Subscribe:

sexta-feira, 7 de maio de 2021

POR FALAR EM DÍZIMO!

 

POR FALAR EM DÍZIMO!

A escassez de ensinamentos corretos sobre dízimos entre os cristãos me leva a dar a este estudo o título supracitado. Ao discorrer pelas páginas do novo testamento é muito fácil perceber o quanto é ausente o atual e tão comentado dízimo direcionado de forma compulsória as comunidades cristãs fundadas pelos apóstolos.

Inúmeras vezes ouvimos ensinamentos e testemunhos a esse respeito e podemos também notar que a maior parte dos cristãos adota a famosa postura de “dizimista fiel”. Entretanto, ensinamentos e testemunhos e também o fato de a maioria adotar uma determinada postura, não justifica a legitimidade de uma doutrina. O que justifica uma doutrina é o fato de ela estar acordo com as escrituras, que dependendo do ponto de vista é a suprema regra de fé e prática de todo aquele que professa Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

O dízimo é uma questão muito subjetiva, visto haver opiniões que se divergem a respeito.
De um ponto de vista mais amplo há duas correntes de interpretação da doutrina do dízimo: a interpretação adotada pela extrema maioria, que afirma que o dízimo é uma doutrina neotestamentária, devendo assim, segundo essa interpretação, ser aplicada aos cristãos.

Baseiam-se principalmente nas passagens de Malaquias 3: 8- 11; Genesis 14: 18- 24; e Mateus 23: 23. Usam basicamente essas três passagens para refutar os oponentes. Resumidamente da seguinte forma: a passagem de Genesis 14 para alegar que o dízimo não é parte da lei e a passagem do evangelho de Mateus para argumentar que Jesus aprova e dá continuidade a prática do dízimo.

A outra corrente de interpretação é totalmente contra esse argumento, afirmando que o dízimo é parte da lei de Moisés, sendo assim, não deve ser aplicada á cristãos porque estão sob a dispensação da graça e não sob a dispensação da lei mosaica. Esta corrente de interpretação alega que as contribuições dos cristãos no novo testamento eram por motivos totalmente diferentes de os de hoje em dia e eram feitas de acordo com o impulso do Espírito Santo, ou seja, de forma voluntária e independente de quando e onde ofertar. Usam principalmente as passagens: Atos 4: 32- 37; 2 Co capítulos 8- 9. O presente estudo adota esta corrente de interpretação. O fato da doutrina do dízimo ser uma questão subjetiva não deve ser levado em consideração, visto que com relação às várias doutrinas bíblicas pode ser feito diferentes aplicações de um mesmo texto, mas, se tratando de interpretação, só existe uma para cada uma das doutrinas registradas na bíblia. É de se considerar que os autores de cada livro e epístola escreveram visando um objetivo, certamente levando em consideração até mesmo os níveis de conhecimento de seus destinatários, sendo assim, os autores escreveram com a intenção de que seriam facilmente entendidos.

O principal enfoque desse aspecto é que devemos aprender como seguir o Espírito Santo em nosso “dar”. Assim como Ele deve ser o Senhor em cada parte de nossas vidas, também as nossas ofertas em dinheiro devem ser conduzidas por Ele. Deus irá nos mostrar como e onde dar. Pode ser para os pobres; para ajudar as necessidades dos irmãos ao nosso redor; para sustentar alguém que se deu à obra do Senhor. Por exemplo, alguém trabalhando como um missionário ou dedicando-se a alguma obra espiritual pode estar necessitando de ajuda financeira. Verdadeiramente o dízimo pertence à casa de Deus. Mas a casa de Deus é o povo Dele, não algum tipo de organização. Os homens e mulheres que pertencem a Ele é que são a Sua casa. Portanto, dar a eles significa dar à casa de Deus.

Não precisamos de lugar fixo, regras, normas ou regimento interno para servir ao nosso DEUS, por nossos serviços e contribuições, porque isso toma o lugar do agir do Espírito Santo em nossos corações e passamos a fazer as coisas de forma mecânica, estamos fazendo as coisas mais para cumprir obrigações do que impelidos pelo Espírito Santo como faziam/ eram os cristãos da igreja primitiva.
Nós somos o corpo de Cristo, ele é a cabeça do corpo, portanto, tudo o que fazemos tem que ser através Dele- a cabeça, e não através de ordem de pastores que reivindicam e alegam serem portadores de uma autoridade bíblica. Na verdade, isso não passa de uma autoridade posicional sem precedentes bíblicos. Todos os comandos devem proceder Dele, o Cristo vivo e não de líderes ou organizações humanas. Jesus ressuscitou, está vivo, devemos crer que Ele está em nosso meio e é poderoso para dirigir tudo o que fazemos sem intermédio humano. Jesus não precisa de homens para ditar regras de como as ovelhas devem se comportar, como e onde servi-lo, como e onde ofertar.
Os líderes de igrejas precisam urgentemente entender o verdadeiro agir de DEUS na vida da igreja, precisam deixar serem guiados pelo Espírito Santo em tudo que fazem, sem regras e normas a serem rigorosamente seguidas. Assim serviram de exemplo para o rebanho que por sua vez agirá da mesma forma sem serem comandados pelo homem e aprenderam a serem guiados pelo Espírito (1 Pd 5: 2-4).
Há séculos milhares de cristãos têm sido transformados em espectadores leigos que foram ensinados a lançar atividades que deviam ser feitas por eles, nos líderes “capacitados” para fazê-las. Os cristãos mal sabem o significado de serem Reis e Sacerdotes para DEUS como diz o novo testamento, por isso estão atrofiados e não mais conseguem enxergar e exercer suas funções no reino de DEUS de forma condizente com o novo testamento. Eles já estão acostumados a ficarem sentados nos bancos esperando serem chamados e autorizados pelos líderes para que possam ser usados pelo Senhor. Precisam sair desse “transe religioso” e urgentemente resgatar suas posições, enxergar que o sacerdócio universal dos crentes está sendo extirpado. Em 1Pd 2: 9, Pedro diz que nós somos o sacerdócio REAL. Ele diz isso porque sabia que o sacerdócio da antiga aliança NÃO ERA REAL, mas sim, uma simples figura do verdadeiro sacerdócio (Hb 10: 1), o sacerdócio cristão. O sacerdócio cristão é estendido a todos e não somente a alguns como na antiga aliança que o sacerdócio se limitava somente a tribo de leví. Nós cristãos somos atores, e não meros espectadores desse nobre empreendimento – a ekklesia.

