CONFIANÇA
PERDIDA...
1. INTRODUÇÃO
Quem, dentre nós, já não se decepcionou com alguém?
Sabemos que a decepção faz parte da vida de cada um de nós.
Decepcionar-se, na verdade, é deixar-se surpreender pelo comportamento de
alguém, de quem esperávamos outra atitude numa determinada situação. Quando,
por exemplo, uma pessoa age conosco dentro do padrão ruim dela, não há surpresa,
não há decepção, porque já estávamos preparados. O problema se torna real
quando a atitude nos parece fora do comportamento esperado.
Por isto, o modo como lidamos com a decepção sinaliza nosso
nível de maturidade.
2. A DECEPÇÃO NA BÍBLIA
A Bíblia está cheia de histórias de decepções entre pessoas e
até mesmo entre pessoas e Deus.
2. Decepções inter-humanas
Eis algumas das decepções que marcaram as vidas de muitas
pessoas.
1. Agar amava a Abraão, chegando a lhe dar um filho. No entanto,
instigado por Sara, sua também esposa, ele se separou de Agar, expulsando-a de
casa. No meio do deserto, para onde teve que fugir com o filho menor, Agar
chorou e orou muito. Deus viu a sua dor e fez dela uma nova mulher (Gênesis
21.9-21).
2. Samuel era um profeta, sacerdote e juiz que fazia tudo por
seu povo. Assim mesmo, depois de tantos serviços prestados, os israelitas lhe
pediram que lhes escolhesse um rei, que não fosse ele, nem seus filhos. O
pedido o deixou enormemente decepcionado. As palavras com as quais quiseram
descartar seus líderes foram dolorosas: "Vê, já estás velho, e teus filhos
não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós,
para que nos governe, como o têm todas as nações" (1Samuel 8.5). Deus o
consolou, dizendo que não era ele a quem o povo rejeitava, mas ao próprio Deus
(1Samuel 8.4-22).
3. Depois de uma vitória militar, Davi voltou para casa, a fim
de compartilhar sua alegria. O rei retornou dançando diante de Deus e na
presença de homens e mulheres. Tomada pelo ciúme, sua esposa o repreendeu
publicamente. Foi mútua a decepção; sua esposa, Mical, decepcionou-se por causa
do ciúme; Davi decepcionou-se por causa da falta de compreensão dela. Os dois
se separaram (2Samuel 6.14-23).
4. No começo do Cristianismo, Paulo e Pedro se envolveram numa
disputa teológica, que terminou com um acordo, selado perante muitas
testemunhas e por escrito, que preservava a unidade da Igreja no Espírito
Santo. No entanto, algum tempo depois, o apóstolo Pedro decepcionou o apóstolo
Paulo quando, diante do seu público judaico, adotou um comportamento contrário
ao que fora acertado, talvez em busca do aplauso da plateia (Gálatas 2.11).
5. Paulo teve muitos auxiliares. Alguns deles, como Fígelo e
Hermógenes (2Timóteo 1.15), Demas (2Timóteo 4.10) e João Marcos (Atos 15.37) o
abandonaram, infligindo muito sofrimento ao apóstolo.
2.2. Decepções do homem com Deus
A Bíblia registra também histórias de decepções com Deus, que
tiveram fins trágicos.
6. Caim prestou um culto a Deus, que não foi aceito, por causa
do propósito ilegítimo que tinha ao prestá-lo. Assim mesmo, ele ficou
decepcionado com Deus. Como não podia matá-lo, assassinou seu irmão (Gênesis
4.1.16)
7. Jonas decepcionou-se com Deus, porque Este o chamou para
pregar a um povo de quem não gostava. Depois de ter tentado fugir, acabou
pregando àquela gente que, para sua decepção, aceitou a sua mensagem. Mesmo
depois de corrigido por Deus, preferiu curtir a sua decepção (Com isso,
desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado [ressentido, em outra versão] em
lugar de mudar de atitude).
