ESTUDO SOBRE VESTIMENTAS QUE AGRADAM A
DEUS...
VESTES
SANTAS
Vejamos no Texto Sagrado alguns
ensinamentos bem objetivos sobre as vestimentas
1. A
primeira roupa - Gênesis 3.21:
Vemos que o primeiro a apresentar a
preocupação com a vestimenta do ser humano foi o próprio Deus.
Tais vestimentas são precursoras de
muitas outras medidas adotadas por Deus, relacionadas a moral e aos bons
costumes, visando o bem-estar físico, social e espiritual da humanidade.
Medidas que se tornaram necessárias por causa da corrupção imposta pelo pecado
à natureza humana.
Nos versos 10 e 11 de Gênesis 3 o
homem alega medo de Deus devido a sua nudez. A nudez neste contexto representa
a consciência da corrupção, da quebra de um padrão estabelecido por Deus. O
homem foi criado em santidade e a nudez não lhe causava constrangimento diante
do Criador. Mas depois do pecado, uma vez quebrada a imagem e semelhança moral
de Deus no homem, a nudez passou a ser motivo de medo.
Desta referência concluímos que estar
na presença de Deus consciente da nudez imoral é afronta contra o Senhor. É
pecado.
Pior ainda é a semi-nudez, que
instiga e explora a sensualidade, provocando pensamentos impuros e
constrangimentos ao desnudo.
Devemos observar que mesmo sob
maldição, em pecado, Deus não expulsou o homem do Éden nu, para a desonra. Deus
fez túnicas de peles, verso 21. Ou seja, roupa que cobre tudo o que deve ser
preservado e que indica parâmetros de moralidade e de respeito entre seres
humanos.
Em segundo lugar, vejamos algo
sobre...
2. As roupas
para a adoração - Êxodo 28.1-4:
Neste texto Deus exige roupas
especiais, roupas de gala, para o sacerdote na ministração do culto e da
adoração.
Se a sua mente tenta justificar a não
aplicação deste texto em sua vida, devo ressaltar que a Palavra de Deus
assevera que, a partir do sacrifício de Jesus, com o rasgar do véu no templo,
todos fomos feitos sacerdotes para Deus, Apocalipse 1.6 e 1 Pedro 2.9.
Adoração é ato de culto. É
reconhecimento do caráter divino e da santidade do Deus objeto da adoração. Por
esta razão, Deus exige roupas especiais para o ato de culto verdadeiro.
O princípio que se encerra neste
contexto bíblico é o de que as vestimentas que usamos no ato de culto devem ser
limpas, puras e santificadas, visto que nos aproximaremos de Deus, que é
santíssimo.
O conceito básico que estabelece os
parâmetros da vestimenta sacerdotal é o de que as roupas são como referencial
de apresentação diante da glória de Deus e para a glória do Deus que é adorado.
A glória de Deus manifesta é símbolo real e indiscutível da presença de Deus no
culto ministrado diante dele e para ele.
Podemos verificar também os versos
31-35 e 39-43 de Êxodo 28, que fazem referência aos paramentos e acessórios
sacerdotais, destacando a preocupação de Deus até com os calções, ou seja, com
a roupa íntima do sacerdote, verso 42, indicando que o cuidado de Deus vai além
da roupa aparente.
Pensando ainda em roupas para a
adoração, devemos observar ainda os ensinos de Salmos 29.2 e 96.9. As
afirmações destes versos, embora traduzidas como "esplendor do seu
santuário" ou "esplendor da sua santidade", ou ainda, como
"beleza da sua santidade", indicam, em sua idéia mais remota, a luz
do contexto geral da Bíblia, que devemos estar bem vestidos, ou seja, trajados
com decência, quando nos apresentamos diante do Senhor para prestar-lhe culto.
Não podemos estar na Casa de Deus com vestimentas que não sejam expressão da
nossa busca de santidade, que é o que nos habilita a estarmos diante do Senhor
em adoração, Hebreus 12.14.
Vale ressaltar que o Texto Sagrado
alerta até mesmo aqueles que não são servos de Deus e que não têm, por isso,
uma experiência íntima com ele, a tomarem cuidado com os seus trajes quando
estiverem em uma situação que saibam que estarão diante de Deus.
A realidade, amados, é que Deus
requer decência de cada um de nós. Somos os sacerdotes consagrados por ele e
para ele. Deus requer moralidade na adoração e na ministração dos cultos, bem
como durante os cultos.
