O ARREBATAMENTO DA IGREJA- A ÚLTIMA TROMBETA
Quando do arrebatamento da Igreja, os que estiverem vivos, serão levados para se encontrarem com Cristo, entre nuvens nos ares e, dali, participarão do Tribunal de Cristo (Rm 14:10; 2 Co 5:10). Mas, quando da volta de Cristo, de modo algum os arrebatados precederão aos que morreram (1 Ts 4:15).
O arrebatamento da Igreja
“Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas, todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados” (1Co 15:51-52).
Introdução
Não há crente em Cristo que não tenha lido sobre o arrebatamento da Igreja, que se dará em milésimos de segundos: num abrir e fechar de olhos.
É só sair nos jornais que a nação de Israel entrou em conflito com alguma nação vizinha, que cristãos, pelo mundo todo, ficam receosos com relação ao arrebatamento da Igreja. Se houver algum cataclismo, como terremoto, maremoto, tsunami, tufão, vulcão, há crentes que ficam alarmados e, em desespero.
Basta uma calamidade social, quando se seguem doenças mil, para muitos cristãos questionarem quando se dará a vinda de Cristo. Por falta de conhecimento, muitos cristãos vivem temerosos e assustados, com relação ao encontro de Cristo com a Igreja. E o pior, muitos líderes religiosos, por não compreenderem as Escrituras, não ensinam os seus seguidores e, ainda, com dolo ou, não, são maldosos o bastante, para assustá-los.
Palavras de ordem, como: – ‘Se Jesus voltar hoje, você está preparado?’; – ‘É já a última hora’; – ‘É meia noite no relógio de Deus’; – “Prepara, ó Igreja”, etc., somente assustam ou, apavoram, porém, não instruem, para coroar a confiança que se deve ter em Cristo.
Mensagens acerca do arrebatamento nas redes sociais, são constantemente compartilhadas, porém, nada de concreto ou, seguro, é retransmitido. Especulações acerca de sinais, eventos, guerras, calamidades, etc., é a tônica para se abordar o arrebatamento, em que se esquecem do proposto pelo apóstolo Paulo:
“… seremos arrebatados, juntamente, com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares e, assim, estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1 Ts 4:17-18).
O arrebatamento deve ser abordado para consolar uns aos outros, não para assustar os irmãos em Cristo. O arrebatamento é motivo de consolo e não de preocupação, medo, terror, etc.
A epístola aos Tessalonicenses
O apóstolo Paulo faz referência ao arrebatamento, explicitamente, por duas vezes, enquanto abordava outras questões doutrinárias.
Uma das abordagens acerca do arrebatamento se deu enquanto o apóstolo dos gentios defendia a doutrina da ressurreição dentre os mortos (1 Co 15:12) e a outra, enquanto esclarecia a condição dos cristãos quando partem para a eternidade (1 Ts 4:13).
Nas duas vezes em que o apóstolo Paulo fez referência ao arrebatamento, ele apontou para a necessidade de os cristãos permanecerem firmes e constantes (1 Co 15:58), o mesmo que sóbrios e vigilantes (1 Ts 5:6).
Ao escrever aos cristãos da cidade de Corinto, o apóstolo Paulo, no capítulo 15, procurou trazer à memoria dos cristãos o evangelho que já havia sido anunciado, o mesmo evangelho que eles haviam recebido e permaneciam nele (1 Co 15:1).
A abordagem paulina se deu porque se introduziram, em meio aos cristãos, algumas pessoas que diziam que não havia ressurreição de mortos (1 Co 15:12). Por causa desse desvio doutrinário, o apóstolo roga aos cristãos de Corinto que voltem à sobriedade (evangelho) e não pequem (1 Co 15:34).
Após destacar que carne e sangue (descendência de Abraão) não dá direito ao reino dos céus, e nem que a corrupção (corpo de matéria) herda a incorrupção, o apóstolo Paulo enfatiza que nem todos os cristãos hão de morrer, pois os que estiverem vivos serão transformados, de modo que o que é corruptível se revestirá da incorruptibilidade.
Quando os cristãos vivos forem transformados, os cristãos que estiverem mortos ressurgirão em um corpo incorruptível, o que ocorrerá numa fração de segundos (num abrir e fechar de olhos), quando a morte será aniquilada na vitória (1 Co 15:51-54).
Não podemos esquecer que, ao chegar à cidade de Corinto, o apóstolo Paulo encontrou resistência por parte dos judeus (At 18:6 e 12-13). Nesse mesmo sentido, quando passou pela cidade de Tessalônica, os judeus se opuseram ao apóstolo Paulo, embora alguns judeus se convertessem ao evangelho (At 17:1-5).
Ao escrever aos cristãos de Tessalônica, o apóstolo trás à memoria o fato de os cristãos tessalonicenses terem sofrido perseguição semelhante aos cristãos da Judéia, pois, estes, foram perseguidos pelos judeus e, aqueles pelos seus concidadãos (1 Ts 2:14).
Por causa da oposição dos judaizantes em Tessalônica, o apóstolo Paulo temia que os cristãos fossem tentados e descaíssem da firmeza do evangelho (1 Ts 3:5 e 8).
E meio à preocupação com a perseverança dos cristãos e à alegria por eles permanecerem firmes, na epístola, o apóstolo Paulo toca em um assunto que eles não podiam ignorar, isto para não se deixarem levar pela tristeza, assim como aqueles que não tinham esperança em Cristo, ao ver outro cristão morrer (1 Ts 4:13).
Para evitar que a mesma doutrina espúria que havia chegado aos cristãos de Corinto, de que os mortos não ressuscitavam (1 Co 15:12), o apóstolo Paulo lembra que Cristo morreu e ressurgiu, de modo que um crente em Cristo crê que os que morreram crendo em Cristo Jesus, também, hão de ressurgir (1 Ts 4:13-14).
O apóstolo Paulo deixa claro que a sua exposição não vinha de si mesmo, antes, era pela palavra do Senhor, de que os que ficassem vivos para a vinda de Cristo, não precederiam os que morreram em Cristo. Na verdade, quando Cristo descer dos céus, os mortos ressurgiriam primeiro para, depois, os que estiverem vivos, serem arrebatados e, com os ressurretos, juntamente, encontrarem a Cristo Jesus entre nuvens nos ares (1 Ts 4:16-17).
Com base nessa verdade, os cristãos deveriam consolar uns aos outros, assim como foi ensinado aos cristãos de Corinto, a serem firmes e constantes (1 Ts 4:16-17; 1 Co 15:51-52).
Na transição, do capítulo 4 para o capítulo 5 (I Ts), há uma questão importantíssima a se considerar, pois, nos manuscritos do Novo Testamento, não havia divisões em capítulos e versículos.
Embora o verso 18, do capítulo 4, tenha inicio com uma conjunção conclusiva ‘portanto’ (ωστε/hoste), o verso 1 do capítulo 5, estranhamente, tem inicio com uma conjunção adversativa (δε/de).
“MAS, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva” (1 Ts 5:1).
Escrever acerca do arrebatamento era salutar, pois os cristãos não podiam ser ignorantes acerca dos que morreram (1 Ts 4:13), pois, só assim, seriam sóbrios (1 Ts 5:6 e 8; 1Co 15:34) e poderiam consolar uns aos outros (1 Ts 4:18). Mas, acerca de tempos e estações, o apóstolo Paulo deixa claro que não era necessário escrever (1 Ts 5:1).
Vale destacar aqui, que só permanece sóbrio quem não se embriaga no ‘vinho, em que há contenda’, antes, é pleno do Espírito (Ef 5:18). O vinho em que há contenda é figura que nos remete à doutrina dos escribas e fariseus.
“Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja” (Rm 13:13);
“Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas” (1 Tm 1:6; 1 Tm 6:4-5; 2 Tm 2:23; Tt 3:9);
“Porque os que dormem, dormem de noite e os que se embebedam, embebedam-se de noite” (1Ts 5:7).
Por que não era necessário escrever sobre tempos e estações? Porque esta era um preocupação afeta aos judeus e não aos membros da Igreja de Cristo.