8. O discípulo Judas desejou que seu Mestre, Jesus, fosse o
Messias político que ele e muitos outros queriam. Como Jesus foi o Messias que
ele não esperava, traiu-o, entregando-o à policia política judaica por 30
moedas de prata, dinheiro suficiente para comprar um terreno próprio para
abrigar um cemitério (Mateus 27.7) . Seu beijo público selou sua decepção, que
terminou com uma corda no pescoço (Mateus 26.47-50; 27.3-5).
As decepções destes homens e mulheres nos ajudam a fazer uma
anatomia de nossas próprias decepções.
3. PORQUE NOS DECEPCIONAMOS
Só se decepciona com as pessoas quem se relaciona com as
pessoas. Quem não quer se decepcionar não deve se relacionar, mas esta hipótese
não é possível. Não há como reduzir a zero os nossos relacionamentos.
Em lugar de fugir das pessoas, precisamos aprender a como nos
relacionar com elas e verificar como nos temos comportado. Comecemos por
perguntar: por que nos decepcionamos?
1. Temos uma visão errada da natureza humana
Nós nos decepcionamos porque temos uma visão errada da natureza
humana, ao nos esquecermos que decepcionar é da condição humana. Devemos nos
lembrar que em nós não há bem nenhum.
Recordar o ensino bíblico acerca dos pecados nos ajuda a viver
melhor. Há uma lei (um comportamento típico) em mim, que produz a seguinte
característica: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim (Romanos
7.21). A razão disto é que todos [os seres humanos] se desviaram, tornaram-se
juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer
(Romanos 3.12). Por mais dura que seja esta verdade, esta é a verdade.
Por esta razão, Deus nos ensina a nos relacionar com os homens,
mas não a confiar neles. O desafio de Jeremias pode não ser politicamente
correto, mas é correto em todos os outros níveis, ao declarar: Assim diz o
Senhor: "Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade
mortal a sua força" (Jeremias 17.5a,b).
Agar se decepcionou com Abraão, porque se esqueceu do que Sara
podia fazer, por causa do seu ciúme, e do que Abraão podia executar, por causa
da sua fraqueza. Mesmo aqueles que são geralmente pessoas bondosas fracassam e
decepcionam, voluntária ou involuntariamente.
2. Esperamos demais das pessoas.
Um dos comportamentos produtores de decepção é a expectativa
errada acerca dos outros. Ela é facilmente explicada: todos queremos pertencer,
todos queremos nos relacionar. Às vezes, na verdade, queremos ser servidos ou
afagados pelas pessoas. Neste trajeto, idealizamos as pessoas, idealizamos os
relacionamentos, acabamos esperando demais das pessoas, esperando delas o que
não podem dar. Há pais que esperam demais dos seus filhos. Há filhos que
esperam demais dos seus pais. Expectativa elevada é mãe de uma frustração
elevada.
Não podemos esperar que o nosso próximo (mesmo o mais próximo)
supra o que, por definição, não pode suprir.
Relacionemo-nos, mas não esperemos gratidão sempre. Só dez por
cento das pessoas a quem socorremos, ajudamos e amamos nos socorrerá, nos
ajudará e nos amará. O sentido de gratidão é uma exceção espiritual, não um
comportamento natural. Quando só voltaram para agradecer um dos dez leprosos
que curara, Jesus, que conhecia a alma humana, mostrou aos seus discípulos o que
é a natureza humana (Lucas 17.17). Depois de ter servido por anos ao seu povo,
Samuel esperava reconhecimento pelo seu trabalho. Não esperava ser descartado
como um velho. Não esperava que seu modo de governar fosse substituído por
outro. Samuel se esqueceu do que é a natureza humana. A sabedoria bíblica, por
isto, nos pede para fazer o bem sem olhar a quem, como se fizéssemos o bem de
olhos fechados, sem ver a quem servimos, que é a única maneira de jamais sermos
decepcionados.
