judaica diz que Naás era uma das
servas de Jessé, assim como Bila e outras eram servas de Jacó. O acontecimento
causou tanta dor e agonia em todos, que Jessé acabou providenciando uma pequena
tenda à parte no campo, onde, com alguns animais e poucas ovelhas, aquela
pequena família viveu. Uma outra Léia levantou‐se, mas em Belém de Judá,
Naás. Depois ou ja eram nascidas, outras duas filhas: Zeruia e Abigail, as
quais serão mães dos maiores generais da história de Israel: Amasa, Joabe,
Abisai e Asael, todos sobrinhos de Davi (2 Sm 17:25).
A aparência de Davi coma sua mãe revoltava os seus sete irmãos,
que zombavam dele constantemente, fazendo‐lhe maldades das mais cruéis,
desejando a sua morte. Sua vida foi cruel no meio de seus irmãos. Jessé o
detinha ali, um pouco longe deles, mas era em vão.
O que eu vejo numa pessoa que nasceu neste lar, e ainda teve que
enfrentar urso e leão, para proteger o rebanho de seu pai, as malhadas. As
escoria das ovelhas, porque não servia para sacrifício. Crescer e meios a
tantos conflitos familiares e se possível passar na cara que era bastardo,
porque o bastardo não tinha o direito de entrar na casa principal, comer e
festejar juntos não podia. Então o enfrentar o urso e o leão não veem como uma
bravura, mas alguém que desejava a morte, porque não faria diferença nenhuma na
vida dele, viver ou morrer naquele momento. Até porque ninguém o viu fazer tal
coisa para ser um ato de bravura.
Naquela tenda pastoril, criado pela sua mãe, ele aprendeu a
tocar harpa, a arte da guerra, a acertar alvos com pedras, a arte da funda, e
os segredos da noite no meio de seu pequeno rebanho, atração dos leões ferozes da
região. Ruivo como a sua mãe, de belo parecer, sisudo em palavras, valente,
cheio de ânimo, varão de guerra e, acima de tudo, o Senhor era com ele (1 Sm
16:18).Por todas estas coisas maravilhosas inspirava inveja de todos os seus
irmãos. Ele jamais havia comido na mesa da casa de seu pai. Jamais havia
assentado‐se no meio de seus irmãos.
Era uma utopia pensar que um dia seria diferente.
“Preparas uma mesa perante mim, na presença dos meus inimigos,
unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda”.
Samuel conversou a sós com Jessé, que consente em santificar os
seus filhos. Jessé não rejeitou pagar os valores da santificação, como era
comum (Lv 27:1‐12). Seus sete filhos
foram santificados, menos Davi pois não tinha o status de filho. Ele não pode
presenciar nenhum daqueles movimentos. Sacrifícios foram oferecidos, e a sua
casa tornou‐se um tabernáculo. Ele
daria tudo para ver tudo àquilo que foi negado aos seus olhos.
Samuel preparou o chifre com azeite genuíno, especial para ungir
o novo rei. Jessé saiu pelos quartos falando forte com todos os sete filhos, um
por um: “Arrumem‐se! Hoje é um dia especial”.
Mas, lá no campo, Davi, alimentava as ovelhas e sussurrava aquela parte da canção,
indagando o que seria: “Preparas uma mesa perante mim, na presença de meus...”.
Sem que ninguém tivesse conhecimento da intenção divina nem do profeta, Samuel,
depois de santificá‐los, os convida à festa
que começa. Assim, Samuel inicia a cerimônia, chamando o primogênito de Jessé.
Ele vem: alto, forte e de bela aparência. Samuel pensa ser aquele. Mas Deus o
repreende e ordena‐lhe que veja mais fundo:
no coração. Um por um, passaram todos os filhos: o belo, o forte, o corajoso, o
intelectual, o zombador, o obediente, o desobediente, enfim, todos! Olhando ao
coração, bem no interior do espírito, fato comum ao profeta, nenhum deles foi
aprovado. Deus não escolheu nenhum deles.
Samuel percebeu logo que algo estava errado. Como profeta, sabia
que a família estava dividida. Mas não entrou em detalhes e perguntou: “Há mais
algum mancebo?”.
Não perguntou se havia filhos. Perguntou se havia mancebos, pois
a sabedoria dizia que Davi não tinha status de filho(pelo menos legitimo não).
Jessé não esperava aquela pergunta. Mas respondeu: “O menor, ele está cuidando
das ovelhas”. Samuel pediu que o trouxessem, pois não se assentariam à mesa até
que ele chegasse ali.
Perceberam? Que a mesa já estava pronta?
E ele não participa.
Não havia roupa especial para ele. Na sua concepção, ele jamais
usaria uma roupa festiva. Então, vestido como um pastorzinho, o levaram. Mas,
enquanto o profeta pensava Deus o despertou: “Eis aí o rei. Unge‐o!”. O azeite cairá sobre a sua cabeça, e levará vinte e oito
anos para chegar às orlas de seus vestidos (Sl 133).
A seguir, eles assentaram‐se à mesa. Davi não sabia
como comportar‐se ali. seus irmãos o
encaravam; ele baixava os olhos, mas por dentro dizia, cheio de gozo: “Preparas
uma mesa perante mim, ma presença de meus angustiadores; unges a minha cabeça
com óleo, e o meu coração dispara!” (Sl 118:22).
A partir daqui, muitas situações adversas passaram sobre ele,
mas a unção o ajudou a triunfar. Não somente triunfará sobre todas as
dificuldades, como também registrará nos seus salmos, em suas preciosas
orações, como confiar em Deus em meio a tamanhas circunstâncias adversas, a fim
de consolar a todos aqueles que trilharem pelo mesmo caminho.
Nos seus salmos, encontramos:
(1) força que enfrenta corajosamente os seus adversários;
(2) que mesmo tendo nascido sob circunstâncias moralmente
vergonhosas, pela nossa vossa vocação podemos valorizar a nossa própria
dignidade, abstendo‐nos dos pecados de nossos
pais;
(3) que podemos silenciosamente triunfar diante das mais graves
dificuldades;
(4) que podemos lutar bravamente como guerreiros de Deus que têm
sobre si uma missão nacional;
(5) que podemos confiar abertamente na justiça e na misericórdia
daquele que nos chamou;
(6) que jamais sucumbiremos sob os desafios de nossa vida se
tivermos memoriais e exemplos a seguir;
(7) que podemos ser consolados pelas palavras de alentos do
Senhor;
(8) que, dependendo de nossa fé e de nossa convicção, poderemos
avançar sem medo.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante
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