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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

ABRAÃO O HOMEM QUE DEUS MAIS AMOR.

 


ABRAÃO O HOMEM QUE DEUS MAIS AMOR.

TG 2.21-23

Texto: "21 Porventura não foi pelas obras que nosso pai Abraão foi justificado quando ofereceu sobre o altar seu filho Isaque? 22 Vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. 23 E se cumpriu a escritura que diz: E creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus".

INTRODUÇÃO:

1. A palavra "amigo", vem do grego "filov - philos", e significa "ser amigável a alguém", "desejar a ele tudo de bom", "companheiro". No dicionário eletrônico Michaelis da UOL, temos: "Indivíduo unido a outro por amizade", "colega", "companheiro", "amante", "amásio", "defensor", "protetor".

2. De certa forma, amigo é alguém com o qual desfrutamos de uma grande intimidade, a quem expomos nossos segredos sem a preocupação de ficarmos expostos! Jamais teremos em nosso rol de amigos pessoas nas quais não confiamos! A relação de amizade será também uma relação de confidências, onde se encontra apoio, consideração, ajuda. É por esta razão que a traição vinda por um amigo é a pior das traições – "E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós", Lc 21.16.

3. Queremos abordar hoje, o relacionamento de amizade que existia entre o patriarca Abraão e o Deus de Poder. Observe que não foi Abraão que se colocou em lugar de "amigo de Deus", mas foi Deus quem o qualificou como amigo. Deus reconhecia em Abraão um amigo para o qual podia confidenciar os mais profundos segredos – "E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço?" (Gn 18.17).

4. Queremos analisar:

ALGUMAS VIRTUDES QUE QUALIFICARAM ABRAÃO A SE TORNAR "AMIGO DE DEUS"

I. SUA FÉ INIGUALÁVEL

1. A Palavra de Deus nos ensina que "...a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem", Hb 11.1. Esta definição de fé é dentro do que poderíamos chamar de "padrão de Deus". Observe no versículo duas expressões significativas: a) coisas que se esperam – fé é esperança! b) coisas que não se vêem – fé é ver o invisível. Será que estas duas expressões poderiam qualificar a fé sob o ponto de vista humano? Certamente que não. Isto devido a nossa fragilidade! Nossa fé é fraca e muitas vezes precisamos dizer como um pai em desespero disse a Jesus "...ajuda a minha incredulidade", Mc 9.24.

2. Porém ao olharmos para Abraão iremos encontrar nele uma fé sem precedentes na história! Não é por acaso que ele é chamado nas Escrituras de "Pai da Fé" – "...para que fosse pai de todos os que crêem...", Rm 4.11. Sua fé foi demonstrada em muitos episódios narrados na Palavra de Deus. Vejamos pelos menos dois fatos:

a) Em sua saída para peregrinar em Canaã, Hb 11.8, "8 Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. 9 Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; 10 porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus".

- Veja que como Abraão, deixou tudo – família, bens, propriedades, e partiu sem saber para onde ia, apenas confiando naquele que lhe dera a missão. Aos olhos humanos seria uma fé burra! Deixou todo conforto de uma classe média da época para viver como peregrino em terra estranha!

b) No sacrifício de Isaque, Hb 11.17-19, "17 Pela fé Abraão, sendo provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu unigênito aquele que recebera as promessas, 18 e a quem se havia dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, 19 julgando que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar; e daí também em figura o recobrou".

- Todos sabemos das dificuldades de Sara para engravidar. Aos noventa anos, quando sua vida fértil já havia cessado, Deus promete a Abraão que do ventre estéril, infértil, nasceria um filho, de onde surgiria uma grande nação. Esta promessa foi cumprida com o nascimento de Isaque Porém num determinado dia, quando Isaque já era jovem, Deus o pede em sacrifício.

- Qual foi a reação de Abraão? Poderia ele ter questionado, uma vez que o Senhor iria agora destruir as esperanças de sua prole. Porém, Abraão ofereceu Isaque, com a convicção de que Deus o poderia ressuscitar, não deixando que a promessa se escoasse ralo abaixo. Ele se manteve firme naquele que lhe dera a promessa!

3. Como filhos de Deus, que tipo de fé temos praticado? Temos crido nas promessas divinas exaradas nas páginas das Escrituras? Devemos ter a fé de Abraão, crer no invisível. Em Romanos temos uma expressão significativa para descrever a fé do patriarca – "...o qual, em esperança, creu contra a esperança, para que se tornasse pai de muitas nações", Rm 4.18. Não havia qualquer esperança para uma gravidez de Sara. Crer contra a esperança é crer que o impossível poder ser realizado! Quando achamos que tudo está perdido, ainda nos resta Deus e sua Palavra! Confiemos!

II. SUA OBEDIÊNCIA INCONDICIONAL

1. A obediência a Deus e sua Palavra é outra coisa que nós como filhos de Deus somos deficientes. Como é difícil obedecer! Me recordo aqui de um texto importante que nos fala sobre a obediência de Cristo – "...ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu", Hb 5.8. Ora, irmãos, se Cristo como homem precisou aprender a obedecer através de seu sofrimento, muito mais nós, temos muito a aprender na questão da obediência devida a Deus.

2. Somente através da obediência podemos agradar a Deus! Deus não compactua com rebeldes, com desobedientes. A palavra de Deus nos fala que "fomos eleitos para a obediência" – "eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo", 1 Pe 1.2. Se somos de fato convertidos, renascidos pela Palavra e Espírito de Deus, devemos nos portar como "filhos obedientes".

3. Na área da obediência, temos muito a aprender com Abraão. Analisemos as mesmas passagens citadas acima envolvendo sua obediência a Deus:

a) "Partiu, pois Abrão, como o Senhor lhe ordenara", Gn 12.4. "Partiu sem saber para onde ia", Hb 11.8.

