O
PODER DA ORAÇÃO ORE EM TODO O TEMPO...
“E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre
e nunca desfalecer”. Luc. 18:1.
Introdução: Nesse versículo Jesus deixa claro sobre a
importância da pratica da oração. A oração é um recurso que o próprio Deus
deixou à nossa disposição para nos relacionarmos com Ele, e que se observarmos
nas Escrituras Sagradas, podem entender muitas coisas importantes que diz
respeito a essa prática tendo em vista que o propósito básico sempre será :
sermos ouvidos e atendidos, ou seja, oramos esperando obter resposta, pois
acredito que se tivermos dúvidas sobre a oração que vamos fazer, nem mesmo conseguiremos
orar, ou então faremos isso mecanicamente como pra cumprir protocolo, como por
exemplo a oração repetitiva que fazemos nas horas da refeição com duração de
dez segundos ou pouco mais que isso, quando na verdade muitos terminam com
brincadeiras “gospel” após o amém. Quando Ele diz “orar sempre e nunca
desfalecer”, Ele está falando de coisa séria, oração que move a mão de Deus,
que movimenta o reino espiritual, que abre portas, move corações e tem o poder
até de produzir um avivamento, mas a grande verdade hoje é essa; precisamos
voltar à oração, menos mecanismos e mais oração. A oração nos leva a ter
compromisso da santidade, ao quebrantamento, a honestidade, amor a Deus e ao
próximo, também a reconsiderarmos princípios quebrados ou desvalorizados ao
longo da caminhada cristã. Entenderemos que existem muitos empecilhos às
orações para que não sejam ouvidas e respondidas. Vejam alguns exemplos:
1) Se eu atender à
iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá. Sal. 66:18.
Observe que iniquidade é a pratica do pecado, ou seja, está
claro que tal atitude é reprovada pela palavra de Deus, mas a pessoa decidiu
continuar praticando. Sendo assim, a oração poderá ser bem elaborada,
compreensiva aos que a ouvem, e até ter um aspecto fervoroso ou piedoso, mas em
vão, o Senhor não ouvirá.
2) O que desvia os
seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável. Prov.28:9. Em
outras palavras, se não ouvirmos a Palavra de Deus, Ele também não nos ouvirá,
e o que é ouvir a Palavra de Deus? É dar crédito, e também praticar a palavra.
Hoje em dia há milhares de pessoas nas igreja que dependem exclusivamente das
orações que outras pessoas fazem por elas, as mesmas não oram, porque? Por
falta de conhecimento da Palavra de Deus, não leem, não interpretam o que ouvem
e não se interessam em aprofundar, seja para conhecer e muito menos para
obedecer. O Senhor disse: se não ouvem a minha Palavra, também não ouço suas
orações, aliás, suas orações serão até abomináveis. Zac. 7:11-13, Prov.
1:24-31.
3) O que tapa o seu
ouvido ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido. Prov.21:13. Aqui
está um grande segredo que a maioria dos cristãos, principalmente evangélicos
desconhece. Tiago fala sobre a fé sem obras. É lógico que não somos salvos
pelas obras, mas se fazemos o mais difícil, que é lutar contra a carne, o mundo
e o diabo, o que nos custa abrirmos a mão para ajudar os necessitados. Deus
abençoa os dizimistas e ofertantes, mas também abençoa quem da esmola. Prov.
19:17. Sim, mesmo aqueles que pedem nas esquinas enquanto o semáforo está
fechado, eles não esperam que lhes daremos um grande valor, mas que com um
pouquinho de cada um consigam seus alvos. O primeiro pensamento é que vão
gastar com drogas, ou álcool, até pode ser, mas talvez comprem leite ou um marmitex,
um pão, em fim nem precisamos ser profetas, ou discernir os espíritos para
fazermos uma caridade. Aqui em Itu sou presidente da Casa Emaús, um projeto que
atende homens de rua e alcoólatras, mantemos entre dezoito e vinte e dois
homens internados por enquanto, nem me pergunte se é trabalhoso, não nos trás
nenhum lucro, só trabalho, mas entenda, eles precisam, e Deus diz que devemos
atender ao clamor do pobre. Comece a dar esmolas, descubra alguém que precisa e
de cesta básica, socorra alguém que precisa ou contribua em uma instituição, e
você verá suas orações sendo respondidas. Observe, são três coisas importantes:
1º - SE EU ATENDER A INIQUIDADE; O Senhor não me ouvirá. 2º - SE EU NÃO OUVIR A
SUA PALAVRA. O Senhor não me ouvirá. 3º - SE EU NÃO OUVIR O CLAMOR DO POBRE. O
Senhor não me ouvirá.
