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sexta-feira, 12 de maio de 2017

AMOR DE MÃE, AMOR PERFEITO...


                                            AMOR DE MÃE, AMOR PERFEITO...
O segundo domingo de maio pauta sempre nossas reflexões: o dia das mães.
Como ponto de partida quero citar as palavras de Salomão no Salmo: "os filhos são herança do Senhor" (Sl 127:3).  Por crer que estas palavras são absolutamente verdadeiras, então devo começar entendendo que a maternidade é uma bênção dos céus.  Todos os filhos pertencem a Deus, mas ele os deixa como parte de sua eterna riqueza para que a partir deles sejamos abençoados.
1.      Eva, a primeira mulher e mãe.
Eva, a primeira mulher, nos faz lembrar a razão de ser “mulher”
Deus criou o homem conforme a sua imagem e semelhança (Gn 1.27): em pureza, inocência, sabedoria, bondade, verdadeiramente semelhante ao seu Criador. Colocou-o num jardim, que Ele mesmo plantara o Éden (ou “paraíso”, “lugar de deleite”).
Depois de algum tempo, após receber e cumprir uma tarefa especial, isto é, dar nomes aos animais criados, Adão sentiu-se só (Gn 2.19-20).
Não havia entre todos os animais nenhum sequer que se parecesse com ele, com o qual pudesse dividir seu coração, seus sonhos, seus anseios, projetos; que tivesse sensibilidade para compartilhar os pensamentos de seu coração.
O Senhor, então, fez Adão dormir o sono da anestesia. Que ele não sentisse dor alguma ao ser retirada uma costela de seu próprio corpo.
E esta seria transformada em doce companheira e ajudadora idônea (G 2.21-22).
Assim surgiu a mulher: foi feita sob medida para o homem. Foi formada da cálida matéria prima existente: do corpo de Adão.
Eva, a primeira mulher, nos faz lembrar a razão de ser “mulher”. Eva foi enganada pela serpente e trouxe para as mulheres atuais a mensagem da “cobertura” e da “proteção”, por meio da submissão. Terríveis e falsas doutrinas foram fundadas por mulheres que não estavam debaixo de autoridade e se perderam em heresias.
O nome “Eva” nos fala da maternidade. Do dom excepcional de gerar filhos e deixar a maior contribuição para a humanidade: pessoas bem criadas, equilibradas, felizes e que conhecem a Deus.
Ser mãe é privilégio indescritível e traz a doce recompensa de um filho sábio, que alegra o coração de Deus e de seus pais.
Que cada mãe, esposa, filha; que cada mulher de Deus seja fiel ao seu chamado, seja feliz cumprindo o seu digno e especial papel.
Ser mulher é ser joia preciosa
Cujo preço muito excede ao dos rubis.
Ser mulher é se vestir da dignidade,
Da força, do amor e da verdade.
É viver na humildade do serviço,
Da missão que a ela é confiada,
A tarefa mais gloriosa em recompensa:
Ser coluna, ser esteio, fortaleza,
É suster, com alegre mansidão,
A família, com doçura e gratidão.
Querida irmã: cumpra seu papel como mulher de Deus. Seja prestativa, delicada, mansa, obediente ao Senhor.
Deixe que Ele cuide de você e lhe conduza em seus caminhos, pois são perfeitos.
2.       Joquebede – a mãe de Moisés.
Joquebede, exemplo de mãe
“Então lhe disse a filha de Faraó: ‘Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário’. A mulher tomou o menino e o criou.” (Ex 2:9.)
Joquebede era judia, da tribo de Levi, e viveu no período do cativeiro de Israel no Egito.
O povo entrara naquela nação sendo convidado por Faraó, na época de José. Ficara no melhor da terra, na terra de Gósen, região boa para o gado, com muitas pastagens, entre a planície do delta do rio Nilo.
A Bíblia nos diz que, depois da morte de José e também do Faraó que o elevara a governador do Egito, os israelitas começaram a crescer muito naquela terra.
