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sábado, 12 de setembro de 2015

ESTUDO BÍBLICO SOBRE JESUS CRUCIFICADO ENTRE DOIS MALFEITORES...


ESTUDO BÍBLICO SOBRE JESUS CRUCIFICADO ENTRE DOIS MALFEITORES...
Jesus não foi crucificado sozinho. Dois ladrões ocuparam cruzes uma de cada lado dele (Mateus 27:38; Marcos 15:27; João 19:18). A princípio, ambos ridicularizaram Jesus (Marcos 15:29-32). Mas um deles evidentemente mudou de opinião. "Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Lucas 23:39-43).

O Bom Exemplo do Ladrão

Apesar da história criminosa deste homem, ele se tornou um bom modelo. Ele se arrependeu. Inicialmente, ele tinha se juntado às pessoas zombando de Jesus. Mas, acusado por sua consciência, ele mudou e começou a defender o Senhor. É frequentemente difícil mudar, duro admitir que estávamos errados. É muito mais fácil continuar nos velhos hábitos e ser levado pela maré. Este ladrão mudou de direção e começou a nadar contra a corrente.

Ele temia a Deus. Ele já estava sofrendo uma morte angustiosa, mas entendeu que havia castigos piores do que a crucificação. O próprio Jesus tinha dito, "Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo" (Mateus 10:28). A ira divina não é satisfeita totalmente por sofrimentos que experimentamos nesta vida. O castigo eterno será bem pior do que qualquer dor física na terra (João 5:14; Hebreus 10:26-31).

Ele confessou sua culpa. Ele admitiu que o sofrimento dele e do seu companheiro foi justo. Vivemos numa época que gosta de transferir a culpa. As pessoas são artistas na fuga da responsabilidade por suas ações, culpando seus pais, seus amigos, sua natureza ou sua má sorte. Precisamos erguer a cabeça e encarar nossos pecados e suas consequências. Precisamos dizer, "pequei", sem acrescentar desculpas. Sempre que cometo um erro, a culpa é minha (1 Coríntios 10:13).

Ele defendeu Jesus. Ele proclamou a inocência de Jesus. Certamente este ladrão já sabia algo sobre ele anteriormente, talvez o tivesse ouvido pregar ou mesmo tivesse-o conhecido pessoalmente. Ele reconheceu o escárnio como injusto e reprovou o outro ladrão. Muitos naquele tempo não estavam dispostos a se expor à rejeição por defender o Senhor (João 12:42-43). Estou envergonhado de proclamar minha fidelidade a Cristo?

Ele acreditou na realeza de Jesus, porque pediu-lhe que se lembrasse dele quando se tornasse rei. Que admirável foi ele ter reconhecido que Jesus seria exaltado justamente no momento de sua maior humilhação. Havia muitos que o tinham visto ressuscitar os mortos e não creram; este homem viu Jesus sendo morto e creu.

Ele pediu misericórdia a Jesus. É difícil pedir socorro, porque não gostamos de nos humilhar e de admitir nossa necessidade. Muitos, mesmo em circunstâncias desesperadoras, como o outro ladrão, continuam a manifestar sua bravura proclamando orgulhosamente sua autossuficiência. Jesus exaltará somente aqueles que se humilham e pedem sua ajuda.

O bom exemplo deste ladrão mostra nossos próprios fracassos mais claramente. Somos tão bons como o ladrão arrependido?

O Ladrão e o Batismo

O Novo Testamento ensina que precisamos ser batizados nas águas para sermos salvos (Marcos 16:16; João 3:5; Atos 2:38; 22:16; Romanos 6:4; 1 Pedro 3:21, etc.). Alguns buscam fugir do peso desse ensinamento, alegando que querem ser salvos como o ladrão na cruz, isto é, sem batismo. A salvação do ladrão prova que não temos que ser batizados para sermos salvos?

1. Se pudesse provar que o ladrão nunca tinha sido batizado, não justificaria nossa recusa do batismo. Uma vez que o ladrão estava na cruz, ele não poderia ser batizado. Mas nós não estamos numa cruz e assim podemos ser batizados. Justificar nossa falta de sermos batizados com base no ladrão seria como argumentar que não temos que confessar Cristo porque alguém não pode falar. Mas nós o podemos.

