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domingo, 6 de setembro de 2020

SOU EU JOSÉ

 


SOU EU JOSÉ

Quem foi José do Egito?
José foi o décimo primeiro filho de Jacó, e o primeiro com sua esposa que mais amava, Raquel. O capítulo 30 do livro de Gênesis descreve toda disputa entre Raquel e Lia, as duas esposas de Jacó. Raquel era estéril, e sofria por não poder dar filhos de seu ventre a Jacó. Porém, o texto bíblico diz que Deus lembrou-se de Raquel e a tornou fértil. Então ela deu à luz a José e depois a Benjamim (Gênesis 30:22,23).

O nome “José” vem do hebraico Yosep e significa “que Ele (Deus) acrescente (filhos)”, ou “possa Ele acrescentar”. Tal significado fica esclarecido em Gênesis 30:24. Popularmente, José, filho de Jacó, ficou conhecido como “José do Egito”. É claro que essa designação se dá por conta do modo com que Deus o exaltou entre os egípcios.

José nasceu em Padã-Harã, seis anos antes de Jacó retornar à Canaã. Nessa época o patriarca tinha cerca de 90 anos de idade. O período histórico mais provável em que José viveu talvez seja a era dos Faraós Hicsos, entre 1720 a 1570 a.C.

A história de José, o filho predileto
José era o filho preferido de Jacó, pois além de ser seu filho da velhice, também era o filho de Raquel. José ganhou uma túnica especial de Jacó (Gênesis 37:3), o que demonstrava sua predileção. Outro fato que exemplifica essa condição de filho preferido, é o episódio do reencontro entre Jacó e Esaú. Naquela ocasião José e Raquel foram colocados no lugar mais seguro da comitiva.

Alguns argumentam que a túnica que Jacó lhe deu de presente talvez fosse um sinal de que o pai pretendia fazer de José seu principal herdeiro. Porém, não há base realmente sólida par considerar essa hipótese como certa.

Os primeiros sonhos de José
Os irmãos de José nitidamente tinham certa inveja e descontentamento em relação a ele (Gênesis 37:4). Mas foi depois dos dois sonhos que José teve que a situação ficou ainda mais complicada (Gênesis 37:11).

Nesses dois sonhos, a família de José se curvava diante dele (Gênesis 37:6-9). Esses sonhos se cumpriram quando seus irmãos foram até o Egito para poder comprar trigo devido à fome que assolava a região (Gênesis 42:9). Na ocasião José já era o governador do Egito.

José foi vendido pelos seus irmãos
Certo dia, José foi enviado por seu pai para encontrar seus irmãos e verificar como estava o rebanho. Porém, motivados pelo ciúme, os irmãos de José planejavam matá-lo, mas foram impedidos pelo irmão mais velho, Rúben (Gênesis 37:22).

Então eles o lançaram em uma cova, e ao passar pelo local uma caravana de ismaelitas-midianitas, tiveram a ideia de vendê-lo. Por fim, quando a caravana chegou ao Egito, José foi vendido pelos midianitas à Potifar, que era oficial de Faraó.

José na casa de Potifar
José começou a prosperar na casa de Potifar, até que foi promovido à supervisor da casa (Gênesis 39:4). A esposa de Potifar começou a se interessar por José e tentou seduzi-lo (Gênesis 39:10). Porém José era temente a Deus, e rejeitou a mulher.

Na última tentativa de sedução, a mulher de Potifar conseguiu ficar com a roupa de José nas mãos. Então ela aproveitou para sua isso como ferramenta de acusação contra José. O marido acreditou na acusação feita pela esposa e mandou José para a prisão.

José foi preso no Egito e interpretou sonhos na prisão
A prisão que José estava no Egito era para presos políticos. Mesmo em um local hostil, José foi abençoado por Deus e logo ocupou uma posição de destaque entre os presidiários. Na prisão ele conheceu dois funcionários da corte de Faraó: o padeiro e o copeiro.

Ambos sonharam em uma mesma noite, e coube a José interpretar tais sonhos. Vale ressaltar que os sonhos na cultura oriental da época eram considerados presságios, e encarados com muita seriedade e importância na vida das pessoas.

O copeiro sonhou com uma videira de três ramos, que brotou, floresceu e deu uvas, as quais ele espremeu na taça de Faraó e entregou a ele. Esse sonho significava que dentro de três dias o copeiro seria tirado da prisão, e retornaria a posição original que lhe pertencia. Após interpretar o sonho, José pediu para que o copeiro se lembra-se dele quando estivesse com Faraó, para que ele pudesse ser libertado daquela prisão.

