sexta-feira, 5 de junho de 2015
ESTUDO A VERDADEIRA BELEZA ESTÁ ONDE OS OLHOS NÃO CONSEGUEM VÊ...
ESTUDO A VERDADEIRA BELEZA ESTÁ ONDE OS OLHOS NÃO
CONSEGUEM VÊ...
Sempre
achei interessante observar como o Senhor nos faz atentar para alguns
incidentes em Sua Palavra. Muitas vezes, lemos os versos das Escrituras e nos
familiarizamos com eles, mas deixamos de observar as mensagens que contêm. Algo
dessa natureza chamou minha atenção ao estudar o capítulo 29 do livro de
Gênesis. Nesse capítulo, vemos que Jacó deixou a casa de seu pai após receber a
bênção da primogenitura, que era do seu irmão. Rebeca, a mãe deles, conspirou
com seu filho favorito Jacó para enganar a Isaque. Quando Esaú descobriu o que
tinha acontecido, ameaçou matar o irmão. Rebeca soube do plano e,
imediatamente, aconselhou Jacó a fugir para a casa do tio Labão, que vivia a
mais de 600 km de distância dali, em um lugar chamado Padã-Arã. Jacó fez como sua
mãe o aconselhou e, quando chegou ao lugar, a primeira pessoa que encontrou foi
Raquel, filha de Labão. Vamos acompanhar a narrativa bíblica a partir do verso
16:
"E
Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o nome da menor
Raquel. Lia tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à
vista. E Jacó amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua
filha menor. Então disse Labão: Melhor é que eu a dê a ti, do que a dê a outro
homem; fica comigo. Assim serviu Jacó sete anos por Raquel; e estes lhe
pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava. E disse Jacó a Labão: Dá-me
minha mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu me case com ela.
Então reuniu Labão a todos os homens daquele lugar, e fez um banquete."
Jacó
estava obviamente fascinado pela beleza de Raquel e ficamos sabendo que Lia, a
filha mais velha tinha olhos tenros. Acredito que isso seja um modo diplomático
de dizer que ela era muito feia. De qualquer forma, o coração de Jacó está nas
nuvens e ele próprio propõe a Labão trabalhar por sete longos anos pela mão da
filha mais nova. Para que possamos compreender os incidentes que aconteceram em
seguida, precisamos entender que Labão era um homem muito astuto e enganoso.
Acrescente a isso que o nome Jacó significa "suplantador", aquele que
engana — e temos todos os elementos para uma história em que um trapaceiro
engana o outro.
Labão fez
todos os preparativos para o banquete de casamento e tudo parecia estar como
planejado, mas quando Jacó acordou na manhã seguinte — assustou-se ao descobrir
que fora enganado e casado com a feiosa Lia! (Pessoal, realmente acredito que
Deu tem senso de humor!) Aquele que enganou a seu pai e recebeu a bênção da
primogenitura que estava reservada para seu irmão, agora é vítima de uma
trapaça! Logicamente, ele foi imediatamente reclamar com Labão, mas ficou
sabendo que a lei daquela terra proibia que uma filha mais nova casasse antes
da mais velha. Vamos continuar com o texto bíblico a partir do verso 27, onde
Labão diz:
"Cumpre
a semana desta; então te daremos também a outra; pelo serviço que ainda outros
sete anos comigo servires. E Jacó fez assim, e cumpriu a semana de Lia; então
lhe deu por mulher Raquel sua filha. E Labão deu sua serva Bila por serva a
Raquel, sua filha. E possuiu também a Raquel, e amou também a Raquel mais do
que a Lia e serviu com ele ainda outros sete anos. Vendo, pois, o SENHOR que
Lia era desprezada, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril."
