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quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

A DIVINDADE DE CRISTO


                                                      A DIVINDADE DE CRISTO
O cristianismo tem enfrentado através dos séculos as mais variadas correntes filosóficas e religiosas que inventam e reinventam um Cristo completamente estranho ao da Bíblia Sagrada. Este falso Cristo é uma figura que não pode cumprir o papel que Jesus cumpriu: trazer salvação àqueles que crêem em seu nome.
Uma forma muito eficaz de verificar se algum grupo religioso foge da ortodoxia cristã, que está fundamentada única e exclusivamente nas Sagradas Escrituras, é justamente a forma como este grupo enxerga a Jesus Cristo. Existem diversas interpretações sobre a pessoa e obra de Jesus Cristo. A cristologia destes grupos varia grandemente.
Jesus pode ser um médium ou mesmo um mestre iluminado, um simples profeta, um anjo, um “deus” de segunda categoria ou um ícone, um líder, um avatar de uma “era”, um espírito puro, um professor de alta moral, um veículo que recebeu o “cristo cósmico”. Jesus pode se tornar em qualquer aberração que esteja dentro do pensamento de uma mente insana, propensa a divulgar uma falsa revelação.
A palavra “Deus” está presente nas religiões e faz parte do entendimento religioso das pessoas. Falar sobre Deus e empregar termos como “se Deus quiser” ou mesmo “graças à Deus” é algo que não gera desconforto e é, num ponto de vista ecumênico, politicamente e religiosamente correto. As pessoas não ficam desconfortáveis. A realidade é que quando falamos sobre Jesus Cristo, e este crucificado, as pessoas não se sentem confortáveis. A simples menção do nome de Jesus pode gerar as mais variadas manifestações.
Mas por que, para estas pessoas, o nome de Jesus é tão desconfortável? Pois Jesus Cristo é Deus, e Ele mesmo afirmou isso, além é claro daqueles que testificaram sobre Sua vida e obra. Ele veio à terra, viveu como homem, esvaziou-se de Sua glória, não pecou, morreu na cruz, nos livrou do pecado, ressuscitou, está nos céus e voltará para buscar a Sua igreja. Jesus é o grande Eu Sou, venceu a morte, diferentemente dos tantos mestres, fundadores de religiões, iluminados e gurus dos grupos mais exóticos que existem. Por mais que nos esforcemos, por mais longo e detalhado que sejam os livros e tratados sobre Jesus, sempre ficaremos devendo. Jesus é superior; Jesus é Deus. Como foi muito bem definido por Russel Norman Champlin: “Qualquer tentativa de expor de modo breve e completo a identificação, o ministério e os ensino de Jesus, deve ser vista como algo semelhante à tentativa de pôr o oceano dentro de uma xícara. A grandeza de Jesus, sua subseqüente vastíssima influência, e nosso conhecimento relativamente exíguo de sua vida, ministério e ensinos, de pronto nos colocam em um dilema, porquanto qualquer esforço terá de ficar muito aquém do alvo de uma caracterização adequada de sua pessoa.” [1]
Antes de analisarmos biblicamente a divindade do Senhor Jesus, em confronto ao falso Cristo dos movimentos religiosos modernos, apresentaremos, de forma abreviada, como a igreja cristã defendeu-se das heresias históricas, que por muitas vezes voltam a tona, em nova roupagem, através de um novo grupo.

HERESIAS HISTÓRICAS

Muitos foram os grupos que tentaram criar um Cristo diferente durante a história do cristianismo, porém, todos foram devidamente respondidos pela igreja, que pela graça trouxe a refutação às doutrinas heterodoxas que tentavam se implantar no meio dos cristãos, através dos concílios. Vejamos como isso ocorreu e o grupo que foi refutado:

Arianismo

Este movimento possui este nome pois foi liderado por Ário (250-336 d.C.), que fora presbítero de Alexandria entre o fim do século 3 e início do século 4 depois de Cristo. Ário não admitia que Jesus era Deus, o Verbo encarnado. Ele acreditava que isso implicaria na aproximação entre o cristianismo e o paganismo, já que as religiões pagãs crêem na existência de diversos deuses. Ário acreditava que Jesus teve um começo, ou seja, que foi criado por Deus.
Sua idéia é que houve tempo em que Jesus não existiu, ou seja, que este fora criado por Deus, isso implica que Jesus não é eterno. O Arianismo teve suas doutrinas refutadas quando Ário foi confrontado por Atanásio (296-373 d.C.), num concílio convocado pelo imperador Constantino, que contou com a presença de mais de 300 bispos. Este evento ocorreu na cidade de Nicéia, em 325, e deste concílio surgiu o Credo Niceno, no entanto, a cristologia ariana permaneceu, e nos dias de hoje está presente em grupos como Cristadelfianismo, Testemunhas de Jeová e com alguns traços no Mormonismo.

Apolinarianismo

Devido a Apolinário (310-390 d.C.), que fora Bispo de Laodicéia no fim do século 4, defender uma cristologia heterodoxa, esta recebeu seu nome. Enquanto o Arianismo defendia que Cristo não era Deus, o Apolinarianismo ia contra o ensino que Cristo possui a natureza humana, alegando que Cristo era apenas Deus, indo contra a doutrina da encarnação, onde o Verbo se fez carne e habitou entre nós, que está muito evidente no capítulo 1 do Evangelho de João.

O ponto crítico desta corrente girava em torno do conceito da mente de Cristo. Segundo Apolinário, Cristo possuía mente (ou espírito) divino, o que o impossibilitaria de passar por tentações genuínas. Segundo Hebreus 2.14-17, Jesus participou de humanidade como a nossa, para que houvesse o completo efeito da expiação. Os ensinos do apolinarianismo também foram declarados heréticos, através do Concílio de Constantinopla (381), onde os teólogos Basílio – “O Grande”, Gregório – Bispo de Constantinopla, e Gregório – Bispo de Nissa, também conhecidos como Pais Capadócios, o rejeitaram de forma veemente. Apesar de Apolinário ter levantado certo grupo de discípulos, seus ensinos não permaneceram e seu movimento se desfez.

