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sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

NAMAÃ O LEPROSO


                                                              NAMAÃ O LEPROSO
No capítulo cinco do segundo livro de Reis, a Bíblia nos fala a respeito de Naamã que foi chefe do exército do rei da Síria, que na época era a maior potência mundial. A Bíblia começa assim a sua narração:

“E Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor e de muito respeito; porque por ele o Senhor dera livramento aos sírios; e era este varão homem valoroso, porém leproso”. II Reis 5: 1

Naamã era um ímpio que não conhecia o Deus de Israel e tinha um comportamento impecável diante do seu senhor. Como conseqüência possuía muito respeito diante do mesmo. Nós como cristãos temos tido o mesmo respeito e a mesma consideração para com os nossos senhores na face da terra?

A lepra, muitas vezes, simboliza o castigo de Deus em decorrência do pecado. Lembre-se em Números 12 onde Miriã ficou leprosa em decorrência da rebelião que ela e Arão fizeram contra a autoridade de Moisés.

Naamã era um homem muito estimado em seu país, mas sobre sua carne existia uma maldição. Eu posso imaginar Naamã participando de festas, banquetes; até mesmo em sua homenagem e ele usando a sua farda, as suas medalhas, todas como resultado da sua valentia no campo de batalha.

Fico imaginando Naamã chegando em casa depois das homenagens, das festas, da pompa e de tudo que o cercava como chefe do exército do rei da Síria. Imagino Naamã tirando as suas vestes oficiais e ficando à mostra a sua pele branca leprosa.

Tenho certeza que você conhece alguém assim: na Igreja, entre os irmãos, veste uma capa de santidade e de pureza, mas ao sair da mesma, mostra toda a podridão do seu pecado. É muito fácil sermos cristãos dentro da Igreja; difícil é sermos cristãos fora da Igreja. É muito fácil glorificarmos a Deus no meio dos irmãos; o difícil é sermos luz no mundo e sal na terra. Mas o Senhor Jesus nos chamou juntamente para isso!

Eu gosto muito da ilustração que compara o crente a uma garça. Toca na sujeira com os seus pés, mas conserva as suas penas brancas. É exatamente isso que devemos fazer. Estamos no mundo, mas não devemos participar das coisas do mundo.

O relato bíblico continua dizendo que existia uma menina israelita como escrava da esposa de Naamã. A mesma diz à mulher de Naamã que se o mesmo estivesse diante do profeta Eliseu, ele seria curado da lepra.

O que é surpreendente nesta passagem é que Naamã acredita na palavra da menina escrava e vai até Israel. Veja o que a bíblia diz a esse respeito.

“Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e com o seu carro e parou à porta da casa de Eliseu. Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne te tornará, e ficarás purificado.” II Reis 5: 9,10

É até engraçado pensar sobre o que foi narrado nessa passagem. Naamã chega até a porta da casa de Eliseu com cavalos e com seu carro. Uma comitiva enorme chega à porta da casa do homem de Deus, que não se dá nem ao trabalho de atendê-la, mas manda um mensageiro, Geazi, dizer a Naamã para mergulhar sete vezes no rio Jordão.

Naamã ficou muito indignado. Não era o tipo de recepção que ele esperava.

“Porém Naamã muito se indignou e se foi, dizendo: Eis que eu dizia comigo: Certamente ele sairá, por-se-á em pé, e invocará o nome do Senhor, seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e restaurará o leproso. Não são porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles e ficar purificado? E voltou-se com grande indignação.” II Reis 5: 11,12

Agora o pecado de Naamã fica bem latente: era o orgulho. Naamã era como tantas pessoas que vemos todos os dias: crêem que Deus pode fazer alguma coisa, crêem que Deus pode restaurar a sua saúde, o seu casamento, a sua família... Mas querem dizer como Deus deve trabalhar e onde Deus deve trabalhar.

