ESTUDO
SOBRE MULHERES QUE DESOBEDECEM A DEUS E OLHAM PARA TRÁS (MULHER DE LÓ)...
Gênesis 19:26
Todas nós já ouvimos falar da mulher de Ló. Pouco
se sabe sobre ela, mas o suficiente prá sabermos que não queremos e não devemos
ser como ela foi se não quisermos ter o mesmo fim trágico e bizarro que ela
teve: virou uma estátua de sal.
Ló era sobrinho de Abraão. O pai dele morreu antes
da família sair de Ur dos caldeus, e Ló acompanhou Abraão nas suas jornadas.
Ló, como seu tio, se tornou rico. Os rebanhos dos dois aumentaram tanto que
decidiram se separar. Abraão deixou Ló escolher para onde queria ir e o
sobrinho escolheu a que parecia ser “a melhor terra” e foi na direção de
Sodoma, na campina do Jordão. Ele viu terra fértil, boa para a criação dos seus
rebanhos. Mas levou sua família na direção de Sodoma, uma cidade que ficou
conhecida por sua imoralidade e maldade.
Não sabemos quando Ló se casou. A primeira passagem
que menciona mulheres na companhia dele é Gênesis 14:16, depois de ele fixar
residência em Sodoma. Pode ser que Ló tivesse se casado com uma mulher da
região, ou pode ser que já fosse casado e que ela fosse influenciada pelo
ambiente das cidades da campina do Jordão.
Alguns anos passaram, e Deus resolveu destruir
Sodoma e as cidades vizinhas, pois não achou quase nenhuma pessoa justa nelas.
Naquele dia, Ló perdeu praticamente tudo. Os noivos de suas filhas não
acreditaram nos anjos de Deus, e ficaram na cidade condenada. A mulher de Ló,
em desobediência aos mensageiros de Deus, olhou para trás e se tornou uma
estátua de sal. Logo em seguida, as duas filhas de Ló deram vinho para o pai e
cometeram incesto com ele. Com certeza, essa não era o tipo de família nem vida
com a qual sonhamos. Mas por incrível que pareça, não era isso que a mulher de
Ló pensava. Ela ficou triste em deixar tudo para trás. E por essa razão, foi
destruída.
O problema da mulher de Ló não foi exatamente o
“olhar para trás”. A Bíblia diz que Abraão também olhou para ver a destruição
da cidade, e com ele nada aconteceu. A questão está que nos escritos bíblicos
originais, o “olhar” da esposa de Ló foi diferente do “olhar” de Abraão. Ela
olhou com lamento, com saudades, mostrando consideração e lembrando-se com
prazer da sua vida lá. Ela foi atraída pelo seu
passado, e desprezou uma ordem e o livramento do Senhor. Falando assim é fácil
pensarmos ”que mulher tola ela foi”, mas a verdade é que muitas
vezes nos posicionamos da mesma maneira: fomos livres do pecado, recebemos uma
nova vida em Cristo Jesus, mas sentimos saudades da vida que levávamos, do
passado pecaminoso, das obras da carne... e sabe porque isso acontece? Porque
muitas vezes temos laços de alma com pessoas, situações e coisas. Laços que nos
prendem e impedem nossa caminhada vitoriosa.
Como seres humanos, somos formadas por corpo, alma
e espírito. Podemos pensar na alma como aquela onde estão nossas emoções, mente
e vontades. Li um exemplo interessante para explicar como um laço de alma age
na nossa vida. Imagine que seu braço fosse amarrado à lateral do seu tronco e
mantido ali por anos a fio. O efeito resultante seria devastador. Se fosse
abruptamente desamarrado, ele não estaria apenas atrofiado e fraco, mas também,
incapacitado. Seria impossível usar esse braço de forma adequada até que ele
fosse tratado e restaurado.
Podemos dizer a mesma coisa em relação à nossa
alma. Quando nos envolvemos com uma pessoa, atividade ou lugar por um longo
período de tempo desenvolvemos com eles um estreito relacionamento. Então
envolvemos nossa mente, nossas emoções e nossas vontades nisso, ou seja, nossa
alma. Assim criamos os ‘laços de alma’, e se esses laços nos forem arrancados
de repente, reagiremos como se ainda estivéssemos envolvidas - como aquele
braço que ficou amarrado reagiria.
Um laço de alma não existe apenas quando você tem
um relação sexual com alguém. Pode ser um envolvimento emocional com alguma
pessoa ou qualquer outra coisa. Você pode, por exemplo, ter laço de alma com o
dinheiro, com seu emprego, com um ex-namorado, com uma amiga, com sua mãe. Há
laços de alma certos e errados. O certos encontrarão equilíbrio. Os errados
precisam ser confrontados. Por isso, não importa que tipo de situação você está
enfrentando: aprenda a lidar com ela de forma correta para não ser atrofiada ou
paralisada.