Questionando nossas práticas.
Vida sem questionamentos é vida sem valor.
Sócrates
Tudo que aprendemos dos homens “detentores da verdade” deve ser questionado. Não podemos cegamente aceitar e praticar ensinamentos só por que os detentores da verdade afirmam constar na bíblia. O sacrifício de animais para perdão de pecados, o culto no templo, a hierarquia entre aqueles que eram separados para servir á DEUS no templo, OS DÍZIMOS, enfim, todas essas práticas são bíblicas, contudo, não são cristãs. Nenhuma dessas práticas serve como base para o viver cristão. Nenhuma delas consta no novo testamento, o qual é a base prática do viver cristão. Você já questionou e buscou respostas nas escrituras sobre o que você por centenas de vezes tem ouvido e praticado na sua denominação? Eis algumas questões concernentes aos dízimos que eu até arrisco a dizer que você nunca questionou e muito menos fez um estudo sério e aprofundado nas escrituras.
O que significa a palavra dízimo? O que é dízimo? A quem se aplica essa ordenança? Qual a sua finalidade? Por que o Senhor DEUS estipulou um valor para que o povo israelita doasse uma parte de sua produção? O que realmente diz Malaquias 3: 8- 11? O que são os tipos ou figuras do Antigo Testamento? O dízimo é uma figura de quê?
Essas são algumas das dúvidas que todo servo de DEUS deveria ter e questionar aos seus líderes. Ninguém precisa ser um mestre das escrituras para perceber que os ensinamentos hodiernos sobre dízimos não têm base neotestamentária. Basta ler o novo testamento, fazer comparações e questionar. Se o dízimo fosse uma prática neotestamentária, com certeza o apóstolo Paulo teria ensinado isso em suas cartas destinadas á várias comunidades Cristãs. Podemos dizer o mesmo do apóstolo João em suas três epístolas e em apocalipse. Pedro em suas duas epístolas, também a epístola de Judas. O único escritor do novo testamento que brevemente toca nesse assunto (na era da graça) é o escritor de Hebreus no capítulo 7. Observe que ele não enfatiza nenhum ensinamento doutrinário sobre dízimos aos seus destinatários.
Para entendermos essa questão precisamos ter uma visão contextual da carta destinada aos crentes hebreus. Precisamos estudar todo o livro de uma forma panorâmica para entender essa questão. O objetivo do escritor nesse livro é encorajar seus leitores a não deixar a fé por motivo de perseguições. O escritor os encoraja a não voltar aos pobres rituais da lei mosaica que só lhes serviram de figura do que havia de vir (inclusive o dízimo). Para mostrar a fraqueza da lei, ele mostra nesse livro a superioridade de Cristo que é o cumprimento da lei. Ele fala no capítulo 7 que Mélquisedeque era uma figura de Cristo. Cristo é sem dúvida superior a Mélquisedeque. Tratando- se da palavra dízimo ele diz no versículo 5 que os levitas tinham ordem para receber os dízimos do povo. Amado leitor, o seu pastor ou líder religioso é levita descendente de Israel? Se a resposta for negativa, então por que ele recebe seus dízimos?
O propósito do escritor de hebreus não é dar meros ensinamentos sobre dízimos. Se assim fosse o ensinamento teria que estar em concordância e harmônia com as outras cartas do novo testamento.
Lucas, o escritor de atos dos apóstolos relata a vida da igreja em seu aspecto prático. Note que ele não relata os Cristãos dando dízimos. Os registros de contribuições segundo Lucas eram de forma voluntária e espontânea. Paulo, escritor da maior parte do novo testamento relata a vida da igreja em seu aspecto doutrinário. Quando fala sobre contribuições, ele deixa a decisão de valores por conta deles mesmos (2 Co 9: 7) e para fins totalmente diferentes dos de hoje. Não existe nem “cheiro” no novo testamento de cristãos contribuindo de forma pré-estipulada, isto é, com dízimos, e ainda com maior parte das contribuições investirem em prédios de igreja, não há precedentes bíblicos para isso. Você já notou como os cristãos em atos dos apóstolos eram generosos quando ajudavam os mais necessitados? E hoje o que você vê? Você nota hoje em dia de alguma forma essa generosidade?
Não é pecado questionar, temos que questionar e comparar com as escrituras o que nos é ensinado e o que praticamos. Se todo o povo de DEUS questionasse e suas dúvidas fossem sanadas de forma honesta através de seus líderes, certamente o povo de DEUS tomaria uma direção bíblica e correta com relação as suas contribuições. O povo de DEUS seria mais frutífero, uma parte das bênçãos que o Senhor lhes concedeu, seria direcionada ao objetivo que DEUS deseja- pessoas. Os cristãos seriam menos materialistas (Col. 3: 1-2), aprenderiam a levar as cargas uns dos outros (Gal. 6: 2), colocariam o mandamento áureo do Senhor Jesus em prática não em meras palavras (1 João 3: 17,18), e assim o nome do Senhor seria glorificado diante dos pagãos, simplesmente por estarem expressando a vida, a conduta e o amor de Cristo.
O significado da palavra dízimo.
A palavra dízimo é uma tradução da palavra hebraica: ma’aser, e foi traduzida para a língua grega pela septuaginta para: dekate. Seu significado no dicionário Aurélio é: a décima parte, imposto que consistia no pagamento, á igreja ou á nobreza, da décima parte dos frutos colhidos. (esse é o entendimento secular do significado da palavra dízimo).
Em suma, nas escrituras o dízimo consistia em, segundo a lei de Moisés, a décima parte da produção agropecuária do povo de Israel (Lev. 27: 30- 34). Essa é a gênese da prática judaica do dízimo. O dízimo, por serem “boas novas” aos pobres é uma figura nas escrituras do antigo testamento que representa um elemento muito importante na nova aliança. Abordarei esse assunto de uma forma bem explicativa mais adiante.
De quê, quando e onde entregar os dízimos?
Os dízimos eram entregues em forma de alimento e animais, ou seja, uma décima parte dos produtos da colheita ou a décima parte da criação de animais. Ele era dado em uma base anual, e não mensal ou semanal como atualmente. Também nunca se davam os dízimos de dinheiro, tão certo que quando alguém do povo não tinha condições de levar seus dízimos ao templo, talvez por dificuldades de locomoção, a décima parte de sua produção deveria ser vendida. O valor da venda deveria ser levado ao templo e depois deveria ser comprado no próprio templo aquilo que foi vendido e por fim deveria ser entregue aos levitas os dízimos em produtos da colheita ou animais, mas nunca entregavam aos levitas a décima parte de um valor em dinheiro. Isso é mais do que uma prova bíblica que a prática do dízimo era anual, em produtos agropecuários e era entregue no templo, templo esse, que existiu somente até o ano 70 d.C.. Leia esses versículos sem hesitar (Dt 14: 22- 26) e pesquise a história de Israel.
Pergunte ao seu líder religioso: Porque temos que dar mensalmente dízimos de dinheiro, se o povo de Israel dava dízimos anualmente de produtos da colheita e animais?
Pergunte á ele também: Os israelitas levavam seus dízimos á casa do tesouro, mas essa casa foi destruída no ano 70 d.C. visto que ela já não existe mais e o novo testamento afirma que NÓS SOMOS A CASA DO TESOURO (2Co 4: 7), o TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO (1Co 6: 19), então onde levaremos os dízimos?
Daí podemos indubitavelmente concluir que: a prática do dízimo com base mensal ou semanal, de forma monetária entregue num edifício com nome de “igreja” não tem nenhum fundamento bíblico, mas sim, humano e filosófico. Tudo isso não passa de uma montagem, uma organização com uma máscara de religião ortodoxa.
E ainda com muita sutileza e categoria repetem o famoso jargão: “a bíblia é nossa regra de fé e prática”. Está claro que o homem mudou alguma coisa que foi dito nas escrituras? Não tenha vergonha de assumir que está sendo enganado, pois eu também já fui, e vários cristãos durante anos também foram.
Esses homens sabem que não convém á eles explicar essas coisas. Porque se ensinarem ao povo de DEUS que dízimo não é dinheiro, que não é mensal e que as extravagantes construções e manutenções de templos não têm base bíblica, sendo muito mais simples e eficaz a reunião nos lares como faziam os apóstolos e os primeiros cristãos, toda posição, status e glória deles cairá por terra. Pois sendo assim como receberam seus salários, como promoveram seus ministérios, perderiam o privilégio de serem líderes de uma grande e forte organização religiosa. Receber dízimos em alimento e com base anual como no velho testamento tornaria tudo mais complicado, tudo isso seria um prejuízo muito grande para eles, você não acha?
Ainda que se use desses versículos (Malaquias 3: 8- 10) para fazer simples aplicações sobre a doutrina do dízimo, seria ainda uma prática que não está de acordo com o novo testamento, mas seria até tolerável se o objeto, o destino do dízimo fosse aplicado de maneira bíblica, isto é, priorizando o sustento de necessitados e a obra apostólica de acordo com o novo testamento.