Eles se multiplicaram grandemente e a nova dinastia que assumira o poder no Egito teve medo de seu potencial.
Se continuassem se fortalecendo como nação, poderiam tomar o Egito.
O Faraó então lançou uma estratégia para enfraquecer Israel: baseava-se em matar os bebês do sexo masculino, ao nascerem.
As parteiras foram chamadas à presença de Faraó e receberam ordens para executar os bebês recém-nascidos. Mas estas mulheres temeram a Deus e não obedeceram às ordens reais.
Elas se desculparam com Faraó, dizendo que as mulheres hebréias eram fortes e, que, quando elas chegavam para ajudar no parto, a criança já havia nascido.
Deus abençoou as parteiras Sifrá e Puá pelo que fizeram ao seu povo, e elas puderam ter filhos também.
E o Faraó pôs em prática outro golpe para “frear” o crescimento de Israel. Ele ordenou aos pais hebreus que lançassem seus filhos no rio Nilo, caso fossem do sexo masculino. O terror pairava sobre as famílias de Israel.
Joquebede, nesta época, já tinha 2 filhos: Miriam e Arão. Ela se casara com o seu sobrinho Anrão (Êx 6.20).
Isto era comum naquela época, visto que os hebreus, por serem pastores de ovelhas, constituíam-se em “abominação” para os egípcios. Não aconteciam casamentos entre egípcios e hebreus normalmente.
Casavam-se primos e parentes entre si nas tribos israelitas. Levar o povo para o Egito foi uma forma que Deus encontrou para que o povo não se misturasse com os cananeus (em cuja terra habitou Abraão, Isaque e Jacó) e, assim, se diluísse como nação.
Aconteceu de Joquebede ficar grávida do seu 3º filho.
Ela escondeu como pôde, a sua gravidez. Com aquela lei em vigor, Joquebede precisava ter cautela e não permitir que alguém soubesse do filho que estava para nascer. E, que linda criança ela gerou!
Durante os 3 primeiros meses de vida do menino, ela conseguiu escondê-lo. Creio que ele era bem alimentado e dormia muito, pois ela deveria mantê-lo sem necessidades, para que seu choro não fosse ouvido ou denunciado.
Mas a criança precisaria tomar sol; precisaria aprender a engatinhar, a dar os primeiros passos... Seria impossível criá-lo sem que os outros o soubessem...
E Deus deu uma estratégia para Joquebede.
Ela fez um cestinho de junco: calafetou-o por dentro e por fora, impermeabilizando-o completamente. E colocou nele o menino.
Cobriu com a tampa o cestinho e ordenou à filha mais velha, Miriam, que acompanhasse a trajetória do cestinho pelas águas do rio Nilo. Joquebede revelou ser uma mãe zelosa.
Ela protegeu seu filhinho da morte ao nascer. Cuidou dele enquanto pôde... Não sabia o que aconteceria, mas confiava em Deus. Ele protegeria seu pequenino, livrando-o da morte...
O fato de calafetar o cestinho por dentro e por fora nos mostra o cuidado de uma mãe segundo os princípios da Palavra de Deus.
Ela não permitiria que as águas do mundo entrassem e destruíssem seu filho, mesmo que o contexto mundano cercasse sua vida.
Joquebede pediu à filha, Miriam, que ficasse vigiando o cestinho. A mãe zelosa não perde o filho de vista. A qualquer momento ela pode falar onde seus filhos estão; o que estão fazendo e com quem estão.
“Desceu a filha de faraó a banhar-se no rio, e as suas donzelas passeavam pela beira do rio; vendo ela o cesto no carriçal, enviou a sua criada e o tomou. Abrindo-o viu a criança, e eis que o menino chorava. Teve compaixão dele e disse: Este é menino dos hebreus.” (Êx 2.5-6.)