Nestorianismo

Esta doutrina está baseada nos ensinos de Nestório, que fora um pregador famoso em Antioquia, e desde 428 d.C., Bispo de Constantinopla. Seus ensinos foram refutados no Concílio de Éfeso, em 431. O Nestorianismo ensinava que a pessoa divina de Cristo e sua pessoa humana estavam divididas e com vontades divididas, mas residindo no mesmo corpo. Cirilo de Alexandria refutou os falsos ensinos do Nestorianismo.

Eutiquianismo

Também conhecida por Monofisismo, esta concepção de Cristo foi formulada por Eutiques (ou Êutico, 378-454 d.C.), que fora líder de um mosteiro em Constantinopla. O Eutiquianismo ensinava que a natureza divina de Jesus havia absorvido a natureza humana, gerando conseqüentemente um ser com uma terceira natureza. Esta doutrina é preocupante pois anula Cristo como verdadeiro Deus e como verdadeiro homem, o único que pode nos trazer salvação. Este falso ensino foi refutado em 451 no Concílio de Calcedônia.
Neste concílio reuniram-se 600 bispos, que pelo debate contra o Eutiquianismo formularam uma confissão de fé que elucidou a humanidade e a divindade de Jesus Cristo. Esta confissão cristológica permeia a crença das igrejas Orientais Ortodoxas, Católico Romana e as igrejas oriundas da Reforma Protestante, salvo as correntes pseudocristãs que durante a história trouxeram falsos ensinos que perverteram a cristologia ortodoxa.
Devido a importância que a confissão formulada no Concílio de Calcedônia possui, é muito importante citar a mesma na íntegra. Esta confissão também é conhecida como Definição de Calcedônia: “Portanto, conforme os santos pais, todos nós, de comum acordo, ensinamos os homens a reconhecer um e o mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, totalmente completo na divindade e completo em humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, que consiste também de uma alma racional e um corpo; da mesma substância (homoousios) com o Pai no que concerne à sua divindade e ao mesmo tempo de uma substância conosco, concernente à sua humanidade; semelhante a nós em todos os aspectos, exceto no pecado; concernente à sua divindade, gerado do Pai antes das eras, ainda que também gerado como homem, por nós e por nossa salvação, da virgem Maria; um e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, reconhecido em duas naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação; a distinação das naturezas de maneira alguma anula-se pela união; mas, pelo contrário, as características de cada natureza são preservadas e reunidas, para formar uma pessoa e substância [hypostasis], mas não partidas ou separadas em duas pessoas, mas um e o mesmo Filho e Deus Unigênito, o Verbo, Senhor Jesus Cristo; assim como os profetas dos tempos antigos falaram dele e o próprio Senhor Jesus Cristo nos ensinou e o credo dos pais foi transmitido para nós.”

UM JESUS ALTERNATIVO

Definitivamente, vivemos tempos de apostasia. Conheço um homem cujo pai, após servir por mais de 30 anos em uma igreja verdadeiramente cristã, apostatou da fé e ingressou da noite para o dia em uma seita que nega de forma veemente o Senhor Jesus. A apostasia não é surpreendente, já que “o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1).
A cada dia surge um novo grupo, um novo líder e uma falsa revelação, e na grande maioria das vezes, surge um novo Jesus. Os grupos heterodoxos tem sido criativos ao extremo na criação de um Jesus diferente, que se encaixe neste grupo. O que todos estes grupos tem em comum é a satânica intenção de provar que Jesus não é o Deus Eterno, Deus Filho, o Verbo Encarnado (Is 9.6; Jo 1.1-5). Vejamos quem é este Jesus alternativo:

Amorc – Rosacruz

Para os adeptos dos ensinos da AMORC – Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis, a pessoa de Jesus não recebe muito crédito. Crêem que Jesus de Nazaré foi apenas uma espécie de receptor do espírito de Cristo, o Cristo Cósmico. Jesus foi um mero mestre, que não morreu na cruz, não concedeu perdão aos pecados, não salvou a humanidade de seus delitos e, conseqüentemente, não é Deus. Tudo isso satisfaz o gosto das seitas ocultistas, que pregam que Jesus foi mais um iluminado que passou pela terra para apenas nos ensinar preceitos morais.

Testemunhas de Jeová

A Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados – STV – nome oficial do grupo, criou (ou recriou) um Jesus diferente. A Cristologia da STV está baseada na heresia de Ário (Arianismo), explicada anteriormente. Crêem que Jesus é um deus inferior, e tentam provar isto através de suas variadas literaturas. Chegaram a ponto de criar sua própria Bíblia (Tradução do Novo Mundo – TNM), com absurdas perversões do texto original, alterando, por exemplo, João 1.1, onde se lê, na TNM que a “Palavra era [um] deus”. Com isso, negam a divindade de Cristo, e além disso, afirmam que Jesus foi criado, que morreu numa estaca de tortura (não na cruz) e que antes de vir à terra era o arcanjo Miguel. Negam abertamente que Jesus possua os atributos divinos e que ele tenha afirmado ser Deus. Um estudo detalhado em manuais de Heresiologia, demonstrará as diversas incoerências e contradições da STV.

