ALTAR
É LUGAR DE ENTREGA, SACRIFÍCIO E ALIANÇA...
1 Reis 18.30b
“Então, Elias disse a todo o povo: chegai-vos a mim. E todo o
povo se chegou a ele; e reparou o altar do Senhor que estava quebrado.”
O altar é lugar para três coisas:
ENTREGA, SACRIFÍCIO E ALIANÇA...
O MONTE FUMEGANDO
“E todo o monte Sinai fumegava, porque o senhor descera sobre
ele em fogo; e a sua fumaça subia como fumaça de um forno, e todo o monte
tremia grandemente.”
Êxodo 19.18
Basicamente, uma estrutura ou um lugar elevado em que se
oferecem sacrifícios ou se queima incenso em adoração ao Deus verdadeiro ou a
outra deidade. a palavra hebraica “mizbéahh” (altar) deriva do verbo radical
“zaváhh” (abater; sacrificar) e refere-se assim basicamente a um abatedouro ou
a um lugar de sacrifícios. (Gênesis 8:20, 12:21 e 16:2) de modo similar, a
palavra grega “thysiastérion” (altar) deriva do verbo radical “thýo”, que
também significa “abater; sacrificar”. (Mateus 22:4; Marcos 14:12) a palavra
grega “bomós” refere-se ao altar dum deus falso. — (Atos 17:23).
No passado bíblico o altar sempre foi lugar santo e muito
temido. Um lugar para desafios hercúleos e para gigantes da fé. é aonde não se
vai por qualquer motivo. Vai para buscar a Deus e suas respostas. Revendo a
História Hebreia o povo de Deus encontrava-se no deserto já havia três meses da
partida do Egito e acampados defronte ao monte Sinai. Deus havia escolhido e
pedido a Moisés que subisse ao dito monte e lá o patriarca permaneceu por
longos quarenta dias num jejum sobrenatural com o Senhor Jeová. No momento em
que deus se manifestou o monte se transformou num gigantesco altar de
sacrifício. Jejuando por um tempo tão
prolongado e num esforço sobre-humano e impensável o homem mais manso da face
da terra, o líder, o servo, com toda certeza se rende e entrega sua alma,
praticamente sua vida que literalmente fica nas potentes mãos divinas naquele
momento de uma comunhão tão especial a qual nenhum homem até então jamais havia
experimentado. Era o El Shaday, o próprio Deus Altíssimo no monte que, ao mesmo
tempo em que fumegava também vigorosamente tremia. Foi ali o lugar escolhido
onde Deus falou com o homem, falou com a humanidade transmitindo Sua vontade.
Entretanto, ao líder, o servo Moisés entrega-o as tábuas da Lei, o decálogo, os
estatutos e as ordenanças onde continham os desejos divinos os quais deveriam
ser cumpridos pelo povo hebreu para agradar e louvar ao Deus Eterno por toda a
vida.
Analisando este tão lindo e sublime momento onde a potente
presença celeste pairava sobre o Sinai percebo que o altar é realmente o lugar
de entrega, sacrifício e aliança e de submissão à vontade do Pai. Uma entrega
sem nada de reservas. Davi diz isso em Salmos 37.4,5. O próprio salmista se
expressa e pede isso com ardente desejo no coração ao Senhor para ficar na Sua
presença (salmos 27.4). Queria aprender
a se entregar a Deus de uma forma sem receios. Amado (a) irmão (a) saiba que o
altar é lugar de o ser humano se reencontrar e fazer uma autoanálise (1 coríntios
11.25) para mudar de atitude ante novos desafios na caminhada cristã. Em João
3.16 há uma expressão bíblia que bem conhecemos “porque Deus amou o mundo de
tal maneira que deu seu único filho… “(grifo nosso). Analisando a expressão
“dar, entregar, devolver” percebe-se que são termos semelhantes os quais nos
dão uma clara ideia de compromisso. Deus fez isso conosco. Ele deu, ou melhor,
entregou seu único filho como o cordeiro mudo por nos de uma forma tão dolorosa
e triste num altar incomum: numa horrenda, cruenta, dura e pesada cruz. Dependurado
por horas ele não gemeu, não reclamou e não murmurou ou rogou pragas sobre seus
algozes. Ele amou… ele amou… ele nos amou ate o fim! Era a mais pura e linda
entrega que o mundo já havia presenciado. ELE estava ali entre dois ladrões
malfeitores. Deus fez isso, Deus fez assim, entregou o melhor que possuía no
céu por mim e por você, por nós, vis
pecadores desde o ventre materno (Sl 51.5). O altar da entrega foi na cruz, meu
amado… Na rude e triste cruz!