Após Cristo ressurgir dentre os mortos, permaneceu por quarenta dias aparecendo aos seus discípulos e ensinado acerca do reino de Deus (At 1:3). No dia em que ascendeu aos céus, enquanto comia com os discípulos, ordenou que não se ausentassem de Jerusalém e esperassem a promessa, pois seriam batizados com o Espírito Santo, dali há poucos dias (At 1:5).
Como Jesus tocou no assunto de cumprir a promessa do Pai de conceder o Espírito Santo, os discípulos questionaram se o reino de Israel seria restaurado, enquanto aguardavam o batismo, em Jerusalém.
– “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” (At 1:6).
Foi quando Jesus respondeu que não competia aos homens saber os tempos e as estações que Deus estabeleceu pelo seu próprio poder (At 1:7).
Ora, quando o apóstolo Paulo disse aos tessalonicenses que não era necessário escrever acerca dos tempos e épocas, não estava falando do arrebatamento da Igreja, mas, acerca da restauração do reino de Israel.
Percebe-se que os judaizantes haviam introduzido na igreja de Tessalônica alguns questionamentos, acerca da restauração do reino a Israel, pois essa era uma questão afeta aos judeus. Diante desse questionamento, o apóstolo arremata que não era necessário escrever acerca de tempos e estações, até porque o dia do Senhor virá como ladrão de noite, o que torna impossível determinar quando o reino de Israel seria restaurado.
“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir” (Mt 25:13).
O dia do Senhor não se refere ao arrebatamento da Igreja, mas, sim, ao dia que Cristo virá tomando vingança contra todos os seus inimigos.
“O grande dia do SENHOR está perto, sim, está perto e se apressa muito; amarga é a voz do dia do SENHOR; clamará ali o poderoso. Aquele dia será um dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas” (Sf 1:14-15).
Com relação ao arrebatamento, o apóstolo destaca que deveriam consolar uns aos outros, mas com relação ao dia do Senhor, ele utiliza uma conjunção adversativa, deixando claro que o dia do Senhor não possui relação com o arrebatamento.
Ora, para a Igreja há paz sempre, pois Cristo é a nossa paz, mas, para Israel, que espera a restauração do reino, certo é que, quando disserem que há paz e segurança, sobrevirá sobre a nação de Israel repentina destruição (1 Ts 5:3).
A necessidade de estar alerta decorre das instruções que Cristo deixou para o povo de Israel e não para a Igreja, visto que a Igreja não está nas trevas, como os judeus que rejeitaram a Cristo e que podem ser surpreendidos pelo dia do Senhor (1 Ts 5:4).
Para Israel, o dia do Senhor será como ladrão de noite e por isso mesmo não era necessário apontar tempos e estações. Certo é que, quando eles se sentirem em paz e segurança, virá repentina destruição, como as dores de parto à que está gravida, o que surpreenderá a muitos, como se estivessem dormindo.
Contudo, os membros do corpo de Cristo jamais serão surpreendidos:
“Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele” (1 Ts 5:9-10).
Na segunda carta aos Tessalonicenses, o apóstolo Paulo, novamente, destaca o fato de os cristãos serem perseguidos por causa do evangelho (2 Ts 1:5-7) e a necessidade de não se demoverem da doutrina do evangelho (2 Ts 2:15 e 3:6).
Ao declarar que Deus é Justo, o apóstolo Paulo deixa claro que Deus dará tribulação aos que os atribularam e descanso aos cristãos, juntamente com os apóstolos (2 Ts 1:6-7).
O apóstolo deixa evidente que, quando Cristo do céu se manifestar com os anjos do seu poder e em chama de fogo (Mt 25:31), Ele tomará vingança dos que não conhecem a Deus (Is 63:4; Is 61:2), ou seja, dos que não obedecem ao evangelho (2 Ts 1:8; Mt 7:23; Mt 25:41).
“Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas” (Lc 21:22).
Os judeus opositores ao evangelho, por castigo, sofrerão eterna perdição, banidos da face de Deus, quando Ele vier para ser glorificado nos seus santos e admirado, através de todos os que creram (2 Ts 1:9-10).
“E será que naquele dia o SENHOR castigará os exércitos, do alto, nas alturas, e os reis da terra sobre a terra. E serão ajuntados como presos numa masmorra, serão encerrados num cárcere e, outra vez, serão castigados, depois de muitos dias. A lua se envergonhará e o sol se confundirá, quando o SENHOR dos Exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém e perante os seus anciãos, gloriosamente” (Is 24:21-23).
O arrebatamento não será o dia da vingança do Senhor!
Mas, por causa das pessoas que andavam inquietando os cristãos, o apóstolo Paulo volta a tocar no assunto do dia do Senhor e utiliza, novamente, a partícula primária δε, que pode significar ‘mas’, ‘além do mais’, ‘e’, etc. para introduzir a abordagem (2 Ts 2:1).
A abordagem do apóstolo não é com relação à vinda de Cristo e a união dos cristãos com Ele, mas, o seu pedido tem por base a ‘vinda de Cristo e a reunião da igreja com Ele’. O apóstolo poderia rogar pela ‘benignidade de Deus’ ou, ‘pelo seu amor’, entretanto, preferiu rogar ‘pela vinda de Cristo e a reunião da igreja com Ele’.
“ORA, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e pela nossa reunião com ele” (2 Ts 2:1).
O apóstolo roga aos irmãos para que não se alarmassem ou se demovessem do modo de pensar, ao tomarem conhecimento de alguma pretensa revelação, ensinamento ou, mesmo se recebessem uma carta assinada pelos apóstolos, que afirmasse que o dia do Senhor estivesse eminente (2 Ts 2:1-2).
O apóstolo Paulo bem sabia da audácia e da astúcia dos opositores do evangelho, que poderiam enviar uma carta, como se endereçada pelos apóstolos, afirmando coisas que não foram determinadas pelos apóstolos.
O único modo de os cristãos se reunirem com Cristo é através do arrebatamento da igreja, no entanto, judaizantes estava perturbando os cristãos, indicando que era iminente o dia do Senhor, ou seja, a restauração do reino a Israel. Da mesma forma que cristãos vindos da Judeia anunciavam que era necessário a circuncisão para se salvarem (At 15:1), alguém estaria divulgando que era iminente a restauração do reino a Israel.
Dai o alerta:
“Ninguém de modo algum vos engane” (2 Ts 2:3).
Em relação a que os cristãos não deveriam se enganar? Com relação ao arrebatamento ou, ao dia do Senhor?
“Que não vos movais, facilmente, do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto” (2 Ts 2:2).
O apóstolo Paulo rogou aos cristãos pelo que lhes era mais caro, a vinda de Cristo e a reunião dos cristãos com Ele, que não se demovessem, facilmente, do que lhes fora ensinado, como se o dia de Cristo, ou, seja, da vingança do Senhor, já estivesse perto.
Com relação ao arrebatamento, não há o que ser enganado, mas, com relação ao dia do Senhor, havia, em decorrência do engodo dos judaizantes, pois primeiro é necessário que venha à apostasia e se manifeste o homem da perdição, o filho do pecado para, depois, vir o dia de Cristo (2 Ts 2:3).
“… e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador e, isso, até à consumação e o que está determinado, será derramado sobre o assolador” (Dn 9:26-27);
“Ninguém, de maneira alguma, vos engane; porque não será assim, sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou, se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2:3-4).
Somente quando os judeus virem que a abominação da desolação profetizada por Daniel se postou no lugar, é que estaria próximo o dia do Senhor (Mt 24:15).
Sobre o dia do Senhor, o apóstolo Paulo já havia ensinado os cristãos de Tessalônica, pessoalmente (2 Ts 2:5) e eles, perfeitamente, sabiam, visto que foram ensinados, que o homem do pecado estava impedido de manifestar-se, vez que ele se manifestaria em tempo especifico.
Apesar de o mistério do pecado já estar em ação à época dos apóstolos, conforme relatado pelo evangelista João (1 Jo 4:3), contudo, se espera que o que o impede seja tirado para que o ímpio se manifeste.
O apóstolo deixa claro que o ímpio será destruído com o sopro de Cristo e aniquilado com o resplendor de sua vinda (2 Ts 2:8), o que, por si só, desfaz qualquer medo ou receio, com relação a pessoa do Iníquo.
O apóstolo Pedro também fez referência à volta de Cristo, quando diz:
“Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade” (2 Pd 1:16).