Espiritismo Kardecista

Os espíritas também negam a divindade de Jesus. Para Allan Kardec, fundador do espiritismo (ou decodificador, como alegam os espíritas), Jesus era um simples ser humano que não afirmou ser Deus. A crença do espiritismo está baseada nos escritos de Kardec, basicamente “O Livro dos Espíritos” e “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, já que não consideram a Bíblia como a inerrante Palavra de Deus, utilizando-a de forma esporádica e distorcida. No entendimento deste grupo. Jesus era apenas um espírito puro enviado por Deus para levar a humanidade à evolução. Negam a ressurreição corporal do Senhor e afirmam que os milagres são fenômenos mediúnicos. Como crêem na reencarnação, não aceitam o sacrifício de Jesus na cruz para remissão dos pecados, já que, através da reencarnação, a humanidade está “em evolução”.

Mormonismo

O Jesus da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, nome oficial da igreja dos Mórmons, é um falso Cristo criado por Joseph Smith, fundador do mormonismo, e pelos presidentes que o sucederam, bem como pelos profetas e apóstolos que continuaram o trabalho de desenvolvimento do grupo. Este Jesus não foi gerado pelo Espírito Santo, mas foi concebido através de relações sexuais entre Elohim (Deus Pai) e Maria. Jesus foi casado, e não apenas com uma mulher, pois na crença mórmon Ele era polígamo. Jesus é apenas o mais velho dos irmãos dos homens, além de ser também irmão de Lúcifer. Os ensinos mórmons são tão blasfemos quanto de qualquer outra seita que não crê no verdadeiro Jesus.

Seicho-No-Ie

Jesus não tem muita importância para os adeptos desta seita. Masaharu Taniguchi, fundador do movimento, é mais citado nos ensinamentos do grupo que Jesus. No entendimento da Seicho-No-Ie, o pecado, o mal, as doenças, a pobreza e toda e qualquer moléstia que o ser humano possa sofrer, não passa de ilusão produzida na mente, e pela mente o ser humano pode mudar sua realidade, através de pensamentos positivos. Como negam a realidade do pecado e do sofrimento, rejeitam o sacrifício realizado por Jesus, e como não poderia deixar de ser, também negam a divindade de Jesus.

Movimento Nova Era

Os adeptos do Movimento Nova Era acreditam que Jesus foi apenas um mestre iluminado que inaugurou a “Era de Peixes”, que dura de 4 d.C. até 2146 d.C., quando virá a “Era de Aquarius”. Os adeptos deste movimento, que não possui um ponto de referencia pois é composto pelos mais variados círculos ocultistas, lançam sua fé em toda sorte de métodos de adivinhação, esoterismo e feitiçaria, deixando o cristianismo de lado, já que o mesmo está morrendo com o fim da Era de Peixes. Jesus não é Deus para os adeptos da Nova Era, sendo considerado como mero mestre moralista, um iluminado, assim como Buda, Confúcio ou outro guru. Jesus se “vestiu com o Cristo Cósmico”, para então fundar um padrão moral que está se tornando obsoleto com o advento da Era de Aquarius.
Através desta pequena amostra, é possível verificar que existem diversos tipos de Jesus a disposição. Em qual Jesus você tem crido? No Jesus destes grupos que mencionamos? No Jesus de tantos outros grupos que perverteram o Evangelho por interesse próprio? Vejamos o que os registros bíblicos falam sobre Jesus. O verdadeiro Jesus.

AFIRMAÇÕES ACERCA DA DIVINDADE DE CRISTO

O AT mostra, em diversas passagens, a vida de Cristo, seu caráter, seu sofrimento, sua divindade e muitas outras coisas relacionadas a Ele. Os críticos da Bíblia e aqueles que não aceitam a divindade de Cristo e as predições quanto a Ele, alegam que os cristãos usurpam o AT, tentando vincular as profecias aos feitos registrados no NT. Alegam que os profetas e que aqueles que viveram nos tempos em que os registros do AT foram feitos sequer sabiam que os mesmos se referiam a Jesus Cristo. Com certeza, as palavras de Norman Geisler e Frank Turek são exatas para responder este questionamento: “Pode ser verdade que certas profecias messiânicas do AT tenham se tornado claras apenas à luz da vida de Cristo. Mas isso não significa que tais profecias sejam menos impressionantes. Veja da seguinte maneira: se não podemos fazer as peças de um quebra-cabeça terem sentido sem a tampa da caixa, por acaso isso significa que ninguém criou o quebra-cabeça? Não. Isso significa que não existe um projeto no quebra-cabeça? Não. De fato, assim que se vê a tampa da caixa, rapidamente percebe-se não apenas de que maneira os pedaços se encaixam, mas quanto projeto foi requerido para planejar as peças dessa maneira. Do mesmo modo, a vida de Jesus serve como a tampa da caixa para muitas peças do quebra-cabeça profético encontrado por todo o AT (…). Alguns já resumiram essa questão da seguinte maneira: no AT, Cristo está oculto; no NT ele é revelado. Embora muitas profecias sejam claras de antemão, algumas só podem ser vistas à luz da vida de Cristo. Aquelas que se tornam claras depois de Cristo não deixam de ser um produto do projeto sobrenatural como o são aquelas que já estavam claras antes de Cristo.” [2]

As profecias do AT não podem, em hipótese alguma, ser confundidas com predições de médiuns e adivinhos. Elas são perfeitas e seu cumprimento em Cristo é muito claro:
“É importante observar certas coisas singulares das profecias bíblicas. Ao contrário de predições mediúnicas, muitas delas são bem específicas, dando, por exemplo, o nome da tribo, cidade e época da vinda de Cristo. Ao contrário de predições encontradas em horóscopos de jornal, nenhuma dessas predições falhou. Já que essas profecias foram escritas centenas de anos antes de Cristo nascer, os profetas não poderiam avaliar as tendências da época ou adivinhado. Muitas predições estavam além da habilidade humana de manipular um cumprimento. Se fosse um simples ser humano, Cristo não teria controle sobre quando (Dn 9.24-27), onde (Mq 5.2) ou como nasceria (Is 7.14), como morreria (Sl 22; Is 53), nem faria milagres (Is 35.5,6), nem ressuscitaria dos mortos (Sl 2, 16) (…).

