CRUCIFICANDO
O MEU “EU” EM JESUS CRISTO...
“Pois sabemos que a
nossa velha natureza pecadora já foi morta com Cristo na cruz a fim de que o
nosso eu pecador fosse morto, e assim não sejamos mais escravos do pecado.” (Rm
6:6)
Vivemos numa época em
que as paixões pelas verdades eternas parecem estar perdendo as suas forças. As
pessoas, na igreja e fora dela, vivem cada vez mais entediadas com o Evangelho.
O cristianismo tem assumido uma identidade perigosa, e vê-se confrontado diante
de três problemas grandes sérios
Cristãos inquietos,
(aflitos, perturbados) A tristeza acabou com as minhas forças; as lágrimas
encurtam a minha vida. Estou fraco por causa das minhas aflições; até os meus
ossos estão se gastando. Sl 31:10
Igrejas mundanas, que
oferecem os gozos e prazeres materiais em oposição a uma vida de renuncias e
entregas. Vocês têm tido uma vida de luxo e prazeres aqui na terra e estão
gordos como gado pronto para o matadouro. Tg 5:5
Líderes materialistas
com um conjunto de regras de conduta ou hábitos julgados por eles válidos, mais
sem nenhum respaldo da Bíblia. porque os que fazem essas coisas não estão
servindo a Cristo, o nosso Senhor, mas a si mesmos. Por meio de conversa macia
e com bajulação, eles enganam o coração das pessoas simples. Rm 16:18
Com vista a estes
problemas, a igreja tem transformado esta época numa época de ansiedades e
culmina por colocar a nós os “crentes” num estado emocional angustiante
acompanhado de alterações somáticas (cardíacas, respiratórias, etc.), e em que
se prevêem situações desagradáveis, reais ou não. Ficamos “doentes” diante do
medo e das incertezas.
O medo das doenças e
da morte que geram ansiedade física (ôntica). “Aquilo que eu temia foi o que
aconteceu, e o que mais me dava medo me atingiu.” (Jó 3:25)
O medo da culpa e da
condenação com respostas inadequadas da igreja que produzem ansiedade moral. O
meu coração está cheio de medo, e o pavor da morte cai sobre mim. (Sl 55:4) “
Eu tremo diante de ti e tenho medo dos teus julgamentos.” (Sl 119:120)
O medo de que a vida
não tenha sentido nem propósito que faz nascer uma ansiedade existencial.
“então me espantas com sonhos e com pesadelos me enches de medo.” (Jó 7:14)
Temos dúvidas a
respeito de nós mesmo e do nosso futuro. Vivemos o hoje sem muitas expectativas
para o amanhã. A resposta da teologia popular para estes males é simples:
“esforce-se o máximo e espere o melhor”. Assim, a libertação das ansiedades não
dependerão primariamente de Cristo, mas acontecerão pelo esforço da própria pessoa. Sem demonstrar conhecimento do texto de Pedro
e do convite a “lançar sobre Deus toda a ansiedade” Entreguem todas as suas
preocupações a Deus, pois ele cuida de vocês. 1Pe 5:7. Vagamos em busca de uma
resposta instantânea, mas que independam de qualquer envolvimento mais profundo
com a religião e a fé. Neste apelo frenético por esta resposta e pela cura,
aparece um brado de alguém que consegue entender, ou pelo menos, não se
conformar com o apelo da secularizam e da modernidade, partindo em busca de uma
resposta segura e plausível para esta geração, quase que num grito de desabafo
salta o brado, ou simplesmente sussurra!
I. CRUCIFICA O MEU
“EU”
O sentido de
“crucificar” é o de aplicar uma dura punição corporal, imposta, ou não, por
sentença, através do suplício da cruz. Crucificação fala de tortura, fala de
condenação a alguém de forma implacável e, pela gravidade da sentença, uma
condenação injusta. Então Pilatos disse: Você não quer falar comigo? Lembre que
eu tenho autoridade tanto para soltá-lo como para mandar crucificá-lo. Jo
19:10.
O tom dessa condenação
pode ser melhor resumida pela palavra “excruciar”, (a raiz da palavra
“cruciante”) a qual se refere a algo que causa grande agonia ou tormento. As
raízes em Latim da palavra são: ”ex”, que significa por causa de ou sobre, e
“cruciar”, que significa crucificar. A palavra “excruciar” vem do Latim para
“por causa de, ou sobre, a cruz”. Pois eu lhes mandarei profetas, homens sábios
e mestres. Vocês vão matar alguns, crucificar outros, chicotear ainda outros
nas sinagogas e persegui-los de cidade em cidade. Mt 23:34.
Em suma, crucificar é
“Matar, pregando numa cruz”. Nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na
terra de Israel, inclusive em Jerusalém. E depois o mataram, pregando-o numa
cruz. At 10:39.
A cruz era um antigo
instrumento romano de tortura e morte, reservado para escravos e criminosos.
Formada por duas vigas, uma atravessada na outra, em que eram pregados ou
amarrados os condenados. As cruzes eram de três feitios: em forma de xis, ou de
tê maiúsculo, ou de sinal de somar, sendo mais longa a viga que ficava
enterrada. Com Jesus, crucificaram também dois ladrões... Mc 15:27.