É notório como existem pessoas que querem mandar em Deus. Oferecem ao Senhor espaço para trabalhar em apenas parte da sua vida; quando Deus, na verdade, quer trabalhar em todas as áreas dela. Além de dar pouco espaço para Deus trabalhar, dizem como Ele deve fazê-lo.

Devemos crer que Deus tem o melhor para nós. Ele sabe como trabalhar. Devemos crer que a sua vontade é perfeita, agradável e boa e todas as coisas cooperam para o nosso bem.

Naamã foi confrontado por Deus naquilo que ele mais temia: o seu orgulho.

Após a humilhação, a recompensa.

Felizmente Naamã tinha servos que eram mais sábios que ele e estes o convenceram a mergulhar sete vezes no rio Jordão. E Naamã foi.

“Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do Homem de Deus; e a sua carne tornou, como a carne de um menino, e ficou purificado.” II Reis 5: 14

Destacado neste texto em negrito está o que Naamã precisava fazer: descer. Naamã fez o que tantas pessoas precisam fazer hoje: descer. Antes de subirmos, precisamos descer. O significado de Jordão é justamente esse: aquele que desce.

Imagine Naamã começando a tirar a sua roupa na frente dos seus comandados. Será que ele pensou que depois daquele ocorrido, ele nunca mais teria moral para comandar o exército do rei da Síria? Será que não passou pela sua cabeça que ele preferiria morrer leproso a passar por tão grande humilhação?

E depois que ele começou a mergulhar, será que ingeriu lama? Com certeza o seu orgulho tinha sido devastado. Imagine, ele que no seu país por onde passava as pessoas tinham de se curvar, quando muito mostrar profunda reverência; estava ali se humilhando para ser purificado da lepra. Muitas pessoas prefeririam morrer leprosas a passar por tão grande humilhação. Acredite querido, depois do primeiro mergulho, os outros seis foram mais fáceis. Depois da primeira humilhação, as outras passam a ser mais fáceis.

Depois de toda a humilhação, sempre vem a exaltação. Com Naamã ocorreu a mesma coisa. A recompensa veio. A lepra tinha sumido. Sua carne estava sã como a de uma criança.

Deus está marcando um encontro conosco no rio Jordão. Ele quer que você desça primeiro para que possa te exaltar como quer. Deus quer retirar das nossas vidas a lepra do orgulho e do pecado.

Mergulhe no rio Jordão

Qual tem sido o seu rio Jordão? Será que é uma Igreja pequena onde ninguém reconhece o seu valor? Será que é um líder que Deus colocou sobre a sua vida que você julga ter uma capacidade muito superior a dele? Qual é o seu rio Jordão? Será que o seu rio Jordão são tarefas que você não vê nenhum valor?

Se pedirem para você limpar os bancos da Igreja, faça-o. Se a sua tarefa é carregar cadeira para cima e para baixo (Deus sabe como muitas vezes eu fiz isso), faça com alegria. Se a sua tarefa é limpar os banheiros – isso também fiz algumas vezes – limpe-os louvando a Deus.

E se o seu rio Jordão for você fazer todo trabalho para outras pessoas receberem os méritos? Os outros recebem os parabéns e você não recebe nem um mísero obrigado? Lembre-se do galardão. Deus está vendo todas as coisas e Ele “não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho do amor que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis.” (Hb 6: 10).

Eu tenho certeza que o Espírito Santo está ministrando agora a você qual é o rio Jordão que você tem de mergulhar. O Espírito ministra que enquanto você não mergulhar nesse rio Jordão ele não vai pode exaltar.

O que Naamã não quis, Jesus fez.

Você, amado, se lembra onde o Senhor Jesus foi batizado?

“E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João, no rio Jordão.” Marcos 1: 9

Neste mesmo Jordão que Naamã se recusou a mergulhar, o Senhor Jesus entrou. Nestas mesmas águas sujas, lamacentas e barrentas da humilhação que Naamã se recusou a entrar, o Senhor Jesus entrou e humilhou-se para nos dar o exemplo. Esta mesma passagem está narrada no Evangelho segundo Mateus.