Mas não é apenas a improbabilidade lógica que elimina a teoria de que Jesus manipulou os cumprimentos de profecias a seu respeito; é moralmente implausível que o Deus onipotente e onisciente permitisse que seus planos de cumprimento profético fossem arruinados por alguém que por acaso estava no lugar certo na hora certa. Deus não pode mentir (Tt 1.2) e não pode deixar de cumprir uma promessa (hb .18). Portanto, devemos concluir que ele não permitiu que suas promessas proféticas fossem frustradas pelo acaso. Toda evidência indica Jesus como o cumprimento divinamente determinado das profecias messiânicas. Ele era o homem de Deus, confirmado pelos sinais de Deus (At 2.22).” [3]
Portanto, citamos algumas profecias e textos do AT que se relacionam e ligam a pessoa de Deus Pai e Jesus Cristo: [4]

Textos do AT relacionados a Cristo

Texto do AT Cumprimento no NT Referente

Sl 22.1 Mt 27.46 O angustiante clamor do Messias
Sl 22.7,8 Mt 27.29, 41-44; Mc 15.18,29-32; Lc 23.35-39 A multidão zomba de Jesus
Sl 22.18 Mt 27.35; Mc 15.24; Lc 23.34; Jo 19.24 Lançam sortes sobre as vestes de Cristo
Sl 34.20 Jo 19.31-36 Os ossos do Messias não são quebrados
Sl 41.9 Jo 13.18 O Messias é traído por um amigo
Sl 69.21 Jo 19.29 A sede lancinante do Messias
Sl 118.22,23 Mt 21.42-44; Mc 12.10-12; Lc 20.17-19; At 4.10-11; 1 Pe 2.7,8 A pedra rejeitada converte-se em pedra angular
Is 6.9,10 Mt 13.14-15; Mc 4.12; Lc 8.10; Jo 12.37-41 Corações fechados ao Evangelho
Is 7.14 Mt 1.18-23; Lc 1.26-35 Nascimento virginal do Messias
Is 9.1-2 Mt 4.13-16; Mc 1.14-15; Lc 4.14,15 O ministério começa na Galiléia
Is 9.7 Jo 1.1,18 O Messias é Deus
Is 11.10 Rm 15.12 A salvação à disposição dos gentios
Is 40.3-5 Mt 3.3; Mc 1.3; Lc 3.4-6; Jo 1.23 O precursor de Cristo, uma voz no deserto
Is 53.1 Jo 12.38; Rm 10.16 Israel não crê no Messias
Is 53.3 Jo 1.11 O Messias é rejeitado pelo seu próprio povo
Is 53.4,5 Mt 8.16,17; Mc 1.32-34; Lc 4.40-41; 1 Pe 2.24 Ministério curador do Servo do Senhor
Is 53.7,8 Jo 1.29,36; At 8.30-35; 1 Pe 1.19; Ap 5.6,12 O Cordeiro sofredor de Deus
Is 53.9 Hb 4.15; 1 Pe 2.22 O Servo do Senhor não comete pecado
Is 53.9 Mt 27.57-60 O Messias é sepultado no sepulcro de um homem rico
Is 53.12 Mt 27.38; Mc 15.27,28; Lc 22.37; Lc 23.33; Jo 19.18 O Servo do Senhor é contado com os transgressores
Is 60.1-3 Mt 2.11; Rm 15.8-12 Os gentios vêm adorar o Messias
Jr 31.31-34 Lc 22.20; 1 Co 11.25; Hb 8.8-12; Hb 10.15-18 Jesus Cristo é o novo concerto
Ez 37.24,25 Jo 10.11,14,16; Hb 13.20; 1 Pe 5.4; Ez 37.26; Lc 22.20; 1 Co 11.25 O Bom pastorO eterno concerto de paz do Messias
Dn 7.13,14 Mt 24.30; Mt 26.64; Mc 13.26; Mc 14.62; Lc 21.27; Ap 1.13; Ap 14.14 A vinda do Filho do Homem
Zc 11.12,13 Mt 27.1-10 Trinta moedas de prata por um campo de oleiro
Ml 3.1 Mt 11.7-10; Mc 1.2-4; Lc 7.24-27 O precursor do Messias
Títulos de Deus em Jesus Cristo
Texto do AT Título Texto do NT
Sl 23.1 Pastor Jo 10.11
Is 44.6 Primeiro e Último Ap 1.17
Jl 3.12 Juiz Mt 25.31
Is 62.5 Noivo Mt 25.1
Sl 27.1 Luz Jo 8.12
Is 43.11 Salvador Jo 4.42
Is 42.8 Glória de Deus Jo 17.5
1 Sm 2.6 Doador da Vida Jo 5.21

Os discípulos de Cristo e suas afirmações

Os registros que os discípulos fizeram sobre as palavras, as obras e quem Cristo é, deixam muito claro que o Senhor é verdadeiramente Deus Salvador. O contexto religioso em que os discípulos viviam poderia ser uma barreira aos mesmos, afinal, aceitar as palavras de um homem que afirmou ser Deus, na cultura e concepção de quem Deus é para os judeus, seria impossível, se Jesus realmente não fosse quem Ele disse ser.