A quem se aplica essa ordenança?
As escrituras só mencionam como já citei acima, que a ordenança dos dízimos era aplicada aos trabalhadores da atividade agropecuária, não é mencionado, por exemplo: carpinteiro, tecelão, ferreiro e outras atividades dando dízimos, pois o Senhor pediu os dízimos do produto da terra (Lev. 27: 30- 32). Certamente refere- se á produção agropecuária. Essa ordenança, de maneira alguma era aplicada á pessoas carentes e desamparadas (órfãos, viúvas e estrangeiros). Essas pessoas não eram obrigadas a darem dízimos, muito pelo contrário, elas eram beneficiadas pelos dízimos. O dízimo era um suporte, uma alegria, a salvação para os desamparados e não um monstro que chegava para subtraí-los. Financeiramente falando, os desamparados não eram subtraídos do pouco que tinham para sobreviver como os mais pobres de hoje. Até porque os desamparados em Israel não possuíam gados nem plantio, sendo assim, não teriam como dar dízimos de uma produção não existente. Lembra da viúva de Serepta? Elías não perguntou á ela se ela estava passando fome porque deixou de dizimar como as pessoas fazem hoje em dia (1 Rs 17: 8- 14). Caro leitor, onde você congrega os irmãos mais carentes são incentivados a ofertar e dizimar para que o Senhor possa reverter a situação financeira e colocá-los num lugar de honra como é largamente pregado nas “igrejas”?
Qual a finalidade dos dízimos?
O dízimo tinha como finalidade o sustento dos levitas e sacerdotes que ministravam no templo em período integral e que segundo as escrituras não podiam trabalhar e não tinham nenhuma herança em Israel (Nm capítulo 18). Também era destinado ao sustento dos órfãos, viúvas e estrangeiros entre o povo de Israel (Dt 14: 22- 29). Não é de se espantar que hoje em dia até os mais carentes devem dizimar. Não poucos líderes religiosos, principalmente do seguimento neopentecostal até dizem: “Irmão, continue sendo perseverante nos dízimos, a palavra diz: seja fiel no pouco e DEUS te colocará no muito, eu vejo DEUS derramando uma unção financeira poderosa sobre sua vida, eu profetizo na tua vida a vitória financeira!”. No capítulo 3: 5 de Malaquias o Senhor fala que julgará aqueles que oprimem ou pervertem os mais necessitados. Por que os líderes religiosos não enfatizam essa parte de Malaquias 3? Que o Senhor tenha misericórdia de mim, mas confesso que isso me deixa revoltado.
Os dízimos eram também destinados á festivais religiosos do povo de Israel. Nesta ocasião todos comiam dos dízimos para aprenderem a temer ao Senhor e se regozijar perante Ele (Dt 14: 22- 29).
Resumidamente falando os israelitas entregavam três tipos de dízimos:
• Um dízimo no final do ano para o sustento de levitas e sacerdotes.
• Um dízimo no final do ano para festivais religiosos.
• Um dízimo ao final de cada três anos para o sustento de levitas locais, órfãos, viúvas e estrangeiros.
Isso totalizava ao final de cada ano um total de 23,3% da produção agropecuária. Note que o principal enfoque dos dízimos eram pessoas. Uma das características mais marcantes dos cristãos do primeiro século é que eles eram extremamente generosos para com os irmãos mais pobres. Infelizmente hoje esse testemunho cristão é quase que escasso. Os cristãos de hoje estão focados em suas próprias vidas através de infinitas campanhas, quando não, estão focados em festividades e congressos religiosos. Infelizmente a egolatria é cada vez mais emergente.
Prezado leitor, de alguma forma você “come” ou desfruta dos dízimos que você entrega na sua denominação? Ou quem “come” dos dízimos é só o ministério? O principal propósito dos dízimos na sua denominação é expandir o ministério ou expandir o reino de DEUS e o cuidado aos necessitados?
Porque aos Israelitas foi pré-estipulado uma quantia a ser doada?
Para entendermos esse ponto, precisamos nos reportar ao período em que o povo de Israel foi resgatado da escravidão no Egito, período esse em que o povo muito que provavelmente ficou indiferente e se esqueceu do DEUS que servia. Talvez por estarem abastados materialmente, por conseqüência disso foram escravizados pelos egípcios tornando-se então desprovidos de como servir ao Senhor de acordo com a sua soberana vontade. Mas o Senhor com sua infinita misericórdia os resgatou do Egito para introduzi-los numa terra que mana leite e mel. Mas o povo como já mencionei, estava quase que totalmente desprovido de como servi-lo de acordo com sua soberana vontade. Eles eram “meninos” em sua devoção ao DEUS que outrora os acolhera. Foi então necessário que o Senhor lhes desse uma lei para observarem e obedecerem, uma lei de forma visível, tangível, eu me refiro as tábuas da lei escrita em pedras, que tinha como propósito conduzi-los á Cristo que viria na plenitude dos tempos (Gl. 3: 24), no qual seria derramado o Espírito Santo no coração de cada um deles e de todos aqueles que recebessem pela fé ao Senhor e Salvador Jesus Cristo (At 2: 38), como foi anunciado pelos profetas.
Doravante, com a morada do Espírito Santo em seus corações, essa lei não seria mais necessária. O povo de DEUS não seria mais conduzido por ela, porque foi só para isso que ela lhes serviu, para conduzi-los, pois com o advento da graça o próprio Espírito Santo os conduziria e os ensinariam os verdadeiros propósitos do Senhor (1 João 2: 27). Essa lei foi então abolida pela morte do Senhor Jesus na cruz do calvário (2 Cor. 3: 14c)
As tábuas da lei de Moisés consistiam em dez mandamentos. Nas “entrelinhas” desses mandamentos existiam muitos outros mandamentos para o viver harmonioso do povo. Entre esses outros mandamentos estava á ordenança dos dízimos, mencionado pela primeira vez no livro de levíticos (27: 30- 34), que correspondia a uma décima parte da produção agropecuária, ou seja, uma quantidade pré-estipulada de doação, ao passo que na nova dispensação (do Espírito Santo) não seria mais necessário determinar ou pré-estipular uma quantia, pois o próprio Espírito Santo os impelia a doar de forma voluntária, especialmente aos irmãos mais pobres e a obra missionária, sem a necessidade de estipular uma quantia a ser doada (1Jo 2:27, Hb 8: 10,11).
Uma ilustração.
Imagine que você tem um filho de quatro anos de idade, uma criança que não tem maturidade para se proteger sozinha, imagine que você mora numa casa perto de um penhasco. Creio que rapidamente você construiria um muro [A lei de Moisés] para limitá-lo e protegê-lo, pois ele não teria maturidade [Espírito de DEUS] suficiente para discernir o tamanho do perigo daquele penhasco, não resolveria totalmente o problema se você apenas dissesse a ele para que não fosse até lá porque se não algo terrível aconteceria [morte espiritual], enquanto ele não atingisse maturidade o muro seria mais eficaz . Mas com o passar do tempo [na plenitude dos tempos] depois dele já haver ganhado maturidade [o espírito de DEUS], já não haveria necessidade de um muro [A lei] para restringi-lo. Aquela cerca ou muro [A lei] só foi útil até que ele atingisse maturidade [Espírito Santo] suficiente para viver de acordo com a maturidade que alcançou [Espírito Santo].
O mesmo se aplica à lei do dízimo.
O povo de DEUS precisou de uma lei escrita, visível, uma quantia pré-estipulada para doar, para não falharem garantindo assim a doação, mas com a morada do Espírito Santo em seu coração, o povo de DEUS agora é impelido a doar de forma voluntária. Eles focam agora os princípios, e não a lei em si, eles focam agora o objetivo da lei, “amar a deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. (versículo parafraseado).
Malaquias 3: 8- 11.
“Roubará o homem a DEUS? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento em minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma benção tal, que dela vos advenha a maior abastança. E por causa de vós repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos exércitos”.
Esses são os versículos clássicos usados nas denominações quando se fala sobre dízimos, e até mesmo numa simples conversa com qualquer cristão sobre o assunto. Assemelham-se até com robôs programados para falar somente aquilo que está gravado na memória. Depois de citarem esses versículos logo começam a contar testemunhos de sua vida financeira, jactando-se por serem “dizimistas fiéis”. Alguns até chegam ao ponto de colocar na parede de sua casa seu “diploma de dizimista”; uma das modernas invenções do cristianismo moderno.
Raciocine comigo: Alguns cristãos mais tradicionais são contra as campanhas que usam objetos ungidos, como por exemplo: rosa ungida, lenço ungido e etc. Centenas dessas pessoas que participam dessas campanhas contam testemunhos de que obtiveram uma vitória, uma resposta da parte de DEUS através dessas estranhas campanhas, mesmo sem base bíblica, querendo afirmar que se DEUS está respondendo então está tudo certo. Mas esses cristãos tradicionais que são contra tais práticas argumentam que pelo fato de serem dizimistas fiéis DEUS os está abençoando, mesmo não tendo base bíblica para isso, querendo dizer com isso que se DEUS está respondendo então está tudo certo. Notou a incongruência desses cristãos?
Esses cristãos e líderes religiosos quando ficam sem argumento, logo nos acusam de rebeldes, insubmissos, desviados, avarentos e outras coisas mais.
Os líderes religiosos atualmente dizem-se conhecedores da palavra, mas são portadores de uma hermenêutica e exegese muito pobre. São preguiçosos que nunca pegam a bíblia para fazer um estudo sério, para saber se o que ensinam está ou não de acordo com o novo testamento. Estão preocupados em tirar um versículo aqui e outro ali para preparar um sermão para o próximo domingo. Além de preguiçosos são materialistas que agarram promessas da bíblia que fazem saltar os olhos da raça humana decaída, como por exemplo: “O ladrão não vem se não a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (Jo 10: 10). Vida com abundância para eles é uma vida abastada de saúde e bens materiais. A parte final desse versículo quando muito mal interpretado chama a atenção de pessoas que estão buscando as riquezas dessa terra.
Os líderes religiosos e professores de escola dominical nunca usam o livro de Malaquias em seu contexto, fazendo aplicações corretas em harmonia com os ensinamentos de nosso Mestre, mas usam somente alguns versículos isolados, que já se tornaram um estigma. Distorcem totalmente esses versículos e ignoram o contexto para dar “embasamento bíblico” para a prática do dízimo na nova dispensação; o período da graça, no qual tudo o que fazemos ao, para e por nosso Senhor é por intermédio do Espírito Santo que em nós habita (Vide o tópico acima).
Nunca lêem e explicam o contexto do livro, tanto histórico, quanto cultural, não explicam aos crentes a quem o profeta esta dirigindo aquelas palavras, não explicam o que é o dízimo de maneira transparente e honesta, qual o sentido espiritual daquelas palavras de acordo com a essência do evangelho do Senhor que é “amar a DEUS acima de todas as coisas e amar ao próximo como a ti mesmo”. Apenas lêem esses poucos versículos e os interpretam de uma maneira totalmente materialista, levando os crentes a crerem que dando dez por cento de sua renda repreenderão o devorador e que serão prósperos.
O versículo 11 é o clímax da leitura litúrgica de todos os domingos nas denominações. Os ministrantes interpretam a primeira parte do versículo dizendo que DEUS não deixará que seus bens sejam subtraídos pelo diado, quando um irmão não está bem financeiramente, logo o questionam: “você é dizimista fiel?”. Eles entendem que se sua vida financeira não vai bem, há um espírito devorador na sua casa ou na sua vida e que isso é uma maldição do Senhor porque o irmão não está sendo disfemista fiel. Na segunda parte do versículo dizem que sua vida financeira será próspera e todos os seus negócios prosperaram. Para que essas promessas se cumpram você precisa ser um dizimista fiel. Isto é, para que você seja abençoado, você tem que cumprir a lei do dízimo.
E ainda dizem que temos que entender o lado “espiritual da palavra”. Fica então evidente que não é bem isso o que fazem. Como podem dizer que temos que entender o “lado espiritual” da palavra se eles mesmos a interpretam no seu sentido literal (quando á eles convém). No tocante á quantia a ser doada (dez por cento) eles interpretam de forma literal, mas no tocante a o que ser doado (que na verdade seria produtos agropecuários) eles interpretam no seu sentido “espiritual”. Convertendo produtos agropecuários em dinheiro. Você vê algo de estranho (interesse comercial) nisso? Posso até estar sendo um pouco exagerado, que o Senhor me perdoe por isso. Todavia quero até com certa dificuldade crer que muitos deles não fazem isso de má fé, mas apenas por mera herança religiosa.