Miriam ofereceu à princesa os serviços de sua própria mãe para cuidar do irmãozinho. Joquebede foi escolhida para amamentar o próprio filho, e ainda por cima, recebeu um salário por seu serviço. Que tremendo é o plano de Deus para seus filhos!
Cada mãe também recebe determinado “salário” para criar seu filho para Deus.
O Senhor nos dá sua Palavra para nos ensinar e transmitir ensino aos nossos pequeninos; o seu Espírito Santo para nos dar sabedoria para responder às perguntas deles; os seus anjos acampados ao redor de nossas crianças, protegendo-as e trazendo livramentos...
Você tem ensinado seu filho no caminho do Senhor? Tem orado com ele e por ele? Você tem
3.      A mãe de Sansão.  Chamada à consagração
“Porém sua mulher lhe disse: 'Se o Senhor nos quisera matar, não aceitaria de nossas mãos o holocausto e a oferta de manjares, nem nos teria mostrado tudo isto, nem nos teria revelado tais coisas'.” (Jz 13.23).
A Bíblia não nos fala o seu nome, mas o de seu marido, Manoá. Eles eram da tribo de Dã e moravam em Zorá. Esta mulher era estéril, não tinha filhos. O seu relacionamento com o marido era excelente.
Tinham um diálogo aberto e franco.
Havia respeito mútuo e cada um cumpria seu papel como cônjuge. Eles se valorizavam mutuamente, como recomendavam as Escrituras. Ambos tinham fé no Deus de Israel e eram pessoas de oração.
O contexto social em que viviam era de opressão do inimigo, o vizinho povo filisteu.
Estes mantinham Israel sob ameaças, pagando-lhes altos tributos, e lhes tolhia a liberdade completamente.
Vigiavam seus passos. Matavam sem piedade.
Aquele casal deveria ter o seu “culto doméstico”, o seu momento devocional para orar e buscar a resposta do Deus Todo-poderoso de Israel.
Manoá e sua esposa sabiam orar e esperavam em Deus.
Eles sabiam que o Senhor lhes responderia...
E o dia chegou. “Apareceu o Anjo do Senhor a esta mulher e lhe disse: 'Eis que és estéril e nunca tiveste filho; porém, conceberás, e darás à luz um filho.
”Agora, porém, guarda-te, não bebas vinho ou bebida forte, nem comas coisa imunda; porque eis que conceberás e darás à luz um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe; e ele começará a livrar a Israel do poder dos filisteus'.” (Jz 13.3-5).
Era maravilhoso o que ela ouvira do Anjo do Senhor. A resposta às suas orações.
Deus prometera um libertador para Israel. E, mais uma vez na história de seu povo, uma mulher estéril iria conceber um “filho da promessa divina”, assim como Sarah e Raquel, aleluia!
Entretanto, as orientações recebidas precisavam da aprovação do marido, de conformidade com os ensinos de Moisés. Se uma mulher fizesse um voto, jejum ou qualquer abstinência deveria ter a aprovação do marido, caso contrário, ela não estaria autorizada a cumprir o seu voto.
Aquela mulher foi imediatamente procurar o marido, Manoá, e lhe expôs o acontecido. Falou-lhe todas as palavras do Anjo.
Manoá ouviu atento e cheio de gratidão, e orou ao Senhor, pedindo-lhe que novamente lhes enviasse o Anjo para orientá-los quanto ao menino e sua criação. E Deus atendeu o seu pedido. O Anjo retornou e lhes confirmou as mesmas palavras.
Com a esposa de Manoá aprendemos lições muito importantes para as esposas.
Ela era uma mulher que valorizava o marido. Ela percebia a importância de dar ao esposo o lugar de “cabeça da família”.E como isto é importante para a educação dos filhos! Como é necessário que os filhos entendam que o pai é o líder e é respeitado! Há mulheres que têm, em primeira mão, uma revelação de Deus e passam a desprezar os maridos, achando que elas são mais importantes que eles... Como isto está errado! A esposa deverá compartilhar suas experiências espirituais e então ambos deverão orar pela confirmação de Deus.