“A maioria dos seguidores de Jesus eram judeus de profundas convicções religiosas, que acreditavam em apenas um Deus verdadeiro. Eram monoteístas até o fundo da alma, e, no entanto, reconheceram-no como o Deus encarnado. Devido à sua profunda formação rabínica, Paulo ainda teria menos probabilidade de atribuir divindade a Jesus, adorar um homem de Nazaré e chamá-lo Senhor. Mas foi exatamente o que ele fez. Reconheceu o cordeiro de Deus (Jesus) como sendo Deus.” [5]
Citamos também a brilhante definição feita por C.S. Lewis quanto à afirmação de Cristo dentro do panorama vivido naquele tempo: “Dentre esses judeus, surge de repente um homem que fala por toda parte como se fosse Deus. Arroga a si mesmo o direito de perdoar os pecados. Afirma que sempre existiu. Diz que virá julgar o mundo no fim dos tempos. Ora, devemos tentar entender com toda a clareza o que isso significa. Num povo panteísta, como os hindús, qualquer um poderia proclamar com toda a paz que era uma parte de Deus ou que era uma só coisa com Ele: não haveria nada de muito surpreendente nisso. Mas esse homem era judeu, e portanto não poderia referir-se à esse tipo de Deus. Deus, na linguagem dos judeus, era o Ser transcendente ao mundo, fora do mundo, Aquele que tinha criado o universo e era infinitamente diferente desse universo. Quando tivermos entendido o que isto quer dizer, compreenderemos que o que esse homem proclamava constituía simplesmente a afirmação mais chocante que jamais foi proferida por lábios humanos.” [6]
De fato, nos tempos modernos, teólogos liberais, ecumênicos e os grupos que não querem aceitar o Senhor como Deus, querem aceitá-lo como simples “mestre moralista”. Vejamos se, mesmo dentro do contexto religioso dos judeus, os discípulos o aceitaram como simples homem e mestre de moral.
Em todo NT, podemos verificar as afirmações que os discípulos fizeram sobre Cristo: Jesus foi chamado por eles de:
– Primeiro e último: Ap 1.17; 2.8; 22.13
– A verdadeira luz: Jo 1.19
– Rocha ou pedra: 1 Co 10.4; 1 Pe 2.6-8
– Esposo: Ef 5.28-33; Ap 21.2
– Supremo pastor: 1 Pe 5.4
– Grande pastor: Hb 13.20
– Redentor: Tt 2.13; Ap 5.9
– Perdoador de pecados: At 5.31; Cl 3.13
– Salvador do mundo: Jo 4.42
– Juiz dos vivos e mortos: 2 Tm 4.1

Todos estes títulos estão ligados à Deus no AT. É simplesmente inconcebível que um simples mestre moralista fosse definido por títulos que são atributos divinos. Além dos atributos, os discípulos ainda atribuíram a Jesus Cristo:
– Poderes de Deus: Ressuscitou dos mortos (Jo 5.21; 11.38-44), perdoar pecados (At 5.31; 13.38), criador (Jo 1.2; Cl 1.16), sustentação do universo (Cl 1.17).
– Associação dos nomes: Relacionando o nome de Jesus a Deus Pai, para orações e ações (At 7.59; 1 Co 5.4; Gl 1.3; Ef 1.2; Mt 28.19; 2 Co 13.14).
– Chamaram Jesus de Deus: Tomé, ao ver as marcas de Jesus (Jo 20.28), Paulo, afirmando a plenitude divina em Cristo (Cl 2.9), e como grande Deus e Salvador (Tt 2.13), Cristo como Deus, antes da encarnação (Fp 2.5-8) e o autor de Hebreus (Hb 1.3,8), João, em sua afirmação quanto ao Verbo (Jo 1.1), Felipe, pregando ao Eunuco (At 8.35-38), Estevão, na sua grande defesa (At 7), Pedro e João nas epístolas (1 e 2 Pe; 1, 2 e 3 Jo), e Judas em (Jd 4).
Fica muito evidente que os discípulos entenderam muito bem as palavras de Jesus, e afirmaram corretamente Sua divindade. Estes textos citados são uma amostra pequena daquilo que está claramente exposto e definido ao longo do NT, quanto à pessoa de Jesus. Permitiu Deus, que além dos escritos neotestamentários, houvesse ainda o testemunho dos pais da igreja. Citamos, por exemplo, palavras de Ireneu de Lião: [7]
“Disse [João], portanto, corretamente: ‘No Princípio era o Logos [Verbo]‘, de fato estava no Logos, e ‘o Logos estava com Deus’, assim como estava o Princípio, e o Logos era Deus, por conseqüência, porque o que nasceu de Deus é Deus”. [8]
O peso das declarações de Ireneu é muito grande para os cristãos. Mesmo assim, alguns grupos heterodoxos como as Testemunhas de Jeová, insistem em afirmar que Jesus é um “deus” de segunda categoria. Como vimos, chegaram a criar uma versão da Bíblia, a Tradução do Novo Mundo, que procura de Gênesis a Apocalipse negar a divindade de Jesus. Mas para o cristão que tem plena convicção de sua fé e que fundamentado na Bíblia Sagrada crê, inabalavelmente na divindade de Cristo, o testemunho de Ireneu serve para fortalecer ainda mais a fé: “…segundo o beneplácito do Pai invisível, diante do Cristo Jesus, nosso Senhor, Deus, Salvador e Rei, todo joelho se dobre nos céus, na terra e nos infernos, e toda língua o confesse.” [9]
E ainda o testemunho de Ireneu quanto ao que a própria Escritura afirma sobre Cristo como pleno homem de Deus: “Já demonstramos pelas Escrituras que nenhum dentre os filhos de Adão é chamado Deus ou Senhor, no sentido absoluto da palavra; e que somente ele, à diferença de todos os homens de então, foi proclamado, na plena acepção do termo, Deus, Senhor, Rei eterno, Filho único e Verbo encarnado, por todos os profetas, pelos apóstolos e pelo próprio Espírito; é realidade que pode ser constatada por todos que atingiram ainda que ínfima parcela da verdade (…). Por um lado, ele é homem sem beleza, sujeito ao sofrimento, montado num burrinho, dessedentado com vinagre e fel, desprezado pelo povo, descido à região da morte; por outro, é o Senhor santo, o Conselheiro admirável, sobressaindo pela beleza, o Deus forte, que há de vir nas nuvens juiz universal. Tudo isso foi prenunciado pelas Escrituras à respeito dele”. [10]
Fica muito claro, por tudo que foi apresentado e por todo testemunho que está registrado nas páginas da Bíblia que os discípulos sabiam muito bem em quem criam e que este é o Cristo, Jesus, Deus. Vejamos então a mais sólida das declarações quanto a divindade de Jesus: as Suas próprias declarações.
AFIRMAÇÕES DE JESUS: DIRETAS E INDIRETAS
Por maior que seja o esforço daqueles que tentam convencer os incautos que Jesus não é Deus, nunca tal esforço encontrará respaldo bíblico. A Bíblia é muito clara nas declarações que Jesus fez quanto a si próprio no que diz respeito à sua divindade.

