JOÃO FILHO DO TROVÃO
VERSÍCULO BÍBLICO: “E a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão” (Marcos 3.17).
“E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém. E mandou mensageiros adiante de Si; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada. Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém. E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez? Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.
Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia” (Lucas 9.51-56).
“Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” (1 João 4.7,8).
EXPOSIÇÃO DO TEXTO: muitos conhecem João como o apóstolo do amor, o discípulo amado, o mais próximo de Cristo. O que poucos percebem é que esse caráter amoroso foi construído, consolidado por meio de suas experiências com Cristo. João era conhecido como filho do trovão não por acaso, mas, certamente, porque esse apelido tinha algo a ver com seu temperamento. E o que fica bem explícito no segundo texto, que abre esse estudo, é o fato de alguém querer pagar o mal com o mal, ou seja, o desejo de matar pessoas. Já o terceiro texto nada faz lembrar as palavras de João do segundo texto, não é verdade? Aqui, seu discurso está cheio de graça e misericórdia. Ele associa o ato de amar com algo associado ao conhecimento de Deus e ao próprio Deus. Será que ele estava sendo hipócrita? Teve uma atitude de ódio e depois pregou o amor? Não. Os textos representam João em fases bem distintas: o do Evangelho de Lucas aponta para o João jovem, que ainda estava aprendendo com Cristo os valores do Reino de Deus. Já o segundo texto (da carta de João), retrata um João homem, um apóstolo experiente que tinha passado por muita coisa na vida e aprendido com Jesus a importância do amor.
Entre o João de temperamento explosivo e desejos assassinos e o João que pregava a prática do amor como único meio de se conhecer a Deus, aconteceu algo que o mudou: Jesus.
OBJETIVO: compreender que, independentemente do nosso temperamento, podemos ser usados por Deus com graça e sabedoria.
DISCUSSÃO:
1. Qual é o seu tipo de temperamento?
2. Como você tem permitido que Jesus, pelo Espírito Santo, transforme seu temperamento?
3. Conte um testemunho de quando você agiu com o temperamento controlado pelo Espírito Santo.
CONTEXTO: chamamos de temperamento tudo o que está relacionado à nossa formação de caráter e índole, o que é o tempero da nossa personalidade. Imagine uma comida sem sal. Ela ficará sem gosto. Porém, se estiver com muito sal, ela ficará intragável. Quando aprendemos a estabelecer a dosagem de nosso gênio, o equilíbrio de nossas emoções nos torna pessoas melhores de conviver e lidar. O processo de consolidação de alguém em Cristo é muito útil para ajudar a alcançar esse propósito. O Espírito Santo pode controlar nosso temperamento, tirando o melhor que há dentro dele. Existem quatro grandes grupos de temperamentos:
Sanguíneo: pessoa muito levada pela emoção; misericordiosa.
Melancólico: o introvertido; minimalista; se apega a detalhes.
Fleumático: o diplomata; amigo de todos; bem conversado.
Colérico: o pragmático; implacável; líder nato.
Certamente, você se enquadra em um deles. O que percebemos em João é que, com o tempo e sob a influência do discipulado de Cristo, ele permitiu que seu temperamento fosse sendo moldado dia após dia. De um sujeito explosivo e com desejos de vingança, ele se tornou um homem sinônimo de amor. Quando ele propõe matar os samaritanos, Jesus lhe ensina uma dura lição:
“Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.
Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia” (Lucas 9.55,56).
João, finalmente, entendeu que Jesus não havia vindo só para os Judeus, mas para todos. Todos precisam de Jesus, todos precisam de salvação. Ninguém é melhor do que ninguém e, diante de tão grande novidade, a única opção que nós temos é amar as pessoas, independentemente de nacionalidade, raça, gênero, time de futebol ou partido político. Certamente, essa exortação de Cristo marcou para sempre o caráter de João e contribuiu para o seu amadurecimento e consolidação de temperamento.
Ao final de sua missão, Jesus viu tanto isso em seu discípulo que lhe confiou a própria mãe.
“Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora, o discípulo a recebeu em sua casa” (João 19.26,27).
Conclusão: Jesus pode e quer fazer o mesmo com cada um de nós. Basta que, em nosso processo de consolidação como filhos dEle, nos deixemos ser controlados por meio do Espírito Santo, como João foi.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante
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