Essa mulher sábia nos ensina que a consagração dos nossos filhos a Deus começa na gravidez e com nossa conduta em santidade.
4.      Ana – a mãe do grande Samuel.  Depois de orar e se quebrantar na presença do Senhor, Ana recebeu como resposta o nascimento do primeiro filho e o dedicou ao Senhor, como é dito nos primeiros capítulos de 1º Samuel.
A história de Ana já mereceria um estudo à parte, ela nos demonstra que a melhor atitude a se tomar em relação aos filhos que o Senhor nos dá é dedicá-los inteiramente ao Senhor.  E creio que este foi o segredo do sucesso de Samuel!
Ø  Ana, mulher que orou
“Levantou-se Ana  Ela, com amargura de alma, orou ao Senhor, chorou muito.” (1Sm 1.9a-10.)
A Bíblia nos conta a história de uma mulher extraordinária, Ana. Ela viveu no período dos juízes. Uma época em que “não havia rei em Israel: cada um fazia o que achava mais reto” (Jz 21.25). Seu esposo chamava-se Elcana, homem da tribo de Efraim, filho caçula de José.
Ana e Elcana moravam nas regiões montanhosas de Efraim, em Ramatain-Zofim.
Ele era amoroso e procurava sempre agradar sua amada esposa, quer com palavras de ânimo, quer por meio de atitudes de honra e confissões de seu amor sincero. Entretanto, Ana tinha uma grande angústia em seu coração: ela era estéril. Nunca poderia gerar filhos.
O passar dos anos ia consolidando sua tristeza. Sentia-se incapaz de corresponder ao amor de seu marido, dando-lhe um fruto desse amor: um filho; semente abençoada para perpetuar o nome da família e consagrar a união dos dois.
Além disso, a Escritura Sagrada relata que Ana tinha uma rival: Penina. Esta era a segunda esposa de Elcana e tinha filhos com ele. Talvez Elcana tenha se casado também com Penina exatamente por causa da esterilidade de Ana...
E Penina irritava excessivamente a pobre e sensível Ana, porque esta possuía o amor do marido. “No dia em que Elcana oferecia o seu sacrifício, dava ele porções deste a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas.
A Ana, porém, dava porção dupla, porque ele a amava, ainda mesmo que o Senhor a houvesse deixado estéril” (1Sm 1.4-5.)
Todos os anos, por ocasião das festas fixas do calendário judaico, Elcana subia com sua família a adorar ao Senhor, levando seus dízimos e sacrifícios de louvor e gratidão, alegrando-se na presença do seu Deus.
Mas Ana não conseguia se alegrar nas festas anuais por causa da irritação de Penina, “pelo que chorava e não comia.” (1Sm 1.7.)
Há muitas mulheres que têm o amor do marido, são honradas por eles, mas não se sentem realizadas por causa de sua esterilidade. Muitas até sentem-se culpadas por não gerarem filhos. A angústia do coração faz adoecer fisicamente.
Outras mulheres experimentam lágrimas doídas, provocadas pela irritação constante da inveja declarada de quem está tão perto, no convívio diário. Irritação que soa como um gotejar contínuo que enlouquece e faz perder a alegria de desfrutar da vida.
São situações de conflito que amarguram o coração e, então, não se consegue ver o sol, mas apenas as sombras dos problemas crônicos. O que fazer? Ana nos dá a resposta: orar. Orar com intensidade e firmeza.
Orar com perseverança na direção da perfeita vontade de Deus. Arriscar pedir a realização do sonho de sua vida. Lançar sobre o coração de Deus toda a ansiedade do coração humano e esperar, com fé, o que vai acontecer...
Parecia que as palavras doces de Elcana não conseguiam entrar no coração de sua esposa: [...] “Ana, por que choras? E por que não comes? E por que estás de coração triste? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (1Sm 1.8.)