QUATRO GRUPOS QUE TERÃO SUAS ORAÇÕES RESPONDIDAS.
Primeiro grupo: Os humildes. Luc. 18:9-14, aqui temos a parábola
do fariseu e do publicano, e aprendemos que Deus abate os soberbos e exalta os
humildes.
Segundo grupo: Os justos. Sal. 34:15-17, os ouvidos de Senhor
estão atentos ao clamor dos justos. Quem são os justos? Os justos são os
salvos. Entenda, a única oração do pecador que Deus ouvirá, será quando esse
pecador clamar por salvação, fora disso, não vamos ser políticos com as coisas
espirituais, Deus não ouve a pecadores. Jo. 9:31.
Terceiro grupo: Os que temem. Sal. 145:18-19. O Senhor ouve os
que O temem. Temor não é medo, e sim o respeito e a reverência produzidos pela
sensibilidade em nossa alma na presença do Criador.
Quarto grupo: Os que O agradam. I Jo. 3:22. Qualquer coisa que
lhe pedirmos, Dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos e
fazemos o que é agradável à sua vista.
A oração sincera e plena de fé contém nossa escala de valores.
Quando oramos, revelamos aquilo que consideramos prioridade em nossas vidas,
nosso senso de valores quer espirituais ou não. A oração revela o nosso íntimo,
traduz a intensidade de nossa comunhão com Deus e é o espelho do homem
interior. Neste texto que lemos temos uma oração do apóstolo Paulo, na qual ele
pede para Deus abrir o nosso entendimento, para sabermos quão ricos nós somos.
É uma oração intercessória, onde Ele menciona as bênçãos que deseja que os
crentes conheçam. Em nenhum momento, Paulo pede bênçãos materiais. Ele não pede
o que não temos, mas pede que Deus abra os olhos do nosso coração para sabermos
o que já temos. Neste estudo, tomo as palavras de Paulo como minhas e convido a
todos para que possamos aprender e viver o poder da intercessão a favor da
Igreja do Senhor Jesus. Neste estudo vamos considerar que quando nós nos
ocupamos do Reino de Deus, as demais coisas (vida material e afetiva, por
exemplo) tornam-se objetos de prioridade absoluta de Deus.
1. UMA ORAÇÃO PARA QUE A IGREJA TENHA DISCERNIMENTO ESPIRITUAL
· Espírito de sabedoria –
v. 17 – A mente natural não consegue discernir as coisas espirituais. Não
podemos viver só vendo com os olhos da carne. Precisamos de olhos espirituais.
Sabedoria é olhar para a vida com os olhos de Deus. É ver a vida como Deus a
vê.
· Espírito de revelação
– Só o Espírito de Deus pode abrir as cortinas da nossa alma para entendermos
as riquezas de Deus. Vemos um evangelho estranho em muitas Igrejas onde você é
convidado a barganhar com Deus e muitas vezes ao invés de falar com Deus está
falando com ministros de satanás, homens e mulheres que jamais tiveram sequer a
revelação da graça de Deus. Adivinhação
não é revelação; ver o diabo em tudo não pode ser sabedoria. Se pertencemos ao
Senhor, a revelação só pode ser dos Seus desígnios e propósitos e tudo isso
para a Sua glória.