Você já meditou quantas e quantas vezes se entregastes tão pouco
a ELE? ELE não nos pede muito. Há uma doçura no que Deus deseja de nos ele quer
nossa fidelidade. Meditemos: Quando Moisés desce do monte… Que momento
maravilhoso! O rosto do patriarca brilhava refletindo a doce glória divina que
pairava sobre si! Você pode até perguntar… mas eu já entreguei a minha vida a
ele quando o aceitei. Isso já basta! Não, não
é tudo quando há milhares de almas oprimidas pelo adversário ainda a
alcançar pelo evangelho de Cristo. Lembre-se de Atos dos Apóstolos 1.8? Temos o
nobre dever sermos testemunhas do que Jesus fez em nosso coração, a
transformação de vida que o Espírito Santo operou pelo processo da regeneração
e da santificação. E lá em nossa casa? Não há nada dizer? Então a entrega parte
do princípio de que todos nós temos uma chamada para o ide. E só atende a esta
chamada quem se entrega de todo o coração no altar.
Percebeu que é chegado o tempo de entrega? Tempo de novos
desafios. De se lançar nos braços do pai, deixando que nos leve a novas
experiências sobrenaturais com o sagrado, com o Espírito Santo de Deus e dizer:
“Eis me aqui” (Isaías 6.8). Não demore a
compreender que o próprio Senhor o tem convocado para estar diante de um altar
restaurado e fumegante da presença Dele para tocar-te. Seu coração ainda não
arde, não fumega, não se comove (Lucas 24.32)? Não sentes a poderosa presença
do Espírito dentro em si? Venha para o altar, lugar de incondicional entrega.
O FOGO ARDERÁ CONTINUAMENTE SOBRE O ALTAR
“O fogo ardera continuamente sobre o altar e não se apagará.”
A primeira menção de um altar ocorre após o Dilúvio, quando “Noé
começou a construir um altar a Jeová” e fez nele ofertas queimadas. (Gênesis
8:20) As únicas ofertas mencionadas antes do Dilúvio foram as de Caim e de
Abel, e embora seja provável que fizessem isso, não se diz se usaram altares,
ou não. — (Gênesis 4:3, 4). Todavia, vamos recordar de uma personagem bíblica
por nome de Ana, esposa de Elcana lá em Siló (1 Samuel 1: 1.10). Era uma mulher
muito triste e havia um forte motivo. Não tinha filhos. Era estéril. Um dia
resolver ir ao sacrifício anual (1 Samuel 1.3) mesmo assim partiu para Siló com
um desejo enorme de sair do opróbrio que lhe era imposto por Penina, sua
rival(1 Samuel 1.6) que, neste caso representa toda uma sociedade inquiridora,
julgadora e opressora. Claro que tudo isso que sua oponente fazia contrapõe a
palavra de Deus que diz para não julgarmos
as pessoas (Mateus 7.1.). Ana não comeu naquele dia (1 Samuel 1.7) pois
decidiu sacrificar e jejuar para que
Deus a ouvisse. Quando nós queremos que Deus nos ouça devemos tomar posição,
tomar atitude. E o jejum é uma das armas mais poderosas que dispomos afim de usarmos a nosso favor em momentos de
tempestades espirituais quais abatem sobre nós. Ana, então, depois de
sacrificar um jejum ora a deus (1 Samuel 1.10) foi para dentro do tempo, pela
inferência bíblico-textual, provavelmente ela deve ter se postado ante o altar
do holocausto que ficava defronte ao tabernáculo na cidade de Siló, onde o
sacerdote Eli numa cadeira e de longe a tudo observava estando junto a um dos
pilares. Imaginemos a bela cena: Ana solitária, chorando e gemendo ante um frio
monumento de cobre — o “altar de cobre”
(Êxodo 27. 1-8 e 39:39) ali , por ser um lugar de oração publica já naquela
época, havia este acesso ao povo de israel.
mas o que nos chama a atenção aqui é a forma de sacrifício executada por
esta corajosa mulher. Ela foi só. Significa que ninguém pode sacrificar aquilo
que eu devo sacrificar. Foi em jejum. Era esta a sua melhor oferta. Que atitude!
