Subscribe:

segunda-feira, 2 de março de 2020

INGRATIDÃO O CÂNCER DA IGREJA


                                              INGRATIDÃO O CÂNCER DA IGREJA
Ingratidão é a característica do ímpio (Rom. 1:21) mas, com freqüência, é encontrada no meio do Povo de Deus (Jo 1.11).
Ingratidão significa: falta de reconhecimento de uma graça recebida, qualidade de quem não reconhece os benefícios ou favores recebidos; que não corresponde aos esforços; mal-agradecido; ingrato...
Quão triste perceber que a gratidão é uma rara virtude,mesmo na igreja!


Na segunda carta a Timóteo o apóstolo Paulo revela que a ingratidão seria uma das características marcantes do final dos tempos, tempos estes que antecederiam a volta de JESUS CRISTO. “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos...” (2 Timóteo 3, 1-2).


De fato, constatamos que a ingratidão está viva e ativa nos mais diversos momentos e formas da vida de muitas pessoas. Mas sempre me surpreende a ingratidão dentro da Igreja, pessoas que receberam amor, carinho, apascentamento, dedicação, entre outras atenções e tempos dispensados ao longo de uma vida, de uma hora para outra parecem esquecer tudo.

Muitas vezes, nós pastores, descemos ao inferno espiritual para resgatar aqueles que ali se encontram.

Lembro-me de diversas pessoas que apascentamos, cuidamos, pessoas que chegaram a nós doentes, perdidas, alguns em um verdadeiro estado de miséria tanto física quanto espiritual, onde fomos instrumentos de DEUS para ajudar essas pessoas. E por uma circunstância ou outra viram as costas como se nada tivesse acontecido, se esquecendo dos anos de renúncia, e de um alto preço pago.

Nós do Ministério Apostólico FRUTOS DA FÉ, não medimos esforços, por nossas ovelhas, quantas vezes saímos 2 ou 3h da manhã, apascentando nossas ovelhas, ou o telefone tocou de madrugada para socorrermos alguém. Tanto eu como a Pastora Valdilene, muitas vezes sacrificamos o conforto de nossos filhos para nos dedicar a pessoas que consideramos filhos espirituais e que muitos em sua maioria, se esqueceram, do preço que foi pago por suas vidas, preço pago por nosso SENHOR JESUS CRISTO, mas também pago por nós, que abrimos mão de nossa vida para seguir este chamado e ministério!

Mas, Sobretudo, podemos observar a pior de todas as formas de ingratidão que é aquela contra Deus. Será que você tem sido ingrato para com o Senhor? O Evangelho de Lucas retrata fortemente esta situação na história dos dez leprosos:

“E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galiléia; E, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe; E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós. E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz; E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” (Lucas 17, 11-19).

Dez leprosos foram curados pelo Senhor Jesus, mas apenas um voltou para agradecer. Foram dez homens leprosos, sofridos, infelizes, vistos pela sociedade como abominação, pois a lepra era considerada uma maldição. Pois é, ambos estavam à margem, esquecidos num “vale de leprosos” qualquer nas proximidades de Jerusalém, excluídos do convívio social, proibidos do contato familiar etc. Estes dez homens carregavam no próprio corpo as marcas da dor que era mental, emocional e física, já que a lepra desfigurava o rosto e as extremidades do acometido de tal mal. Só de pensar no que Jesus fez na vida deles já brota em mim a vontade de dizer: glória a Deus! Entretanto, não foi assim para nove deles. Nove deles preferiram primeiramente retomar a vida passada, “recuperar” o tempo perdido, talvez foram convidar os amigos para dar uma grande festa com comida e bebida liberada a noite toda, mas esqueceram do principal: Jesus!

Muitas pessoas ainda preferem ficar só com a “bênção de Deus” e deixar de lado o “Deus da bênção”. O que é mais importante para você?

Costumo dizer que prefiro uma Igreja Apostólica FRUTOS DA FÉ com cem pessoas convertidas, salvas, tementes ao Senhor Jesus, que entram pela porta estreita e seguem pelo caminho apertado, do que uma igreja com dez mil membros que só querem se aproveitar das bênçãos de Deus como se estivessem num “shopping Center religioso” sem nenhum compromisso de vida com Ele.

Como é evidenciada, na prática, a ingratidão?

1. Considerando pouco o que Deus faz por nós. Num 16.9 e 10
2. Esquecendo dos benefícios que Deus fez em nossas vidas. Sl 78.16-17; 27-32.
3. Esquecendo a Deus exatamente por causa das bênçãos que Ele nos concede. Deut 8.12; 32.6, 15, 18, 13.
4. Levando a pecados maiores – Esquecimento e ingratidão geram idolatria. Ju 2.11-12.
5. Provocando um sentimento que se amplia contra os servos fiéis de Deus. Ju 8.34-35; 1 Sm 8.7-8
6. Com abandono – Deus, esquecido, nos entrega às nossas paixões, aos falsos deuses. Ju 10.11-14.
7. Com uma reversão das prioridades de vida – Os ingratos são “amantes de si mesmos”. 2 Tm 3.2

Exemplos de Ingratidão – de homem para com homem.
1. Gn 40.23 (o copeiro c/ José)
2. Ex 16.3; 17.24; Nm 16.12-14 (o povo de Israel para com Moisés)
3. Ju 8.35 (o povo para com Gideão)

A expressão da gratidão real vai além das palavras,revela-se nas ações. O ponto principal é reafirmado por Jesus Cristo, em Mt. 7.21-22. Ouvir a Palavra de Deus não é o fim da jornada. O teste real é fazer a vontade de Deus (v. 24 – todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática). É, portanto, possível que estejamos aqui, no meio de um “culto de ação de graças” mas com vidas e ações que não refletem a gratidão que dizemos professar. Como já disse alguém: O que você faz fala tão alto que não me deixa ouvir o que você diz.
Deus, com supremo amor, vem apelando à memória do Seu povo, contra ingratidão, para que o julgamento não caia sobre nós. Mq 6.3-4. Gratidão, é lembrança. Ingratidão, esquecimento, memória curta, reversão de rumo e de prioridades. Temos noventa por cento de ingratidão no incidente dos leprosos curados em Lucas 17.11-19. Quanta gratidão genuina será que Deus encontra em nossas vidas? O que encontramos na vida das pessoas, nos dias de hoje? Felicidade, contentamento, gratidão? Não... Protestos, Demonstrações, Violência , Revolta. Quanto mais as pessoas se afastam da prática da fé cristã, mais a sociedade se revela amoral, perversa e ingrata. O crente não vive movido pelas circunstâncias fluidas ao seu redor, pela ausência de padrões, existente no mundo, pela inconstância das pessoas, mas pela fé genuína enraizada no coração. Enquanto participantes do corpo de CRISTO, a Igreja, vamos nos lembrar que ela é a manifestação viva do corpo e ações do CRISTO, possamos relembrar em Cristo que Deus nos concede livremente todas as coisas (Rm 8.32).
Que Deus seja servido em nos livrar do pecado da ingratidão. Que não tenhamos memória curta. Que corramos para reparar os nossos erros, que nos ajoelhemos diante do trono da Graça, suplicando a Deus o nosso perdão pela ingratidão demonstrada em nossas vidas. Que procuremos os nossos irmãos, contra os quais fomos ingratos, maldizentes, esquecidos. Que sejamos exemplos de gratidão e serviço. Que participemos da Igreja de CRISTO com a consciência tranqüila e em paz com Deus.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

0 comentários :

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.