O apóstolo Pedro destaca que não inventou fábulas para fazer referência ao poder e à vinda de Cristo, o que sugere que havia quem o fizesse: engendrar fábulas, artificialmente compostas.
O apóstolo da circuncisão destaca que não deixaria de exortar os cristãos acerca da verdade do evangelho, embora já soubessem e estivessem firmes no evangelho (2 Pe 1:12-13; 3:1-2).
Veladamente, o apóstolo Pedro aponta para os judaizantes como falsos doutores, que introduziriam encobertamente heresias de perdição, pois andam segundo a carne, em concupiscência de imundície, vez que desprezavam as autoridades constituídas, sendo atrevidos e obstinados (2 Pe 2:10). Os tais engodavam os cristãos com as concupiscências da carne e dissoluções (2 Pe 2:18).
Quem anda segundo a carne são os que fazem da carne a sua força (Jr 17:5), ou seja, quem confia na carne, que são questões como: pertencer a uma tribo de Israel, da linhagem de Israel, circuncidado segundo a lei, hebreu de hebreu, etc. (Fl 3:4-6; Rm 8:4).
O apóstolo destaca que, nos últimos dias, surgiriam escarnecedores, o que remete aos judaizantes, visto que eles questionariam quando se cumpriria a promessa da vinda do Messias, visto que, desde que os pais morreram, tudo continua o mesmo (2Pe 3:4).
Ora, essas pessoas que seguem as suas próprias concupiscências, não tinham em mente o arrebatamento da Igreja, mas, sim, a restauração do reino a Israel, visto que a esperança deles não era celestial, mas terrena.
Como leitores das Escrituras, voluntariamente, os Judeus ignoram que os céus, pela palavra de Deus, existem desde a antiguidade, e que a terra foi tirada da água e no meio da água subsiste pela palavra de Deus (2 Pd 3:5). Ignoram, também, o fato de que a terra e os céus que agora existem, está reservado para o fogo, tendo um tempo determinado de existência, até o dia do juízo (2 Pe 3:7).
Os judaizantes, também, ignoram que o tempo para Deus não é o mesmo que é para os homens, de modo que Deus não retarda a sua promessa, antes é longânime (2 Pe 3:8-9). Daí, o apóstolo destaca que o dia do Senhor, que os judeus esperam, que é o dia da vingança, virá como ladrão de noite, diferentemente dos cristãos que, segundo a promessa de Cristo, aguardam novos céus e nova terra.
“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis, em paz” (2 Pe 3:13-14).
Após breve releitura da abordagem que o apóstolo Paulo faz acerca do ‘arrebatamento da Igreja’ e do ‘dia do Senhor’, aos cristãos das cidades de Corinto e de Tessalônica, e que o apóstolo Pedro fez do dia do Senhor, daremos continuidade ao tema: ‘O arrebatamento da Igreja’.
Tempos e estações determinados sobre o povo de Israel
Pelas Escrituras, entendemos que Deus, desde sempre, estabeleceu sobre o povo de Israel, tempos e épocas, de sorte que, desde Abraão até Davi, contam-se quatorze gerações, de Davi até o exílio Babilônico quatorze gerações e do exílio até Cristo, quatorze gerações (Mt 1:17).
Bem antes de os filhos de Israel entrarem na terra do Egito, Deus anunciou a Abraão que o povo de Israel ali permaneceria por 400 anos:
“Então disse a Abrão: Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, será reduzida à escravidão e será afligida por quatrocentos anos“ (Gn 15:13; Ex 12:40).
Após serem resgatados do Egito, foi determinado por Deus que Israel peregrinaria por quarenta anos no deserto, em função da rebeldia do povo que não acatou a ordem de Deus.
“Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades quarenta anos e conhecereis o meu afastamento” (Nm 14:34; Nm 32:13).
Em seguida, o tempo do exilio, 70 anos, foi profetizado por Jeremias, vez que o povo de Israel não descansou a terra segundo a ordenança de Deus, durante o tempo que habitou nela. Por serem desobedientes, Deus expulsou os filhos de Israel da terra que herdaram.
O tempo determinado para dar descanso à terra foi de setenta anos.
“Para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da assolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram” (2 Cr 36:21);
“O primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR Deus dos céus me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá” (Ed 1:1-2).
O exílio do povo de Israel também foi previsto por Moisés:
“Então a terra folgará nos seus sábados, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos; então a terra descansará e folgará nos seus sábados. Todos os dias da assolação descansará, porque não descansou nos vossos sábados, quando habitáveis nela” (Lv 26:34-35).
Embora alguns filhos de Israel tivessem retornado à cidade de Jerusalém para reedificarem o templo, segundo o que determinou o rei Ciro, muitos israelitas permaneceram na terra de suas peregrinações, o que intrigou Daniel e ele questionou a Deus sobre a previsão das Escrituras, conforme se lê:
“No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos“ (Dn 9:2).
Como não conseguiu compreender o motivo pelo qual o povo de Israel ainda permanecia sob o domínio de povos estrangeiros, Deus anunciou a Daniel os tempos que estabeleceu pelo seu próprio poder sobre o povo de Israel: 70 semanas de anos, o que totaliza 490 anos, de 360 dias cada.
As setenta semanas de anos da profecia de Daniel foram estabelecidas por Deus, levando-se em conta os sábados que os filhos de Israel negligenciaram e não descansaram a terra (Lv 25:1-22; 26:33-35; 2Cr 36:19-21; Gn 29:26-28 e Dn 9:2).
Além dos setenta anos que terminaram com a ordem de Ciro para construir o templo, foi fixado por Deus setenta semanas de anos (um tempo determinado), sobre Israel, que começou a ser contado desde a ordem que Artaxerxes (445 a. C) deu para se reedificar e restaurar a cidade de Jerusalém e seus muros, conforme registro histórico no Capítulo 2, do Livro de Neemias.
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, trazer a justiça eterna, selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo” (Dn 9:24).
O tempo determinado sobre Israel transcorreu até o nascimento de Cristo – o Príncipe Ungido – totalizando sessenta e nove semanas de anos, ou seja, 483 anos. Após o termino das sessenta e nove semanas de anos, o Messias enviado seria morto, e a contagem das setenta semanas, desde então, permanece suspensa (Dn 9:26).
Após os 483 anos estabelecidos sobre o povo de Israel, na revelação a Daniel foi predito que o Cristo seria morto (29 a. D) e a cidade de Jerusalém novamente destruída (70 a. D). Percebe-se que, após os 483 anos, transcorridos desde a ordem de Artarxerxes para restaurar a cidade de Jerusalém, a contagem do tempo estabelecido sobre Israel parou de transcorrer e falta somente uma semana de anos para se cumprir.
Entendemos, pelas Escrituras, que, após a morte e a ressureição de Cristo, foi inaugurado o tempo denominado ‘plenitude dos gentios’ e, por isso, a contagem de tempo sobre o povo de Israel interrompeu-se, restando somente uma semana de anos (sete anos) para se cumprir (Rm 11:25).
Após o arrebatamento da Igreja, o tempo estabelecido de setenta semanas de anos sobre Israel voltará a transcorrer, normalmente, pois, ainda, falta os acontecimentos referentes à última semana de Daniel. Somente após a última semana, será inaugurado o reinado de Cristo sobre todas as nações, quando Ele se assentará sobre o trono de Davi seu pai (Jr 33:17; Is 32:1; Mt 25:31).
Cristo se assentará para reinar no seu trono de glória, quando regerá todas as nações, por um período de mil anos.
“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos“ (Ap 20:6).
Ora, até a inauguração do reino de Cristo há tempos estabelecido sobre os filhos de Israel e, por isso, o Senhor Jesus está assentado à destra da Majestade nas alturas, até que os inimigos de Cristo estejam subjugados (Sl 110:1; Dn 7:14).
“DISSE o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés” (Sl 110:1).
Somente após os inimigos de Cristo estarem postos por estrado dos seus pés, é que Cristo unificará as funções de rei e sacerdote, assim como Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo (Sl 110:4; Hb 5:6), eventos que ocorrerão após a última semana de Daniel (Dn 9:24; Dn 12:7 e 12).