Vejamos em seguida algo sobre...
3. Roupas
como sinal de reverência - 2 Reis 5.1-6:
Reverência tem a ver com a postura
resultante da conscientização a que chegamos em relação ao valor do outro.
Este texto mostra que Naamã ao se
dirigir ao servo de Deus, desejando causar boa impressão e agradá-lo, levou
roupas finas e luxuosas, roupas de festa. Este gesto de Naamã aponta para o
reconhecimento da superioridade do profeta em relação a ele e para o
reconhecimento da soberania de Deus em relação a sua vida e circunstância.
Naamã, o grande general, não entendia
bem tudo o que estava acontecendo. Ficou frustrado e aborrecido ao se sentir
desprezado pelo profeta, bem como pelo fato de o profeta não aceitar os seus
presentes. Afinal, eram roupas especiais, com aplicações em ouro, prata e
cravejadas de pedras preciosas. Porém, o seu coração ainda era obstinado e Deus
conduziu o profeta para que, com aquela atitude, Naamã fosse quebrantado,
humilhado, curado e salvo.
Desta maravilhosa narrativa bíblica
fica para nós a seguinte lição: não é molambo, nem trapo velho encardido, nem
modismo, nem roupas indecorosas ou falta de roupa que se deve levar para a
presença do Senhor ou do servo de Deus, que o representa na ministração para as
nossas vidas.
Devemos ter a consciência de que
estamos diante do próprio Deus e que, por isso, devemos estar bem trajados,
levando o melhor possível, mesmo que com roupas humildes e simples, mas com
decência e decoro, mostrando que reconhecemos a superioridade e a soberania de
Deus, o Deus que está pronto a nos quebrantar, a nos curar e ministrar
salvação.
Vejamos ainda algo sobre...
4. Roupas
como sinal de restauração - Lucas 15.21-22:
Neste texto identificamos duas
questões importantes: O filho reconhecendo o seu estado e admitindo a perda da
condição de filho e o pai amoroso dando ao filho pródigo, em seu retorno,
roupas novas, sapatos e um anel. Vamos nos ater as roupas.
A entrega de roupas novas para o
filho, "a melhor roupa", indica a transformação de vida que o jovem
experimentara. Os farrapos de uma vida dissoluta e distanciada de Deus e dos
parâmetros da moralidade devem ser jogados fora e trocados por vestimentas
novas, limpas e decentes.
Quando nos convertemos Deus nos honra
e nos dá novas vestes, vestes espirituais, que simbolizam a nossa restauração e
a retomada da nossa condição de filhos. Estas roupas novas simbolizam o perdão
que nos foi outorgado, servindo também como prova da nossa aceitação na casa do
Pai, bem como da restituição do nosso direito espiritual como herdeiros de Deus
em Cristo.
Em Jesus não somos mais pessoas
separadas de Deus, como que deserdadas por causa do pecado. Em Cristo nos
tornamos pessoas especiais, tendo regatado a nossa posição espiritual como
filhos de Deus, não podemos mais permanecer maltrapilhos, desnudados ou
vestidos de maneira indecorosa. A condição de coitado, miserável e nu é para
aqueles que serão vomitados pelo Senhor devido a mornidão espiritual,
Apocalipse 3.14-22, em especial os versos 16-18, e não para os filhos que vivem
em perfeita comunhão com o Pai.
Por fim, vejamos algo sobre...
5. O
parâmetro de Deus para a vestimenta do cristão - 1 Timóteo 2.9-10:
Estes versos falam em trajes
decorosos e sem luxúria como a vestimenta ideal para o servo de Deus.
Mais uma vez a sua mente,
principalmente a dos homens, pode estar tentando se justificar dizendo que o
ensinamento paulino não se aplica a você. Isso não é verdade. A exigência de
decoro e de moralidade na vestimenta é para mulheres e homens ao mesmo tempo. O
que comprova isso é o contexto geral do capítulo, em especial o verso 8, que
exige dos homens um alto padrão de santidade para a oração.
Decoro é recato no comportamento e
decência no vestir. Está relacionado com a postura que adotamos para a vida.
Luxúria é comportamento desregrado em relação a sexualidade. É licenciosidade
moral que denota a lascívia, que é pecado, e a concupiscência, que é o desejo
de pecar, do indivíduo. A luxúria se contrapõe acirradamente ao decoro.
