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sábado, 23 de novembro de 2019

TEORIA PRÉ-TRIBULACIONISTA DO AREBATAMENTO


                              TEORIA PRE-TRIBULACIONISTA DO ARREBATAMENTO
Não foi por acaso que esta teoria foi separada das demais. Por ser a mais aceita e mais coerente, é a que de um modo geral, é ensinada nas igrejas pentecostais, neopentecostais como também em muitas igreja históricas. Por isso merece uma atenção melhor para que aprendamos de uma maneira mais profunda e esclarecedora, já que muitos conhecem a escatologia superficialmente estando inabilitados a defender o ponto de vista pré-tribulacionista.
Para o pré-tribulacionista o arrebatamento será antes da grande tribulação, trazendo aos crentes em Jesus o livramento dos sofrimentos vindouros (Ap 3:10). Veja no quadro gráfico abaixo o pensamento pré-tribulacionista:
7.1. O Pré-Tribulacionismo e a História
Os pós-tribulacionistas usam o argumento de que o pré-tribulacionismo é uma doutrina nova e estranha para a igreja primitiva como também para a igreja no decorrer de toda a história. O fato é que isso não pode ser dito sem uma averiguação em documentos da igreja primitiva como também no contexto bíblico. O pré-tribulacionista repousa em argumentos sadios e coerentes com a interpretação correta das Escrituras, e também está baseado na chamada “doutrina da iminência”, ou seja, a palavra de Deus sempre nos exorta a estarmos vigilantes pelo fato de não sabermos a que horas, dia, ano ou século Jesus virá “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”.(Mt 24:42), e isto demonstra que sua vinda é algo inesperado. Veja o que diz Clemente, bispo de Roma (séc I) aos Coríntios:
Que nunca se aplique a nós a passagem da Escritura que diz: “Infelizes os que hesitam no coração e desconfiam na alma; aqueles que dizem: ‘Tais promessas já escutamos na época de nossos pais e eis que envelhecemos e nada disso aconteceu”.
“Ó insensatos, comparai-vos à uma árvore; reparai na videira que, primeiro perde as folhas e então brota, a seguir vêm a folha, então a flor e, depois disso, a uva verde é seguida da uva madura”. Considerai como, em pouco tempo, o fruto da árvore se torna maduro. É bem assim que a vontade de Deus se cumpre, em ritmo veloz e inesperado, como a própria Escritura nos atesta: “Virá logo e não tardará. Subitamente o Senhor entrará no seu santuário, o Santo a quem esperais”. Malaquias 3:1
Podemos perceber que desde a igreja primitiva, se esperava uma vinda a qualquer momento, o que é contrário ao pós-tribulacionismo já que, segundo eles, o arrebatamento vem após a grande tribulação; sendo assim, saberemos
exatamente quando este ocorrerá. Desta forma todo o processo de espera dos crentes é alterado, pois terão como identificar claramente não só a proximidade, mas também o exato momento, descartando as advertências referentes a
vigilância contidas em todo o novo testamento. Isto demonstra que a igreja
desde os primórdios era pré-tribulacionista, ou seja, esperava que o
arrebatamento fosse antes da grande tribulação, pois acreditava que não passaria por ela.
Quanto a dizerem que é uma doutrina nova, é uma grande irresponsabilidade, pois o fato de não ser bem explicada por todo decorrer da história da igreja não quer dizer que não esteja correta, também é exigirmos demais que desde aqueles tempos já tivesse este nome, que, aliás, tornou-se necessário para identificar a “teoria” diante das outras. Se seguirmos este raciocínio, a doutrina da salvação só tem quinhentos anos, pois esta foi discutida e definitivamente
estabelecida no período da reforma, a verdade é que algo não pode ser considerado novo por apenas não ter sido detalhado no passado.
7.2. A Doutrina da Iminência
O pré-tribulacionismo se destaca das outras teorias por ser a única baseada numa interpretação literal, que, como já vimos, é o método usado pela própria escritura para se explicar. Outro ponto importante é o fato de respeitar a doutrina da iminência como também reafirma-la.
Esta doutrina trata da condição em que está a igreja quanto à volta de Jesus para arrebata-la, ou seja, Jesus disse que seria a qualquer momento. A promessa de buscar sua igreja foi feita por ele mesmo: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”. ( Jo 14:2-3). Porém, quanto ao tempo em que isto ocorrerá, Jesus disse que: “daquele Da e hora ninguém sabe” (Mt 24:36a), logo, sua vinda é repentina.
