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sábado, 2 de setembro de 2017

2ª JOÃO-SENHORA ELEITA...


                                               2ª JOÃO-SENHORA ELEITA...
Embora o autor se identifique apenas como “o presbítero”, citações desde o segundo século atribuem esta epístola ao apóstolo João e ela assim passou a ser conhecida como a Segunda Epístola de João, ou simplesmente 2 João. É uma carta pequena que frisa o contraste entre o amor verdadeiro e as doutrinas distorcidas espalhadas por alguns que procuravam enganar os servos do Senhor.
O autor desta carta se identifica como “o presbítero” ou o ancião (2 João 1), um termo que pode significar um homem velho ou, no seu uso mais específico, um homem escolhido para servir como um dos pastores de uma igreja (veja Atos 20:17,28 onde os termos presbítero e bispo identificam os homens que pastoreiam uma igreja).
A carta foi escrita “à senhora eleita e aos seus filhos” (2 João 1). A interpretação mais simples desta expressão seria de alguma mulher cristã e seus filhos. Pode ser, também, uma maneira de identificar uma igreja e os discípulos que fazem parte dela. Esta diferença não altera o significado das instruções na epístola, uma vez que entendemos que igrejas são compostas de pessoas. Se João fala para uma família (carnal) de cristãos ou para uma comunidade de cristãos, a sua mensagem continua a mesma, e oferece orientações importantes para nós até os dias atuais.
Percebemos na leitura desta pequena carta uma ênfase nas palavras verdade, amor e doutrina. O foco nos comentários sobre estes conceitos é o próprio Jesus Cristo. Os versículos de 2 João podem ser organizados conforme estes três temas:
Versículos 1 a 4 falam da importância de permanecer na verdade, que vem de Cristo.
Versículos 5 e 6 mostram que um dos principais pontos desta verdade é o mandamento de amar aos outros. Jesus enfatizou dois mandamentos sobre o amor como a base da revelação divina aos homens (Mateus 22:36-40), e João, um dos seus apóstolos, reforça este ensinamento.
Versículos 7 a 11 alertam sobre a ameaça apresentada por falsos mestres que ultrapassam a doutrina de Cristo e, por isso, perdem sua comunhão com o Pai. João mostra que o amor para com Deus e a verdade exige a rejeição desses enganadores.
12 e 13 contêm os comentários de encerramento da carta.
2 João nos ensina sobre a necessidade de um equilíbrio entre princípios fundamentais do caráter divino. Deus é amor (1 João 4:8), e ele também é perfeitamente santo (Isaías 6:3; Apocalipse 4:8). Ele nos chama a imitar tanto a sua santidade (1 Pedro 1:15-16) como seu amor (1 João 4:11). Deus, na sua perfeição, mantém o equilíbrio entre estas características. Ele ama e deseja a salvação de todos (1 Timóteo 2:3-4), mas como o Santo Juiz, ele trará vingança sobre todos que não lhe obedecem (2 Tessalonicenses 1:7-9).
Para nós, é extremamente difícil manter este equilíbrio. Nossa tendência, como seres humanos, é de enfatizar um lado e negligenciar o outro. Ao longo da história, observamos essas tendências. Houve uma época que muitos pregadores foram conhecidos pelas mensagens fervorosas sobre o castigo e sofrimento no inferno. Hoje em dia, é raro ouvir tais mensagens, mas comum ouvir exortações sobre o amor, a compaixão, a misericórdia e a tolerância.
2 João mostra que a conduta do cristão não deve ficar de um lado contra o outro, mas que o amor exige a santidade. Quem ama a Cristo rejeita os falsos mestres (anticristos) que contradizem ou vão além da sua doutrina.
Precisamos amar, até amar profundamente as pessoas que vivem em desobediência a Deus, mas jamais devemos abandonar a verdade ou a busca da santificação nas nossas vidas. Imitemos o amor e a santidade daquele que nos deu a verdade, Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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