Sobre Israel, há tempos que Deus pré-determinou, por seu próprio poder, até que Cristo reine em Sião, a cidade do grande Rei. Cristo dominará todos os povos até os confins da terra (Sl 2:8-9), porém, nenhum desses tempos ou, estações, podem ou, devem, ser utilizados para fazer previsões, acerca do arrebatamento da Igreja.
O templo edificado pelo Filho de Davi
Ao falar do endurecimento do povo de Israel, o apóstolo Paulo faz referência a um tempo denominado ‘Plenitude dos gentios’.
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado” (Rm 11:25).
A plenitude dos gentios refere-se ao tempo em que Cristo está edificando um templo, a Sua Igreja, conforme o que foi predito a Davi:
a) que o seu Filho haveria de edificar um templo, e;
b) que o seu reino jamais teria fim (2 Sm 7:13).
Antes de Deus entregar os reinos da terra ao seu Filho, primeiro o Filho de Deus edificará um templo a Deus, sendo Cristo mesmo a pedra preciosa de esquina (Is 28:16), e os que n’Ele creem são sobre-edificados, como pedras vivas (1 Pe 2:4-7).
Cristo foi posto por santuário, ou seja, por templo (Is 8:14), casa de oração para todos os povos (Is 56:7), e todos que n’Ele creem são sobre-edificados casa espiritual (Ef 2:20-22).
“Quando teus dias forem completos e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar, depois de ti, um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome e confirmarei o trono do seu reino para sempre. Eu lhe serei por pai e ele me será por filho” (2 Sm 7:12-14).
Para o reino ser entregue ao Filho de Davi, primeiro está estabelecido que Ele edificará uma casa para Deus, que é a Igreja (1 Co 3:16). O templo que Jesus está edificando é constituído por homens de todos os povos e línguas, para que a profecia anunciada a Abraão se cumpra: ‘… em ti serão benditas todas as famílias da terra’ (Gn 12:3). Como Deus não habita em templo feito por mãos humanas, Cristo está a edificar uma casa com pedras vivas (At 17:24).
Para a edificação do corpo de Cristo, que é a sua Igreja, não há um tempo determinado por Deus, para o término da construção (1 Co 3:16-17; Ef 2:20-22), portanto, não há como prever, quando Cristo reunirá os membros do Seu corpo.
No tempo denominado ‘plenitude dos gentios’ não há nada determinado ou previsto, de modo que possa ser analisado, calculado, antecipado, acerca de quando Jesus arrebatará o seu povo, num abrir e fechar de olhos!
Nenhuma profecia ou palavra, que estabeleça tempos ou estações, para o arrebatamento da Igreja, é digna de credibilidade, portanto, resta ao crente permanecer em Cristo, alerta e vigilante.
O crente não deve estar ‘vigilante’ com relação ao arrebatamento, mas, sim, vigilante com relação às palavras de engano que podem demover o crente da verdade do evangelho.
Como não ser surpreendido no arrebatamento
Para ser salvo, basta ao homem crer que Jesus de Nazaré é o Cristo, o Filho de Deus (Jo 20:31; 1 Jo 4:15; 5:1 e 10). Após ouvir a palavra da verdade, ou seja, o evangelho da salvação e crer que Jesus é o Filho de Davi, o homem é selado com o Espírito Santo da promessa (Ef 1:13).
No evangelho está o poder de Deus para a salvação de qualquer que crer, quer seja judeu quer seja grego (Rm 1:16). Quando o homem crê, segundo a operação da força do poder que há no evangelho, a mesma sobre-excelente grandeza do poder de Deus, que foi manifesta em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, também opera naqueles que creem, ressuscitando-os com Cristo (Ef 1:19-20; Cl 2:12; 3:1).
Cristo, ao ressurgir dentre os mortos, foi posto assentado à direita da Majestade nos céus (Ef 1:20) e os que ressuscitam com Cristo, também se assentam nas regiões celestiais em Cristo Jesus (Ef 1:3 e Ef 2:6).
O apóstolo Paulo deixou registrado que, para ser salvo, é suficiente confessar (admitir), com a boca, que Jesus é o Senhor e crer com o coração (entendimento), que Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos: “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus e em teu coração creres, que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10:9; 2 Tm 2:8).
Qualquer pessoa que tenha a confiança em Deus, de que Ele ressuscitou a Cristo dentre os mortos, passa a estar em Cristo, ou seja, em comunhão, como lemos: ‘… é n’Ele que vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade’ (Ef 1:13). No que consiste ‘estar em’ Cristo? Ser uma nova criatura!
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17);
“É n’Ele que vós também estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Ef 1:13).
Para não ser surpreendido no arrebatamento, basta ao crente permanecer em Cristo, ou seja, crendo na verdade do evangelho.
“E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos confundidos por ele na sua vinda” (1 Jo 2:28).
O crente tem que estar ciente de que, após crer que Jesus é o Cristo:
- É uma nova criatura, pois, nasceu de novo, da água e do espírito (Jo 3:3-6; 1 Pd 1:3 e 23);
- É pedra viva, edificado casa espiritual e sacerdócio santo e real (1 Pd 2:5-9; 1 Co 3:16-17; Ef 2:20-22);
- É filho de Deus e coerdeiro com Cristo, de todas as coisas (1 Jo 3:1-2; Gl 3:26);
- É luz no Senhor (Ef 5:8; Jo 12:36; Jo 1:4);
- Não há nenhuma condenação (Rm 8:1; Cl 2:14);
- Ressurgiu com Cristo (Cl 3:1; Cl 2:12).
Para os cristãos de Corinto não serem surpreendidos pelo arrebatamento, o apóstolo Paulo sempre relembrava a mensagem do evangelho que já havia sido anunciada, mesmo aos que receberam o evangelho e permaneciam firmes:
“TAMBÉM vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes e no qual também permaneceis” (1 Co 15:1).
O apóstolo dos gentios não cansava de escrever, sempre as mesmas coisas, pois era segurança para os cristãos (Fl 3:1; 2 Tm 2:8), pois, ele sabia que, para não serem surpreendidos no arrebatamento, era necessário permanecerem firmes e fundados na verdade do evangelho (Cl 1:23; Cl 2:7; 2 Ts 2:2).
Considerando o que foi elencado, anteriormente, acerca da nova criatura, certo é que é impossível a alguém que crê em Jesus ser surpreendido pela vinda de Cristo. Quem crê em Cristo não está em trevas, antes ,está na luz, portanto, quando do arrebatamento, não será surpreendido.
Quem crê em Cristo como o Filho de Deus, é filho da Luz e filho do dia (1 Ts 5:5; Gl 3:26; 1 Jo 3:1-2), está na Luz e não nas trevas, de modo que, não pertence à noite e nem às trevas. A vinda de Cristo só surpreenderá aqueles que não creem no evangelho, pois quem não crê permanece nas trevas e é da noite.
Um crente em Cristo não deve se demover da verdade do evangelho e nem ficar receoso com relação ao arrebatamento. Não é por causa de uma epístola, uma explanação, um ensinamento, etc., que o crente deve ficar apreensivo.
A obrigação do crente é permanecer firme, de posse da essência do evangelho que foi ensinado (παράδοσις/tradição), não importando se é enviado uma nova epístola ou ensinamento (2 Ts 2:2 e 15).
A parábola das dez virgens e da figueira
É um erro conclamar os cristãos a se prepararem para a vinda de Cristo. A ideia de que é necessário se preparar para a vinda de Cristo, deriva da má leitura e da interpretação equivocada da parábola das dez virgens, pois muitos consideram que a igreja de Cristo é representada por dois tipos de virgens: ‘virgens loucas’ e ‘virgens prudentes’.
No corpo de Cristo, a figura das ‘virgens loucas’ não se aplica. No corpo de Cristo, ninguém será surpreendido dormindo, pois quer durmamos quer vigiemos, vivemos por Cristo. No corpo de Cristo ninguém está sem óleo em suas lâmpadas! Aliás, em Cristo, cada membro de seu corpo é luz, portanto, não necessita de óleo.
“Que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele” (1 Ts 5:10).
O erro esta em aplicar a parábola das dez virgens, que se refere única e exclusivamente ao povo de Israel, como se a parábola descrevesse a realidade da igreja ou, a vinda de Cristo para arrebatá-la.