Ana não poderia trazer preocupações para seu marido. Ela precisava encontrar a solução e parar com sua atitude passiva de apenas chorar. Então, após terem comido e bebido, antes de retornarem para casa, naquele ano, “levantou-se Ana [...] ela, com amargura de alma, orou ao Senhor, chorou muito” (1Sm 1.9a-10).
Ela tomou a atitude decisiva de guerrear no mundo espiritual: orar com toda intensidade, com suas lágrimas, com o coração transparente e sincero. Ana se derramou em súplicas diante de Deus.
“E fez um voto, dizendo: 'Senhor dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha'.” (v.11.) Ana conhecia a história de Sansão, o campeão nazireu de Deus, que falhou por causa de seu pecado, mas ela sabia que Deus precisava de um “novo campeão” para ser usado por Ele naquela geração. Ana se dispunha a dar o seu melhor para Deus e para sua nação.
Há duas coisas muito importantes na oração de Ana a serem observadas: aqui, pela primeira vez, Deus é chamado nas Escrituras de “O Senhor dos Exércitos”, “Javé Sabaoh”.
Ana sabia que se encontrava em verdadeira batalha espiritual, no âmbito familiar e também nacional.
Sua nação estava vivendo sob o mau procedimento dos filhos do sacerdote Eli, que deixavam as ovelhas de Israel desprotegidas diante dos inimigos.
E havia guerra também dentro da casa de Elcana, com Penina constantemente provocando Ana e “espetando-lhe a carne” com palavras maldosas.
Ana então orou ao Senhor dos Exércitos. Ela creu num Deus que domina sobre todas as coisas. Ela creu que o Senhor ouve o clamor dos fracos, indefesos e angustiados...
É muito importante que nos aproximemos de Deus crendo em sua existência e que Ele é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6). É preciso saber quem é o nosso Deus.
Qual a amplitude do seu poder.
Qual é a dimensão do amor que Ele demonstra por seu povo. É importante saber que “não sabemos orar como convém, mas que o Espírito de Deus nos assiste em nossas fraquezas e intercede por nós, sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26), aleluia! É preciso orar com fé.
“Demorando-se ela no orar perante o Senhor, passou Eli a observar-lhe o movimento dos lábios, porquanto Ana só no coração falava; seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma; por isso Eli a teve por embriagada.” (v.12-13.) Ao orar com toda a intensidade de sua alma, Ana agora iria enfrentar um julgamento falso a seu respeito. Eli a teve por embriagada e chamou-lhe a atenção.
Ela poderia ter-se sentido ofendida e nunca mais querer retornar a Siló, perante o sacerdote Eli.
Mas sua luta não era no campo humano. Sua guerra era espiritual. Sua resposta estava nas mãos do Senhor e era para Ele que ela deveria olhar. Somente para Deus.
“Porém Ana respondeu: Não, senhor meu! Eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramando a minha alma perante o Senhor.
Não tenhas a tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso de minha aflição é que tenho falado até agora.” (v.15.)
Como é importante manter os olhos postos no Senhor e não em nós mesmos! Como Ana nos dá uma prova de um coração firme e confiante, ao responder com respeito a quem a ofendia... Ela se explicou respeitosamente e não levou em conta o julgamento precipitado de Eli.
Quantos problemas seriam resolvidos de maneira mais fácil, se as pessoas não se sentissem tão facilmente ofendidas... Muitas mulheres criam verdadeiros “cavalos de batalha” com situações e palavras que não merecem tanta ênfase.
A verdade fala por si somente; não é preciso se importar com calúnias tolas a nosso respeito.
E o sacerdote Eli trouxe uma palavra profética para Ana:  “Vai-te em paz e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.” (v.17.)