- Alguma vez, pela ordem de Deus já fizemos uma loucura semelhante? No mínimo, Abraão poderia perguntar: Para onde vou? O que fazer? Qual será a minha missão? No entanto, ele saiu apenas obedecendo a ordem de Deus para peregrinar numa terra estranha, na esperança de que aquela terra seria dada futuramente aos seus descendentes. Abraão simplesmente creu na promessa divina!

- Deus quer que seu filhos sejam obedientes em tudo, crendo que Ele tem o melhor para nós. É este tipo de obediência que encontramos em Paulo, prostrado na estrada de Damasco – "Que farei Senhor"?, At 22.10. Foi esta também a postura de Maria ao receber a mensagem do anjo – "...Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra", Lc 1.38. Embora Paulo não soubesse o que viria pela frente – seria transformado de "perseguidor" em "perseguido" - e Maria tivesse vendo sua reputação ir por água abaixo por gerar um filho sem pai, numa sociedade repressiva, ambos obedeceram a Deus contra todas as circunstâncias.

b) "2 Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar. 3 Levantou-se, pois, Abraão de manhã cedo, albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e, tendo cortado lenha para o holocausto, partiu para ir ao lugar que Deus lhe dissera", Gn 22.2-3.

- Observe a postura de Abraão frente à ordem divina para que entregasse seu filho Isaque ao sacrifício. Novamente, encontramos Abraão sendo testado em sua obediência. Alguns questionamentos poderiam ter lugar aqui, como por exemplo: "Senhor, este não é o filho da promessa?". "Se ele morrer, não morrerá também a esperança da ‘grande nação’?" Porém, Abraão simplesmente obedeceu!

- Precisamos deixar de reclamar, resmungar e atentarmos para a voz de Deus! Muitos crentes acabam entrando pelo caminho da frustração, do descontentamento e do desassossego por negligenciarem a obediência. Ao sermos desobedientes, corremos o risco de perder privilégios, como aconteceu com muitos filhos de Deus no passado, que não puderam desfrutar da terra da promessa – "E a quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão aos que foram desobedientes?", Hb 3.18.

4. Aprendamos com Abraão que vale a pena obedecer a Deus! Aquele que obedece é honrado pelo Senhor!

III. SEU TEMOR A DEUS

1. Temor a Deus, eis algo difícil para nós! Dizemos que tememos a Deus, mas quando temos oportunidade de demonstrar isto na prática, observamos o quanto precisamos aprender sobre a questão. Quantas vezes fazemos a obra de Deus fraudulentamente ("Maldito aquele que fizer a obra do Senhor negligentemente...", Jr 10.48), pela falta de temor? Deus se alegra quando seu povo O teme! Devemos lembrar que ter "temor" não é o mesmo que ter "medo de Deus", mas sim reverenciá-lo com as honras que lhes são devidas!

2. Abraão demonstrou na prática o seu temor a Deus, quando deu Isaque em sacrifício! Devemos lembrar que Isaque era tudo o que Ele tinha - seus propósitos, sua esperança na velhice, a continuação de sua prole, etc. No entanto, quando Isaque foi requisitado para o sacrifício, Abraão o ofereceu instantaneamente. Quando amamos e tememos a Deus, oferecemos a ele tudo o que somos e tudo o que temos!

3. Um fato digno de nota foi o reconhecimento de Deus logo após o ato de Abraão para sacrificar Isaque – "...porquanto agora sei que temes a Deus, visto que não me negaste teu filho, o teu único filho", Gn 22.12. Eis o temor demonstrado na prática – a entrega do arrimo, da muleta, do meu tudo! Temer a Deus é acima de tudo, demonstrar confiança! É saber que embora possamos perder tudo, ganhamos a graça de Deus, que nos é suficiente – "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza", 2 Co 12.9.

4. Não precisamos dizer que aquele que teme a Deus, é abençoado por Ele de todas as maneiras. Senão, vejamos algumas delas:

a) Quem teme a Deus é coroado com sabedoria, Sl 111.10, "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; têm bom entendimento todos os que cumprem os seus preceitos; o seu louvor subsiste para sempre".

b) Quem teme a Deus, terá seus dias prolongados, Pv 10.27, "O temor do Senhor aumenta os dias; mas os anos os ímpios serão abreviados".

c) Quem teme a Deus será guardado dos laços da morte, Pv 14.27, "O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços da morte".

4. O grande segredo de uma vida vitoriosa na fé cristã é andar no temor do Senhor. A igreja primitiva prosperava porque todos demonstravam temor na presença de Deus – "Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos", At 2.43. Note que os sinais e prodígios eram provenientes do grande temor que abrangia a igreja!

Quando há temor de Deus, grandes maravilhas acontecem, e a igreja de Deus sai da zona do esquecimento, para o campo de reconhecimento! É por esta razão que a igreja primitiva "caía na graça de todo o povo" e diariamente "acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos", At 2.47.

CONCLUSÃO:

1. Temos sido reconhecidos por Deus como seus amigos? Quando Jesus ensinava seus discípulos, nos deu uma instrução importante: "14 Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 15 Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer", Jo 15.14-15. Como filhos de Deus legítimos, Jesus nos reconhece como "seus amigos", nos levando a conhecer as verdades de Deus!

2. Como Abraão, precisamos trabalhar nossa intimidade com Deus, desenvolvendo a fé em suas promessas, sendo-lhe obedientes em tudo e vivendo uma vida cheia de temor. Se tivermos tais cuidados, com certeza nossa vida não será mais a mesma! Iremos provar os milagres e prodígios de Deus em nós! Cairemos na graça daqueles que circundam ao nosso redor, ao mesmo tempo em que o Senhor os estará chamando para sua graça salvadora.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

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