Declarações diretas

As seguintes declarações são afirmações diretas de Jesus quanto à sua divindade. Em muitos casos, suas afirmações estão diretamente ligadas à referencias do AT que falam sobre Deus. Será que um homem sábio, um médium, um mero profeta ou um mestre de moral, como muitos dizem que Jesus foi, ousaria fazer as declarações que Jesus fez? Ousaria um mero homem fazer tais declarações?
Marcos 2.5-12: “E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: filho, perdoados estão os teus pecados” (v. 5). Jesus perdoou os pecados daquele homem. Quem mais pode perdoar pecados senão Deus? Esta pergunta que ecoa de forma surpreendente foi a mesma que os escribas fizeram a Jesus (v. 7). Sem dúvidas, esta é uma das grandes declarações de Cristo quanto à sua divindade. E Ele foi além, pois perdoou os pecados (v.5), exortou os escribas (v. 8-10) e curou o homem de sua enfermidade (v. 11), o que foi motivo de grande glorificação (v. 12).

Lee Strobel, no livro “Em Defesa de Cristo”, entrevistou Donald A. Carson, doutor em NT, especialista em diversas áreas teológicas, incluindo o estudo do Jesus histórico. Para Carson, uma das grandes evidências da divindade de Cristo é o perdão de pecados: “De todas as coisas que Ele fez, a que mais me surpreende é o perdão de pecados (…). Se você faz alguma coisa contra mim, tenho o direito de perdoá-lo. Todavia, se você faz algo contra mim e aí vem uma pessoa e diz ‘eu lhe perdôo’, que ousadia é essa? A única pessoa capaz de pronunciar genuinamente essas palavras é Jesus, porque o pecado, mesmo se cometido contra outras pessoas, é, antes de tudo e principalmente, um desafio a Deus e às suas leis (…). Aparece então Jesus e diz aos pecadores: ‘os seus pecados estão perdoados’. Os judeus imediatamente viram nisso uma blasfêmia. Eles reagiram dizendo: ‘quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus?’” [11]
As palavras do Dr. D.A. Carson são perfeitas para explicação do contexto do texto citado. Jesus exerceu sua autoridade divina, perdoando os pecados daquele homem, logo, fica claro que Jesus, através de tal afirmação, declara que é Deus. C.S. Lewis soube expressar muito bem esta questão, pois considera também que tal atitude (perdoar pecados) só pode ser tomada por Deus, pois o perdão de pecados – de todos pecados – só a Deus pertence: “Contudo, foi exatamente isso que Cristo fez: dizia às pessoas que os pecados delas estavam perdoados, sem se deter um só momento a perguntar aos que efetivamente tinham sido prejudicados por esses pecados se estavam de acordo (…). Na boca de qualquer outra pessoa que não fosse Deus, essas palavras significariam algo que me parece uma estupidez e uma vaidade sem paralelo em qualquer outro personagem da história”. [12]
Marcos 14.61-64: “Mas ele calou-se, e nada respondeu. O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar, e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito? E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu. E o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que necessitamos de mais testemunhas? Vós ouvistes a blasfêmia, que vos parece? E todos o consideraram culpado de morte.”
Jesus chamou a si por “Filho do Homem” em outras passagens (Mt 8.20; 9.6; 12.40; 13.41; Lc 18.8; 19.10; 21.36), mas a narrativa de Mc 14.61-64 tem em si uma afirmação muito sólida. Vejamos os fatos:
a) A referência que Jesus fez, ao chamar a si por “Filho do Homem” encontra-se no livro de Daniel, capítulo 7. Os versículos 13 e 14 dizem: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do Homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal que não será destruído.” Esta referência profética trata de Deus, como está muito claro no texto.
b) Caifás e seus assistentes entenderam muito bem o que Jesus disse a eles com a resposta direta “eu sou”. Jesus afirmou ser o Filho do Homem, em referência à Daniel 7, e isso gerou em Caifás e nos seus tamanho escândalo que o mesmo rasgou suas vestes e acusou Jesus de blasfêmia. Aqueles homens entenderam que Jesus afirmou ser Deus.
c) Tal afirmação de Jesus diante do Sinédrio, reivindicando ser Deus e digno de adoração (e todos sabem que apenas Deus é digno de adoração), resultou em definitivo no sacrifício da cruz, pois daquele momento em diante iniciou-se o sofrimento de Jesus, seus flagelos, escárnio e finalmente a morte na cruz.
Mas se esta afirmação gerou tamanha conseqüência e Cristo estava consciente disso, por que Ele não voltou atrás em sua posição? Se Ele, ao ver o escândalo do Sinédrio com sua afirmação, não alegou estar enganado? Se ao ver que estava sendo condenado à morte não alegou ser um louco? A resposta está nos fatos! Está muito evidente nas passagens que foram citadas que Jesus sabia muito bem o caráter de sua missão redentora; sabia muito bem quem Ele era (e é); sabia de sua divindade; sabia que era o Cordeiro de Deus, o Verbo Encarnado. Não cabe outra interpretação quanto à pessoa de Jesus.
João 8.58-59: “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou. Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou”.
Nesta narrativa do Evangelho de João, mais uma grande afirmação da divindade de Jesus. Ele disse, no versículo 58, “eu sou”, mas neste caso não é uma simples resposta direta à uma pergunta direta. Os judeus estavam interrogando, nos versículos anteriores, como Jesus, se não tinha nem cinqüenta anos, já tinha visto Abraão. Com a resposta “eu sou”, Jesus afirmou ser Deus. Novamente Jesus apóia sua declaração no AT. Ao afirmar que sabia quem era Abraão, Jesus fazia menção de sua eternidade, atributo divino, relacionando assim sobre quem Ele era antes da encarnação. João 8.58 está diretamente ligado a Êxodo 3.14: “E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós”.
A evidência que os judeus entenderam que Jesus afirmou ser o “Eu sou” de Êxodo 3.14, está na imediata reação dos mesmos, quando quiseram apedrejar Jesus por blasfêmia (v. 59). Desta forma estava sendo o Senhor acusado de blasfêmia pois declarou, com suas próprias palavras, ser Deus.
João 10.30-38: “Eu e o Pai somos um” (v. 30).
Assim como em João 8.58, quando Jesus afirmou sua divindade e a reação e repercussão foram imediatas, nesta passagem não poderia ser diferente. Os judeus pegaram em pedras para apedrejar Jesus (v. 31), acusando-o de blasfêmia (v. 33).
Assim como as demais afirmações de Jesus, temos aqui uma passagem que demonstra que Deus Pai, Deus Filho e o Espírito Santo possuem personalidades próprias, tendo unidade de natureza, e essa unidade é exatamente a pedra fundamental da doutrina da Santíssima Trindade. O Deus triúno possui uma só essência, mas três pessoas distintas.