Relacionemo-nos, mas não esperemos que aqueles que têm algo
contra nós venham conversar conosco, para buscar o entendimento e, quem sabe, a
paz. Isto pode acontecer, mas o padrão humano é nos condenarem sem nos dar a
oportunidade de defesa.
Relacionemo-nos, mas não esperemos que aqueles que nos ofenderam
venham nos pedir perdão sincero. Isto pode até acontecer, mas o padrão humano,
na melhor das hipóteses, é um pedido desculposo, do tipo: "oh, eu não quis
ofender você, mas, se ofendi, peço perdão". Ou a gente ofende ou não
ofende, não importa se culposa ou dolosamente. Não há meio termo.
Se a decepção é uma verdade, também é uma verdade que, apesar
dela, precisamos nos relacionar. A recusa ao outro não é uma opção válida.
3. Esquecemo-nos que somos capazes de cometer o erro que os outros
cometem conosco.
Há algo em nós que precisa de cuidado. Parte de nossas
frustrações relacionais advém de erros que nós cometemos, não de falhas dos
outros para conosco. Muitas vezes, nos achamos incapazes de cometer o erro que
o outro cometeu conosco. Nós sempre somos corteses. Somos sempre gratos.
Procuramos esclarecer os fatos antes de julgar os outros. É isto que pensamos
de nós mesmos, embora os outros não pensem a mesma coisa.
Precisamos nos lembrar que há um Pedro dentro de nós. Mesmo
advertido de que o faria, o futuro líder da igreja de Cristo negou a Jesus três
vezes num curto espaço de tempo. Ele ficou tão decepcionado consigo mesmo, que
chorou amargamente (Lucas 26.75). Houve muita virtude neste choro, que poderia
ter sido sublimado por uma desculpa. "A pressão era demasiada e eu não aguentei.
Eu não neguei; fui apenas mal interpretado. Também não fez diferença nenhum o
que eu falei".
Devemos ter a visão correta da natureza humana, inclusive para
evitar a auto decepção. Agar, quando ficou grávida, tripudiou sobre Sara, que
era estéril (Gênesis 16.4). Sara jamais poderia imaginar aquelae comportamento
por parte de sua empregada, mas ela o teve, decepcionando-a. Agar, portando, ao
se decepcionar com Abraão e Sara, se esqueceu do que ela mesma fizera.
Não somos perfeitos. Somos Pedro. Somos Sara. Somos Abraão.
Somos Agar. Não nos esqueçamos que, por vezes, nós somos os agentes da
decepção. Oremos a Deus para nos dar discernimento para ver nossos próprios
enganos. O pior engano é o auto-engano.
4. Lembremos que nem sempre somos realmente decepcionados.
Erramos em nossos julgamentos. Nem sempre nossa decepção tem
base na realidade. Varias vezes em suas cartas, o apóstolo Paulo lamenta que
alguns o julgavam por atitudes que não tomou. Diante, por exemplo, da
desconfiança de alguns coríntios, ele escreveu: Não nos pregamos a nós mesmos,
mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por amor de
Jesus (2Coríntios 4.5). Só porque ele pregava com autoridade e condenava com
veemência o pecado, alguns achavam que Paulo estava indo longe demais.
Certa ocasião muitas pessoas ficaram decepcionadas comigo. Minha
presença foi anunciada em cartazes num determinado evento numa cidade distante
do Rio de Janeiro e eu não compareci. Acontece que eu jamais fui convidado. Vim
a saber meses depois. Em outras palavras, eu não decepcionei ninguém. Aqueles
que me encontraram e me relataram ficaram surpresos de eu sequer ter sido
convidado. Os demais até hoje devem me achar um irresponsável.
Nós somos capazes de condenar as pessoas sem conferir o
comportamento delas.
Às vezes, uma pessoa se magoa diante de uma palavra contra ou
sobre ela que jamais foi proferida.
Precisamos duvidar de nossas certezas.
4. O QUE A DECEPÇÃO FAZ
Se não temos estas visões, a decepção nos alcança e faz estragos
nas nossas vidas.