Mesmo não havendo sinais específicos que indiquem o arrebatamento, o prenuncio da grande tribulação já nos serve como “sombra de sinal”, contudo não devemos atentar cegamente para estes aparentes sinais e nos esquecermos que sua vinda é iminente. A igreja é constantemente exortada a vigiar “aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2:13); “Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa”. (Mt 24:43); “Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão” (I Ts 5:4).
O pós-tribulacionismo como também o meso-tribulacionismo, negam este fato, que é o da vinda a qualquer momento. Seus argumentos, em suma, são:
• Jesus disse que para que ele pudesse retornar o evangelho deveria ser pregado em todo o mundo (Mt 24:14), sendo assim sua vinda dependia de um longo espaço de tempo sinalizando seu retorno e descartando a doutrina da iminência.
o O equivoco está na interpretação, pois “este evangelho do reino”, acima citado não são as boas novas, ou seja, o evangelho que Jesus pregava e que hoje a igreja prega. O contexto é claro, trata-se das boas novas pregada aos Judeus durante a grande tribulação, possivelmente pelo remanescente (Ap 7), pelas duas testemunhas (Ap 11:3-13).
• Devido o desdobramento de acontecimentos da história, sofrimento dos apóstolos e declinio da vida espiritual dos cristãos no fim dos tempos, indicam que antes de tudo isso acontecer, Jesus não poderia retornar, sendo assim não existe um retorno iminente, pois, supostos sinais que o antecedem devem ser cumpridos cabalmente.
o Isto pode ser verdadeiro se não levarmos em consideração que o curso da história pode ser interrompido a qualquer momento, ao se comparar com um ladrão disse: “se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria”, um ladrão não se limita a roubar apenas de noite, mas a qualquer momento. Existem sinais que de maneira secundária indicam o arrebatamento, e é importante perceber que estes, primariamente indicam a
preparação para grande tribulação, sendo assim Jesus não está preso a cumprimento de supostos sinais ou ocorrências na historia para arrebatar sua igreja.
Por todas as referências bíblicas, (e isto fala mais alto que qualquer argumentação), e pelos pontos acima discutidos, fica, sem qualquer sombra de dúvida, confirmada a doutrina da iminência.
7.3. Porque o Arrebatamento Deve ser Pré-Tribulacionista?

Alguns pontos devem, necessariamente ser observados para que tenhamos uma compreensão clara e sustentável referente ao pré-tribulacionismo, e para isto estudaremos alguns pontos que afirmam e sustentam um arrebatamento antes da grande tribulação.
A. A Igreja Não Necessita de Mais Uma Purificação, Pois Esta já Foi Consumada na Cruz. “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” (Ap 3:10)
Numa promessa à igreja de Filadélfia, Jesus diz que não permitiria que a igreja fiel, ou salva passasse pela “provação” que haveria de vir sobre o mundo. No original grego o termo usado neste versículo é peirasmos, de um modo geral significa: experimento, tentativa, teste, prova; tentação da fidelidade do homem, integridade, virtude, constância; de acordo com o contexto, significa: adversidade, aflição, aborrecimento: enviado por Deus e servindo para testar ou provar o caráter, a fé, ou a santidade de alguém. (Strong).
O caráter da grande tribulação é de purificação como também de juízo, quanto a isso aqueles que realmente são servos de Cristo e verdadeiramente “lavaram suas vestiduras no sangue do cordeiro” estão isentos. Perceba bem, purificação aqui, não se refere a santificação. Como já visto anteriormente a igreja foi justificada (Rm 3:19-26); regenerada (IICo 5:17); adotada (Rm 8:15-16) e aguarda apenas sua completa redenção (Rm 8:23; Ef 4:30).
B. A Igreja Precisa Ser Retirada da Terra Para Que se Inicie a Grande Tribulação. “Agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda;”
Nesta referência o iníquo ou profano que é o anticristo, não poderá iniciar seu governo sem que aquele que o impede de agir seja retirado da terra, e sobre a identidade deste, existe muita especulação, no entanto podemos concluir que não se trata de outro a não ser o Espírito Santo, e sendo a igreja templo do Espírito Santo (ICo 3:16), quando esta partir ele irá também. Podemos declarar então que, para que o anticristo possa iniciar sua atuação é necessário que o Espírito Santo juntamente com sua habitação sejam retirados da terra, o que em termos de tempo só pode ser antes de iniciar a grande tribulação, deixando então o “caminho livre” para a besta. É preciso não confundir; a igreja não é a detentora pelo fato de ser a habitação do Espírito Santo, ela apenas age por meio dele, no entanto o agente do poder espiritual que impede a manifestação da besta é o Espírito Santo, a igreja será beneficiada com o arrebatamento porque o Espírito não pode estar desvinculado dela.