Os membros do corpo de Cristo não estão na condição de ‘noiva’, mas, sim, na condição de ‘esposa’, pois é um só corpo com o esposo: “Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja” (Ef 5:31-32; Jo 3:29).
Ao contar a parábola das dez virgens, Jesus estava respondendo aos seus discípulos três perguntas:
a) quando se daria as coisas anunciadas por Cristo?
b) que sinal haveria da vinda de Cristo? e;
c) o sinal do fim do mundo?
Ao proclamar ‘aís’ sobre Jerusalém, Jesus anunciou que a casa dos filhos de Jerusalém ficaria deserta, até que reconhecessem Jesus como o ‘Bendito que vem em nome do Senhor’ (Mt 23:39; Is 25:9), o que se dará quando Cristo colocar os seus pés sobre o monte das Oliveiras (Zc 14:4; Zc 12:10), diferente da Igreja que se encontrará com Cristo nos ares e voltará, juntamente com Ele, para reinar.
“E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto, nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o SENHOR meu Deus e todos os santos contigo“ (Zc 14:5).
A Igreja é composta de pessoas que já reconhecem a Cristo como o Senhor bendito, pois, assim como as criancinhas no templo, professam ‘Hosana ao Filho de Davi’ (Mt 21:15; Hb 13:15).
Como Jesus profetizou que o templo reformado por Herodes seria destruído, os discípulos inquiriram acerca do tempo e dos sinais, vez que ouviram Jesus dizer que ‘não mais O veriam’ (Mt 24:2).
A preocupação dos discípulos com a restauração do reino de Israel era a mesma dos fariseus, mas esses não conseguiram ver que Cristo é o reino de Deus, diferentemente daqueles.
“E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós. E disse aos discípulos: Dias virão em que desejareis ver um dos dias do Filho do homem e não o vereis. E dir-vos-ão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali. Não vades, nem os sigais; Porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até à outra extremidade, assim será também o Filho do homem, no seu dia. Mas, primeiro convém que ele padeça muito e seja reprovado por esta geração” (Lc 17:20-25).
Cristo veio e os judeus O rejeitaram (Lc 17:25), porém, Ele voltará. Mas, antes da sua volta, surgirão muitos falsos profetas, indicando onde estaria o Cristo e o alerta de Jesus é para não segui-los.
Ora, a parábola da dez virgens é uma ilustração para que os judeus sejam vigilantes, pois, primeiro virá o ‘princípio de dores’, para depois ocorrer a ‘abominação da desolação’, que foi profetizada por Daniel (Mt 24:15), eventos que antecedem a volta de Cristo, em glória, para reinar sobre Israel, no final da última semana de anos e não para arrebatar a sua Igreja.
Jesus só voltará para exercer domínio com os judeus sobre todas as nações, após a grande aflição prevista por Daniel, quando o sol escurecerá e a lua não dará o seu brilho (Mt 24:29; Zc 14:6-7). A ordem para os habitantes da Judéia fugirem para os montes, sem retornarem às suas casas, para apanhar os seus pertences, aplica-se, única e exclusivamente, ao povo de Israel, pois será o dia da vingança de Cristo (Zc 14:5).
“Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, saiam; e os que nos campos não entrem nela. Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas” (Lc 21:21-22).
Cristo voltará com poder e glória e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, evento que se dará quando da volta de Cristo para o povo de Israel e não para a igreja, que será um encontro entre nuvens nos ares (Mt 24:30; 1 Ts 4:17). Nesse tempo, Cristo se assentará sobre o trono da sua glória e reunirá todas as nações para julgá-las, antes de inaugurar o seu reino milenar (Mt 25:31-32; Zc 14:9).
Os eventos descritos nos capítulos 24 e 25 do evangelho de Mateus não ocorrerão com a Igreja, mas, sim, com Israel e as nações, pois, assim como um pastor separa os bodes das ovelhas, serão julgadas e apartadas uma das outras. Será esse o tempo em que Cristo se levantará da destra do Pai, pois será entregue a Ele o reino (Sl 110:1), quando reinará com vara de ferro.
“Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre, da maneira que viste, que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho e fiel a sua interpretação” (Dn 2:44-45; Mq 4:1-13).
É um equivoco entender que a parábola que faz referência as duas pessoas no campo, ou duas pessoas no moinho, quando uma será levada e a outra deixada, como se fizessem referência aos membros do corpo de Cristo, a Igreja. Na verdade, é uma parábola que faz referência à profecia de Zacarias, que diz:
“Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; a cidade será tomada, as casas serão saqueadas e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade” (Zc 14:2).
Com a parábola das duas pessoas no moinho e no campo, Jesus remete à ideia que consta de Zacarias, de que metade da população da cidade será exterminada e a outra metade levada cativa, pouco antes de Cristo se manifestar e o seus pés tocarem o Monte das Oliveiras (Zc 14:4).
Naqueles dias somente os remanescentes serão salvos e não serão aqueles que ficarem na cidade, cuidando dos seus afazeres diários. Somente serão salvos aqueles que estiverem vigilantes em obedecer à ordem de Cristo: fujam para os montes, ou seja, fiquem longe da cidade (Mt 24:15-19).
As pessoas que estarão no campo ou na moenda e que serão deixadas ou, levadas, ilustram pessoas que compartilham o destino: perdição. É em função das pessoas não darem ouvidos à ordem de Cristo que, para os filhos de Israel, será como nos dias de Noé, quando o dilúvio veio e surpreendeu a todos que permaneciam nos seus afazeres rotineiros.
“E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca e não o perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos, assim será, também, a vinda do Filho do homem. Então, estando dois no campo, será levado um e deixado o outro; Estando duas moendo no moinho, será levada uma e deixada outra” (Mt 24:37-41).
A narrativa do evangelista Lucas é mais enxuta:
“Naquele dia, quem estiver no telhado, tendo as suas alfaias em casa, não desça a tomá-las; e, da mesma sorte, o que estiver no campo, não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Qualquer que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á e qualquer que a perder, salvá-la-á. Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado e outro, será deixado. Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada e outra será deixada. Dois estarão no campo; um será tomado e o outro será deixado” (Lc 17:31-36).
Naqueles dias, Israel estará em aperto, por causa das nações em redor, consequentemente, metade da cidade será tomada e a outra metade levada em cativeiro. Será salvo somente o remanescente que fugir para os montes e se olharem atrás, assim, como a mulher de Ló, conforme o alerta de Cristo.
“Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo” (Rm 9:27).
A parábola das dez virgens exorta os filhos de Israel à vigilância, para que fiquem apercebidos acerca dos eventos que antecedem a volta de Cristo (Mt 24:44). Essa exortação não é para a igreja, pois a igreja não será surpreendida, como se estivesse dormindo ou, sem óleo para as lâmpadas.
“E vós tendes a unção do Santo e sabeis tudo (…) E a unção que vós recebestes dele, fica em vós e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, é verdadeira e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis” (1 Jo 2:20 e 27).
A exortação à vigilância tem por alvo estabelecer em Israel servos fiéis e prudentes, que orientarão os remanescentes, que adentrarão ao reino milenar de Cristo, a não descerem do telhado para apanharem algo dentro de suas casas e nem os que estiverem no campo, a voltarem às suas residências para apanharem o que quer que seja, isso quando virem à abominação da desolação proferida por Daniel, para que não lhes suceda como a mulher de Ló (Mt 24:15).
Aquele que orientar os filhos de Israel a fugirem para os montes, quando virem o abominável da desolação, conforme a profecia de Cristo (Mt 24:16-20), será tido por ‘servo fiel e prudente’, pois os filhos de Israel que ficarem nas cidades, cuidando, normalmente, dos seus afazeres, tanto no campo, quanto na moinha, serão surpreendidos como as pessoas do dilúvio. Não estarão preparados para entrarem no reino de Cristo, como as virgens loucas (Mt 25:11-12), mas, serão destinados ao castigo eterno, assim como as nações que serão julgadas e postas à esquerda (Mt 25:41-46).
Israel – “E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: SENHOR, Senhor, abre-nos. E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que não vos conheço” (Mt 25:11-12);
Israel – “E então lhes direi, abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7:23);
Nações – “Então dirá, também, aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber” (Mt 25:41-42).