Era exatamente dessa palavra que Ana precisava: paz e confirmação da vontade de Deus em seu coração. Ela tomou posse da paz, e o texto nos diz que ela, a seguir, seguiu seu caminho e comeu, e já não era triste o seu semblante, aleluia! Ali, naquele momento aconteceu a cura da alma de Ana.
Foi quando se derramou, de coração, diante do Senhor; quando enfrentou incompreensão e calúnia e manteve-se firme em seu propósito de buscar a Deus, é que Ana experimentou a paz para prosseguir vivendo, crendo e sonhando os sonhos de Deus para si...
Hoje já não é mais preciso que algum sacerdote nos diga as palavras de Eli, pois as Escrituras nos garantem que Deus ouve as nossas orações. O Senhor deseja que lancemos sobre Ele toda a nossa ansiedade porque tem cuidado de nós, aleluia!
A palavra profética para a nossa vitória em oração já foi pronunciada pelo Senhor Jesus: “Pedi e dar-se-vos-á...” ( Lucas 11.9-13.)
Ana se levanta no Velho Testamento como uma guerreira da oração. Ela recebe a resposta amada do Senhor: um filho, Samuel.
Ela cumpre o voto que fizera, devolvendo seu filho para o serviço do Senhor; deixando-o no templo em Siló: “Pelo que também o trago como devolvido ao Senhor, por todos os dias que viver, pois do Senhor o pedi.” (v.28.)
Não haveria melhor lugar para seu pequeno Samuel do que na casa do Senhor, no serviço do Senhor dos Exércitos, aleluia!
E Ana com seu marido e o filhinho adoraram ao Senhor.
Ana entoou um belíssimo cântico ao Senhor. Muitos anos mais tarde, Maria, iria cantar também a glória do Senhor e o cumprimento de sua Palavra, também por meio de um cântico semelhante ao de Ana.
5.      Lóide – a mãe de Timóteo.
Numa citação rápida de 2 Timóteo, o nome desta serva de Cristo é apresentado como alguém que soube muito bem educar seu filho nos caminhos e na palavra de Deus.  Aqui está um modelo para uma mãe bem sucedida segundo os padrões bíblicos: incutir nele a semente do evangelho.
6.      Maria – a mãe de Jesus.  Exemplo de obediência
 “porque contemplou na humildade da sua serva. Pois desde agora todas as gerações me considerarão bem-aventurada...” ( Lc 1.48.)
“Alegra-te muito, favorecida! O Senhor é contigo!”
Saudou a jovenzinha o anjo Gabriel.
“Terás um filho. Seu nome: Emanuel.
E será grande, o Filho do Altíssimo,
Do céu virá, pois é santíssimo!
Receberá o trono de Davi,
E, para a multidão, será doce Rabi!”
Maria ouviu a boa-nova e nela creu,
Confiou na promessa, e aconteceu
Tudo o que fora pelo anjo prometido.
Mas, nem a família, nem José, tinham ouvido
O que Maria ouvira do Senhor.
Então, nesse momento delicado, de temor,
José pensa deixar Maria.
Sabia que, sem ele, ela sofreria,
Mas não podia acusá-la.
O filho não era seu.
Iriam apedrejá-la.
José não entendia o que aconteceu,
E, confuso, pedia a direção ao Senhor seu.
Foi então, que Gabriel lhe apareceu, e, em sonho lhe falou:
“Não pense que Maria te enganou. Ela é fiel.
Seu bebê é de Deus. O Emanuel!”
Então José a recebeu. O casamento enfim aconteceu.
E José não a conheceu até o momento em que ela deu a luz.
Que lindo infante! Seu nome: Jesus!
Maria é bem-aventurada: exemplo de perfeita obediência.
Que as mulheres todas tenham a ciência:
Que obedecer é sempre bem melhor!
Obedecer faz a beleza das mulheres bem maior.
Obedecer é proceder, viver;
É ser “favorecida” da parte do Senhor!
Maria é um dos maiores exemplos de obediência à Palavra de Deus. Ela era ainda uma adolescente, quando recebeu a notícia do anjo Gabriel, que seria a mãe do Salvador da humanidade.
