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BAJULADORES EVANGÉLICOS.
Uma pessoa amorosa sempre fala a verdade porque o amor se regozija com a verdade (1 Coríntios 13:6; João 14:6). O amor nunca fala no dialeto enganoso do diabo (João 8:44). E uma pessoa amorosa sempre fala a verdade graciosamente (Efésios 4:29).
A verdade graciosa, porém, nem sempre é uma verdade aliviada. Às vezes, a graça vem a nós na forma de uma reprovação ou censura (2 Timóteo 4: 2). As pessoas sábias entendem isso. É por isso que, mesmo quando eles recebem uma verdade graciosa mas pungente, eles dizem coisas como: “Quem repreende o próximo obterá por fim mais favor do que aquele que só sabe bajular.” (Provérbios 28:23).
A bajulação é contrastada com uma repreensão porque bajulação é uma forma de mentir. E é uma forma particularmente traiçoeira, porque no momento em que é falada, a bajulação soa muito como incentivo. No entanto, há uma diferença enorme entre os dois. O incentivo é a verdade falada por um motivo amoroso para aumentar a fé e a esperança no ouvinte. Bajulação é uma mentira, que parece um incentivo, a partir de um motivo egoísta para manipular o ouvinte, a fim de alcançar um propósito secreto do adulador.
O amor nunca lisonjeia outros, e a sabedoria não deseja ser lisonjeada. Mas o pecado não é nem amoroso, nem sábio, o que significa que nós, que vivemos com o pecado, somos tentados a manipular os outros com bajulação – bem como desfrutar ser lisonjeados. Devemos estar em guarda contra este pecado.
Cuidado ao usar a bajulação
Deus nos diz que “Quem adula seu próximo está armando uma rede para os pés dele.” (Provérbios 29:5). Isso é o que torna malévolo. Tenha ou não verdade nas palavras lisonjeiras, sua finalidade é o engano.
Um exemplo bíblico disso é quando alguns adversários tentaram “armar uma rede para os pés” de Jesus: “”Mestre, sabemos que és íntegro e que não te deixas influenciar por ninguém, porque não te prendes à aparência dos homens, mas ensinas o caminho de Deus conforme a verdade. É certo pagar imposto a César ou não? Devemos pagar ou não? ” Mas Jesus, percebendo a hipocrisia deles, perguntou: “Por que vocês estão me pondo à prova? Tragam-me um denário para que eu o veja”.“(Marcos 12:14-15)
Estes homens são o pôster perfeito para o Salmo 5:9: “Nos lábios deles não há palavra confiável; suas mentes só tramam destruição. Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam sutilmente.”
Não importa se suas palavras lisonjeiras sobre Jesus continham verdade. A verdade ainda não estava em suas bocas porque 1) eles não acreditavam na palavra da verdade e 2) sua bajulação era apenas uma cortina de fumaça para a sua tentativa de destruir a credibilidade e influência pública de Jesus. Eles estavam falando a língua do seu pai, o diabo (João 8:44), que também usa palavras verdadeiras de formas mentirosas.
Agora, este é um exemplo óbvio de bajulação manipuladora. Mas todos nós sabemos que a bajulação pode ser muito mais sutil e escorregadia. Aprendemos cedo a usar a bajulação para lubrificar as engrenagens de tentativas de nos fazer parecer ter uma boa aparência, ou desacreditar, talvez destruir, a reputação ou influência de outrem. É uma tentação sedutora porque a recompensa de curto prazo pode parecer atraente. Mas porque é uma mentira, acabará por causar destruição.
Devemos lembrar que a qualquer momento nós escondemos um motivo manipulador dentro de um cavalo de Troia de palavras de incentivo, empregamos uma estratégia demoníaca e armamos laços para os pés do nosso próximo. Nós trocamos a verdade pela mentira, e ao fazê-lo traímos A Verdade.
Cuidado ao ser elogiado
Mas não estamos apenas tentados a ser bajuladores manipuladores; nós também somos pateticamente vulneráveis a ser manipulados por bajulação. Isto é devido ao orgulho gigantesco em nossa natureza pecaminosa.
A nossa natureza pecaminosa quer ser lisonjeada porque ela gosta de ser admirada. Às vezes, nem importa se sabemos que a bajulação é falsa, contanto que aumente a nossa imagem aos olhos dos outros, ou simplesmente a gente ouça um cochicho de que alguém nos acha importante o suficiente para bajular.
Isso, na verdade, é o laço do pecado sexual. O poder real de sedução no desejo sexual é o orgulho poderoso misturado com o impulso sexual, alimentando a experiência inebriante de ser desejado, mesmo que seja apenas uma fantasia. Bajulação é o que a mulher adúltera em Provérbios 7 utiliza para enganar o jovem e levá-lo para longe “como um boi que vai ao matadouro” (Provérbios 7:21-22). A adúltera seduziu, mas o homem foi “atraído e seduzido pelo seu próprio desejo” (Tiago 1:14).
É assim que a bajulação funciona em nós. Ela nos seduz, mas só porque o nosso orgulho acha atraente. E se tomarmos a isca, ela provoca destruição.
Alegrem-se na Verdade
O amor nunca lisonjeia outros, e a sabedoria não deseja ser lisonjeada. É por isso que o salmista escreveu: “Bem-aventurado o homem… em cujo espírito não há dolo” (Salmo 32:2). Isto é o que Jesus viu e elogiou em Natanael: “Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo” (João 1:47).
Vamos examinar a nós mesmos a respeito do engano de lisonja. Existe algum relacionamento, ou talvez um hábito em nossas vidas, onde empregamos bajulação manipuladora para lubrificar as engrenagens do nosso próprio progresso ou do descrédito de outrem? Existem áreas onde estamos nos permitindo ser seduzidos pela bajulação porque o nosso orgulho acha isso atraente?
Se assim for, arrependa-se hoje, confesse a Deus e, conforme o Espírito conduz, a quem mais devemos.
Bajulação é um pecado demoníaco que prende o outro pelos pés, que sobrecarrega não só a nós, mas também os outros. Temos de colocá-la de lado para percorrer a carreira fielmente com Jesus e ajudar os outros a fazerem o mesmo. Vamos nos pressionar mais e mais para sermos “verdadeiros israelitas”, discípulos de Jesus, a Verdade, que se alegram em sua verdade e resolvem apenas falar o que dá graça aos que nos ouvem (Efésios 4:29).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.
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