Ao seu tempo, Deus estabelecerá o servo fiel e prudente, a quem Deus confiará os filhos de Israel e dar-lhes a palavra de vida: fujam para os montes e abandonem os seus afazeres diários (Mt 24:45-46). Quem permanecer na cidade, nos seus afazeres, não entrará no reino de Cristo, mesmo sendo descendência da carne de Abraão, pois a porta do reino estará fechada, tal qual a porta da arca no dilúvio (Mt 24:10).
Outra parábola mal compreendida é a parábola da figueira:
“Aprendei, pois a parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo às portas. Em verdade, vos digo, que não passará essa geração, sem que todas estas coisas aconteçam” (Mt 24:32-34).
Jesus apontou para os filhos de Israel, vários sinais que antecederiam a sua volta como pestes, terremotos, guerras, fome, etc. Em seguida, contou a parábola da figueira, que estabelece uma comparação: da mesma forma que os discípulos sabiam que o verão estava próximo, quando viam que os ramos das figueiras tornarem-se tenros e as folhas brotarem, deveriam entender que a volta de Cristo estaria próxima, quando vissem os sinais preditos por Cristo.
Ao volta de Cristo para estabelecer o seu reino terreno estaria tão próxima, quando vissem os sinais anunciados por Cristo, que a geração daqueles que vissem os sinais, não passaria. Jesus não estava falando da geração dos discípulos, mas, sim, da geração que antecederia a Sua volta, pois, a grande tribulação se dará em um período de três anos e meio (última metade da septuagésima semana de Daniel).
A má compreensão é entender que a figueira representa a restruturação da nação de Israel como Estado, com o respectivo retorno do povo judeu para a sua terra, no dia 15 de maio de 1948. É um equivoco entender que o florescimento da figueira se refere à criação do Estado de Israel e não aos sinais preditos por Cristo.
“E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira e para todas as árvores; Quando já têm rebentado, vós sabeis, por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim, também, vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto” (Lc 21:29-31).
Jesus não apontou para Israel, ao fazer referência a uma figueira, mas, para todas as árvores do campo, o que inclui as figueiras, quando se torna possível prever a proximidade do verão e não o dia do Senhor.
A figueira foi uma ilustração comparativa, para que os discípulos entendessem que, da mesma forma que podiam prever a proximidade do verão, observando o florescer da figueira, a geração que antecederá a volta de Cristo poderá prever que o reino terreno de Cristo estará próximo, pois, todos os eventos preditos por Cristo, ocorrerão naquela geração.
A geração futura dos filhos de Israel que passarem pela grande tribulação será a geração que verá a volta do Senhor, em glória, para reinar sobre os filhos de Israel.
Como estar preparado para a vinda de Cristo?
Todos os que creem em Cristo, conforme as Escrituras, constituem o corpo de Cristo e, individualmente, são seus membros.
“Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular” (1 Co 12:27);
“Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente, somos membros uns dos outros” (Rm 12:5);
“Porque somos membros do seu corpo, da sua carne e dos seus ossos” (Ef 5:30).
É Cristo quem cuida da Igreja, que é a sua esposa (Jo 3:29). Cristo se entregou por sua esposa, a Igreja, para apresentar, a si mesmo, uma Igreja gloriosa, sem ruga e sem mácula. A Igreja foi purificada com a lavagem da água, pela palavra do evangelho (Tt 2:14; Jo 15:3).
“Para a apresentar a si mesmo, igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5:27);
“No corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, irrepreensíveis e inculpáveis” (Cl 1:22).
Qualquer que tenha esperança em Cristo, ou seja, que crê que Ele é o Filho de Deus, purifica-se a si mesmo, tornando-se como Ele: puro, pois se faz filho de Deus e vence o mundo (1 Jo 5:1-5; 1 Jo 3:1-2). Tal qual Cristo é, quem nele crê, assim, também, se torna, ainda neste mundo: “Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também, neste mundo” (1 Jo 4:17).
“E qualquer que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1 Jo 3:3).
Crer em Cristo é o que purifica o homem, diferente da ideia espúria que é necessário ao crente, mesmo após crer, se purificar. Ser purificado é consequência de crer em Cristo, pois o homem é purificado por Deus, quando obedece ao evangelho.
“Purificando as vossas almas pelo Espírito, na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente, uns aos outros, com um coração puro” (1 Pd 1:22; Hb 1:3).
O homem só consegue lançar, de si, as suas transgressões ou, purificar-se a si mesmo, quando se socorre de Deus, que lança água pura (palavra) e purifica o homem, dando um novo coração e um novo espírito (novo nascimento).
“Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e fazei-vos um coração novo e um espírito novo; pois, por que razão morreríeis, ó casa de Israel?” (Ez 18:31);
“Então aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos darei um coração de carne” (Ez 36:25-26).
Após crer em Cristo, o crente está preparado para o dia do Senhor. Segundo o apóstolo Paulo, os cristãos são idôneos para participarem da herança dos santos na luz, pois foram transportados da potestade das trevas para o reino do Filho do amor de Deus (Cl 1:12-13).
Os cristãos foram reconciliados no corpo da carne de Cristo, pela morte, para serem apresentados a Ele santos, irrepreensíveis e inculpáveis, bastando, para isso, permanecerem fundados e firmes em Cristo, ou seja, sem demoverem da esperança do evangelho (Cl 1:22-23).
Quem crê em Cristo não tem que se preparar para a volta de Cristo, pois, em Cristo, todo homem é perfeito (Cl 1:28).
O que é necessário então? Permanecer vigilante, tendo cuidado para não ser enganado com palavras persuasivas (Cl 2:4), pois, muitos enganadores têm surgido no mundo (falsos profetas, anticristos, falsos cristos, falsos apóstolos, etc.).
Ao novo convertido é necessário ser administrado o leite racional, para que possa crescer e se tornar experimentado na palavra da justiça. Se um crente não se alimenta de leite racional, não cresce, o que o torna inapto a ser participante de alimento sólido. Se não participa de alimento sólido, permanece menino e não pode discernir tanto o bem quanto o mal (Hb 5:12-14).
Quem não tropeça na verdade do evangelho é declarado perfeito por Deus, pois tem os sentidos exercitados, em razão do costume (Tg 3:2). Quem não tropeça na palavra da verdade é perfeito, não é menino, portanto, jamais será levado em roda por vento de doutrinas: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam, fraudulosamente” (Ef 4:14).
O crente em Cristo não tem que se preparar para a volta de Cristo, antes, tem que se fortalecer no poder de Deus, que é o evangelho (Ef 6:10). Como se fortalecer? Tomando toda a armadura de Deus, para poder resistir no dia mau e permanecer firme (Ef 6:13).
Só permanece firme quem cinge os lombos com a verdade, veste a couraça da justiça, calça os pés no evangelho da paz, toma o escudo da fé, coloca o capacete da salvação e empunha a espada do espírito, ou seja, a armadura, que se refere à palavra de Deus (Ef 6:14-17). A palavra de Deus é espada, escudo, sapato, capacete, couraça, etc.
O cristão não deve ficar temeroso com a vinda de Cristo, pois é filho da luz e do dia. A recomendação do apóstolo Paulo, para os cristãos, é para não ‘dormirem’, mas, que sejam vigilantes e sóbrios (1 Ts 5:5-6). É necessário ser pleno do espírito, rejeitando o vinho em que há contenda, ou seja, a doutrina dos fariseus (Ef 5:18; Cl 3:16).
Para a vinda de Cristo, o crente precisa estar sóbrio! Como? Vestindo-se da couraça da fé e do amor e tendo o capacete da esperança da salvação (1 Ts 5:8). A ordem é revestir-se do Senhor Jesus, ou seja, das armas da luz (Rm 13:11-14).
Quem está em Cristo está na luz e no dia, de modo que, jamais estará ‘dormindo’ ou, ‘bêbado’, pois só dorme e se embebedam aqueles que são das trevas e da noite (1 Ts 5:5 e 7).
“A noite é passada e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz” (Rm 13:12).
Quem está em Cristo é do dia, está na luz, portanto, jamais será surpreendido dormindo. No corpo de Cristo só há membros sóbrios e vigilantes, assim como só está ligado à videira verdadeira aqueles que dão fruto (Jo 15:1-5).