Devemos continuamente imitá-la. Porque se Deus requer isso de mim, (sacrifício)
outro não poderá fazê-lo por mim. Recordemos de Abraão e Isaque no Monte Moriá.
Pois bem, voltemos nossa personagem: Ela abundantemente chorou diante do altar.
Claramente demonstra que para ir ao altar dever apresentar um coração
quebrantado e contrito.
Afirma a Bíblia que nos dias de hoje o sacrifício para Deus são
um coração quebrantado o qual ELE não despreza de forma alguma. O Apóstolo Paulo em Romanos 12.2 fala de um
“sacrifício vivo, santo e agradável a Deus ” e nos responde afirmando que este
sacrifício deve ser o “culto racional” de cada um de nos. Indiscutivelmente
Deus criou o homem para dois grandes propósitos: 1° para glória do SEU poder e
2° para adorá-lo na beleza da SUA santidade como fazem os querubins ante a
magna, pura e santa presença. Então, dileto irmão (a) te pergunto neste exato
momento, qual seu melhor sacrifício? Ou, quando foi seu último ato de
sacrifício? Ou ainda, há quanto tempo não sacrifica a Deus com o coração?
Sacrificar, segundo Paulo é apresentar culto agradável a Deus e
culto sem sacrifício que culto é este? Responda a si mesmo… Que culto é este?
Como se entregar sem sacrifício algum? É muito importante que saiba disto amado
(a) que o altar só arderá se houver sobre ele algum tipo de sacrifício
agradável a Deus. Recordemos das ofertas de Caim e Abel ante ao Senhor.
Recordemos ainda o sacrifício de Elias ante os profetas. E por ai vai.
A FORNALHA DE FOGO
“O fogo ardera continuamente sobre o altar e não se apagará.”
Levíticos 6.13
Aliança. A terceira coisa a ser depositada no altar, a terceira
etapa do processo de intimidade com o altar. Recordemos: 1ª entrega, 2ª
sacrifício e a 3ª aliança. Aliança na verdade significa pacto, acordo, ajuste, concerto.
Teologicamente, diz respeito a concerto entre Deus e o seu povo. O Antigo
Testamento é chamado Antiga Aliança, e o Novo Testamento, Nova Aliança. O nosso
Deus é Deus de alianças. Através delas, Ele, pelo seu imenso amor, nos dá a
garantia de muitas bênçãos, se houver fé e obediência. A iniciativa do concerto
sempre foi de Deus, que estabelece as condições. Vejamos as alianças de Deus:
Concerto com Adão – A
primeira aliança Deus fez com Adão e Eva – aliança adâmica ou edênica – no
Éden: deu-lhes a Terra e pleno domínio sobre os animais; deu-lhes fartura de
alimento, abençoou-os e disse-lhes que deveriam frutificar e multiplicar. Mas
estabeleceu condições: Não deveriam comer do fruto da árvore da ciência do bem
e do mal. O princípio da obediência estava criado. Se comessem da árvore
proibida, morreriam. Desobedeceram, quebraram a aliança, e experimentaram
imediatamente a morte moral e espiritual, e, depois, a morte física. Convém
lembrar que em todos os concertos há promessas de bênçãos, mas há a contrapartida
da fé e fiel obediência. (Gênesis 1.27-30; 2.16-17; 3.2-20). 2. Concerto com
Noé – Após o dilúvio, do qual se salvaram Noé e sua família, num total de oito
pessoas (Gênesis 7.13), Deus falou: “Convosco estabeleço o meu concerto, que
não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais
dilúvio para destruir a terra”. Como sinal perpétuo dessa aliança Deus deixou o
arco sobre as nuvens (Gênesis 9.11-17). Chamada aliança noética. 3. O Concerto com Abraão – O concerto entre Deus
e Abraão – aliança abraâmica – foi chamado “concerto perpétuo”, porque
extensivo às gerações vindouras e já apontando para o Reino Eterno de Cristo
(Gênesis 17.7). Como parte da aliança Deus prometeu fazer de Abraão uma grande
nação, e abençoar todas as famílias da terra através dele (Gênesis 12.2-3); dar
a terra de Canaã aos seus descendentes, que seriam grandemente multiplicados:
“E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de
ti” (Gênesis 12.7,15; 13.16; 15.5; 17.2,6-9). O concerto foi feito com Abrão,
nome mudado por Deus para Abraão (pai da multidão) (Gênesis 17.39). Como parte
da aliança, Abraão deveria circuncidar todos os machos, filhos e servos sob sua
autoridade, como selo do concerto, e de aceitação de Deus como Senhor (Gênesis
17.10-14, 23). Deus prometeu estender a aliança a Isaque, o filho da promessa
que iria nascer (Gênesis 17.16,19). Há
outros concertos ou aliança como por exemplo: 4. Concerto com Abraão também chamado
“concerto perpétuo”, porque seria extensivo às gerações vindouras e já
apontando para o Reino Eterno de Cristo (Gênesis 17.7). 5. Concerto com Isaque.