Era a pena mais dura e
absurda que se podia impor a alguém, ao ponto de ser considerado “maldita”
todas as pessoas que fossem submetidas a tal pena. Porém Cristo, tornando-se
maldição por nós, nos livrou da maldição imposta pela lei. Como dizem as
Escrituras: “Maldito todo aquele que for pendurado numa cruz! Gl 3:13.
Mas, depois que Jesus
foi supliciado na cruz, a cruz se tornou o símbolo religioso do seguimento
humilde e abnegado de Cristo. Seguir a Jesus e tomar a própria cruz passaram a
ser elementos inseparáveis da vida cristã.
“e quem não toma a sua cruz e vem após mim não
é digno de mim.” (Mt 10:38 RA).
II. O QUE É
Crucificar o “eu” pode
ser um exercício prático elevando na efetiva realização das virtudes do
cristianismo. E Jesus disse aos discípulos: Se alguém quer ser meu seguidor,
esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou
morrer e me acompanhe. Mt 16:24.
É o entendimento de
que a cruz é uma teologia capaz de moldar nossa vida como crentes, e capaz de
nos tornar pessoas “melhores” Às pessoas que pertencem a Cristo Jesus
crucificaram a natureza humana delas, junto com todas as paixões e desejos
dessa natureza. Gl 5:24 .
É ver a cruz como o
resumo de todo o Evangelho, pois foi por meio da cruz de Cristo que a redenção
foi possível, e será, segundo a Bíblia, carregando a cruz, que o homem se torna
participante desta mesma redenção em Cristo Jesus. “Pois, quanto à lei, estou
morto, morto pela própria lei, a fim de viver para Deus. Eu fui morto com
Cristo na cruz.” Gl 2:19
Assim, o grito é pela
crucificação de uma constituição moral velha e pecadora, uma natureza humana
contida no ser que está sempre pronta a nos conduzir em direção ao pecado. Esta
crucificação é causa morte do pecado no homem interior, a morte da qualidade
interior determinante da vida, e da força do pecado, e por fim, a libertação
definitiva da escravidão. “Mas eu me orgulharei somente da cruz do nosso Senhor
Jesus Cristo. Pois, por meio da cruz, o mundo está morto para mim, e eu estou
morto para o mundo.” Gl 6:14
III. COMO É
“Pois, pela morte de
Cristo na cruz, nós somos libertados, isto é, os nossos pecados são perdoados.
Como é maravilhosa a graça de Deus,” Ef 1:7
Crucificar o “eu” é
como dar um passo decisivo e determinante em direção a Deus, pois é na cruz que
encontramos a formula bíblica de aproximação Dele, e é pela cruz que recebemos
o direito de estarmos unidos com Cristo. “Mas agora, unidos com Cristo Jesus,
vocês, que estavam longe de Deus, foram trazidos para perto dele pela morte de
Cristo na cruz.” Ef 2:13
Crucificar o “eu” é
como um gesto sublime de alguém que entendeu a urgente necessidade de voltar
para Cristo e para Sua Palavra, e de viver sua vida de forma a agradar aquele a
quem ele deve a sua vida inteira. Mas agora, por meio da morte do seu Filho na cruz,
Deus fez com que vocês ficassem seus amigos a fim de trazê-los à sua presença
para serem somente dele, não tendo mancha nem culpa. Cl 1:22
Crucificar o “eu” é
como alguém endividado descobrir que já não existe agora nenhum motivo para
preocupações, pois toda sua dívida foi paga na cruz e a sua vida, a partir de
então, está inteiramente nas mãos daquele que o comprou.
“e anulou a conta da
nossa dívida, com os seus regulamentos que nós éramos obrigados a obedecer. Ele
acabou com essa conta, pregando-a na cruz.” Cl 2:14
Crucificar o “eu” é
simplesmente morrer e assim receber a cura de todos os males que assolam a
nossa natureza pecaminosa sem Deus. E reviver numa nova vida, diferente de tudo
aquilo que na nossa ignorância espiritual nunca tínhamos experimentado. “O
próprio Cristo levou os nossos pecados no seu corpo sobre a cruz a fim de que
morrêssemos para o pecado e vivêssemos uma vida correta. Por meio dos
ferimentos dele vocês foram curados.” 1Pe 2:24
Conclusão:
Portanto, por meio do
Filho, Deus resolveu trazer o Universo de volta para si mesmo. Ele trouxe a paz
por meio da morte do seu Filho na cruz e assim trouxe de volta para si mesmo
todas as coisas, tanto na terra como no céu.
Antes, vocês estavam longe de Deus e eram inimigos dele por causa das
coisas más que vocês faziam e pensavam.
Mas agora, por meio da morte do seu Filho na cruz, Deus fez com que
vocês ficassem seus amigos a fim de trazê-los à sua presença para serem somente
dele, não tendo mancha nem culpa. Mas é
preciso que vocês continuem fiéis, firmados sobre um alicerce seguro, sem se
afastar da esperança que receberam quando ouviram a boa notícia do evangelho.
Foi desse evangelho que eu, Paulo, me tornei servo, e é esse evangelho que tem
sido anunciado no mundo inteiro. Cl 1:20-23.
Apóstolo.
Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante
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