Mensagens que ordenam os cristãos a se prepararem para a vinda de Cristo, geralmente, tem por base conteúdo moralizante, ritualístico ou, formalista. Decorrem de restrições como, não toques, não proves e não manuseies (Cl 2:20-23), pois muitos chegam a proibir o casamento e a abstinência de alimentos, como modo de se preparar para a volta de Cristo (1Tm 4:3).
“Ora a comida não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta” (1 Co 8:8).
Quem não conhece o evangelho de Cristo, plenamente, geralmente, são aqueles que conclamam os seus seguidores a se ‘prepararem’ para a vinda de Deus, mas, tal concepção, decorre do fato de estar inchado em sua carnal compreensão (Cl 2:18).
Eternidade
Outra questão que o crente em Cristo precisa compreender, refere-se à eternidade, pois fora do mundo dos homens, não há espaço/tempo, onde os eventos são concatenados e mensurados, cronologicamente, no tempo e delimitados em um espaço.
Deus não está sujeito ao espaço/tempo, visto que, para Ele, mil anos é como o dia de ontem, que já passou (Sl 90:4; 2Pe 3:8). Com relação a Deus e a eternidade, devemos ter em mente, o seguinte alerta:
“O que é, já foi; e o que há de ser, também, já foi; e Deus pede conta do que passou” (Ec 3:15).
É comum aos cristãos pensarem o arrebatamento da Igreja e a morte dos santos presos às leis que regem este mundo. Para falar do arrebatamento ou, da morte dos santos, temos que considerar que o presente já ocorreu e o futuro, também, já ocorreu. Na eternidade, não existem leis físicas e nem a relação espaço/tempo.
Quando do arrebatamento da Igreja, os que estiverem vivos, serão levados para se encontrarem com Cristo, entre nuvens nos ares e, dali, participarão do Tribunal de Cristo (Rm 14:10; 2 Co 5:10). Mas, quando da volta de Cristo, de modo algum os arrebatados precederão aos que morreram (1 Ts 4:15).
Durante o instante do arrebatamento, os que estiverem mortos, no seio da terra, serão ressuscitados, pois, o Senhor descerá dos céus para recebê-los nos ares, entre as nuvens (1 Ts 4:17). Concomitantemente, os que estiverem vivos, serão arrebatados e reunidos com os que serão ressuscitados e, juntamente, serão recebidos por Cristo, entre as nuvens, nos ares (1 Ts 4:16).
Isso significa dizer que os apóstolos não estão aguardando a volta de Cristo, como se, ainda, estivessem sujeitos ao tempo. Na verdade, quando morreram, todos eles, juntamente, abriram os olhos na eternidade, para se encontrarem com Cristo, nos ares.
O crente em Cristo precisa entender que, quando morre, imediatamente, abre os olhos, no dia do arrebatamento da igreja, para estar para sempre com o Senhor (2 Co 5:8; Fp 1:23). Da mesma forma que os vivos não precedem os que morreram, estes últimos não precedem os que estiverem vivos, pois ‘… os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados’ (1 Co 15:52).
Certo é que Jesus vem todo o dia para aqueles que partem para a eternidade e virá, um dia, para arrebatar os que estiverem vivos. Porém, nem os mortos, nem os vivos, precederão uns aos outros, quando se tem, por referência, a volta de Cristo.
Os mortos em Cristo não ficam em um paraíso ou, em um purgatório, aguardando o tempo determinado para o arrebatamento da igreja. No mesmo instante que um crente em Cristo morre (hoje), imediatamente, passa para a eternidade e se encontrará com Cristo, no arrebatamento, por pertencer a Igreja em um corpo ressurreto.
Até à ressurreição dos que creem em Cristo, não há um céu temporário, chamado de “paraíso”. Apesar do corpo físico do crente em Cristo estar sujeito à corrupção, quando de sua morte, esta não pode retê-lo. Como na eternidade ‘o que é, já foi e o que há de ser, também já foi’, ao morrer, imediatamente, o crente abre os olhos no arrebatamento.
Quando Jesus disse ao ladrão, na cruz: – “Em verdade, te digo, que, hoje, estarás comigo no Paraíso” (Lc 23:43), Jesus não estava se referindo a uma ante sala, onde os salvos aguardam a Sua volta. O ‘hoje’ de Jesus, refere-se ao dia em que o ladrão morreu, pois, ao morrer, o ladrão deixou de estar sujeito ao espaço/tempo e abriu os seus olhos ressurretos, em um corpo glorioso, no dia do arrebatamento da Igreja.
Embora, quem esteja vivo, tenha a impressão de que os mortos em Cristo estejam nos túmulos, por muitos e muitos anos, pois quem está vivo, está sujeito ao espaço/tempo, os mortos em Cristo de todas as eras, desde o ladrão na cruz, até o dia em que Cristo voltar, já abriram os seus olhos na eternidade e, no mesmo instante, de modo que, quem morreu há dois mil anos, não precede quem morrerá há um dia, antes da vinda de Cristo.
“Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu, com alarido, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus; e, os que morreram em Cristo, ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados, juntamente com eles, nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares e, assim, estaremos para sempre, com o Senhor” (1 Ts 4:15-17).
“Eis, aqui, vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará e os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. Porque convém que, isto que é corruptível, se revista da incorruptibilidade e que, isto que é mortal, se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória” (1 Co 15:51-54).
Todos os reinos e os confins da terra só serão entregues a Cristo quando a palavra que diz: “Tragada foi a morte na vitória” se cumprir. A promessa do Pai, expressa no Salmo 110, verso 1, é condicionada ao seguinte evento: ‘… até que ponha os teus inimigos…’. O reino de Cristo só se estabelecerá sobre a terra, quando a morte for tragada na vitória, um dos inimigos de Cristo, que deve ser posto por escabelo dos Seus pés.
“DISSE o SENHOR, ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés” (Sl 110:1).
Como a Igreja é o corpo de Cristo, somente quando houver o arrebatamento dos membros do corpo de Cristo – Igreja – é que os pés de Cristo estarão sobre a morte, quando será cumprida a palavra: ‘tragada foi a morte na vitória’.
“… e pondo-o, à sua direita, nos céus. Acima de todo o principado, poder, potestade, domínio e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas, também, no vindouro; e sujeitou todas as coisas a seus pés e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Ef 1:20-23).
Seria um contra senso a palavra que diz ‘tragada foi a morte na vitória’, enquanto a esposa não estiver herdado todas as coisas, com Cristo. Cristo não assumirá o trono de Davi, seu Pai, sem, antes, estar unido ao seu corpo, o templo que Ele foi comissionado a edificar a Deus: “Aquele que, nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará, também, com ele, todas as coisas?” (Rm 8:32).
O arrebatamento
O arrebatamento da Igreja é uma das grandiosas doutrinas do Novo Testamento, a qual o apóstolo Paulo fez referência, ao escrever aos cristãos de Corinto e de Tessalônica (1 Co 15:51-52; 1 Ts 5:16-17).
O supedâneo da doutrina não está somente no termo grego, traduzido por arrebatamento, αρπαζω, antes, é o ‘start’ para uma série de eventos concatenados, descritos pelo apóstolo dos gentios.
O mesmo termo foi utilizado pelo evangelista Lucas, ao narrar o evento em que Filipe foi, divinamente, transportado, do deserto, até à cidade de Azoto, após batizar o eunuco, um oficial etíope (Atos 8:39).
O arrebatamento da Igreja tem início com uma transformação (αλλασσω), quando o corpo físico, constituído de matéria orgânica, será transformado, num abrir e fechar de olhos. A rapidez da transformação, transmite a ideia de que o arrebatamento será imperceptível, pela velocidade.