O Filho prometido na visão angelical era o “descendente da mulher” (Gn 3.15), que haveria de esmagar a cabeça da serpente, destruindo o poder do pecado e o jugo de satanás na vida dos homens. Era grande demais o privilégio que estava diante de Maria.
E ela creu imediatamente. Ela se dispôs a cumprir imediatamente a vontade de Deus, dizendo: [...] “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim conforme a tua palavra...” (Lc 1.38).
Ah! Quantas mulheres gostariam de estar no lugar de Maria... Mas, na verdade, a situação dela, após o encontro com o anjo Gabriel, era muito embaraçosa. Era uma situação de alto risco para ela.
Qualquer mulher, naquela época, que estivesse noiva (desposada, comprometida) e que aparecesse grávida, antes do casamento, seria morta por apedrejamento, se o pai da criança não fosse o noivo. Nesse caso deveria acontecer imediatamente o casamento.
Maria assumiu o risco daquela situação. Ela sabia que a vontade de Deus é perfeita e nela não há injustiça.
Ela poderia confiar no Deus de seu povo. Ele prometera enviar o “Messias” ao mundo, e uma virgem iria conceber (Is 7.14). O nome da criança seria “Deus conosco”, “Emanuel”.
Para Maria era um misto de alegria e temor. Uma notícia radiante, mas cheia de riscos sérios e olhares desconfiados e intrigantes seriam colocados sobre ela.
Você estaria disposta a passar por tão grande prova? Estaria disposto a dar ao Senhor o que há de mais precioso para a mulher, a sua honra? Aceitaria que as outras pessoas pensassem e falassem mal de você, embora estivesse andando em santidade?
Maria não pensou em si, apenas em obedecer e olhar para a grandeza do presente que o Senhor lhe concedia: entregar-se para ser a mãe daquele ente celestial que se tornaria homem.
Como homem, Jesus precisaria de uma mãe. Como homem, o Filho de Deus precisaria ser cuidado e preservado em sua infância.
Alguns dizem que Maria é mãe de Deus – é claro que isso é tolice e totalmente contra a Palavra de Deus.
Maria é criatura como todos nós. Ela cantou a glória do Senhor, declarando-se também pecadora e necessitada de salvação (Lc 1.46-47):  “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador...”.
À semelhança de Maria, nós também carregamos em nosso interior a divina semente. O Filho de Deus habita em nós por meio de seu Espírito Santo, aleluia! Que privilégio maravilhoso! Mas também estamos sujeitas às incompreensões, perseguições, calúnias e zombarias por causa de nossa fé.
Coragem! Vale a pena ser cristã! Vale a pena dar ao Senhor o nosso coração, a nossa honra, pois Ele nos honrará naquele dia glorioso!
Além de agraciada com a maternidade miraculosa, Maria é o exemplo de mãe porque soube com sinceridade e santa humildade se colocar a disposição de Deus para que Este fizesse nela a sua vontade.
Não há atitude que melhor demonstre o modelo bíblico de mãe que uma serva de Deus que está disposta a fazer a vontade do Senhor em todas as suas ações e decisões.  Fazendo isso, todos os outros exemplos se completam.  Maria na sua dedicação se mostrou como a mulher e mãe cuja atitude deve ser copiada.
Neste dia das mães, que os exemplos bíblicos nos serviam como padrão e modelo.  E que o Senhor nos dê mães na estirpe de mulheres como aquelas, para a glória dele.
7. Rispa, a mãe incansável.
“Então Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de saco, e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa, até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou as aves do céu pousar sobre eles de dia, nem os animais do campo de noite.” (2Sm 21.10.)
Rispa era uma mulher forte e de caráter firme. Seu nome significa “pedra quente”. Ela era filha de Aiá, cujo nome vem da mesma raiz da palavra “intocável”.