Bênçãos e promessas de DEUS.

Realmente a bíblia é repleta de promessas, todavia, não podemos interpretar todas elas literalmente. Exemplo: salmo 91, verso 7: “mil cairão ao teu lado, e dez mil, à tua direita, mas tu não serás atingido”. Será que se sobrevier um tremendo furacão onde eu moro todos os meus vizinhos serão atingidos, exceto eu? Simplesmente por que sou filho de DEUS e Ele tem promessas para mim? Não sou incrédulo, apenas entendo que devemos entender o lado espiritual dessas palavras, de forma saudável e não interesseira como vimos acima, assim seremos salvaguardados de sermos materialistas, pois isso é o que predomina hoje em dia no meio cristão. Que a bíblia é cheia de promessas isso é bem verdade, mas não devemos viver inquietos fazendo longas “campanhas” para alcançá-las de acordo com nosso tempo, como se DEUS fosse um garçom ao nosso serviço. Isso não é bíblico, mas sim, leviano e carnal (Tg 4: 1- 3; Cl 3: 1, 2).
O problema é que todas essas promessas (quando mal interpretadas) tornam o povo de DEUS materialista e interesseiro, isso é extremamente nocivo ao corpo de Cristo. Sabemos que não podemos, nem somos capazes de conquistar qualquer benção, dádiva ou dom de DEUS com nossos próprios esforços. Jamais seríamos capazes de comprar bênçãos materiais. Essa prática é chamada de ‘simônia’, é uma palavra derivada do nome Simão. Simão tentou comprar o dom de DEUS por esforço próprio; com dinheiro (At 8: 14- 24). Qualquer tentativa de alcançar algum bem de DEUS através de esforço próprio é chamada de simônia. Justificar-se ou desejar ser próspero através de dízimos é a mesma coisa.
O capítulo 6 de Mateus do versículo 19 ao 34 nos ensina que o Criador já nos dá essas coisas sem que imploremos por elas, isso é um dos significados de viver pela fé (Gl 3: 11).
Está gravado na mente da maioria dos cristãos que o dízimo repreende o devorador. E se um irmão está desempregado e sua família esta passando fome como vai repreender o devorador sem dinheiro? Jesus disse que o que repreende o devorador é o jejum e a oração que são expressões de uma fé genuína (Mt 17: 21).
Jesus disse que quando nos dirigimos ao Senhor esperando algo material estamos agindo como os pagãos que não tem fé (Mt 6: 32) que DEUS pode nos acrescentar essas coisas (o necessário para o viver cotidiano) por conseqüência de buscarmos primeiramente o Seu reino. A fé nos ensina que devemos lançar sobre Ele todas as nossas ansiedades porque Ele tem cuidado de nós (1Pd 5: 7). Os irmãos precisam abrir os olhos espirituais, precisam ler cuidadosamente e com o Espírito o capítulo 6 do evangelho de Mateus, precisam urgentemente deixar de serem influenciados pela nociva e decaída teologia da prosperidade.
Certa vez Jesus se deparou com pessoas vendendo e comprando no interior do templo. Jesus irado expulsou a todos, derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras e disse: “está escrito: a minha casa será chamada casa de oração. Mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.” (Mateus 21: 12- 13). Esse versículo nos fala algo interessante, sabemos que o templo de Jerusalém, o qual Jesus está se referindo, é uma figura do verdadeiro templo de DEUS, que somos nós (1 Co 3: 16, 17). Aquele foi um ato profético. Hoje em dia os verdadeiros templos de DEUS estão sendo transformados em covis de ladrões. Você ainda não entendeu?
O que eu quero dizer com isso é que os corações dos filhos de DEUS estão sendo pervertidos pela teologia da prosperidade. Essa doutrina maligna que permeia com êxito o cristianismo moderno faz com que os irmãos sejam materialistas, como porcos que têm dificuldade de olhar para o céu, só conseguem olhar para frente e para baixo, enfim, para as coisas dessa terra. Jesus quer purificar esses templos, Ele bate a porta, Ele deseja que busquemos primeiramente o seu reino. As “igrejas” de hoje em dia massageiam o ego das pessoas, prometendo a solução para os seus problemas, pouco se fala de arrependimento genuíno para salvação. Eles acham que acham que salvação é ter seus problemas solucionados, entendem que estar de bem com a vida é mais importante do que renascer (Jo 3: 3), ou seja, buscam primeiramente o reino delas, o de DEUS fica em segundo plano, uma verdadeira egolatria. Não há exatamente nenhuma necessidade de buscarmos, pedirmos ou implorarmos por essas coisas. Apenas, devemos confiar e crer que o Senhor cuidará de nós, aliás, não há se quer um versículo no novo testamento fundamentando a petição a DEUS por coisas materiais. Alguns versículos quando muito mal interpretados até dão margem para esse tipo de atitude com relação a DEUS, contudo, quando comparados com a mensagem de Jesus no capítulo 6 do evangelho de Mateus, especialmente do versículo 25 ao 34 vemos que é uma atitude carente de base neotestamentaria. No versículo 32, o Senhor diz que os gentios é quem buscam essas coisas. Este versículo basta para entendermos que pedir a DEUS coisas materiais é demonstrar a Ele incredulidade e não fé como diz a teologia da prosperidade. E sabemos segundo o que disse o escritor da carta aos hebreus que: “Sem fé é impossível agradar-lhe…” (Hb 11: 6).

