PONHO-ME
DE JOELHOS DIANTE DE TI SENHOR...
O apóstolo Paulo revela sua atitude de ajoelhar-se diante de
Deus-Pai a fim de orar em favor das duas maiores necessidades dos cristãos de
Éfeso. O verbo “ajoelhar” na língua grega é proskyneo, uma palavra que também
pode ser traduzida pelo verbo “adorar”.
Assim, ajoelhar-se diante de Deus é uma forma de expressar adoração,
humilhando-se diante dEle. O Salmo 95:6
confirma esta verdade: Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do
Senhor, o nosso Criador.
Exatamente por isso é que a primeira parte dos dez mandamentos,
que trata da proibição da idolatria, inclui o ato de ajoelhar-se diante de
ídolos: Não terás outros deuses além de
Mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu,
na terra ou nas águas debaixo da terra. Não te ajoelharás diante deles nem lhes
prestarás culto... (Ex 20:2-5).
Na oração do apóstolo vamos identificar quais são as nossas
maiores necessidades:
Necessitamos do fortalecimento que vem do poder do Espírito
Santo (v. 16).
“A carne é fraca!” – esta é uma verdade que vem sendo usada como
desculpa para muitos cristãos soterrados em pecados. Acontece que o espírito do
cristão, se fortalecido, o levará a vencer as fraquezas da carne. Por isso o apóstolo
intercede para que os cristãos de Éfeso fossem fortalecidos no espírito (ou no
íntimo, no homem interior) – quando deixamos, o Espírito Santo de Deus
transmite ao nosso espírito um tipo de força que nos ajuda a conter a carne.
Quando alguém fica entregue à sua própria carne, acaba por
produzir o que o próprio apóstolo chama de “obras da carne”, conforme Gl
5:19-21. Eis a lista de pecados que encontramos neste texto: imoralidade
sexual, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúmes,
ira, egoísmo, dissensões, facções, inveja, embriaguez, orgias e coisas
semelhantes a estas.
Precisamos deste fortalecimento para nos parecermos com Cristo.
Observe novamente Ef 3:17 e atente para o ensino de Paulo, de que mediante este
fortalecimento no poder do Espírito Santo, “Cristo habitará em nosso coração”,
ou seja, teremos a mente de Cristo – isto é, seremos cristãos de fato.
Fortalecidos pelo poder do Espírito Santo, ao invés de produzirmos “obras da
carne”, apresentaremos o “fruto do Espírito”, cujas nove características estão
alistadas em Gl 5:22-23: Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz,
paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Estas
nove características explicam bem o que é ter a mente de Cristo.
Necessitamos reconhecer e nos envolver no amor de Cristo.
Nossa segunda grande necessidade tem a ver com o amor de
Jesus. Paulo ora fervorosamente para que
os cristãos de Éfeso sejam “arraigados e alicerçados em amor” (v. 17 –
arraigado é o mesmo que “plantado”, “estabelecido”). Você acredita que alguém possa buscar a Deus
por medo? Medo da morte, medo do juízo, medo do próprio Deus? Pois o apóstolo espera que a base do nosso
relacionamento com o Senhor seja o amor.
Há um texto na Bíblia que afirma que “o amor lança fora todo o medo” (I
João 4:18).
O apóstolo nos leva a tentar imaginar medidas para o amor de
Cristo – e conclui que este amor “excede todo o entendimento”, ou seja, por
mais que nos esforcemos, não conseguiremos quantificar o tanto de amor que
moveu o coração de Jesus para suportar o sacrifício por nós. Romanos 5:8 nos
lembra de que o Senhor nos amou sendo nós ainda pecadores e se prontificou a
morrer no nosso lugar. João 13:1 nos lembra que o Senhor amou seus discípulos o
tempo todo e até o fim – o amor de Jesus não foi só da boca para fora, fingido ou leviano.
Conhecer a grandeza do amor de Cristo e ser envolvido por ele é
nossa necessidade mais prioritária – tão premente quanto o fortalecimento no
poder do Espírito Santo. Na prática, em
que resulta compreender e viver este amor?
Em duas coisas. Primeiro, na
gratidão para com Deus, expressa em
consagração, serviço e adoração. Segundo, no amor para com as outras
pessoas, tanto para como nossos irmãos em Cristo como para com os que ainda não
são.
Aproveite agora este momento para declarar com seus discípulos
suas duas maiores necessidades e ao mesmo tempo, peça ao Senhor que venha
supri-los. Coloquem-se de joelhos, a exemplo do apóstolo, em atitude de
adoração.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante
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