“Então, veio Jesus da Galiléia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti e vens tu a mim?Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu.” Mateus 3: 13-15

Qual seria a nossa reação se nós estivéssemos no lugar de Jesus nesse momento diante da proposta de João?

Será que nós pensaríamos da seguinte forma: “É verdade João, afinal de contas eu sou superior a você. Tu és apenas o meu precursor. Eu sou o filho de Deus. Parabéns pelo seu brilhante desempenho, mas para demonstrar para toda essa multidão que eu tenho autoridade sobre a sua vida eu vou lhe batizar”.

Não foi assim que o Senhor Jesus fez. Ele se submeteu ao batismo de João. Por que? Porque Jesus sabia que a autoridade do batismo estava sobre João. Isto ele nos deu o exemplo para que nós nos submetamos às autoridades constituídas por Deus.

“Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.” Romanos 13: 1,2

“O homem, pois, que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao Senhor, teu Deus, nem ao juiz, o tal homem morrerá; e tirará o mal de Israel, para que todo o povo o ouça, e tema, e nunca mais se ensoberbeça.” Deuteronômio 17: 12, 13

Querido irmão, não resista a autoridade constituída por Deus sobre a sua vida. Respeite, honre e reconheça quem está acima de você. Não crie inimizades, fofocas e problemas para aquele que é autoridade.

Você lembra do caso de Davi e Saul? Davi sabia que seria rei de Israel, afinal de contas o mesmo profeta – Samuel – que tinha ungido a Saul rei de Israel, posteriormente também tinha ungido a Davi para esta mesma função. Davi também sabia que todas as circunstâncias apontavam que dentro em breve, ele seria rei. Por duas vezes Deus entregou a Saul nas suas mãos. E ele não intentou tocar no ungido do Senhor.

E nós, na situação de Davi, como agiríamos? “Ah! Eu vou ser rei mesmo. Deus confirmou o meu trono. Se eu matar a Saul vou apenas facilitar as coisas para Deus. Afinal de contas, o reino de Saul já passou, agora vai ser inaugurada a dinastia de Davi.”

Ele não intentou fazer isso. Muito pelo contrário, não estendeu a sua mão contra o ungido do Senhor.

O que semear, isso também ceifará.

A Palavra nos diz que tudo o que o homem semear, isto também vai ceifar (Gl 6: 7). Se semearmos contendas, insubmissão, porfias, inimizades, quando somos liderados, ceifaremos da mesma forma quando formos os líderes.

Será que não é isso que está ocorrendo com você hoje? Está com dificuldade em liderar? As pessoas não lhe obedecem? Não se submetem a você? Olhe para o passado. Será que você também já não fez isso? Será que você também já não foi insubmisso e rebelde? Se sim, peça perdão a Deus. Reconheça o seu erro. Com certeza os seus liderados irão mudar e a sua liderança será muito mais eficaz a partir de hoje.

A humilhação é contrária à natureza humana. A mesma só tende a querer se exaltar, a querer pisar nos outros para subir e a não se importar com ninguém.

Toda a causa tem a sua conseqüência, todo o sacrifício tem a sua recompensa. Também toda a humilhação tem como conseqüência a exaltação. Devemos lembrar de I Pedro 5: 6 que diz: “a seu tempo” vos exalte. Se Deus ainda não te exaltou como ele te prometeu, continue se humilhando e, com certeza, ele o fará.

Que a Igreja do Senhor Jesus em nossos dias tenha sempre em mente esses versículos:
“Porque assim diz o alto e o sublime, que habita na eternidade, cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.” Isaías 57:15

“Não sejas sábio aos seus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.”  Provérbios 3:7

Saiba que não adianta pedirmos unção, poder de Deus sobre nós se não formos humildes. Devemos honrar a Deus com as nossas vidas e os nossos ministérios. Deus quer exaltar servos humildes e comprometidos com o seu reino. Servos que não dividam a glória que só pertence ao Senhor.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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