Estou citando esses exemplos para facilitar o que eu quero transmitir a você. O mesmo princípio se aplica aos versículos concernentes aos dízimos em Malaquias 3: 8- 11. Precisamos entender o tipo ou figura envolvida nisso. Devemos ser cautelosos antes de fazer uma aplicação de passagens e versículos do antigo testamento para nossas práticas e viver diário na vida igreja. Caso contrário seremos praticantes e promotores de heresias que trocam o conduzir do Espírito Santo por regras e ensinamentos de homens. Poderemos por negligência ensinarmos doutrinas que subtraem a pureza e a simplicidade da vida da igreja, tornando o evangelho de Jesus Cristo em mais uma religião.
As aplicações feitas hoje em dia concernentes aos dízimos não estão em harmonia com as práticas e ensinamentos do novo testamento, muito pelo contrário elas se chocam com as doutrinas e práticas neotestamentária sobre contribuições que eram voluntárias e dirigidas aos necessitados e a obra apostólica (At 2: 44, 45, 4: 32, 5:2, 11: 27- 30, Gl 2: 10, 6: 6,8, 2 Co cap. 8 e 9, Rm 12: 8, 15: 26, Hb 13: 16, 1 Jo 3: 17, 18).
Devemos também ressaltar o que o apostolo Paulo nos ensina na segunda carta aos coríntios no capítulo 10 onde ele diz que os relatos registrados no antigo testamento nos servem como figuras, nos ensinam algo de maneira simbólica. O escritor da carta aos hebreus também deixa isso bem claro no capítulo 9 e 10 e em outros trechos da carta. Fica então bem claro que não podemos interpretar versículos e passagens do antigo testamento literalmente. Deixe-me frisar esse princípio, preste bem atenção, é de extrema importância que compreendamos os tipos e figuras do antigo testamento para não o interpretarmos literalmente. Porque isso faz com que cometamos erros de interpretação seriíssimos. No livro: A história não contada da igreja do novo testamento, o autor Frank A. Viola diz na página 30:
“O propósito eterno de DEUS o faz criar um universo e uma terra. Ele teceu em sua criação figuras e imagens de seu Filho e da futura comunidade (a igreja) que irá expressar a Sua natureza. DEUS então escolhe um povo para si mesmo: a nação de Israel. Toda vida e a história de Israel prefiguram a comunidade espiritual (a igreja) que um dia manifestará a natureza eterna de DEUS na terra”. (At 7: 38, Rm 2: 28, 29, 1 Co 10ss, Gl 6: 16, Col. 2: 16ss, Hb 10: 1ss). As ênfases e os acréscimos entre parênteses são meus.

Vejamos alguns exemplos de figuras do antigo testamento:
• A nação de Israel é uma figura da igreja.
• Faraó é uma figura do diabo que escraviza.
• Os quarenta anos que o povo de Israel caminhou pelo deserto para entrar na terra prometida é uma figura da nossa peregrinação nessa terra antes de entrar no céu.
• O encontro de Isáque com rebeca é uma figura do arrebatamento da igreja.
• Moisés é uma figura de Cristo.
• A arca de Noé é uma figura de Cristo.
• Eva é uma figura da igreja.
Enfim, esses são só alguns exemplos dentre centenas que nos ensina de maneira figurativa chamadas de tipo e antítipo, o antítipo é o cumprimento do tipo. O primeiro elemento é o tipo, o segundo elemento é o antítipo. É claro que existem até mais significados para os mesmos que eu citei. Esses foram citados para que o leitor tenha uma ínfima noção. Como já sabemos, nós servimos á um DEUS infinito em sabedoria e jamais poderemos compreender todos os seus mistérios, pois, o finito não pode decifrar o infinito. Para entendermos melhor devemos estudar a doutrina da tipologia bíblica. Note que essas figuras, ou tipos são fatos reais, tangíveis, são figuras que já se cumprirão no novo testamento e algumas ainda se cumpriram no futuro. Todos eles se cumprem de forma espiritual na dispensação da graça ou no fim dos tempos, numa intensidade muito maior e eterna.
No capítulo 12: 18- 24 da carta aos hebreus o escritor diz que o povo de Israel se aproximou de uma realidade palpável, tangível, visível e perecível, pelo fato de ser uma realidade terrena. No entanto, nós, na dispensação do Espírito Santo, por intermédio de Cristo Jesus, nos aproximamos de uma realidade espiritual, celestial e eterna, ou seja, totalmente o oposto do que se vivia no antigo testamento. Ao passarmos por esse crivo podemos então compreender melhor o que o Senhor nos diz através de Malaquias 3: 8- 11 sem correr o risco de ensinar e praticar heresias como no cristianismo moderno quando se trata de dízimos.

O templo de Jerusalém, o que significa para nós cristãos?
“Não sabeis vós que sois o templo de DEUS e que o Espírito de DEUS habita em vós?” (1Co 3: 16)