Em contrapartida, Deus exige dos seus
filhos uma vestimenta decorosa e isenta de qualquer sintoma de luxúria. Ou
seja, Deus exige de nós um comportamento recatado através do qual as pessoas
percebam que estamos libertos do desejo de pecar e que fomos restaurados em
nossa moralidade, em nosso caráter, que é agora santificado pela ação do
Espírito Santo que em nós habita.
O termo traduzido por "traje
decoroso", utilizado por Paulo, no original, ultrapassa a idéia de
vestuário simplesmente. Paulo usa o termo para fazer referência também a
moralidade sexual que nos é exigida por Deus e que deve se refletir em nossas
roupas.
Nossas roupas indicam se temos maus
ou bons costumes morais. A maneira como nos vestimos ressaltam o valor moral
que atribuímos ao nosso corpo diante de Deus. O jeito como nos vestimos reflete
a nossa consciência moral em termos de sexualidade, bem como o nosso senso de
preservação da nossa integridade moral. A nossa roupa pode refletir o nosso
caráter.
O que vestimos mostra o que esperamos
que as pessoas pensem de nós em relação a maneira como tratamos a nossa
sexualidade. Se nos vestimos com luxúria as pessoas poderão imaginar que somos
licenciosos, ou seja, imorais. Se nos vestimos com decoro, por certo as pessoas
perceberão que nós nos honramos e que lutamos para nos preservar em santidade
diante de Deus. Isso é verdade desde que não haja falsidade em nossos corações
A escolha não é muito difícil. Roupas
sobrecarregadas de luxúria e de sensualidade, que refletem lascívia e
libertinagem imoral, ou roupa decorosa, que reflete a sua compostura moral e
espiritual. Lembre-se; suas roupas, por certo, falarão mais alto do que as suas
palavras em meio ao burburinho esganiçado da promiscuidade na qual chafurda a
nossa sociedade.
Conclusão:
Outros textos poderíamos estudar
sobre o tema, tais como João 19.23-24, que falam das roupas de boa qualidade,
de valor e de discreta beleza usadas por Jesus; Apocalipse 7.9-17, que fala da
roupa dos mártires na glória, que eram as mesmas vestes que usavam aqui na
terra, pois não haverá tempo para trocar de roupa antes de entramos no céu; e
Apocalipse 16.15, que descreve o fato de termos as roupas sempre à mão como
sinal de preparo espiritual para o encontro com Jesus, mas creio que já vimos o
bastante para estabelecermos parâmetros éticos para a nossa Igreja, no que diz
respeito a nossa vestimenta.
Talvez você esteja se perguntando:
Onde se pretende chegar com este estudo? Ou quem sabe você esta ruminando com
os seus botões... "Já até sei qual vai ser o resultado disso". Não
importa. Não nos preocupa nem mesmo o fato de você pensar que este assunto não
deveria ser tratado na Igreja.
Mas devemos tratar destas questões na
Igreja sim, visto que imoralidade, promiscuidade, lascívia, exploração da
sensualidade na vestimenta e o cinicamente chamado nu artístico são ações
maléficas do diabo contra a natureza humana e a sociedade. O resultado dessas
estratégias diabólicas tem sido a violência sexual contra as crianças, a
gravidez na adolescência, a prostituição desenfreada, a banalização do
adultério, a aceitação parcimoniosa do divórcio e, como decorrência, famílias
destroçadas. O resultado da imoralidade no vestir é uma sociedade corrompida,
desigual e agonizante como percebemos a nossa. Será mesmo que não temos razões
que justificam estudar este tema?
Vale ressaltar ainda que este estudo,
embora de cunho ético, é também evangelístico. Pois apresenta o evangelho
verdadeiro, sem ajustes humanos, sem relativizações éticas e sem a tentativa de
se fazer a vontade humana. Este estudo apresenta o evangelho que é a luta por
se fazer a vontade de Deus, que nos quer santos para Ele e santificadores pelo
testemunho cristão autêntico. Se você procura outro evangelho que não o de
Jesus Cristo, bateu no estudo errado. A Igreja de Cristo não é o seu lugar.
Por fim, vamos ao objetivo deste
estudo que não é nada que a Igreja já não saiba, pois em diversas ocasiões
manifestamos nossa posição bíblica sobre a questão da vestimenta do cristão,
como já dissemos neste estudo.