Este fato torna impossível que a igreja passe pela grande tribulação deixando claro que o arrebatamento é pré-tribulacionista.
C. É Necessário que Hajam Salvos no Fim da Grande Tribulação Para Ingressarem no Milênio. Com o retorno vivível de Cristo a terra, o milênio será instituído; se o arrebatamento acontecesse neste momento, como pensam os pós- tribulacionistas, não restaria nenhum santo para reinar com Cristo no milênio, sendo que a bíblia nos ensina que neste tempo as pessoas terão uma vida humana, ou seja, vão gerar filhos, se alimentar, trabalhar, terão prosperidade, paz etc… Como está registrado em Is 65:20-25; se assim fosse, isto não seria possível.
Outra questão muito importante é o fato de que Jesus disse em Mateus 24:14 que o “evangelho do reino” seria pregado, evangelho este que não pode ser anunciado pela igreja, pois esta anuncia o evangelho da graça (At 20:24), chamado por Paulo de evangelho de Deus (Rm 1:1), evangelho de Cristo (ICo 9:12). Com exceção de Mateus, nenhum dos escritores do Novo Testamento o identificou como evangelho do reino, o que é explicado pelo fato de Mateus ter sido escrito para os Judeus que devido o sofrimento causado pelo império romano, aguardam a vinda do messias para instituir seu reino.
Este evangelho do reino anunciará, durante a grande tribulação, a vinda do messias para inaugurar este reino literal, e através dele muitos se converterão (Ap 7:13-17).
D. Os Tipos no Velho Testamento Indicam um Arrebatamento Pré-
tribulacional. Quanto aos tipos é importante ressaltar que eles serão introduzidos neste trabalho apenas por serem largamente usados como
símbolos do arrebatamento, no entanto eles são apenas uma suposta alusão ao arrebatamento, teologicamente não pode ser provada devida não haver
menção da igreja, especificamente, no velho testamento, contudo os tipos são:
• Enoque, bisavô de Noé, é o primeiro suposto tipo da igreja
arrebatada, teve um relacionamento de obediência com Deus, e por
isso foi arrebatado para não morrer no dilúvio (Gn 5:24; Hb 11:5).
• Bisneto de Enoque, Noé foi salvo pela arca, do terrível dilúvio que se aproximava (Gn 7:1,7). O tipo tem grande semelhança com o fato de que Deus os livrava do dilúvio para posteriormente os colocar na terra novamente; da mesma forma com o arrebatamento, a igreja será poupada da grande tribulação, retornando novamente a terra na manifestação de Cristo, para juntos entrarem na terra milenial. É interessante ressaltar que a expectativa do arrebatamento, como também seu repentino acontecimento, foi comparada por Jesus aos dias de Noé (Mt 24:37-39).
• O juízo sobre Sodoma veio após a saída de Ló, desta maneira ele representa a igreja que após ser retirada virá o Juízo na terra com a grande tribulação (Lc17:28-30).
Os tipos por mais parecidos com a realidade que sejam não servem para se estabelecer doutrina, porém revelam o cuidado de Deus com aqueles que lhe servem fielmente, por isso podemos crer que por seu amor incondicional a igreja ele não a deixará perecer na grande tribulação.
Por todos os motivos citados fica claro que o arrebatamento não pode ser localizado em outro tempo, senão antes da grande tribulação, sabemos, no entanto que os argumentos pós-tribulacionistas tem certa lógica e base bíblica, mas isso não é o suficiente para que consigam provar suas teorias, o que não acontece com o pré-tribulacionismo que mesmo não resolvendo todos os problemas que existem devido passagens de difícil interpretação, consegue harmonizar os textos de maneira correta e dentro do contexto, trazendo-nos o ensino sobre o arrebatamento mais completo e coerente do todas as teorias existentes, não é à toa que os maiores mestres, doutores e escolas teológicas no mundo inteiro, são pré-tribulacionistas; porém nunca devemos crer em algo apenas porque uma maioria crê, mas o testemunho das Escrituras deve sempre prevalecer.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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