2. UMA ORAÇÃO PARA QUE A IGREJA CONHEÇA A DEUS PLENAMENTE
· Uma coisa é conhecer a
respeito de Deus; outra bem diferente é conhecer Deus. O ateu diz que não há
Deus para se conhecer. O agnóstico, diz que se há Deus, ele não pode ser
conhecido. Mas Paulo encontrou Deus na pessoa de Jesus e entendeu que o homem
não pode conhecer nem a si mesmo sem o verdadeiro conhecimento de Deus.
· O conhecimento de Deus
é a própria essência da vida eterna. Conhecer a Deus pessoalmente é salvação
(João 17:3). Conhecer a Deus progressivamente é santificação (Os 6:3).
Conhecê-lo perfeitamente é glorificação (1 Co 13:9-12).Ao orar, Paulo fez
menção dos privilégios que os crentes em Jesus têm na pessoa de Cristo. Além de
mencionar o chamamento, ele fala da herança e do poder de Deus.
3. UMA ORAÇÃO FIRMADA NA ESPERANÇA DO CHAMAMENTO DE DEUS – V. 18
. O mundo antigo era um
mundo sem esperança (2:12). Para os crentes, contudo, o futuro era glorioso,
pois Deus Pai nos escolheu e nos adotou; Deus Filho nos redimiu e nos perdoou e
o Deus Espírito Santo nos selou e nos deu o Seu penhor. Essa é a esperança
viva, real e imutável.
· Paulo orou para que a
igreja viesse a conhecer essa gloriosa esperança, viesse experimentar essa
esperança e finalmente, pudesse usufruir tudo aquilo que ela tem em Cristo.
Deus nos chamou para Cristo e para a santidade; nos chamou para a liberdade e
para a paz e nos chamou também para o sofrimento e para a glória.
4. UMA ORAÇÃO LEGÍTIMA POR CAUSA DA HERANÇA DE DEUS – V. 18
· Nós somos a herança de
Deus. Aqui não se fala da herança que Deus outorga, mas a herança que Deus
recebe. Esta frase não se refere à nossa herança em Cristo (1:11), mas Sua
herança em nós. Deus olha para nós e vê em nós sua gloriosa riqueza, a sua
preciosa herança. Jesus viu o fruto do seu penoso trabalho e ficou satisfeito
(Is 53).
· Paulo orou para que os
crentes possam entender o quão preciosos somos para Deus. Somos a igreja que
Deus comprou com o sangue do Seu Filho. Somos a noiva do Filho de Deus, a Sua
porção eterna.
· Se o chamamento aponta
para o passado, a herança aponta para o futuro. Nós somos a riqueza de Deus.
Nós somos o presente de Deus. Nós somos o tesouro de Deus. A menina dos olhos
de Deus, a delícia de Deus. Somos filhos, herdeiros, co-herdeiros, santuários,
ovelhas. Somos o Seu Povo.
5. UMA ORAÇÃO ATENDIDA POR CAUSA DO PODER DE DEUS – v. 29-23
· Se o chamamento de Deus
olha para o passado e a herança olha para o futuro, o poder de Deus olha para o
presente. Paulo enfatizou o poder de Deus, usando quatro palavras distintas
para o poder, v. 19:
a) dunamis – traz a ideia de uma dinamite, um poder
irresistível;
b) energeia – o poder que trabalha como uma energia;
c) kratos – poder ou força exercida;
d) ischus – poder, grande força inerente. Paulo fez uso dessas
quatro palavras para enfatizar a plenitude e certeza deste poder. Esse poder é
tão tremendo que é o mesmo poder que Deus o exerceu para ressuscitar o Seu
Filho.
· O poder de Deus que
está à nossa disposição é visto em três eventos sucessivos: a ressurreição de
Cristo (v. 20a); a ascensão e entronização de Cristo (v. 20b, 21); o senhorio
de Cristo sobre a igreja e o universo (v. 22,23).
· A medida do poder de
Deus – v. 19b. Algo de superlativo desse poder é ressaltado pelo notável
acúmulo de termos: “suprema grandeza do Seu poder”, “eficácia”, “força”,
“poder”. Essa abundância de palavras sugere a ideia de poder cuja simples
expressão exaure os recursos da linguagem e chega a desafiar a enumeração.