Uma vez realizado o estudo, nossa
oração é para que Deus, pelo Espírito Santo, toque em nossas mentes e corações
a fim de que mudemos radicalmente a maneira de nos vestirmos. Não só na Igreja,
mas em casa, no trabalho, na escola, na Igreja, em fim, em todo o lugar onde
estivermos, e no nosso cotidiano.
Não é o pastor que manda. É Bíblia. É
Palavra de Deus. Lógico que cabe ao pastor a ministração da Palavra e a supervisão
quanto a obediência aos ensinamentos do Senhor. Por isso, de hoje em diante,
devem ser estabelecidas algumas regras bíblicas em relação a vestimenta que se
usará para a participação e para ministração nos cultos. Seria uma bênção se
estas normas fossem aplicadas pelos irmãos e irmãs de modo geral, pois o pastor
não deve se dar ao trabalho de vigiar ninguém. Deus há de restaurar e
transformar a consciência de cada um, visto que, como pastores, não podemos
fazer o papel do Espírito Santo no convencimento das pessoas.
Porém, no que diz respeito a
utilização do púlpito, ao estar na frente para ministrar o culto, para cantar,
para declamar, para qualquer coisa, bem como para se subir na plataforma para
ministrar o louvor, o culto ou qualquer outra participação, não se deve
permitido blusas de alças (aquelas blusas que só tem as alcinhas e mais nada),
tomara que caia (que para os mais afoitos devia chamar "pena que não
caiu"), decote umbilical, no cóxi ou no "rego", e nem decotes
meia-taça que projetam os seios para os olhos incautos dos homens ávidos por
aconchego ou mesmo dos desavisados... Haja unção para olhar e não pecar.
Não mais se deve permitir o uso de
mini-saia, micro-saia, vestidos curtos (daqueles que vão só até a cabeça do
fêmur) ou transparentes e translúcidos. Não se deve ir para a Igreja com calça
de cós baixo (daqueles que ficam no púbis) sem uma blusa ou camiseta que cubra
os quadris, e nem com uma calça comprida atarracada no corpo, na genitália ou
no traseiro, por que estas não são roupas adequadas para se estar na frente da
congregação. Com roupas deste tipo não se deve participar da ministração.
Seja para dirigir programa, para
ministrar o culto ou o louvor. Seja para apresentar visitantes, fazer anúncios,
cantar, tocar, cantar em conjunto ou pregar. Não importa. Diante da Igreja,
para ministrar na presença de Deus, não se deve permitir mais uma vestimenta
indecorosa, modismos exagerados e imorais, ou mesmo roupas esculachadas, que
não condizem com o padrão de Deus para a vestimenta do salvo e nem com o
testemunho cristão.
Diante de Deus e da congregação
devemos estar bem trajados, demonstrando que não temos mais os temores do
pecado quanto a nossa nudez, e que estamos devidamente vestidos para a adoração
e em profunda e sincera reverência a Deus.
Isto por quê? Porque fomos
restaurados por Deus da nossa natureza pecaminosa e porque estamos dispostos a
obedecer ao Senhor, fazendo a sua vontade, expressa na Bíblia Sagrada, mesmo
que para isso tenhamos que fazer uma "fogueira santa" com as roupas
que usávamos até sermos exortados na Palavra de Deus. Seria maravilhoso se num
domingo fizéssemos esta fogueira para queimar as roupas das quais o Senhor nos
libertou depois de termos estudado a Palavra.
Esperamos no Senhor que este estudo
seja suficiente para uma tomada de posição nossa como Igreja de Cristo no
Brasil. Não precisaríamos ouvir críticas ou cobranças por causa de vestimenta.
Somos nós e os nossos filhos que nos
vestimos indevidamente. Somos nós que compramos as roupas dos nossos filhos. Se
não compramos, admitimos que eles comprem ou que usem. Vamos assumir a nossa
responsabilidade e corrigir a nossa conduta moral, diante de Deus, no que diz
respeito a vestimenta.
Quanto às críticas ao autor e ao
estudo, muito obrigado, em nome de Jesus, aos críticos. Porém, entre a
frouxidão moral e Palavra de Deus, ficamos com a Bíblia. Entre a relativização
ética e o Texto Sagrado; ficamos com a Bíblia. Entre a perversão do modismo e
as Escrituras, ficamos com a Palavra de Deus. Mesmo que isso nos imponha a
impopularidade, o estigma de radical ou a renúncia do pastorado...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor
em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.
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