SOMOS
VERDADEIRAMENTE CRISTÃOS OU HOMOFÓBICOS...
O tema homossexualidade nunca foi tão explorado pela mídia como
atualmente. Na televisão, os programas de auditório recebem militantes gays
para entrevistas e debates sobre suas conquistas e promoção de seus eventos.
Novelas e filmes também exaltam a homossexualidade. Rádios, jornais e revistas
abriram-se para a questão. O assunto está sempre na ordem do dia.
Os acalorados debates atravessam muitas perspectivas quando o
assunto é a homossexualidade: psicológica, sociológica, ética e, a mais
polêmica, a religiosa. As posturas são as mais diversas. A Igreja Evangélica,
entretanto, mesmo não sendo favorável à prática homossexual, acredita que os
homossexuais devem ser acolhidos, receber compaixão e ouvir a palavra de Deus.
As Sagradas Escrituras prometem transformação para todo e qualquer pecador que
se arrependa dos seus pecados e creia em Jesus Cristo.
Posição Bíblico-Teológica da Igreja Evangélica A Igreja
Evangélica tem uma postura bem firme quanto à questão da homossexualidade.
Apesar de lançar mão de argumentos psicológicos, científicos, sociológicos e
éticos, é da Bíblia Sagrada que retira o substrato para nortear sua compreensão
teológica e suas ações práticas.
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, a Bíblia faz menção aos
atos homossexuais. A primeira referência ao homossexualismo está no livro de
Gênesis, quando os habitantes das cidades Sodoma e Gomorra tentaram violentar
sexualmente dois anjos com aparência humana. Assim a Bíblia menciona, em
Gênesis 19, a exigência dos homens da cidade que tentavam invadir a casa de Ló,
onde os anjos se hospedaram: “E chamaram a Ló, e disseram-lhe: Onde estão os
homens que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os
conheçamos.” (Gn 19:5)
Analisando a história de Sodoma e Gomorra, o escritor Joe Dallas
faz a seguinte afirmação:
“Houve uma tentativa de estupro homossexual, e os sodomitas com
certeza eram culpados de outros pecados além do homossexualismo. Mas, tendo em
vista o número de homens dispostos a participar do estupro, e as muitas outras
referências - tanto bíblicas como extra-bíblicas - aos pecados sexuais de
Sodoma, é provável que o homossexualismo era amplamente praticado entre os
sodomitas. Também é provável que o pecado pelo qual eles são chamados foi um
dos muitos motivos porque o juízo final caiu sobre eles.”
Outra passagem do Antigo Testamento que refere-se à prática
homossexual, encontra-se no capítulo 19 do livro de Juízes. Os homens da cidade
de Gibeá também tentaram violentar sexualmente um homem que se hospedou na casa
de um velho agricultor. A passagem relata o seguinte:
“22 ... eis que os homens daquela cidade (homens que eram filhos
de Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao ancião, senhor da
casa, dizendo: Tira para fora o homem que entrou em tua casa, para que o
conheçamos. 23 E o homem, dono da casa, saiu a eles e disse-lhes: Não, irmãos
meus, ora não façais semelhante mal; já que este homem entrou em minha casa,
não façais tal loucura. ... 25 Porém aqueles homens não o quiseram ouvir; ...”
(Jz 19:22-30)
Para o pesquisador e escritor Júlio Severo não há nenhuma dúvida
de que essa passagem da Bíblia também se refere à homossexualidade. Severo
afirma que os judeus - por não terem eliminado de seu meio os costumes dos
povos pagãos - acabaram sendo influenciados por eles e sofrendo graves
consequências sociais e morais:
“O fato é que os costumes dos cananeus que habitavam no meio do
povo de Benjamin acabaram minando toda sua resistência moral. O
homossexualismo, que era comumente praticado nas religiões cananeias, foi aos
poucos sendo introduzido na vida social do povo de Deus. “Como consequência, as
ruas de Gibeá deixaram de ser seguras. Nelas, agora, rondavam estupradores
homossexuais. Foi por isso que o velho se dispôs a acolher os viajantes em
casa. Ele quis protegê-los de um eventual abuso sexual.”
Segundo Júlio Severo, os habitantes da cidade de Gibeá
colocaram-se ao lado dos seus cidadãos homossexuais e sofreram graves
conseqüências. Ele considera a história de Gibeá um alerta para os cristãos dos
dias de hoje pois, segundo afirma, esses também são suscetíveis de abrigar o
pecado em suas comunidades:
“Para que toda influência homossexual fosse arrancada do meio do
povo de Deus, o Senhor ordenou que os benjamitas fossem combatidos. Na guerra
que se seguiu, morreram quarenta mil soldados de Israel e vinte e cinco mil de
Benjamin, sem mencionar as vítimas civis, que foram em número muito maior.
“A tragédia moral de Gibeá é um alerta para a comunidade cristã
de todos os tempos. Ela mostra que não só a sociedade secular, mas também os
próprios crentes são suscetíveis de perder a aversão pelas opiniões e práticas
sexuais erradas. O ex-povo de Deus de Gibeá foi destruído porque não amou a
Palavra do Senhor, nem obedeceu a ela.”
Há, ainda, no antigo Testamento duas passagens muito claras a
respeito do homossexualismo. São Levítico 18:22 2 Levítico 20:13 que dizem o
seguinte, respectivamente:
“Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é;”
(Lv 18:22)
“Quando também um homem
se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação;
certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles.” (Lv 20:13)
Analisando as declarações acima, os teólogos John Ankerberg e
John Weldon chegaram à seguinte conclusão:
“todo o contexto de Levítico 18 e Levítico 20 é principalmente
de moralidade, e não de adoração idólatra. Nesse caso, em Levítico 18.1-5 Deus
informa aos israelitas que não devem imitar as práticas malignas dos cananeus,
mas devem ser cuidadosos em obedecer às leis de Deus e seguir as Suas determinações.
