TEMPERAMENTOS
Pedro - O sanguíneo – Mt 16:13-20
Depois do Senhor Jesus Cristo, Pedro é uma pessoa que mais sobressai nos evangelhos, característica típica de um sanguíneo de clamar atenção por onde passa. Dentre os discípulos é o que deixa seus defeitos visíveis a todos, num momento é amável e alegre, no outro assusta com suas atitudes: - Falava mais que os outros discípulos - O Senhor conversava muito amiúde com ele - Teve a ousadia de repreender o Mestre - Testemunhou outro recebeu louvor tão pessoal do Salvador Quando experimentou a plenitude do Espírito Santo não só foi o homem de maior influência na Igreja dos primeiros tempos e um desafio para os cristãos exemplificando o que o Espírito Santo pode fazer com uma vida entregue a Ele.
Características do Pedro Sangüíneo
Impulsivo Mt 4:20 – no modo como atendeu ao chamado de Jesus Mt 14:28-29 – sua reação ao ver Jesus andando sobre o mar Mt 17:1-13- sua atitude diante da transfiguração Jo 18:10 – ao reagir à prisão do Senhor Jesus Mt 28:6; Jo 20:6 – ao saber da ressurreição do Senhor Jesus Jo 21:1-11 – ao encontrar-se com o Senhor após a ressurreição Desinibido Lc 5:1-11 – sua atitude reveladora na pesca maravilhosa.
Falante Mt 16:13-20, Jo 6:66-69 – o efeito positivo do seu testemunho acerca da identidade de Jesus Egoísta Mt 16:22 – sua motivação egoísta valeu-lhe a repreensão mais severa feita pelo Senhor
Interesseiro Mt 19:27-30 – seus questionamentos quanto aos favores por seguir ao mestre Fanfarrão Mt 26:33 – sua tendência a gabolice Pedro cheio do Espírito Santo “O que Deus fez por seu apóstolo sangüíneo, Ele fará por você, desde que esteja disposto a cooperar com o Espírito Santo permitindo que o seu poder o fortaleça em suas fraquezas”. At 1:15 – o primeiro sinal de uma transformação: Pedro, um homem sangüíneo e iletrado, agora, cheio do Espírito Santo torna-se um grande pregador do Evangelho. At 3:1-7 – a ousadia de Pedro é convertida em glorificar o Senhor Jesus e não a si mesmo. At 4:5-13 – o Pedro que antes negara o Senhor Jesus, agora confessa abertamente que Ele é o Salvador. At 5:40-42 – a constância de Pedro é evidente ao ser açoitado severamente pelo oficial do Sinédrio. At 9:36-42 – a humildade e dependência de Deus. 2 Pe 3:15 – a maturidade de Pedro
Paulo – O Colérico
Personagem bíblico que melhor ilustra o temperamento colérico é o apóstolo Paulo. Ele é de fato excelente exemplo da maneira como o Espírito Santo modifica uma pessoa de vontade férrea, após sua conversão. Saulo de Tarso era um colérico de aprimorada educação e muita religiosidade. Aparece no cenário bíblico, participando do apedrejamento de Estevão (At 7:54-58). As testemunhas deixaram suas vestes aos seus pés de um jovem chamado Saulo, o que indica ser ele o líder do grupo. Estudiosos afirmam que ele era membro do Sinédrio – o conselho dos setenta anciões de Israel. E Saulo que era jovem na época, isto seria um privilégio fora do comum.
Características do Paulo Colérico
Cruel – a Bíblia descreve Saulo como “respirando ameaças e morte contra os discípulos do Senhor”(At 9:1-2). A maioria dos coléricos tem forte tendência a astúcia e a ardilosidade quando motivados pelo ódio ou pela intolerância. Antes de sua conversão era por instinto um líder zeloso e ativo, implacavelmente cruel com os que o contrariavam.
Força de vontade – uma das maiores vantagens do indivíduo com este temperamento é sua força de vontade, o que pode fazer dele uma pessoa muito bem sucedida. Paulo se refere a isso em 1 Co 9:24-27.
Suas atitudes tinham metas definidas, Paulo sabia o que queria e para onde ia. Ele sabia que autodisciplina começa ne mente. Se você não resolver em sua mente que faça determinada coisa, provavelmente jamais conseguirá fazê-la (2 Co 10). Esta imensa força de vontade fez dele um líder com capacidade de dirigir e motivar outras pessoas.