Para entendermos o sentido espiritual dos dízimos precisamos entender também a questão do templo, os dois estão intrinsecamente ligados, pois, nele eram estocados e em algumas ocasiões eram consumidos os dízimos doados pelo povo. Partindo do princípio da tipologia bíblica, o templo é uma figura de algo. Através da figura do templo, o Criador está querendo mostrar algo para o povo que Ele escolheu. Sabemos que figura não é imagem exata (Hb 10: 1). Lembremo-nos que uma figura ou tipo é algo terreno, material, tangível e perecível.
No templo de Jerusalém eram oferecidos sacrifícios de animais para (figuradamente) remissão dos pecados. Era onde os sacerdotes e levitas guardavam os dízimos na casa do tesouro, uma espécie de celeiro; que era um compartimento onde se estocavam os alimentos. Esse templo era a (figura) casa de DEUS, obviamente ele era material, perecível. O apóstolo Paulo fala em 1Co 3: 16, 6: 16 e em Ef 2: 21, 22 que nós somos o templo de DEUS, o escritor de hebreus, no capítulo 3 e versículo 6 diz que nós somos a casa de DEUS. Visto que o templo foi destruído no ano 70 d.C., que o novo testamento nos diz em alguns versículos que nós é quem somos o templo de DEUS e a casa de DEUS só nos resta concluir que o templo de Jerusalém era uma simples figura da real casa de DEUS, a qual somos nós. Além disso, não há registro arqueológico de Construção de templos para adoração a DEUS até o terceiro século. Os antigos e modernos templos que vemos por aí jamais podem ser chamados de templo de DEUS ou casa de DEUS, porém, afirmar que nós, cristãos, somos templo do Espírito Santo é uma afirmação irrefutável baseada nas escrituras do novo testamento.
Faça a seguinte pergunta ao seu líder religioso: “Onde é que está escrito que Jesus mandou construir templos? Onde está se quer um relato no novo testamento dos primeiros cristãos construindo templos”. Onde está escrito no novo testamento, os cristãos chamando um lugar feito de blocos e telhas de “casa de DEUS”?
O templo de Jerusalém era uma figura do corpo daqueles que pela fé recebem em seus corações ao Senhor e Salvador Jesus Cristo, passando assim a ser morada do Espírito Santo e verdadeira casa de DEUS. Veja quão grande privilégio, somos templo do Espírito Santo! Na antiga aliança o templo de DEUS era apenas uma figura, era temporário e foi destruído no ano 70 d. C.. Em contraste, nós, cristãos da nova aliança somos a verdadeira e eterna casa de DEUS, a igreja, o corpo de Cristo. Que benção não é mesmo?
O templo citado em tantas passagens do antigo testamento, no livro de Malaquias e nos evangelhos, não é de forma alguma sinônimo de “igreja” (prédios de alvenaria). É um grande equívoco assemelhar o templo de Jerusalém (figura da futura e verdadeira casa de DEUS) com um prédio com nome de “igreja”, onde muitos os consideram um lugar sagrado, o reverencia dobrando os joelhos para orar quando entram nele, fazem o sinal da cruz e ainda para justificar sua reverência usam o verso 1 de Eclesiastes capítulo 5: “guarda o teu pé quando entrares na casa de DEUS”.
NÓS é quem somos o templo de DEUS (1 Co 3: 16, 6: 19). NÓS somos a igreja de Cristo, todos os cristãos genuínos formam a igreja de Cristo. Essa igreja é viva, porque é feita de pedras vivas. Cada um de Nós é uma pedra, uma parte desse glorioso edifício. A igreja é um corpo, o corpo de Cristo, cada um de nós é membro desse glorioso corpo, um corpo vivo, que expressa á vida de Cristo. Igreja não é um lugar sem vida feito de blocos e telhas (At 7: 48,49).
As figuras ou tipos do antigo testamento se cumprem de forma espiritual, num âmbito muito mais elevado. O templo de Jerusalém jamais pode ser figura de um simples lugar onde os cristãos se reúnem e equivocadamente o chamam de “igreja”.
O significado e o conceito de igreja segundo a bíblia foi extremamente mudado com o passar dos séculos. Os seres humanos em geral quando lêem ou ouvem a palavra igreja, logo à associam a um templo de alvenaria. A palavra Igreja é uma transliteração da palavra grega ekklesia que significa: assembléia, congregação ou ajuntamento de pessoas. Note que a palavra refere-se á pessoas e não prédios de alvenaria. Alguém disse que associar igreja (pessoas) que é cheia de vida divina com prédio de alvenaria é o mesmo que comparar uma horta com a General Motors. Não há como discordar disso.
Quando Davi fala de ir á casa do Senhor no salmo 122 verso 1 ele está apenas expressando sua alegria quando ia ao templo de Jerusalém para adorar o Senhor, esse templo foi destruído no ano 70 d.C. pelos romanos. Quando você veste seu melhor terno para ir aonde você congrega com os irmãos, saiba que você não está fazendo o mesmo que Davi que todo feliz se dirigia ao templo. Esse templo não existe mais. Agora VOCÊ é o templo de DEUS. Você não vai ao templo, VOCÊ É O TEMPLO.
Os cristãos de hoje têm muita dificuldade para entender esse ensinamento. Eles não conseguem imaginar se reunindo sem um “templo sagrado”. Para eles é impossível imaginar o cristianismo sem templos. Quando se fala nesse assunto com muitos cristãos é fácil notar como eles inconscientemente, têm o mesmo pensamento doutrinário que os fariseus que diziam que Estevão, um dos diáconos, estava pregando contra o “lugar santo”. Os fariseus estavam se doendo pelo templo como muitos cristãos fazem hoje quando ouvem que o lugar que eles se reúnem e os chama de “igreja” não é a casa de DEUS.
Estevão citando as escrituras lhes respondeu que o Altíssimo não habita em templo feito por mãos de homens. Foi esse um dos motivos de ele ser cruelmente apedrejado (At 7: 47- 50).
O templo de Jerusalém nada mais é do que uma figura da casa de DEUS, não era a real casa de DEUS. A real casa de DEUS somos nós (1 Co 3: 16, 6: 19). Somos o cumprimento de uma figura ou tipo, essa figura ou tipo era o templo de Jerusalém. Quero repetir isso para prender sua atenção: Somos o cumprimento de uma figura, essa figura está registrada no antigo testamento e nos evangelhos, me refiro ao templo de Jerusalém. Quando você está vestindo seu belo terno prestes ao anoitecer de domingo você todo entusiasmado diz: “vamos á casa do Senhor” como Davi dizia no salmo 122: 1. Saiba que você esta enganado. Davi estava se referindo ao templo de Jerusalém. Aquele lugar que você chama ou refere- se a ele como “templo, casa de DEUS, casa do SENHOR, casa de oração, santuário de DEUS” nunca foi e nunca será a verdadeira casa de DEUS. VOCÊ é a casa de DEUS. Por favor, leia esse versículo Hb 3: 6. Você querido irmão é uma casa de oração (1 Ts 5: 17, Ef 6: 18). Você é a casa de oração, um santuário de DEUS que Jesus almeja purificar e aperfeiçoar dia após dia como a mim tem feito, e dou graças á Ele por isso (Fil 1: 6).
Lembra quando Jesus purificou o templo? (Mt 21: 12, 13) Leia e faça aplicações desses versículos na sua vida cristã. Aquilo foi um ato profético. Necessitamos ser purificados dessa tradição que tanto nos permeia e nos contamina. Todos esses humildes, pequenos e grandes templos que vemos por aí são vaidade humana, nunca foram e nunca serão a casa de DEUS. Os primeiros cristãos sabiam claramente desses ensinamentos. Paulo sabia disso, Estevão sabia disso, obviamente os primeiros cristãos eram ensinados sobre isso, eles seguiam a tradição dos apóstolos de Jesus (2 Ts 3: 6), por isso não construíam templos, não gastavam o dinheiro das ofertas com coisas materiais e vãs, pois sabiam que jamais seriam capazes de edificar uma casa para um DEUS tão infinitamente grande (At 2: 42). Suas práticas estavam de pleno acordo com as escrituras e o ensino dos apóstolos.
Os apóstolos e os primeiros cristãos eram judeus extremamente familiarizados com templo, tinham essa cultura, essa tradição, e nem por isso depois de convertidos construíram templos para prestar culto e gastarem seu dinheiro com a manutenção dos tais.
Jesus disse no capítulo 4 do versículo 20 ao 24 do evangelho de João á mulher Samaritana que havia chegado a hora em que a adoração ao Senhor não dependeria mais de um lugar fixo (templo), nem de cultos ritualísticos (missas ou cultos pré-programados com uma determinada ordem ou regra a ser seguida), pois tudo isso era pertencente á primeira e antiga aliança. Leia sem hesitar hebreus capítulos 8: 13 até o capítulo 9: 1- 9 onde o escritor fala no cap. 9: 9 que o templo terrestre, todos os seus ítens, o culto ritualístico onde havia uma determinada ordem ou regra a ser seguida era uma figura, uma alegoria ao tempo presente. Jesus disse que a adoração seria em Espírito e em verdade, ou seja, seria um estilo de vida, seus cultos seriam no Espírito e em qualquer lugar onde estivessem dois ou três reunidos em nome Dele, sem programações e dirigentes escolhidos.
Nas reuniões da igreja primitiva, não havia dirigentes de culto, suas reuniões eram livres e espontâneas, dirigidas pela cabeça da igreja, JESUS CRISTO, vivo em meio aos que nele crêem , oferecendo a DEUS sacrifícios espirituais, ao passo que no templo eram oferecidos sacrifícios de animais, que na realidade não eram suficientes para perdoar pecados de ninguém. Tudo isso, nada mais era do que simples figura do verdadeiro. O templo de alvenaria, nunca foi ou pode ser a real casa de DEUS, pois o próprio Senhor disse: “…mas o altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens…que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? (Atos 7: 47- 50).
Pergunte ao seu líder religioso: Os israelitas levavam seus dízimos á casa do tesouro, mas essa casa foi destruída no ano 70 d.C. visto que ela já não existe mais e o novo testamento afirma que NÓS SOMOS A CASA DO TESOURO (2Co 4: 7), o TEMPLO DO ESÍRITO SANTO (1Co 6: 19), então onde levaremos os dízimos?
O templo que hoje é chamado de igreja nada mais é do que uma herança da tradição religiosa. Esse conceito originou-se por volta do ano 320 d. C. quando o imperador de Roma Alexandre Constantino se “converteu” ao cristianismo. Como chefe da igreja familiarizado com templos de deuses pagãos achou mais do que justo que seu novo DEUS também deveria “morar” num templo. Termino esse tópico com um trecho do livro: As tradições dos homens nas igrejas dos homens, o autor de uma maneira muito sábia diz o seguinte:
Prédios de Igrejas……… As raízes do conceito de um prédio para a igreja parecem originar-se em torno do ano 320 quando o Imperador Constantino decidiu que, uma vez que todas as religiões pagãs tinham templos, o seu novo deus, Jesus Cristo, deveria ter templos também. Os arqueólogos não têm achado nenhum vestígio que poderia ser explicado como uma estrutura religiosa durante os dias de Jesus, ou dos doze, ou durante os 200 anos depois deles. Isso é impressionante a luz do fato que quase todos os novos convertidos ao Cristianismo cresceram “indo para igreja”—para as Sinagogas e Templos judaicos ou para os Templos Pagãos. Teria sido a coisa mais lógica e natural do mundo para os Crentes construírem grandes edifícios (como os homens fazem hoje) para terem “cultos de louvor” neles. Mas não fizeram isso. Por dois séculos. Por que não? Porque o conceito de “freqüentar igreja” num dia especial, num lugar especial, é totalmente oposto à essência e substância de Jesus e a Igreja da Bíblia, a qual Ele morreu para estabelecer.