1. Com aquele que decepciona
Diante da decepção, que traz transtorno de vários níveis às
pessoas, a primeira percepção que devemos ter é o que acontece com aquele que
nos decepciona. Quase sempre, não lhe acontece nada. Ele nos decepciona hoje,
outro amanhã, e segue a sua vida, como se nada tivesse acontecido.
Em alguns casos, o decepcionado pode até sentir um pouco de
culpa, se ficar sabendo do que fez, mas muito dificilmente no mesmo grau do mal
que provocou.
Esta realidade pode gerar revolta em nós, mas nem sempre nossa
indignação produz alguma mudança no quadro. Não estou pregando o conformismo,
mas apenas descrevendo uma parte da realidade. Não estou pregando que abramos
mão da justiça, mas que não passemos a vida esperando que quem nos decepcionou
nos procure e se acerte conosco. Até devemos orar por isto, mas orar entregando
este assunto ao Senhor, para que vivamos em paz.
De igual modo, devemos nos questionar se não estamos
decepcionando alguém. O ideal é que cada um de nós sempre se pergunte pelas consequências
dos seus atos. Se decepcionamos, que Deus nos ajude a tomar consciência, a
pedir perdão e a reparar o mal cometido.
2. Com aquele que se decepciona
Interessa-nos mais, por estar mais ao nosso alcance reescrever a
história, com o que acontece com quem é decepcionado. A experiência da decepção
pode produzir ódio, ressentimento e esgotamento.
A decepção pode resultar em ódio.
Deus nunca de fato nos decepciona, razão porque toda decepção
com ele é uma decepção consigo mesmo. No entanto, Caim se deixou tomar pelo
ódio, que encontrou seu clímax no fratricídio. Em lugar de aceitar a razão da não
aceitação do seu sacrifício, Caiu matou seu irmão, já que não podia eliminar o
"verdadeiro culpado" (Deus) pela recusa (Gênesis 4.5). O ódio é
assim: uma vez desencadeado, não tem muito a ver com justiça.
Devemos tomar cuidado para que a nossa decepção não se transorme
em ódio.
A decepção pode se transformar em ressentimento.
Decepcionado com Jacó, que o enganou, com o apoio da mãe, Esaú
ficou decepcionado com o irmão, que fugiu de casa (Gênesis 27.41). Esaú passou
o resto da vida ressentido, desejando matá-lo. O autor da carta aos Hebreus
informa que ele nunca foi feliz, embora tentasse, por lhe ter faltado
arrependimento (Hebreus 12.17).
A decepção pode levar ao esgotamento relacional.
Também equivocadamente decepcionado com Deus, que aceitou o
arrependimento de Nínive, Jonas deixou a cidade, fez uma cabana escondida e
entrou nela, para não ver ninguém (Jonas 4.5). A decepção de Jonas provocou
nele um esgotamento espiritual e relacional.
O esgotamento relacional tem a ver com uma espécie de descrença
generalizada no ser humano. A partir de uma ou mais experiência(s), todos são
julgados como iguais àqueles que um dia trouxeram decepção.
5. O DESAFIO DE VOLTAR A CONFIAR
Se o preço da decepção é alto, é mais alto ainda o preço de não
nos relacionarmos, pela simples razão de
que não o conseguimos e, no fundo, não o queremos.
Jesus é um exemplo de como nos devemos comportar, mesmo depois
da decepção. Após a ingratidão dos nove leprosos (Lucas 17.17), Jesus continuou
a curar. Ele não desistiu de fazer o bem porque recebeu a indiferença da
maioria como resposta. Podemos imaginar que o fazia pela alegria de alguns,
apesar da insensibilidade para a gratidão por parte da maioria. Ele não fazia
para ser reconhecido (para que lhe agradecessem). Na verdade, Ele era
reconhecido (notado) pelo que fazia.