Jesus não recuou de sua afirmação pois Ele é o Messias prometido no AT, Deus encarnado, o Verbo eterno.
João 17.5: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”.
Vejamos o seguinte, Deus disse em Isaías 42.8 que “a minha glória, pois, a outrem não darei”, e Jesus reivindica glória, além de declarar que já existia e que esta existência se dava junto ao Pai (confira João 1.1). Isso implica em:
a) Jesus é Deus, pois possui a mesma glória que o Pai;
b) Implica novamente na exposição da Trindade;
c) Demonstra um atributo divino na pessoa de Jesus: a eternidade.
Portanto, ao contrário do que os críticos tem defendido, Jesus afirmou de maneira clara que é Deus. Isso demonstra que os críticos carecem de boa interpretação das claras e objetivas declarações de Jesus. Ele não é um mero líder revolucionário ou um simples fundador de uma nova religião. Ele é Deus e afirmou isso. Ele é o caminho, a verdade e a vida (João 14.6).

Segundo Mcdowell e Stewart:

“Buda não reivindicou ser Deus; Moisés nunca disse ser Jeová; Maomé não se identificou como Alá; e em nenhum lugar encontramos Zoroastro reivindicando ser Ahura Mazda. Mas Jesus, o carpinteiro de Nazaré, disse que quem visse a Ele (Jesus) via o Pai (João 14.9)”. [13]

É isso que faz Jesus diferente, sua plena divindade. Nas demais religiões o que importa são os ensinos e não o mestre. No cristianismo o centro de tudo é a pessoa de Jesus Cristo. Jesus encaixa-se perfeitamente nos atributos divinos descritos pelas Sagradas Escrituras:

– Onisciência: João 16.30 – “Agora sabemos que sabes tudo, e não precisas de que alguém te interrogue. Por isso cremos que saíste de Deus”. Ou seja, Jesus como Deus Filho, sabe de todas as coisas;

– Onipresença: Mateus 28.20 – “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Mateus 18.20 – “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. Jesus é Deus, e está presente em todos os lugares.

– Onipotência: Mateus 28.18 – “É me dado todo o poder no céu e na terra”. Todo poder pertence a Deus. Jesus tem todo poder.

– Imutabilidade: Hebreus 13.8 – “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente”. Jesus não muda, pois Deus não muda. Não há Nele mudança ou sombra de variação.