O sustento dos sacerdotes e levitas, o que isso significa para nós?
“Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar, assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho, que vivam do evangelho”.

Já vimos claramente e com fundamento bíblico que o templo era uma figura do corpo daqueles que pela fé recebem ao Senhor Jesus como Senhor e Salvador.
Já vimos também que os dízimos tinham como propósito o sustento dos sacerdotes e levitas, por que de acordo com a lei de Moisés eles teriam como ofício ministrar no templo em período integral. Quando os israelitas davam seus dízimos para o sustento dos sacerdotes e levitas e os mais carentes eles davam á DEUS. Quando eles não davam os dízimos eles roubavam á DEUS (Malaquias 3: 8). Quando você vê um irmão passando necessidades financeiras ou um genuíno obreiro apostólico precisando de ajuda financeira e você não o ajuda está roubando a DEUS. O sustento dos sacerdotes e levitas era uma figura da obra apóstolica. Na nova aliança, a qual fazemos parte, o Senhor Jesus deu dons a sua igreja, que são eles: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. (Ef 4: 11).

Assim fala o Senhor dos exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada (Ag 1: 2).
Não é difícil perceber o mesmo erro hoje em dia. Na época do profeta Ageu o povo de DEUS estava preocupado com suas casas estucadas enquanto a casa de DEUS estava esquecida. Hoje em dia não é diferente. Hoje em dia a verdadeira casa de DEUS, os verdadeiros templos de DEUS estão esquecidos.