Lia
chamou seu filho primogênito Rúbem, que literalmente significa, "Veja, um
filho!" e é triste observar no verso 32 como ela se sentia aflita e
esperançosa de ser amada pelo seu marido. Com o passar do tempo, ela teve três
outros filhos: Simeão ("Deus ouve"), Levi ("companheiro") e
Judá ("louvor"). O nascimento desses quatro filhos somente tornou a
situação familiar mais tensa, pois Raquel não conseguia engravidar. Naquela
cultura oriental, a esterilidade era considerada uma desgraça. Assim, em uma
tentativa desesperada de "igualar o marcador", Raquel entrega sua
serva Bila a Jacó, para que conceba por ela. Devido às diferenças culturais,
achamos isso muito estranho, para dizer o mínimo, mas naqueles tempos era uma
prática comum. Bila então deu à luz a Dã ("julgou") e a Naftali
("lutei"). Vendo que cessara de ter filhos, Lia entrega sua serva
Zilpa como mulher a Jacó e ela concebeu a Gade ("fortuna") e Aser
("feliz")! A família é abençoada com o nascimento de muitos meninos,
mas a competição entre as duas irmãs é feroz. Lia torna-se então aflita por ter
cessado de ter filhos e ora para que o Senhor lhe dê mais filhos. O verso 17
diz que Deus ouviu a Lia e ela teve mais dois filhos: Issacar
("alugado") e Zebulom ("habitação"), e depois uma filha,
chamada Diná.
Em
seguida, no verso 22 do capítulo 30, vemos que Deus "lembrou-se de
Raquel":
"E
lembrou-se Deus de Raquel; e Deus a ouviu, e abriu a sua madre. E ela concebeu,
e deu à luz um filho, e disse: Tirou-me Deus a minha vergonha. E chamou-lhe
José, dizendo, O SENHOR me acrescente outro filho."
A Bíblia
não diz especificamente que os atritos entre as irmãs cessaram após o
nascimento das crianças, mas parece que sim. Como diz o velho ditado: "O
tempo cura todas as feridas". Jacó foi abençoado com sua grande família
enquanto estava servindo a Labão, e agora o Senhor estava prestes a abençoá-lo
com bens materiais. Após o nascimento de José, Jacó decidiu que era hora de
voltar para o lugar de onde tinha vindo — para sua parentela. Quando abordou
Labão e falou sobre esse desejo, Labão não ficou muito satisfeito com a
possibilidade de perder seu excelente funcionário e fez uma proposta
surpreendente nos versos 27 e 28 do capítulo 30:
"Então
lhe disse: Se agora tenho achado graça em teus olhos, fica comigo. Tenho
experimentado que o SENHOR me abençoou por amor de ti. E disse mais:
Determina-me o teu salário, que to darei."
Labão não
era um homem temente a Deus, como mostra o fato de praticar
"adivinhação", tentando saber o futuro por meio de vários métodos
ocultistas. No entanto, ele tinha bom senso suficiente para perceber que as
bênçãos de Deus sobre Jacó estavam "transbordando" para ele também.
Tentando manter Jacó satisfeito e conservá-lo a seu serviço, Labão lhe diz:
"Diga quanto quer ganhar". Jacó o surpreendeu pedindo somente os
animais que nascessem salpicados ou malhados. Os animais do rebanho de Labão
eram predominantemente brancos ou pretos, e somente ocasionalmente nasciam
animais salpicados ou malhados. Labão aceitou a proposta, mas fiel ao seu
caráter de trapaceiro, rapidamente removeu todos os animais que não eram
totalmente brancos ou pretos e entregou os animais que eram totalmente brancos
e pretos para Jacó cuidar. No entanto, Jacó estava dependendo do Senhor para
cuidar da situação e, ao longo de um período de tempo, os animais salpicados e
malhados estavam nascendo com maior regularidade! Em pouco tempo, Jacó
enriqueceu e formou seu próprio rebanho bem numeroso. Naturalmente, os filhos
de Labão começaram a acusar Jacó de usar métodos desonestos, mas não podiam
provar nada. Assim, sentindo a animosidade por parte da família de Labão, Jacó
decide partir com sua família no meio de noite e voltar para sua parentela.
