MOISÉS E FARAÓ,
QUATRO PROPOSTAS...
Êxodo 8:25,28, 10:8-11, 24
Quando Deus apareceu a Moisés no Monte Horebe, deu-lhe uma
missão quase impossível: “Vem agora, pois, e Eu te enviarei a Faraó para que
tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito”.
E tendo aceitado aquela missão, Moisés enfrentou a astúcia do
soberano do Egito, que não tinha nenhuma vontade de deixar o povo ir.
Por quatro vezes Faraó tentou enganar Moisés, mas não logrou
êxito.
A primeira proposta (Êxodo 8:25)
“Então chamou Faraó a Moisés e a Arão e disse: Ide e sacrificai
ao vosso Deus nesta terra.”
A proposta do rei do Egito pode ser colocada dessa forma: Vocês
para adorar ao Deus de vocês, contanto que permaneçam no Egito.
O rei estava propondo que eles adorassem com liberdade, mas que
permanecessem aceitando a condição de escravos.
Lembremos que o Egito tem o simbolismo da velha vida. Da vida
sem Cristo, no pecado.
Sacrifício no Egito significa querer ter uma vida de adoração
sem transformação, sem renuncia e abnegação por amor a Deus.
Hoje esta proposta poderia ser colocada da seguinte forma: Adorem a Deus sem mudança de vida. Adorem,
porem permaneçam no Egito – “Na velha vida que tinham sem Deus”.
Deus não aceitaria um sacrifício na terra da escravidão. O Egito
simboliza o mundo. Deus recebe a adoração daqueles que rompem com o Egito.
A mensagem de Deus é: Arrependei-vos e convertei-vos dos maus
caminhos.
O Faraó com aquela proposta queria que Moisés e o povo de Israel
pensassem que estariam agradando a Deus, mas seu real propósito era que eles
continuassem escravos.
O Egito é a terra da escravidão e o Faraó simboliza satanás, e
Moisés, o libertador, uma figura do Cristo. Moisés recusou a proposta de Faraó
e não houve acordo.
A segunda proposta (Êxodo 8:28)
“Disse Faraó: Deixar-vos-ei ir, para que sacrifiqueis ao Senhor,
vosso Deus, no deserto; somente que indo, não vá longe; orai também por mim”.
Tendo sofrido as consequências da quarta praga, Deus estava
quebrando o orgulho de Faraó lento e gradualmente.
Uma nova proposta Faraó fez, depois de ouvir os conselheiros.
Moisés não se deixou enganar pela aparente humildade, pois a
trás daquela proposta escondia outra armadilha: a de sacrificar perto do Egito.
Esta segunda proposta é equivalente a dizer sacrifiquem ao Deus
de vocês, mas fiquem por perto, não se afastem da influência do Egito.
Isto significava coxear entre dois caminhos. Morar na divisa do
Egito era tão perigoso quanto estar no Egito.
Quem aceita Jesus, mas não rompe com as velhas amizades ou com
as antigas influencias que nos afastam tenha dificuldades na caminhada com
Cristo.
Ficar sob a influência do Egito é como estar na situação da
semente entre os espinhos, que não frutificou porque foi sufocada.
A terceira proposta (Êxodo 10: 8-11)
8 Aí Moisés e Arão foram levados de novo até a presença do rei,
e este lhes disse: —Vocês podem ir adorar o SENHOR, seu Deus. Mas eu quero
saber quem é que vai. 9 Moisés respondeu: —Iremos todos nós, com as nossas
crianças e os nossos velhos. Levaremos os nossos filhos e filhas, as nossas
ovelhas e cabras e o nosso gado, pois temos de dar uma festa em honra de Deus,
o SENHOR. 10 Então o rei disse: —Pois que o SENHOR vá com vocês! Mas não vou
deixar, de jeito nenhum, que vocês levem as suas mulheres e os seus filhos! É
claro que vocês estão planejando uma revolução. 11 Não! Somente os homens podem
ir adorar ao SENHOR, se é isso o que vocês querem. E Arão e Moisés foram
expulsos da presença do rei.
De acordo com essa proposta, eles deviam ir mas deixar para trás
as famílias.
A intenção de Faraó era manter os familiares dos israelitas
presos no Egito, libertando somente os homens para que em breve voltassem por
causa das esposas e filhos e fossem presos novamente.
Esta proposta mostra a intenção do adversário em impedir que
toda a família sirva ao Senhor, e seja assim usada para dificultar a caminhada
daquele que já foi liberto.
Moisés não aceitou deixar as famílias de Israel para trás; nem
os velhos, nem as esposas, nem filhos, nem filhas; como também não ficariam nem
os animais. Faraó recusou a proposta de Moisés e a resposta de Deus foi à praga
dos gafanhotos, que arrasou a agricultura do Egito. Vemos nisso a proteção do
Senhor estendida a todos quantos creem no seu nome.
Oremos por nossas famílias, especialmente por aqueles que querem
se colocar como obstáculos a nossa caminhada com Cristo.
Lembremo-nos da declaração de Josué: “Eu e a milha casa
serviremos ao Senhor”
A quarta proposta de Faraó. (Êxodo 10. 24)
E Faraó chamou Moisés e propôs: “Ide e servi ao Senhor, as
crianças também podem ir, mas vão ficar as ovelhas e as vacas”.
Esta proposta é estratégica. Faraó esta dizendo aqui: adorem ao
Deus de vocês, mas deixem seus bens sob minha influência.
Muitos sofrem deste mal nos dias de hoje. Dizem ser de Deus, mas
seus bens estão sob a influência do mal.
Faraó contava com a fuga de Israel para a liberdade. Ao exigir
que ficassem as ovelhas e as vacas estava planejando que a fome debilitasse,
fragilizasse Israel e quando estivesse assim, iriam se lembrar da comida dos
escravos, das cebolas do Egito e votariam correndo com os próprios pés. Um povo
sem vacas e sem ovelhas afetaria diretamente as crianças, pois não haveria
leite e a reprodução ficaria comprometida.
A esta altura, Moisés além de querer levar a família e o gado
impôs uma nova condição: Tu também darás em nossas mãos sacrifícios e
holocaustos, para que ofereçamos ao Senhor nosso Deus. Moisés aumentou as
exigências.
Faraó, irritado, disse que nunca mais queria vê-lo. O Resultado
de sua recusa em deixar sair Israel foi à última e mais devastadora das pragas:
a morte dos primogênitos do Egito, tanto de pessoas como animais. O Egito
inteiro acordou de luto.
Conclusão
Faraó mandou chamar a Moisés pela última vez, na calada da
noite, e disse: Levantai, e saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos
de Israel; e ide, e servi ao Senhor, como tendes dito. Levai também convosco
vossas ovelhas e vossas vacas, como tendes dito; e ide e abençoai-me também a
mim. “E os egípcios apertavam o povo, apressando-se para lançá-los fora da
terra com receio de serem todos mortos pelo Deus de Israel. E fizeram, pois, os
filhos de Israel conforme a palavra de Moisés e pediram aos egípcios vasos de
prata, vasos de ouro e vestes. E saíram em vitória, livres e prósperos.
Contextualizando:
Moisés não fez nenhuma concessão a Faraó; ao contrário: aumentou
as exigências.
Quando o que está em jogo é a fé, a vida espiritual, a família e
os bens do crente – não se devem fazer concessões ao diabo de maneira alguma.
Cuidado com as propostas sedutoras do maligno. Elas nunca são
apenas o que aparentam ser. Seja exigente se o que estiver em jogo for sua vida
espiritual e a da sua família, que Deus fará a provisão do livramento.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante
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