Agressivo – ira e agressividade são características deste temperamento. Vimos que tais sentimentos o influenciaram antes de sua conversão, mas depois desta, raramente aquelas aparecem. Um desses casos é relatado em At 15, sua discussão com Barnabé. Paulo mostrou-se intolerante e inflexível. Outra erupção de ira do apóstolo se encontra em At 23, ao ser levado preso perante o Sinédrio. Isto mostra que um colérico, mesmo cristão, tem na ira um problema. A transformação de Paulo Apesar do grande potencial, ele é, provavelmente por natureza, o mais carente das características proporcionadas pela plenitude do Espírito Santo do que qualquer dos outros temperamentos. A carta aos Gálatas 5:22-23 – revela-nos as características necessárias ao temperamento colérico. Todas elas se encontram na vida do apóstolo após sua conversão. Amor – o Espírito Santo, de maneira maravilhosa, transformou um indivíduo irado, amargo e perseguidor, em uma pessoa calorosa e compassiva (Rm 10:1, 9:1-3). Paz – O Espírito Santo de Deus fez com que Paulo compreendesse que a paz não depende de circunstâncias ideais. Quando o apóstolo foi encarcerado, um sentimento sobrenatural de paz tomou conta de seu ser (Fp 4:11-12; 6,7)
Humildade – O Espírito Santo conhecia bem a necessidade que Paulo tinha de humildade, pois após sua visão do céu relatada em 2 Co 12, foi-lhe posto um espinho na carne (Rm 8:28). Paulo tinha necessidade de sempre relembrar sua dependência de Deus.
Conclusão: Paulo entregou sua férrea vontade ao Senhor Jesus na estrada de Damasco. Quando tomou esta decisão parecia ter muito a perder, porém, sua vida é um exemplo claro das palavras de Jesus “Quem perder a sua vida por minha causa, achá-la há (Mt 10:39).
Moisés – O Melancólico
O melancólico Moisés nos fornece excelente material para um estado analítico do temperamento porque as Escrituras nos dão muitas informações a seu respeito. O melancólico líder de Israel ilustra claramente a diferença que o poder de Deus faz na vida de um homem. Depois de educado aprimoradamente durante quarenta anos na sede da cultura egípcia, este brilhante melancólico passou 40 anos cuidando de animais num deserto distante. Com 80 ouviu o chamado de Deus da sarça ardente, e durante os 40 anos seguintes foi um dos maiores líderes do mundo. Como qualquer cristão dos dias de hoje, Moisés só foi produtivo para Deus quando controlado pelo Espírito Santo.
Características do Moisés Melancólico
Talentoso – em At 7:22, Estevão, 1º mártir do cristianismo, nos informa que Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras. O Egito era na época o centro da civilização e ele absorveu todo o conhecimento dos egípcios sem se deixar dominar. A habilidade de Moisés em conduzir três milhões de pessoas através do deserto; como juiz, profeta reflete sua natureza excepcionalmente bem dotada.
Abnegado – os indivíduos melancólicos têm dificuldades em desfrutar do conforto ou do sucesso sem sentir alguma culpa. Têm freqüentemente a inclinação de se dedicar a causas que exijam sacrifício. Na vida de Moisés isto é visto claramente em Hb 11:23-27, seu exemplo de abnegação e renúncia é prova de que homem algum sai perdendo quando dá sua vida a Deus.
A lealdade de Moisés – um dos traços mais admiráveis do melancólico é a sua lealdade e fidelidade. Embora não seja fácil fazer amigos, é intensamente leal àqueles que adquire. Esta característica fez com que tivesse facilidade em ser de maneira especial devotado a Deus. A devoção de Moisés cresceu durante os 40 anos no deserto. Quando os problemas surgiram, buscava direção divina e como líder deu várias provas de sua fidelidade ao Senhor (Ex 14;16;17). Isto não significa que Moisés era perfeito. Você encontrará diversas falhas em sua vida indicando que era muito humano, durante os anos em que serviu a Deus.
Complexo de inferioridade – os talentos de Moisés são negligenciados devido ao seu excessivo sentimento de inferioridade. As desculpas que Moisés deu ao Deus Todo-Poderoso quando conversaram junto à sarça ardente são um exemplo clássico da depreciação que os melancólicos fazem de si mesmos: 1. Não tenho talento – “quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?” (Ex 3:11). Moisés depreciava suas habilidades pessoais e recuava diante da ideia de colocar seus talentos à disposição do Senhor. A resposta de Deus a Moisés é válida para todos os cristãos: “Certamente Eu serei contigo”(Ex 3:12) Do que mais Moisés precisava? 2. Ninguém acredita em mim – “Mas eis que não crerão nem acudirão à minha voz”(Ex 4:1) O medo de ser rejeitado faz parte do complexo de inferioridade do melancólico. Este temor é totalmente egoísta, e quanto mais cedo for reconhecido como pecado, mais depressa experimentaremos o poder transformador de Deus em nossas vidas. 3. Não sei falar em público – “Nunca fui eloquente…pois sou pesado de boca e pesado de língua”(Ex 4:10). A resposta de Deus a Moisés é hoje tão pertinente quanto foi o passado: “Quem fez a boca do homem?… Eu serei com tua boca e te ensinarei o que hás de falar” (Ex 4:11). Pregar e ensinar a palavra de Deus não tem nada a ver com eloquência e sim com obediência. A resposta do Senhor a Moisés esclarece que o êxito espiritual é alcançado pelo poder de Deus e não pelo nosso potencial e nossos talentos.
