O PERIGO DE ABANDONAR A FÉ EM JESUS CRISTO
A pequena epístola de Judas alerta os leitores sobre o perigo de se desviar da fé do evangelho, a mensagem revelada por Jesus e seus apóstolos para guiar os homens à comunhão eterna com Deus. O autor mostra seu conhecimento da história dos judeus, citando diversos exemplos do Antigo Testamento e de outras tradições judaicas. Ele se identifica como “servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago” (Judas 1). É provável que fossem os irmãos de Jesus identificados pelos mesmos nomes (veja Mateus 13:55). Neste caso, sua descrição como servo do Senhor seria uma prova da sua humildade em se ver principalmente como escravo de Jesus ao invés de tentar se engrandecer por causa do seu parentesco.
Independente de suas origens familiares, Judas se posiciona ao lado dos outros súditos do Rei Jesus e mostra sua preocupação com a fidelidade e a salvação de todos. Enquanto fala de vários tipos de desvio, ele reconhece uma única mensagem como o fundamento da vida dos leitores, pessoas que o autor chama de “amados”.
As ameaças vêm em várias formas. Judas alertou sobre a influência de “homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Judas 4). Disse que esses contaminam a carne, rejeitam autoridades superiores, difamam os outros e vivem na ganância (Judas 8,10,11,12). Descreveu os ímpios como escarnecedores que promovem divisões e buscam suas próprias paixões sensuais (Judas 18-19).
As consequências destes desvios são graves. Judas cita exemplos de castigos severos de pessoas que não creram ou que abandonaram a sua fé em Deus: muitos dos israelitas foram destruídos no deserto, anjos rebeldes são reservados para o juízo, Sodoma e Gomorra foram queimadas (Judas 5-7). As pessoas que imitam os pecados dos rebeldes têm seu lugar reservado nas eternas trevas da punição (Judas 13).
Na leitura da epístola de Judas, observamos o desenvolvimento desses temas importantes.
Versículos 1 e 2 identificam o autor e apresentam sua saudação.
Versículos 3 e 4 explicam o objetivo principal desta epístola: a defesa da fé única contra as doutrinas distorcidas que provocam divisões.
Versículos 5 a 16 frisam a severidade do castigo reservado para as pessoas que se rebelam contra o Senhor.
Versículos 17 a 23 relembram os leitores de avisos semelhantes dados anteriormente pelos próprios apóstolos.
Versículos 24 e 25 encerram a epístola com uma oração de adoração a Deus.
Contra o pano de fundo da vacilação de homens instáveis, Judas apresenta em contraste a segurança da palavra revelada por Deus. Ele vê esta palavra como uma mensagem completa e imutável, já revelada aos homens por Deus. Ele fala da “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3). Diferente de muitos supostos servos de Deus que vieram depois (até os dias atuais), Judas não defendia a noção de revelações constantes dadas a diversas pessoas. Ele viu a revelação da palavra de Deus como uma obra já realizada. Não pediu para os leitores buscarem novas revelações. Pelo contrário, chamou todos a se lembrarem do que já foi revelado: “Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos do nosso Senhor Jesus Cristo” (Judas 17).
Judas claramente acreditou e ensinou que não há nada pior do que se afastar de Deus. Faremos bem acatando suas instruções!
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante
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