Somente
ao chegar em casa Jacó saberá que sua mãe Rebeca faleceu durante o tempo da sua
ausência. Ele era o filho favorito e ela planejou uma forma pouca ética de
garantir a bênção da primogenitura para ele, porém pagou um alto preço,
morrendo sem nunca mais rever seu filho favorito! Ele também fez as pazes com
Esaú e ambos enterraram o pai Isaque, quando este faleceu. Em seguida, no
capítulo 35, vemos que Deus aparece novamente a Jacó e lhe dá outra bênção. A
partir do verso 9, lemos:
"E
apareceu Deus outra vez a Jacó, vindo de Padã-Arã, e abençoou-o. E disse-lhe
Deus: O teu nome é Jacó; não te chamarás mais Jacó, mas Israel será o teu nome.
E chamou-lhe Israel. Disse-lhe mais Deus: Eu sou o Deus Todo-Poderoso;
frutifica e multiplica-te; uma nação, sim, uma multidão de nações sairá de ti,
e reis procederão dos teus lombos. E te darei a ti a terra que tenho dado a
Abraão e a Isaque, e à tua descendência depois de ti darei a terra. E Deus
subiu dele, do lugar onde falara com ele. E Jacó pôs uma coluna no lugar onde
falara com ele, uma coluna de pedra; e derramou sobre ela uma libação, e deitou
sobre ela azeite. E chamou Jacó aquele lugar, onde Deus falara com ele, Betel.
E partiram de Betel; e havia ainda um pequeno espaço de terra para chegar a
Efrata, e deu à luz Raquel, e ela teve trabalho em seu parto. E aconteceu que,
tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não temas, porque também
este filho terás. E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu)
chamou-se Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim. Assim morreu Raquel, e foi
sepultada no caminho de Efrata; que é Belém. E Jacó pôs uma coluna sobre a sua
sepultura; esta é a coluna da sepultura de Raquel até ao dia de hoje."
Acho
muito interessante que a Bíblia não registre a tristeza de Jacó pela morte de
sua esposa "favorita". A Bíblia apenas diz que ele a enterrou, erigiu
um monumento para assinalar o local do túmulo e prosseguiu a viagem! Podíamos
esperar uma grande lamentação e a observação de um período de luto — mas se
isso aconteceu, não foi registrado no texto bíblico. Pode ser tentador supor
que essas coisas aconteceram porque, com o passar do tempo, ela não manteve o
mesmo lugar de afeição no coração de Jacó. No entanto, isso é improvável, pois
no capítulo 33 — quando Jacó estava indo ao encontro de Esaú — vemos na divisão
da família em grupos, que Raquel e seu filho foram favorecidos. Jacó temia que
Esaú ainda estivesse com raiva e o atacasse na primeira oportunidade. Assim,
colocou suas duas concubinas e os filhos delas na frente da caravana, Lia e
seus filhos em seguida, e Raquel e seu filho na retaguarda. Se a caravana fosse
atacada, as concubinas e seus filhos estariam em uma posição mais vulnerável,
Lia e seus filhos em seguida, e Raquel e seu filho teriam as maiores chances de
sobrevivência. Imagine a mensagem que essa formação passou para as outras
esposas e filhos! Acredito que esse favoritismo desmedido contribuiu para que,
anos mais tarde, os filhos mais velhos traíssem José, o filho da esposa
favorita, e o vendessem como escravo aos midianitas. A própria infância de Jacó
foi marcada pelo favoritismo dos pais — Isaque favorecia a Esaú e Raquel
favorecia a Jacó — de modo que ele deveria saber por experiência própria o que
era ser o "segundo melhor" aos olhos do pai.
No
capítulo 35, muitas coisas acontecem em uma rápida sucessão com Jacó e sua
família. Primeiro, Débora, a ama de sua mãe Rebeca, morreu. Provavelmente, essa
mulher ajudou a criar Jacó e devia ser como uma segunda mãe para ele. O local
onde ela foi sepultada foi chamado de Alom-Bacute, que significa "o
carvalho do choro". Logo em seguida, Raquel morreu ao dar à luz, e Rúbem,
o filho mais velho de Jacó, desonrou seu pai, deitando-se com Bila, uma das
concubinas. Nos versos 27-29, lemos que Jacó reencontrou-se com seu pai Isaque,
que veio a falecer logo em seguida. Sim, Jacó estava bem familiarizado com as
lágrimas e com o pranto, mas mais haveria de vir. Lenta e seguramente, Deus
estava trabalhando Sua vontade soberana na vida de Jacó, moldando-o e
transformando-o no homem que Ele queria.