· A suprema demonstração
do poder de Deus – v. 20-23.O poder que atua nos crentes é o poder da
ressurreição. É o poder que ressuscitou a Cristo dentre os mortos, e o assentou
à direita de Deus, e lhe deu a soberania sobre o universo inteiro. Esse poder é
como um caudal impetuoso que arrasta com a sua força os obstáculos que encontra
pelo caminho.
· Ao falar a Deus Pai
em nome de Cristo, Paulo apresentou três afirmações a respeito do que Deus tem
feito em Cristo que nos dá a certeza do seu poder em nós para uma vida
vitoriosa:
1. A ressurreição e
exaltação de Cristo (v.20,21).A ressurreição autenticou o ministério do Senhor,
selou a Sua obra de redenção, marcou o começo da Sua glorificação, e foi a
confirmação pública de que o Pai aceitou o seu sacrifício. Depois de haver
ressuscitado a Cristo dentre os mortos, Deus manifestou o seu poder fazendo-o
assentar-se “à sua direita” (v. 20,21). A “direita” de Deus é uma figura de
linguagem indicando o lugar de supremo privilégio e autoridade. A mais alta
honra e autoridade no universo foi tributada a Cristo (Mt 28:18). Ele foi
entronizado acima de todo o principado e postestade (1:21).
2. O domínio
universal de Cristo (1:22).A exaltação de Cristo abrange o soberano domínio
sobre toda a criação. Todas as coisas estão sujeitas a Cristo. Todo o joelho se
dobrará diante dele no céu, na terra e debaixo da terra (Fp 2:9-11). Tanto a
igreja como o universo têm em Cristo o mesmo cabeça. Todas as coisas estão
debaixo dos seus pés – significa que tudo está sujeito e subordinado a ele. As
palavras implicam absoluta sujeição.
3. A preeminência de
Cristo sobre a igreja (1:22, 23). Deus estabeleceu uma relação singular entre
Cristo e a igreja. Cristo é o grande dom de Deus à Igreja. Cristo como Cabeça
da Igreja compreende três coisas: a) Cristo tem autoridade suprema sobre a
igreja – Ele a governa, guia e dirige; b) Entre Cristo e a Igreja existe uma
união vital – Uma união tão real como é a da cabeça com o corpo. É uma união
indissolúvel; c) A igreja é inteiramente dependente de Cristo - De Cristo a
Igreja deriva a sua vida, o seu poder, e tudo quanto é necessário à sua
existência. A igreja é a plenitude de Cristo. A igreja está cheia da sua
presença, animada pela sua vida, cheia com os seus dons, poder e graça. A
igreja é o prolongamento da encarnação de Cristo. A igreja é o seu corpo em
ação na terra. A igreja está cheia da própria Trindade: Filho (1:23); Pai
(3:19); Espírito Santo (5:18).
CONCLUSÃO: À luz da Palavra de Deus, gostaria de sugerir que
você faça uma nova reflexão espiritual;
dê um novo rumo à sua vida de comunhão com Deus. Seja um intercessor a favor da
Igreja do Senhor e você verá a diferença nas bênçãos na sua vida e na sua
família.
· Como você avalia
a sua vida espiritual? Você tem usufruído as riquezas que tem em Cristo?
· Você tem
crescido no relacionamento de comunhão com Deus? Você conhece mais a Deus?
· Você compreende
a esperança do seu chamado: de onde Deus o chamou, para que Deus o chamou e
para onde Deus o chamou?
· Você compreende
o quão valioso você é para Deus?
· Você tem
experimentado de forma prática o poder da ressurreição na sua vida?
Que o Senhor nos guarde e preserve nossas vidas. Que possamos
nós sermos intercessores segundo o modelo bíblico para que as nossas orações a
favor da Igreja e dos nossos irmãos sejam sempre uma expressão humildade da
maravilhosa graça de Deus e a manifestação clara e firme do Seu poder em nossas
vidas.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência ada Religião
Dr. Edson Cavalcante
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