A ira de Moisés – além do medo, a ira reprimida freqüentemente espreita o temperamento melancólico. Sua incapacidade de controlar essa emoção o impediu de entrar na terra prometida (Ex 16:20; 32:19). A ira auto-indulgente desagrada a Deus e leva a graves pecados. Nenhuma pessoa compreensiva criticaria Moisés por se irritar com aquele povo ingrato, mas Deus, O Todo-Poderoso, assim o fez, pois o Senhor lhe tinha oferecido toda orientação e poder necessário.
A depressão de Moisés – Moisés é um dos três grandes servos de Deus que ficaram deprimidos a ponto de se desesperar e pedir a Deus que lhes permitisse morrer. Os outros dois foram Elias (1 Rs 19) e Jonas (Jn 4:1-3). De todos os temperamentos, o maior problema das pessoas melancólicas é a depressão. O relato da depressão de Moisés é dado em Nm 11:1-15. Deus jamais pediu a Moisés que suportasse a todo aquele peso de responsabilidade, os quais eram Dele. Porém Moisés cultivou de tal forma a auto-piedade que pediu ao Senhor: “Se assim me tratas mata-me de uma vez, eu Te peço, se tenho achado favor aos Teus olhos”. Lembre-se de que a reação de Moisés, face aos acontecimentos, foi o que causou a sua depressão, e não as circunstâncias em si mesmas.
Abraão – o Fleumático
As pessoas de mais fácil convivência são as fleumáticas. Sua natureza calma e sossegada faz com que sejam benquistas por todos. Por ser um tanto introvertido, suas fraquezas e virtudes não são tão perceptíveis. Um de seus maiores problemas é a falta de motivação. Tem a tendência de olhar a situação como mero espectador, evitando a todo custo envolver-se em atividades; o medo de errar perante as outras pessoas, gera relutância em lançar-se a algum projeto. Vários homens dos tempos bíblicos parecem ter possuído boa parcela deste temperamento: Noé, Samuel, Daniel, José (esposo de Maria), Natanael, Felipe e Tiago, porém, o melhor exemplo é Abraão.
Características do Abraão Fleumático
Cauteloso – a hesitação, indecisão e o medo, naturais no fleumático, são vistos em Abraão em Gênesis 12, ao receber o chamado do Senhor, era tão dependente de seus pais que em vez de obedecer inteiramente a ordem de Deus, levou consigo seus familiares o que lhe causou sérios problemas. Muitos cristãos fleumáticos relutam diante das oportunidades, não pela falta de capacidade, mas pela hesitação de aventurarem-se pelo desconhecido.
Pacífico – uma das características mais admiráveis é o seu amor à paz. Tendem a demonstrar serenidade e calma, seu desejo de paz e harmonia é, em geral, maior do que o de possuir bens pessoais. Em Gn 13:8-9 na discussão entre os pastores de Ló e Abraão, este intervém de maneira ordeira, dando ao sobrinho o direito de escolha.
Leal – sua atitude quando pressionado, revela sua personalidade. De todos os tipos de temperamentos, os fleumáticos são os que melhor trabalham sob pressão, demonstram calma e eficiência em tempos de crise. Em Gn 14, ao saber que a terra de Ló estava em guerra e que este havia sido levado cativo, Abraão age como seu defensor demonstrando características latentes de liderança e que sua amizade ao sobrinho estava acima de suas diferenças pessoais.
Passivo – junto à sua inclinação natural para a paz, há a passividade face aos conflitos. Em Gn 16 vemos a exagerada influência de Sara sobre Abraão, o que resultou em sérias conseqüências que permanecem até os dias de hoje. Uma das lições que os fleumáticos precisam aprender é que nada se consegue pela acomodação.
Temeroso – o fleumático possui doses generosas de medo e Abraão tinha grande problema com seus temores íntimos. Por causa da grande fome que assolava a terra, Abraão deixou de lado a vontade de Deus e foi para o Egito; por causa de seu temor a Faraó, nega que Sara era sua esposa. A covardia de Abraão resultou em sua expulsão da terra, dando um péssimo testemunho do Senhor naquela terra pagã (Gn 12). Abraão negou a Sara novamente para conseguir os favores de Abimeleque. Se não fosse a intervenção divina, os dois teriam sido envolvidos em um pecado trágico (Gn 20). Os nossos pretextos e as nossas concessões jamais melhoram o plano e a provisão de Deus.
A transformação de Abraão O crescimento de Abraão na fé mostra-nos um crescimento gradual que Deus dá a todo crente. Uma das maiores provas deste crescimento está no sacrifício de Isaque (Gn 22). O resultado desta fé está na confiança que Abraão depositou na Palavra de Deus, agindo conforme sua promessa. A fé não precisa de respostas, só de direção.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante
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