O próximo
evento traumático que ocorreu com Jacó foi a perda de seu filho favorito, José.
Todos nós conhecemos a história de como os irmãos mais velhos tinham ciúmes de
José e se aproveitaram da primeira oportunidade que tiveram para se livrarem
dele, vendendo-o como escravo. Eles disseram que José tinha sido devorado por
um animal selvagem, e Jacó, já velho, teve de confiar na palavra deles. Como
aprendemos na narrativa bíblica, os irmãos quiseram fazer o mal a José — mas
Deus converteu aquele mal em bênção! A ação perversa dos irmãos no longo prazo
foi a salvação de toda a família — bem como de todo o Egito — por meio dos esforços
de José! Durante o curso dessa história, também houve um tempo em que Jacó
ficou privado da companhia de Benjamim — o último de seus filhos favoritos. Um
por um, Deus tirou de Jacó tudo o que ele amava, de forma a fazer dele um homem
melhor. Precisamos "ler as entrelinhas", para ver tudo o que está
acontecendo aqui, mas é bem óbvio que durante seus últimos dias, as
circunstâncias forçaram Jacó a depender mais e mais de Lia, a esposa que, em
minha opinião, era a mais favorecida por Deus. (Considere o fato que Lia foi a
mãe de Judá e de Levi — as tribos que deram origem às linhagens messiânica e
sacerdotal.) Lia amava a Jacó, mas o reconhecimento a esse amor demorou para
vir. Não me considero um homem muito romântico (e provavelmente minha mulher
concorda com isso), mas toca meu coração considerar que Jacó veio a amar Lia e
acredito que temos a evidência clara disso no capítulo 49, onde lemos:
"Todas
estas são as doze tribos de Israel; e isto é o que lhes falou seu pai quando os
abençoou; a cada um deles abençoou segundo a sua bênção. Depois lhes ordenou, e
disse-lhes: Eu me congrego ao meu povo; sepultai-me com meus pais, na cova que
está no campo de Efrom, o heteu, na cova que está no campo de Macpela, na terra
de Canaã, a qual Abraão comprou com aquele campo de Efrom, o heteu, por herança
de sepultura. Ali sepultaram a Abraão e a Sara sua mulher; ali sepultaram a
Isaque e a Rebeca sua mulher; e ali sepultei a Lia." [Gênesis
49:28-31].
A velha e
feiosa Lia, a esposa fiel que por muito tempo não foi amada — colocada no lugar
de honra ao lado do seu marido Jacó e ele mesmo foi responsável pela decisão!
Por que não enterrou Raquel ali? Só ficaremos sabendo na eternidade, mas gosto
de pensar que ao longo do tempo Deus lhe deu uma lição sobre o significado do verdadeiro
amor.
Se você
recebeu Jesus Cristo como seu Salvador pessoal, mas vive uma vida espiritual
morna, precisa pedir perdão e renovar seus compromissos. Ele o perdoará
imediatamente e encherá seu coração com a alegria do Espírito Santo de Deus. Em
seguida, você precisa iniciar uma vida diária de comunhão, com oração e estudo
da Bíblia.
Se você
nunca colocou sua confiança em Jesus Cristo como Salvador, mas entendeu que ele
é real e que o fim dos tempos está próximo, e quer receber o Dom Gratuito da
Vida Eterna, pode fazer isso agora, na privacidade do seu lar. Após confiar em
Jesus Cristo como seu Salvador, você nasce de novo espiritualmente e passa a
ter a certeza da vida eterna nos céus, como se já estivesse lá.
Bispo.
Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante
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