O padeiro, por sua vez, sonhou que sobre sua cabeça havia três cestos. No cesto de cima havia vários tipos de pães e doces que Faraó gostava, porém vinham aves e comiam da cesta que estava sobre sua cabeça. A interpretação desse sonho era que em três dias Faraó tiraria a cabeça do padeiro, pendurá-lo-ia em uma árvore e as aves comeriam a carne dele.

José interpretou o sonho de Faraó
Passando cerca de dois anos da interpretação dos sonhos na prisão, Faraó acabou sonhando. Nenhum de seus magos e conselheiros pôde lhe dar a interpretação. Foi aí que o copeiro se lembrou de José e falou dele para Faraó, que mandou chama-lo no palácio.

Faraó contou a José os sonhos que havia tido. No primeiro sonho, Faraó estava à beira do rio Nilo, e viu sair sete vacas gordas que começaram a pastar. Logo depois vieram sete vacas magras que comeram as vacas gordas. Mesmo após terem comido as vagas gordas, elas continuaram magras.

No segundo sonho, Faraó viu sete espigas de cereal que estavam boas e cresciam no mesmo pé. Depois ele viu brotar sete espigas secas e ruins que engoliram as sete espigas boas.

José então disse a Faraó que ambos os sonhos na verdade eram apenas um. Esse sonho correspondia ao que Deus iria fazer. Haveria sobre a terra do Egito sete anos de muita fartura, mas depois haveria sete anos de fome tão severa que fariam com que se esquecessem dos tempos de fartura.

José, o governador do Egito
Além de dar a José a interpretação do sonho, Deus também lhe concedeu sabedoria para que ele apresentasse um plano para Faraó, a fim de que o Egito conseguisse superar os sete anos de crise. Faraó então colocou José como segundo homem do Egito, abaixo apenas dele (Gênesis 41:41).

A função ocupada por José era chamada no Oriente Antigo de Vizir. Tratava-se do principal cargo administrativo que envolvia diversas funções, como por exemplo, ser encarregado do tesouro, da justiça e da execução e supervisão dos decretos reais.

Após ser colocado no cargo de governador do Egito, José recebeu o nome egípcio de Zafenate-Panéia (Gênesis 41:45), e se casou com Azenate, filha de um sacerdote de Om. José e Azenate tiveram dois filhos: Manassés e Efraim. Mais tarde, os dois filhos de José representariam o pai entre os filhos de Jacó, na distribuição das tribos de Israel.

José do Egito reencontra seus irmãos e seu pai
Com a fome que assolava a terra, crescia a fama de que o Egito tinha mantimento. Isso fez com que os irmãos de José fossem até lá em busca de socorro. Em um primeiro instante, apenas José os reconheceu (Gênesis 42:7,8). Mais tarde, porém, após alguns testes por parte de José (Gênesis 43:18), o governador do Egito revelou sua verdadeira identidade aos seus irmãos. Aquele foi um encontro carregado de emoção (Gênesis 45).

Após a revelação de sua identidade, José tratou de trazer seu pai e toda sua família para o Egito. Faraó também apoiou a sua decisão (Gênesis 47). Mais tarde, quando seu pai morreu, José cuidou dos preparativos para o sepultamento. Ele mandou que Jacó fosse embalsamado segundo o costume egípcio, e o sepultou em Canaã conforme era seu desejo (Gênesis 50).

A morte de José
Depois de sua longa história, José entendeu que tudo havia sido um plano de Deus, e que através de sua vida Israel foi preservado (Gênesis 45:7; 50:20). José então viveu o resto dos seus dias no Egito. Ele alcançou a terceira geração dos filhos de Efraim, e morreu com 110 anos de idade.

Antes de morrer, José relembrou a promessa que Deus havia feito aos seus pais (Abraão, Isaque e Jacó) de que seu povo herdaria a terra prometida. Então ele pediu para que quando Deus tirasse os israelitas dali, que seus restos mortais também fossem levado por eles.

Assim, José morreu confiante na promessa do Senhor. Mais tarde, Moisés lembrou do desejo de José e tirou seus ossos do Egito, conforme registrado no livro de Êxodo (13:19). José foi sepultado em Siquém, em um pedaço de terra que seu pai, Jacó, havia comprado (Josué 24:32).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

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