A iminência do arrebatamento denota imprevisibilidade, portanto, não é possível prever quando será o arrebatamento. Em várias passagens bíblicas temos estampada a iminência do arrebatamento:
“E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós, do que quando aceitamos a fé” (Rm 13:11);
“… aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1:7);
“Maranata!” (1 Co 16:22);
“Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3:20);
“Perto está o Senhor” (Fp 4:5);
“… e para aguardardes, dos céus, o Seu Filho…” (1 Ts 1:10);
“Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos, até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto, o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados, juntamente, com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares e assim estaremos, para sempre, com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros, com estas palavras” (1 Ts 4:15-18);
“… que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tm 6:14);
“Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2:13);
“assim, também, Cristo, tendo-se oferecido, uma vez para sempre, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” (Hb 9:28);
“Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor (…) pois, a vinda do Senhor está próxima (…) Eis que o Juiz está às portas” (Tg 5:7-9);
“Indagando que tempo ou, que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir” (1 Pd 1:11);
“Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis” (1 Pe 4:13);
“AOS presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar (…) E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória” (1 Pe 5:4);
“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis e em paz” (2 Pd 3:13-14);
“… guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna” (Jd 21);
“Eis que venho sem demora!” (Ap 3:11; 22:7 e 12 e 20);
“O Espírito e a Noiva dizem: Vem. Aquele que ouve, diga: Vem” (Ap 22:17 e 20).
O arrebatamento é imprevisível assim como o termino das funções vitais o é. Cristo volta todos os dias para aqueles que partem para a eternidade e virá para levar consigo o Seu corpo.
Os que forem arrebatados serão transformados, já os que ressurgirem dentre os mortos ressurgirão incorruptíveis. Assim como os transformados, que serão revestidos de incorruptibilidade, os mortos já ressurgirão incorruptíveis.
Outro ponto de destaque do arrebatamento é o local de encontro com o Senhor: entre as nuvens, nos ares! Os textos de 1 Coríntios 15, versos 51 a 52 e 1 Tessalonicenses 5, versos 16 a 17, são irrefutáveis do ponto de vista da exegese.
Para o arrebatamento da Igreja, não há previsão que antecipe a data ou sinal que preceda e que dê indicativo da proximidade do evento, que reunirá os cristãos com o Senhor, nos ares.
Após o arrebatamento, o crente poderá ver a Cristo como Ele é, e assim como Ele é, será semelhante a Ele: mais sublime que os céus: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus” (Hb 7:26); “Amados, agora somos filhos de Deus e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é, o veremos” (1 Jo 3:2).
É no arrebatamento que o propósito de Deus, expresso no Éden, se efetiva, pois, em Cristo, os homens são feitos à imagem e à semelhança de Deus, sendo Cristo a expressa imagem do Deus invisível e os cristãos, conforme a imagem de Cristo, sendo Cristo o primogênito de Deus, entre muitos irmãos (Rm 8:29).
Após o arrebatamento, cada cristão, individualmente, será recompensado no Tribunal de Cristo, pelo bem ou mal, que houver realizado por meio do corpo (2 Co 5:10). Para o crente não pesa nenhuma condenação (Rm 8:1), mas, como Deus não faz acepção de pessoas e recompensará a todos, segundo as suas ações (Rm 2:6-11; Rm 14:10), o Tribunal de Cristo é o lugar onde as recompensas serão distribuídas e os segredos dos corações evidenciados (Sl 44:21).
A recompensa no Tribunal de Cristo será nos seguintes termos:
“E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo” (1 Co 3:12).
Todos que forem arrebatados, serão conduzidos ao Tribunal de Cristo, onde não há condenação, mas, premiação, com o devido louvor. No Tribunal de Cristo, não serão analisadas questões como, salvação ou perdição, pois, sobre os que comparecerem diante de Cristo não mais pesa nenhuma condenação.
Por causa da figura das trombetas, que o apóstolo Paulo faz alusão, ao falar do arrebatamento, como: ao som da trombeta de Deus, ou última trombeta, há quem entenda que a igreja possui sete períodos, sendo que ao término de cada período ressoa uma trombeta, isto por causa das sete epístolas às Igrejas da Ásia.
A inferência de que a trombetas é um símbolo relacionado às sete igrejas na Ásia, é um equivoco, pois as cartas foram endereçadas aos anjos das igrejas (ministros, pastores, presbíteros) que ficavam nas cidades de Éfeso, Esmirna, Pergamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia (Ap 2:1), que foram copilados, reunidos e enviados as igrejas da Ásia (Ap 1:11).
Os maiores problemas, levantados com relação à doutrina do arrebatamento, decorre das tentativas falhas de se fazer previsões, acerca do dia do arrebatamento e de se proclamar uma falsa necessidade de santificação. Enquanto a obra de Cristo por meio do evangelho é perfeita, visto que aperfeiçoou para sempre os que são santificados, equivocadamente negam a eficácia da obra de Cristo, ao proporem a necessidade de santificação para se estar preparado para a volta de Cristo: “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te” (2 Tm 3:5); “Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hb 10:14).
Os sinais que antecedem a restauração do reino a Israel, como: terremotos, tsunamis, imoralidade, guerras, etc., pela má compreensão de várias passagens bíblicas, é um fascínio para muitos cristãos. Na Bíblia não há sequer um sinal ou, evento estabelecido que sirva como alerta para o arrebatamento da Igreja.
As previsões que constam dos Livros dos Salmos, Isaías, Daniel, Zacarias e nos Evangelhos, apontam para a restauração do reino a Israel, e os sinais estabelecidos nas Escrituras apontam única e exclusivamente para o período de tempo da última semana de anos de Daniel.
Como a vinda de Cristo para estabelecer o Seu reino sobre a terra só se dará após o cumprimento da profecia que consta do Salmo 110, verso 1: “DISSE o SENHOR ao meu Senhor: ‘Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés’”; conclui-se que, só com a reunião de Cristo com o seu corpo, quando o que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, se dará a aniquilação da morte na vitória, portanto, nenhum dos sinais que constam do capítulo 24 e 25 do evangelho de Mateus possui relação com a Igreja (1 Co 15:54).
É em função disto que o apóstolo Paulo se abstém de escrever acerca de tempo e estações, visto que tais sinais não são de importância vital para a igreja (1 Ts 5:1-4). Qual o objetivo de se fazer alusão a guerras, fomes, pestes, terremotos, etc., se tais sinais não preveem o arrebatamento? Qual o objetivo de se explicar detalhadamente quem é o homem da perdição, o sinal da besta, a grande tribulação, as duas testemunhas, etc., se o dia do Senhor não é o mesmo dia do arrebatamento da Igreja?
Por isso foi dito:
“MAS, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (1 Ts 5:1-2).
A orientação paulina é para que os cristãos não fiquem preocupados ou, assustados com o arrebatamento da Igreja, pois o dia do Senhor só surpreenderá quem está nas trevas, pois, quem está na luz e é do dia, quando do dia da vingança do Senhor, estará no Tribunal de Cristo.
O mistério da injustiça opera no mundo desde os dias dos apóstolos (2 Ts 2:7; 1 Jo 4:1-3) e é dever dos cristãos não crer em todo espírito (mensagem), antes, deve provar se os espíritos provem de Deus ou não. Como? O ouvido prova as palavras como o paladar à comida! (Jó 34:3)
A preocupação do crente é não se deixar levar por mensagens apregoadas por falsos profetas, e não em prever a volta de Cristo ou ficar amedrontado com a vinda do iniquo ou com o sinal da besta.
Pergunto: Há motivo para quem crê em Cristo preocupar-se com o arrebatamento? A mensagem paulina tem por objetivo os cristãos ficarem preocupados, se estão preparados para o arrebatamento, ou a proposta tem o condão de não se demoverem da verdade do evangelho?
Há uma única certeza: a vinda de Cristo está mais próxima hoje, se comparado ao dia em que o crente abraçou a palavra da verdade (Rm 13:11).
Ao longo dos tempos, inúmeros falsos profetas fizeram previsões acerca do dia em que Jesus haveria de voltar. Mesmo o apóstolo Paulo tendo deixado registrado que é impossível alguém saber ou prever qual é o dia do Senhor, muitos cristãos se deixaram enganar e outros ficaram receosos.
No dia que Jesus foi assunto aos céus, os discípulos estavam preocupados sobre o tempo que Jesus restauraria o reino aos filhos de Israel, ao que Ele respondeu:
“E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1:7).
A pergunta dos discípulos estava focada no tempo em que a nação de Israel seria restaurada, tornando-se potência mundial, não com relação à volta de Jesus para buscar a Sua Igreja.
Acerca da vinda de Cristo para buscar a sua igreja, uma única informação é correta: está próxima!
“Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima“ (Tg 5:8).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante
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