Mesmo quando voluntariamente nos afastamos de
alguém ou alguma coisa, nossa alma pode desejar permanecer onde estávamos ou
com quem estávamos, nos trazendo angústia, dor e sofrimento. Mas precisamos
saber que podemos usar nossa vontade contra isso. Nossa decisão de mudar, de
avançar e não olhar para trás pode dar ordens à nossa alma, e isso pode conter
e dominar as emoções.
Se você foi ferida num acidente, talvez tenha que
aprender a andar de novo. Perdeu-se seu cônjuge, talvez tenha que aprender a
viver como solteira novamente. Mudou-se de emprego, precisará começar de novo a
criar vínculos e mudar sua rotina. Se tomou a decisão de deixar hábitos
pecaminosos, talvez tenha que descobrir novas maneiras de se alegrar e não
satisfazer as vontades da carne. O mais importante é deixar o passado para
trás, sabendo que o nosso Deus quer nos levar a caminhos novos, mais altos e
melhores! E enquanto você espera pelo dia em que se verá totalmente livre e
renovada, pode confiar que Ele está ao seu lado para te orientar, guardar e fortalecer.
Mas é necessário fazer a sua parte. Deixe-me dar um exemplo disso.
Durante um tempo, quando foi publicado num portal
da internet um artigo meu sobre adultério e laço de alma, minha caixa de
correio eletrônica vivia lotada de e-mails de pessoas que viviam conflitos
interiores por causa de problemas relacionados à sua vida conjugal. Alguns
diziam não mais desejar a esposa mas olhar para uma amiga da igreja com
intenções sedutoras. Outros diziam estar prestes a “consumar” a traição e
outros ainda, tentavam justificar seus pensamentos e desejos ilícitos. Em todos
os casos, a dificuldade era fugir da tentação. O prazer pecaminoso parecia
vencer a necessidade de renunciar em favor do casamento. O conflito emocional
existia, assim como o peso do pecado (ainda que a relação sexual física não
tenha existido em nenhum desses casos) e até o arrependimento. Mas mudar as
atitudes era quase uma utopia para esses meus colegas virtuais. Lembro-me de um
homem casado que contou estar ‘apaixonado’ pela esposa de um amigo da sua
célula da igreja. E na visão dele, ela parecia corresponder. Eles eram amigos
bem chegados e moravam próximos, ao ponto que as famílias iam no mesmo carro
para os cultos. Meus conselhos para ele foram mudar de célula, começar a usar
seu próprio carro e pedir ajuda ao pastor. A resposta dele foi que ele não
tinha ‘coragem’ para fazer isso. Mas sejamos honestas. O que ele não tinha era
vontade. O pecado é gostoso (pelo menos na hora). E é preciso reconhecer isso
para lutar contra ele através do arrependimento e confissão.
O caminho para evitar ou acabar com uma traição ou
qualquer outra situação que queremos mudar começa no coração. Mas passa depois
pela mente e pelo físico. Tem que chegar à mudança de atitude. Então, mesmo que
seu caso não seja adultério, fuja daquilo que te faz mal, entristece, deprime
ou que você sabe que a levará ao pecado.
Tenho aprendido que é necessário o rompimento de
qualquer laço com nosso passado. Principalmente porque vivemos num mundo em que
os relacionamentos sexuais começam muito cedo, sem que se meçam as
consequências emocionais e espirituais disso. A Medicina já comprovou que o
casal que mantém relações sexuais cria um laço, entre outras razões, por que o
sistema imunológico da mulher produz anticorpos específicos contra os
espermatozoides de seu parceiro. Ou seja, a unidade existe a partir do contato
físico, e infelizmente, hoje em dia, ele ocorre ainda na adolescência ou até
infância de muitas de nós. Não estou falando apenas do ato com penetração, mas
também das carícias e dos beijos, que podem não acabar num ato sexual consumado
mas já fazem parte de uma relação.
A boa notícia é que a Graça de Deus está ao alcance
de todo aquele que desejar e crer, então, o simples fato de renunciar ao
passado, em oração audível, e deixar que o próprio Deus cuide do resto, faz uma
grande diferença em nossa vida. Então, escreva num papel os nomes das pessoas
com as quais você se envolveu no passado – mesmo os envolvimentos apenas
emocionais - e ore rompendo os laços que por ventura tenham se formado. Mesmo
se você não é casada, deve fazer isso também. Quebre laços com ex-namorados e
até aqueles laços emocionais que parecem “inocentes”, quando por exemplo, seus
pais diziam ‘brincando’ que“nunca deixariam a filhinha deles se casar e ir
embora”. Se você já é uma senhora, avó e mais experiente, quebre laços
emocionais que estejam impedindo seus filhos de prosperar ou até mesmo laços
que te impedem de ser feliz. Vamos todas então renunciar ao nosso passado, à
palavras de maldições, laços que nos impedem de avançar. Vamos pedir ao
Espírito Santo que traga à nossa razão laços de alma que precisam ser
quebrados. E vamos ser livres para que os planos de Deus se cumpram em nós! Em
Nome de Jesus!
“...mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas
que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para
o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses
3: 13 e 14)...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da
Religião Dr. Edson Cavalcante.
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