Disse Deus: “Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e
multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo” (Gênesis 26.2-5,24).
5. Concerto com Jacó. “Esta terra em que estás deitado te darei a ti e à tua
semente. E tua semente será como o pó da terra… e em ti serão benditas todas as
famílias da terra” (Gênesis 28.13-14). 6. Concerto com os Israelitas – Passados
uns três meses da saída do Egito, Deus falou ao seu povo através de Moisés, ao
sopé do monte Sinal (Horebe), para, basicamente, renovar e relembrar os termos
do concerto com Abraão, Isaque e Jacó: a) a terra de Canaã seria deles; b) Deus
seria o único Deus de Israel; o povo assumiria o compromisso de guardar suas
leis e mandamentos; c) seriam castigados em caso de desobediência (Êxodo 6.3-8;
19.4-6; 23.20-25). E por último: 7. A nova e eterna aliança em Cristo – A
promessa de uma nova aliança está em Jeremias 31.31-33: “Vêm dias, diz o
Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de
Judá… porei a minha lei no seu interior, e as escreverei no seu coração. Eu
serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” A nova aliança foi selada com o
sangue de Jesus, com seu sacrifício voluntário, com sua morte expiatória: “Isto
é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que é derramado por muitos, para
remissão de pecados” (Mateus 26.28). A nova aliança é superior à antiga: “Mas
agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de UM
MELHOR CONCERTO, que está confirmado em melhores promessas” (Hebreus 8.6). E as
melhores promessas são: os que se arrependem têm seus pecados totalmente
perdoados (Hebreus 8.12); um novo coração e uma nova natureza recebem aqueles
que verdadeiramente amam e obedecem a Deus (Ezequiel 11.19-20); são recebidos
como filhos de Deus (Romanos 8.15-16); têm experiência maior em relação ao
Espírito Santo (Joel 2.28; Atos 1.5,8). Como vimos, de aliança em aliança Deus
prosseguiu na execução do seu plano de salvação dos homens, sempre oferecendo
novas oportunidades. A primeira manifestação desse plano está em Gênesis 3.15:
“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e o seu
descendente; este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Para isso,
“Deus mandou o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3.16). Já não é mais necessário
sacrifício de animais para reparar nossas culpas, como no antigo concerto. O
sangue do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” manifestou-se por um
ato único, perfeito e eficaz; o sacrifício voluntário de Jesus Cristo abriu o
caminho da reconciliação do pecador com Deus. Em Hebreus, capítulos 8 e 9, o
apóstolo Paulo mostra claramente que todas as coisas relacionadas com o serviço
no tabernáculo e no templo eram típicas. (Hebreus 8:5; 9:23) A significância do
altar se torna evidente através da informação contida nas Escrituras. O altar
das ofertas queimadas onde Ana se apresentou representava a “vontade” de Deus,
quer dizer, sua disposição de aceitar o perfeito sacrifício humano do seu Filho
unigênito. (Hebreus 10:5-10) Sua localização diante da entrada do santuário
enfatiza o requisito da fé neste sacrifício resgatador como pré-requisito da
aceitação por Deus. (João 3:16-18) A insistência num único altar de sacrifícios
está em harmonia com a declaração de Cristo: “Eu sou o caminho, e a verdade, e
a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”, e também com os muitos textos que
declaram a unidade a ser manifestada na fé cristã. — (João 14:6; Mateus 7:13,
14; 1 Coríntios 1:10-13; Efésios 4:3-6), note também a profecia de Isaías, em
(Isaías 56:7; 60:7) de que pessoas de todas as nações viriam ao altar de Deus.
Apóstolo. Capelão/Juiz.
Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante
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