Logo após nossa conversão, somos induzidos a entender que temos urgentemente que nos tornar membros de uma determinada organização religiosa. Chegando lá, recebemos uma “lupa” e assim entendemos certas passagens da bíblia conforme eles foram condicionados a entender, de acordo com a tradição, não a dos primeiros apóstolos, mas a tradição dos homens.
Que o efeito desse estudo seja para libertar-nos dos grilhões das tradições dos homens. Tradições estas que não estão fundamentadas na palavra de DEUS. Na época dos apóstolos, tenho a absoluta certeza, segundo as escrituras, que se você perguntasse a Paulo, Silas, Pedro ou Timóteo, qualquer um deles: “você é membro de que igreja? Eles lhes responderiam da seguinte forma: “Como assim irmão? Não estou entendendo, eu sou membro da igreja de Cristo, membro do corpo de Cristo, eu me reúno nas casas dos irmãos, onde o Espírito Santo me levar eu vou, onde, quando e como o Espírito Santo achar que é necessário eu ministrar ir, eu irei. Não tenho um lugar determinado para congregar e ser fiel á ele congregando sempre lá, tenho o compromisso de congregar, onde não sei, DEUS o sabe”.
Se você amado irmão; for honesto com as escrituras, tenho a plena certeza que DEUS está tocando seu coração agora para que você reflita, medite, reveja seus conceitos com relação a práticas que ao longo dos séculos se tornaram numa fortíssima tradição. Não caia no mesmo erro que os fariseus que invalidavam a palavra do Senhor pelas suas tradições que á séculos dominava o povo de Israel. Será que existe alguma diferença hoje em dia?
Querido e amado leitor, ore ao Senhor e peça dele uma direção, separe uma parte das suas finanças ou quando você fizer uma compra de alimentos, o que DEUS propor em seu coração doe á uma família carente e necessitada, especialmente os irmãos em Cristo (Gálatas 6: 10). Ou no final do mês separe uma parte de seu pagamento e compre um lanche ao mendigo e fale do Senhor Jesus para ele. Seu dinheiro será muito bem investido, DEUS se alegrará disso, como se alegrou com as orações e doações do centurião Cornélio (Atos 10: 1- 4). Será uma verdadeira oferta ao Senhor, muito mais do que você investir em algo material e passageiro como os pequenos, médios ou suntuosos templos que vemos á cada cem metros. A tradição de construção de templos seria totalmente estranha aos apóstolos e aos primeiros cristãos e carece muitíssimo de fundamento bíblico. Essa pratica foi copiada do judaísmo e do paganismo, Deus ordenou aos judeus que construíssem á ele um templo de adoração, repito: aos judeus da antiga aliança, você não é judeu, você não vive na era da antiga aliança. Na nova aliança, ele não ordenou absolutamente nada semelhante aos cristãos, muito pelo contrário, ele até diz que o templo terrestre era coisa da antiga aliança (Hebreus 9:1). Preste bem atenção, no que Paulo diz na primeira carta aos coríntios 4: 6: “ … para que, em nós, aprendais a não ir além do que está escrito” Eu te pergunto: Onde está escrito NO NOVO TESTAMENTO, um mandamento ou se quer um exemplo para construirmos templos e pedirmos ofertas e dízimos para a manutenção dos tais? Será que isso não é ir além do que está escrito?
Nem no período que ouve paz para os cristãos, os apóstolos construíram templos (Atos 9: 31). Porque será? Por que isso não reflete a idéia que Jesus tinha em mente quando disse: “… Edificarei a minha igreja”. Os irmãos que Paulo e os outros apóstolos geraram em Cristo não construíram templos. Por que será? Porque isso significava ir além do que estava escrito nas cartas que os apóstolos escreveram. O que estou aqui dizendo está em concordância com todo o novo testamento e com o sermão de Estevão, quando ele prega contra o templo em Atos capítulos 6 e 7.
A segunda carta aos coríntios cap. 8: 1-24 e cap. 9: 1: 14 são dois inteiros capítulos que tratam de um só e mesmo assunto: oferta aos pobres da Judéia. O assunto não muda nos dois capítulos. A divisão de capítulos e versículos está totalmente errada nesse trecho, os homens que criaram essas divisões “cortaram o assunto pelo meio”, dando incentivo aos leitores da bíblia, a lerem-na somente por trechos, sem examinar o contexto, recortando e colando um versículo aqui e outro ali, para provar doutrinas totalmente estranhas às doutrinas e práticas do novo testamento.
O apóstolo Paulo fala de doar aos pobres da Judéia que estavam passando muita necessidade, nada tem haver com colocar dinheiro num “saquinho” para manutenção do “templo”. Para fundamentar essa tradicional prática, só lêem o cap. 9 vers. 6 e 7, nunca lêem os versículos 9 e 10, omitem esses versículos levando os irmãos indoutos entenderem que os versículos se tratam de ofertas para manutenção da “casa de DEUS”. Eles distorcem alguns versículos “espiritualizando-os”, assim tudo fica mais bonito com uma aparência de santidade e devoção.
Doando aos pobres, aos irmãos em Cristo e a obra apostólica seu dinheiro será investido de forma bíblica, e não por mera tradição e doutrina de homens, DEUS se alegrará disso, muito mais do que você investir em algo material e passageiro como os grandes, médios ou pequenos templos que vemos á cada cem metros. Você estará, sem sombra de dúvidas, cumprindo o mandamento áureo do Senhor: “… amar ao próximo como a ti mesmo”.
Se todos os cristãos fizessem isso a igreja cresceria muito mais. A igreja de Jerusalém crescia porque os irmãos se amavam mutuamente, se serviam, isso chamava a atenção do povo ao redor, e o Senhor acrescentava mais pessoas á igreja (At 2: 47). Eles não organizavam grupinhos de irmãos para entregar panfletinhos nas ruas, o testemunho de comunhão deles era o meio de evangelização. Deveríamos ser conhecidos assim também, por amarmos e ajudarmos uns aos outros, creio que as pessoas diriam: “Eles se ajudam e se amam assim, porque são cristãos”. Mas infelizmente, o que vemos hoje é bem diferente, milhares de cristãos estão divididos, focados em campanhas e mais campanhas para serem bem sucedidos em alguma área material da vida, extremamente preocupadas consigo mesmas, buscando seus próprios interesses, não existe mais a vida comunitária que existia na igreja primitiva. Digo isto com toda convicção, convicção esta, baseada nas escrituras, e não em meu coração e muito menos em tradição religiosa. E você, amado leitor, suas praticas com relação a ofertas e dízimos estão baseados nas escrituras, em seu coração, ou na tradição religiosa?
Ainda que você argumente: “Eu dou minhas ofertas e dízimos na “igreja”, estou fazendo minha parte, a administração é com o “pastor”, se ele estiver administrando da maneira correta ou não, isso fica entre ele e DEUS”. Eu exorto o amado leitor a reler o capítulo 25, do versículo 31 ao 46 do evangelho de Mateus. Note que Jesus não está pedindo contas de “pastores ou administradores dos bens da “igreja”. Jesus está falando com os “… Benditos de meu Pai…”. Só os pastores são benditos do pai? É claro que não. Jesus está falando com os cristãos em geral. Note que a responsabilidade é individual, cada cristão tem a responsabilidade de ajudar o próximo, especialmente os irmãos em Cristo (Gálatas 6: 10). Não devemos jogar nossa responsabilidade nas mãos de outros. Esse princípio segue-se em todo o novo testamento. O Senhor pede que alimentemos uns aos outros com o pão da vida, pois, não podemos deixar faltar alimento na casa do tesouro.

Um breve apelo.
“Assim diz o Senhor: ponde-vos, nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho (Novo testamento?) e andai por ele; e achareis descanso para vossa alma; mas eles dizem: NÃO ANDAREMOS. Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos a voz da buzina, mas dizem: NÃO ESCUTAREMOS”. (o acréscimo entre parêntesis é meu)
(Jr 6: 16, 17)
Considere segundo o Espírito Santo o que estou dizendo, ore acerca desse assunto, leia o novo testamento, marque todos os versículos sobre dízimos e ofertas e veja como era investido o dinheiro das ofertas dos irmãos, quais eram as prioridades deles. Observe se há alguma semelhança com as práticas de nossos dias. Você ficará espantado e talvez até decepcionado como eu e milhares de irmãos ficamos.
Meu ardente desejo é que a grande maioria dos irmãos da minha e da sua localidade possam ser tocados pelo Espírito Santo através dessa ministração escrita e de outras como essa. Que eles possam enxergar sem a “lupa” religiosa o quanto Jesus anseia por purificar os verdadeiros templos de DEUS, templos esses, que necessitam ser fortalecidos pela sua palavra, que precisam ser amados e acolhidos pelos irmãos (Ageu 1: 2; 1 Co 3: 16, 17; Hb 3: 6).
Espero que depois dessa pequena viagem de quarenta e duas páginas seu espírito esteja sensível ao conduzir do Espírito Santo. Que você, de agora em diante possa ser um instrumento nas mãos Dele, como o vento que não sabemos de onde vem e nem para onde vai (João 3: 8). Que você possa ministrar e ofertar aonde o Espírito Santo te conduzir. Que você possa ser usado para ensinar aqueles que estão enredados pelas tradições dos homens, tradições essas, que vêem cegando, cauterizando a mente e os corações das pessoas tornando-as insensíveis, duras e fechadas para receber e entender a simplicidade que há em Cristo Jesus. Simplicidade essa que não conseguimos mais enxergar ao ler o novo testamento por causa da influencia de um cristianismo abafado por infinitas tradições.
Anseio que voltemos ás práticas e doutrinas da era apostólica, em que os cristãos ofertavam voluntariamente para ajudar os necessitados e para expandir o reino de DEUS através da obra apostólica, despreocupados com vaidosas despesas de Templos, salários clericais e outras coisas vãs. Creio convictamente que a palavra de DEUS não volta vazia como disse o profeta Isaías (Is 55: 11). Tenho absoluta certeza de você foi tocado pelas palavras aqui escritas e que o Espírito Santo está se movendo dentro de você para que você tome novas, simples e bíblicas atitudes com relação a DEUS e ao próximo. Talvez você nunca tenha lido ou ouvido um ensinamento parecido. Creio que você entendeu mais o desejo do Senhor quando se trata de contribuições segundo o novo testamento. Espero que você não fique simplesmente informado depois dessa leitura, mas que você possa tomar atitudes baseadas nela. Infelizmente sei que há uma grande possibilidade de você continuar caminhando segundo a tradição, mas como disse Paulo aos presbíteros de Éfeso: “estou limpo do sangue de todos, porque nunca deixei de vos anunciar todo conselho de DEUS”. Sigo com minha consciência em paz, porque tenho usado o dom que o Senhor me deu a medida de minha fé para ensinar e informar para formar. Peço perdão se ofendi a sua religiosidade, pois entenda que sou também pecador e passivo de erros. Procurei me basear o máximo possível nas escrituras e também ser o menos complicado possível em minhas explicações. De hoje em diante não há mais como você seguir enganado, porque depois desse humilde artigo você está mais do que informado sobre O QUE NÃO ENSINAM SOBRE OS DÍZIMOS.
“Disseram eles: Senhor QUE OS NOSSOS OLHOS SEJAM ABERTOS, então Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo viram; e eles o seguiram”.
Mateus 20: 3.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

0 comentários :

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.