2. A verdade, contudo, é que o ladrão poderia ter sido batizado. De fato, a evidência favorece essa conclusão. João Batista batizou muitas pessoas com o batismo de arrependimento preparando o caminho para Jesus: "Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados" (Mateus 3:5-6). Quanto mais popular era o batismo de João, mais pessoas eram batizadas por Jesus e seus discípulos: "Quando, pois, o Senhor veio, a saber, que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João (se bem que Jesus mesmo não batizava, e sim os seus discípulos)..."(João 4:1-2). A maioria do povo comum da Palestina, portanto, havia sido batizada. Mas o ladrão não era apenas "qualquer um"; ele creu em Jesus e evidentemente sabia bastante a respeito dele. Assim, fica ainda mais provável que ele foi batizado.

3. Não importa se o ladrão tinha sido batizado ou não. Ele viveu antes do batismo da grande comissão, o batismo na morte e ressurreição de Cristo (Mateus 28:18-20; Marcos 16:15-16; Romanos 6:3-4). Ninguém poderia ser batizado na morte de Cristo antes dele morrer, nem ressuscitado do batismo com Cristo antes de sua ressurreição. O novo testamento de Cristo tornou-se válido somente quando ele morreu (Hebreus 9:16-17).
Houve vários salvos pessoalmente por Jesus durante seu ministério (Mateus 9:1-8; Lucas 7:36-50; 19:1-10, etc.). Se essas pessoas tinham sido batizadas no batismo de João, não sabemos; mas certamente não foram batizadas na morte de Jesus, nem acreditaram que Jesus havia ressuscitado. No entanto, foram salvas. Abraão, Davi e muitos outros do Velho Testamento foram salvos sem batismo, e sem crerem que Jesus tinha ressuscitado. Antes da morte de Jesus ninguém tinha que ser batizado com ele na sua morte, nem crer que ele tinha sido ressuscitado, para ser salvo. Mas depois que ele morreu ninguém poderia ser salvo sem acreditar tanto na ressurreição de Jesus como também ser batizado (Marcos 16:16).
Isto não deveria surpreender-nos. Ainda que eu tenha um testamento que estipula o que deverá ser feito com meus bens após minha morte, enquanto eu estou vivo posso dispor deles como me aprouver. Quando eu morrer, contudo, o testamento entrará em vigor e os meus bens terão que ser distribuídos de acordo com as determinações contidas nele. Enquanto Jesus estava vivo na terra, ele concedia a salvação a quem ele queria; mas depois de sua morte, seu testamento tornou-se a regra pela qual a salvação é herdada. Considere esta ilustração: Getúlio Vargas não pagou CPMF no Brasil. Mas quem quer que tente usar esse fato para fugir da responsabilidade de pagar tal imposto, hoje em dia, seria rapidamente informado: Getúlio Vargas não pagou CPMF porque ele viveu antes da lei que determina esse imposto. Mas nós vivemos sob essa lei; portanto, temos que pagá-lo. O ladrão viveu antes da lei que exige o batismo na morte de Jesus. Vivemos sob essa lei, portanto, temos que ser batizados.
Em vez de ressaltar o que Jesus disse ao ladrão, precisamos considerar o que Jesus nos diz. "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado" (Marcos 16:16). Seus apóstolos e profetas pregaram a mesma coisa: "Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (Atos 2:38). "E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele" (Atos 22:16). "... a qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo" (1 Pedro 3:21). É Jesus quem salva, por isso é necessário ouvi-lo para descobrir o que fazer para ser salvo. Tragicamente, alguns olham para a cruz do ladrão em busca da salvação. Por favor, estude O Batismo e a Salvação para ter mais informação.
Apesar de qualquer outra realização do ladrão, esse foi o maior momento de sua vida. Nada é tão valioso como a salvação (Mateus 16:26). É triste que, enquanto Jesus morreu também pelo outro ladrão, o espírito rebelde deste impediu-o de recebê-la. E quanto a nós?


Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.

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