Há uma personagem bíblica muita marcada pelas decepções. Eu me
refiro ao apóstolo Paulo. João Marcos, o
sobrinho de Barnabé (Colossenses 4.10), foi um dos que o decepcionaram (Atos
15.39), mas, alguns anos depois, o apóstolo fez um estranho pedido a Timóteo,
seu colaborador: Traga Marcos com você, porque ele me é útil para o ministério
(2Timóteo 4.11). Paulo aceitou o desafio de voltar a confiar em Marcos,
tornando-se de novo seu cooperador (Filemon 24). Aquele que o abandonara era
agora um cooperador de grande valor.
Com relação, portanto, àqueles que nos decepcionam, nossa
atitude deve ser a de Paulo em relação a João Marcos. Ele não recusou
relacionar-se.
Pela boca do profeta Jeremias, Deus nos orienta a como proceder.
[TEXTO BÍBLICO]
Assim diz o Senhor:
"Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da
humanidade mortal a sua força e cujo coração se afasta do Senhor. Ele será como
um arbusto no deserto; não verá quando vier algum bem. Habitará nos lugares
áridos do deserto, numa terra salgada onde não vive ninguém.
Mas bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja
confiança nele está. Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende
as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as
suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará
de dar fruto".
O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença
é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?
(Jeremias 17.5-9).
Deste texto podemos derivar alguns princípios a reger as nossas
práticas.
1. Só devemos confiar de modo absoluto em Deus.
Há um nível de confiança que só pode ser dedicada a Deus. Não
podemos confiar nos homens como quem confia em Deus. Só Ele é a nossa força,
não a humanidade mortal (verso 5). Em Deus nossa confiança deve ser absoluta.
Há um nível de confiança que deve permear os nossos
relacionamentos. Sem ela, não há convivência saudável. Com os nossos
semelhantes, a confiança deve ser necessariamente relativa. Devemos nos
relacionar, mas não devemos ser ingênuos. Não podemos nos esquecer que o
coração é enganoso (verso 9).
2. Nossa confiança no homem não nos pode afastar de Deus.
Precisamos confiar para nos relacionarmos, mas é um equívoco
acreditar na bondade natural do coração humano. Se houver uma confiança
homem-homem extrapolando o nível adequado, o resultado é uma proximidade tal
que nos afastamos de Deus. A advertência de Jeremias (verso 5) parte de uma
verificação da realidade: quando confiamos demais em nós mesmos ou nos outros,
nós deixamos de buscar Aquele que jamais nos decepciona.
3. Precisamos estar atentos ao bem que o outro pode nos fazer.
Mesmo em meio às frustrações, próprias da condição humana, o
outro é, muitas vezes, o emissário de Deus para nos mostrar o bem (verso 6).
Gosto de ouvir Paulo falando de seus companheiros.
Ele chama Priscila e Aquila de cooperadores em Cristo Jesus,
tendo sido capazes de arriscar suas próprias cabeças por ele, razão porque lhes
agradecia (Romanos 16.3-4).
Quando esperava a chegada de Estefânia, Fortunato e Arcaico, Paulo
informa que eles supriram o que lhe faltava. Diz Paulo: eles trouxeram
refrigério ao meu espírito. Por isto, pede aos seus leitores: Reconhecei, pois,
a homens como estes (1Coríntios 16.17-18).
Certamente Timóteo não era perfeito, mas dele seu mestre disse:
Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de
alegria (2Timóteo 1.4 ).
4. Devemos transformar a decepção num caminho de volta para
Deus.
Há um lado positivo na decepção; é quando ela nos ajuda a nos
voltarmos para Deus como Aquele em Quem podemos realmente confiar. Ela nos lembra
de quem é o ser humano; ela nos recorda quem somos nós; ela nos apresenta Quem
é Deus.
Por isto, devemos ter sempre diante de nós a advertência de
Jeremias, que, a propósito, encontra eco na descrição do poeta do salmo 1:
Bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está. Ele
será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes para
o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão
sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto
(versos 7 e 8).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião
Dr. Edson Cavalcante
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