Declarações Indiretas

Muitas são as declarações indiretas quanto à divindade de Jesus, mas quero registrar aqui apenas o que julgo mais evidente, em termos indiretos: a adoração.
Deus é muito claro ao afirmar que apenas Ele é digno de adoração, proibindo a adoração a qualquer coisa ou pessoa que não seja Deus (Êx 20.1-4; Dt 5.6-9; At 14.15; Ap 22.8,9). Mas Jesus aceitou ser adorado e a adoração que Ele recebeu e aceitou se deu, por exemplo, nas seguintes ocasiões:
– Mateus 8.2: “E, eis que veio um leproso, e o adorou”. Um leproso que foi curado por Jesus o adorou.
– Mateus 9.18: “Eis que chegou um chefe, e o adorou”. Um dirigente da sinagoga.
– Mateus 14.33: “Então aproximaram-se os que estavam no barco, e adoraram-no”. Os discípulos na tempestade.
– Mateus 15.25: “Então chegou ela, e adorou-o”. A mulher Cananéia.
– Mateus 20.20: “Com seus filhos, adorando-o”. A mãe de Tiago e João.
– Marcos 5.6: “E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o”. O endemoninhado geraseno.
– João 9.38: “Ele disse: creio Senhor. E o adorou”. O homem cego que fora curado por Jesus.
– Mateus 28.17: “E, quando o viram, o adoraram”. Todos os discípulos de Jesus.
– João 20.28: “Senhor meu, e Deus meu”! A declaração de Tomé quanto a quem é Jesus.
Está demonstrado. É muito evidente. Jesus disse ser Deus, os Seus discípulos o confessaram, Ele foi prometido no AT, realizou atos divinos, possui títulos divinos e foi adorado como Deus. Segundo Norman Geisler: “Todas essas pessoas adoraram a Jesus sem uma palavra de repreensão por parte Dele. Jesus não apenas aceitou essa adoração, como até mesmo elogiou aqueles que reconheceram sua divindade (Jo 20.29; Mt 16.17). Isso só poderia ser feito por uma pessoa que considerava seriamente ser Deus.” [14]
E então? Seria possível, diante de tamanhas declarações e evidências considerar Jesus um mero moralista? As considerações e conclusões sobre esta pergunta ficam a cargo do leitor. Mas para fechar esta questão, julgo importante e absolutamente necessário citar três declarações de grandes apologistas.

C.S. Lewis

“Com isso, tento evitar que alguém caia na suprema tolice em que muitas vezes se incorre a respeito de Cristo: ‘Sim, estou disposto a aceitar que Jesus foi um grande mestre de moral, mas não aceito a sua pretensão de ser Deus’. Esta é a única afirmação que não podemos fazer. Um homem que não fosse senão um homem, e mesmo assim dissesse aquilo que Cristo dizia, não poderia nunca ser um ‘grande mestre de moral’. Ou seria um lunático – em pé de igualdade com alguém que afirmasse ser um ovo frito -, ou então teria de ser o próprio demônio das profundezas do inferno. Cada um de nós tem que fazer a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou então era um louco ou coisa pior. Você poderá recluí-lo num hospício por acha-lo maluco, cuspir nEle e mata-lo por considera-lo um demônio, ou cair a seus pés e chamar-lhe Senhor e Deus. Só não pode vir com tolices condescendentes como essa de que é um dos ‘grandes mestres de moral’ da humanidade. Ele não nos deixou aberta essa porta. Nunca pretendeu faze-lo”. [15]

Josh Mcdowell

“Nossa decisão sobre quem é Jesus Cristo não pode repousar sobre um simples exercício intelectual. Não podemos rotulá-lo de grande mestre e moralista. Esta opção não é válida. Ele é ou um mistificador ou um louco, ou então nosso Senhor e Deus. Cada um tem que fazer sua própria escolha. ‘Mas’, como escreveu o apóstolo João: ‘Estes… foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e’ – mais importante – ‘para que, crendo, tenhais vida em seu nome’ (Jo 20.31). As evidências, claramente, pendem em favor de Jesus como Senhor. Todavia, algumas pessoas rejeitam estas evidências claras por causa de implicações morais envolvidas na questão. Não desejam encarar as responsabilidades ou implicações decorrentes do ato de chamá-lo Senhor”. [16]

Norman Geisler

“Uma vez que Jesus afirmou ser Deus, somente uma entre três possibilidades pode ser verdadeira: Ele era mentiroso, um lunático ou o Senhor. Mentiroso não se encaixa com os fatos. Jesus viveu e ensinou o mais elevado padrão de ética. É improvável que ele tivesse entregado sua vida a não ser que realmente achasse que estivesse dizendo a verdade. Se Jesus achava que era Deus mas realmente não era, então ele teria sido um lunático. Mas lunático também não se encaixa. Jesus proferiu algumas das mais profundas frases já registradas. Todo mundo – incluindo seus inimigos – afirmou que Jesus era um homem de integridade que ensinava a verdade (Mc 12.14). Isso nos deixa com a opção Senhor.” [17]

CONCLUSÃO

Qualquer grupo que alegue que Jesus não tenha dito ser Deus, que alegue que as profecias não foram cumpridas Nele e que afirme que discípulos não adoraram Jesus como Deus, trata-se de um grupo que perverteu a ortodoxia cristã e que, através dos falsos ensinos estão levando os seus seguidores por caminhos tortuosos que conduzirão a perdição eterna. Muitos destes grupos tem utilizado a Bíblia de maneira distorcida e negado algo que está mais que provado em suas páginas: a plena divindade de Jesus.
O Cristianismo tem o seu centro, o seu coração em Jesus Cristo e prega a comunhão com Ele como o único meio de alcançar a salvação. Colocar nossa fé em Jesus e entregar nossas vidas à Ele resulta em plena comunhão com Deus; resulta em vida. A fé em Jesus produz no cristão o pleno sentimento de realização, já que Ele é o tudo em quem crê Nele. Isso não é fruto de alienação, mas de uma fé muito bem fundamentada nos ensinamentos de Jesus, que leva aquele que crê a aceita-lo em plenitude como Senhor e Salvador (Cl 1.27; Jo 14.20; 15.4). Desta forma, aceitar doutrinas estranhas quanto a quem é Jesus, implica em comprometer o relacionamento com Ele.
As implicações da nossa crença em Jesus são eternas. Portanto, fica aqui o desafio aos que professam a fé em Jesus para que não desfaleçam de sua crença Naquele que é o Verbo encarnado, que examinem as Escrituras e estejam preparados para defender a sua fé. E para aqueles que tem abraçado um Jesus alternativo, fica o apelo de rever os conceitos de suas crenças. Abraçar um outro Jesus pode trazer consequências que não são meramente temporais, mas sim eternas. Conheça o verdadeiro Jesus e tenha sua vida transformada.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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