Ela foi mulher do rei Saul e teve com ele dois filhos: Armoni e Mefibosete. Talvez por ser uma das esposas de Saul, Rispa e seus filhos se considerassem mesmo “intocáveis”.
Muitas mulheres pensam que sua posição social, sua riqueza, ou mesmo sua capacidade intelectual as colocam em um pedestal “intocável”.
Elas têm um peso de responsabilidade e compromisso. Não podem ser desfeitas de maneira leviana... Por isso, querida irmã, pense muito antes de se casar. Pense muito antes de romper um casamento.
Pense muito antes de fazer uma sociedade com alguém. Não somente pense, mas ore ao Senhor a respeito dessas decisões. Ouça a sua voz e não caia em armadilhas, para que, mais tarde, você não venha a se arrepender.
E Davi teve de escolher sete homens da família de Saul para serem enforcados, para que a chuva pudesse novamente cair sobre a terra de Israel. Davi escolheu os cinco filhos de Merabe, netos de Saul, e os dois filhos de Rispa, sua concubina.
A Bíblia diz que foram mortos nos primeiros dias da ceifa da cevada. Seus corpos foram esquecidos pelos seus executores; foram deixados no madeiro, ao relento... Então Rispa, a mãe de Armoni e Mefibosete, “tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa, até que sobre eles caiu água do céu” (v.10).
Rispa assistiu ao milagre da chuva caindo, após a execução do castigo consequente da ira irrefletida de Saul e de seu “zelo” pelo Senhor, levado a efeito fora da sua suprema vontade. Rispa pôde ver o valor de uma aliança feita diante de Deus... As consequências do rompimento de uma palavra empenhada.
E ela, que era a “pedra quente”, firme como uma rocha colocou pano de saco sobre a penha em frente aos cadáveres de seus filhos e os ficou guardando de dia e de noite:  “e não deixou as aves do céu pousar sobre eles de dia, nem os animais do campo de noite.”(v.10.)
Ao colocar ali um pano de saco e não um tapete “persa”, ou uma almofada confortável, percebe-se a dor de Rispa; sua humilhação diante de Deus em favor de seus filhos.
O “pano de saco”, na Bíblia, sempre teve o significado de arrependimento e humilhação diante do Senhor.
Você pode imaginar a dor dessa mulher diante dos corpos em decomposição, dia e noite? Pode imaginar o que se passava em seu coração de mãe? Suas lágrimas e o desejo de vê-los com um sepultamento digno, pelo menos?
Ah! Quantas mães como Rispa choram por seus filhos que estão mortos em seus próprios pecados... Quantas mães que colocam “panos de saco” sobre a “Rocha”, que simboliza a Palavra de Deus e suas promessas, e vigiam seus filhos “mortos”.
Não seus filhos literalmente mortos, mas espiritualmente mortos. Seus filhos nas drogas, nos vícios, na prostituição, no homossexualismo, nas depravações da imoralidade, nas mais extravagantes seitas exalando o mau cheiro do pecado; decompondo-se dia-a-dia na podridão do mundo.
Mães que oram, crendo no impossível; que Deus irá ressuscitar seus filhos e lhes dará uma nova e maravilhosa vida. Elas creem que seus filhos receberão o “toque” de vida do Espírito Santo e serão ressuscitados, aleluia! E, por isso, elas não se cansam dia e noite de vigiar.
E orar... E crer... Até que o “rei” olhe para elas, tenha misericórdia e faça cessar a sua dor.
Rispa ficou em seu posto sozinha.
Espantava as aves de dia e as feras de noite. Ela não tinha medo. Não saía de sua “torre de vigia”, mas esperava que o rei se compadecesse e desse um sepultamento digno de nobres aos seus filhos. Ela ficou por muitos dias ali, passaram-se mais de dois meses, e isto foi dito a Davi.
E foi Rispa quem fez a mão do rei Davi trazer a bênção novamente sobre Israel.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

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