Deus está expulsando os cananeus, não por sua idolatria, mas por suas práticas
sexuais abomináveis. Na realidade, o restante do capítulo descreve quase todas
as práticas malignas como pecados sexuais: relações sexuais proibidas entre
membros da família, relação sexual durante o ciclo menstrual de uma mulher,
homossexualidade e depravações. O restante do capítulo consiste em advertências
convincentes para não serem contaminados por tais práticas. Por isso, Deus
ordena no versículo 24: ‘Com nenhuma destas coisas vos contaminareis.’”
No Novo Testamento a homossexualidade também é abordada de forma
clara em três momentos: Rm 1, 1 Co 6.9 – 11 e 1 Tm 1.8 - 11. As três
referências são feitas pelo apóstolo Paulo. As principais passagens que abordam
a questão homossexual, no entanto, encontram-se nas cartas do apóstolo
endereçadas às igrejas de Roma e da cidade de Corinto, na Grécia. Tanto em Roma
como na Grécia antiga, o homossexualismo era uma prática comum. Era, ainda,
considerado imagem ideal do erotismo e modelo de educação para os jovens.
Contudo, apesar da prática homossexual ser considerada normal em
Roma, o homossexualismo passivo desonrava os romanos, que eram educados para
serem ativos, serem senhores. A posição passiva era reservada para os escravos
e para as mulheres, para os quais, aliás, era um dever. A História registra que
dos quinze primeiros imperadores de Roma, só Cláudio era exclusivamente
heterossexual. Mas foi o imperador Júlio César que ganhou a fama, só sendo
tolerado pela posição que ocupava e por suas conquistas bélicas. Dele diz-se
que “era homem de todas as mulheres e mulher de todos os homens”.
A palavra lésbica vem da ilha de Lesbos, na Grécia, onde vivia
uma poetisa e sacerdotisa chamada Safo. Ela iniciava mulheres no homossexualismo
(daí os adjetivos lésbica ou mulheres sáficas). As palavras sodomitas e
efeminados usadas em 1 Co 6.9 têm significados distintos: sodomita vem do
pecado de Sodoma e tornou-se sinônimo universal de homossexualismo ativo
(quando o homossexual faz o papel de “marido” na relação com outro homem); e
efeminado é quando o homossexual faz o papel de passivo (ou seja, o de “mulher”
na relação sexual com outro homem) e, também, quando tem trejeitos femininos ou
gosta de vestir-se com roupas de mulher (no caso de travestis).
Esse era exatamente o contexto em que o apóstolo Paulo vivia
quando escreveu a primeira referência bíblica do Novo Testamento sobre o
homossexualismo, dirigindo-se à igreja de Roma. Usando a autoridade que tinha
de pregador da Palavra de Deus, ele não fez distinção entre homossexualismo
ativo ou passivo. Afirmou, sim, que o homossexualismo contrariava os propósitos
morais, sexuais, sociais e espirituais de Deus para homens e mulheres.
Depois de afirmar que os romanos haviam trocado a verdade de
Deus pela mentira, ele declarou em Romanos 1.26 e 27: “26 Por isso Deus os
abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso
natural, no contrário à natureza. 27 E, semelhantemente, também os homens,
deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para
com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a
recompensa que convinha ao seu erro.”
John Ankerberg e John Weldon analisam essa afirmação de Paulo
ressaltando que, ao contrário da interpretação de alguns simpatizantes da causa
homossexual, esses dois versículos são revelações claras de que o apóstolo
referia-se à homossexualidade: “Paulo está simplesmente condenando a
homossexualidade em si. As definições dos dicionários para as palavras que
Paulo usa - pathe aschemosune etc - claramente se referem à atividade sexual.
(...) As descrições feitas pelo apóstolo Paulo são também dignas de nota. O
livro de Romanos fala de homossexuais queimando-se em lascívia uns pelos
outros. (Hélio, aqui, omitiu referências a 3 más bíblias)
A outra menção à homossexualidade - considerada por muitos
evangélicos a mais importante da Bíblia, por mostrar que homossexualismo é uma
pecado como qualquer outro mas, principalmente, que homossexuais podem mudar -
é encontrada na carta de Paulo dirigida à igreja de Corinto. Essa cidade
pertencia à Grécia antiga onde, à semelhança de Roma, o homossexualismo era
celebrado e também praticado por filósofos e poetas. Na adolescência, os
rapazes gregos deixavam a casa de seus pais e se tornavam amantes de homens
adultos. Corria que essas práticas sexuais faziam parte de um relacionamento
afetivo e educacional em que os jovens eram ensinados a trilhar os caminhos da
virilidade.
O apóstolo Paulo, porém, mesmo conhecendo muito bem a cultura da
Grécia, faz uma leitura diferente do pensamento corrente na época, em 1
Coríntios 6.9 a 11:
“9 ¶ Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de
Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados,
nem os sodomitas, 10 nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os
maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. 11 E é o que alguns
têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis
sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.” (1Co
6:9-11)
“há evidências bíblicas explícitas de que Deus pode transformar
a vida de uma pessoa envolvida nesse comportamento. (...) Paulo conhecia
antigos homossexuais na igreja de Corinto! Portanto, a mensagem de que o
homossexualismo pode ser mudado não é nova; os homossexuais têm experimentado
transformações desde que a Bíblia foi escrita.”
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante
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