ESTUDO:ECLESIOLOGIA-DOUTRINA DA IGREJA
01- QUAL O SIGNIFICADO DE IGREJA?
A palavra provém do grego ekklesia (assembléia). Entende-se por igreja a totalidade dos salvos em Cristo, dos que estão compromissados com a obra do Senhor, dos separados (santos) pela aceitação de Jesus como Senhor e Salvador. A igreja é aqui na terra o corpo místico de Cristo. Nesta acepção, é chamada igreja invisível, a que tem vida interior, espiritual. Cristo é a cabeça desse corpo. Dá-se o nome de Igreja Local ao grupo de pessoas chamadas de membros - unidas na mesma fé em Cristo Jesus, que se reúnem regularmente em determinado lugar, sob a coordenação e direção de um chefe espiritual. Neste caso, chama-se igreja visível, ou seja, a igreja institucional, organizada, formal, terrena. Individualmente, o membro da igreja não é igreja. O termo “igreja” foi mencionado pelo Salvador em duas ocasiões:
1) “E também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Marcos 16.18). “Tu és Pedro” (“petros”, palavra grega designativa de pequenos blocos rochosos, fragmentos de rocha, pedras pequenas, pedras de arremesso). “Sobre esta pedra (“petra”, rocha grande e firme). Logo, a Igreja seria firmada sobre a Rocha. Jesus é a “petra”, a Rocha sobre a qual Sua Igreja está edificada (Daniel 2.34; Efésios 2.20; Atos 4.11; Romanos 9.33; 1 Coríntios 10.4; 1 Pedro 2.4). Se a Igreja é o corpo de Cristo, Pedro não poderia ser o cabeça da Igreja. A cabeça desse corpo é o Senhor Jesus (Efésios 1.22-23; Colossenses 1.18).
2) “E, se não as ouvir [as testemunhas] dize-o à igreja; e, se também não ouvir a igreja, considera-o como gentio e cobrador de impostos” (Mateus 18.17). Entre Cristo e a Igreja existe plena comunhão (Mateus 18.20; Marcos 16.15-18).
A leitura de 1 Coríntios 12.12-27 será proveitosa para melhor compreensão do assunto. Figuradamente e de forma indevida, dá-se o nome de igreja ao templo onde os irmãos se reúnem em assembléia. A Igreja é, em última análise, o povo de Deus: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9). Outras referências: Atos 20.28; Efésios 3.10; 1 Pedro 2.1-10.
02 - O QUE DIFERENCIA AS IGREJAS PENTECOSTAIS DAS OUTRAS?
Os termos "igreja pentecostal", "crente pentecostal" e "movimento pentecostal" lembram a manifestação sobrenatural do Espírito Santo no dia de Pentecostes, em Jerusalém. Pentecostes é o qüinquagésimo dia depois do segundo dia da Páscoa. Esta solenidade é chamada pelos judeus de "a Festa das Semanas", e foi instituída para obrigar os israelitas a dirigirem-se ao templo, reconhecerem o domínio do Senhor e comemorarem a entrega da Lei a Moisés, no monte Sinai, 50 dias depois da saída do Egito. O Espírito Santo desceu sobre os discípulos de Jesus, por ocasião do Pentecostes. Os discípulos receberam o dom do Espírito Santo e passaram a "falar em línguas estranhas", tal como descrito em Atos 2.1-4. Dá-se o nome de PENTECOSTAL ao crente ou denominação religiosa que crê na contemporaneidade do batismo no Espírito Santo, isto é, que recusa a crença de que aquela manifestação do Espírito de Deus, em Pentecostes, foi único, específico. Dizemos, porém, que aquela experiência sobrenatural vem se repetindo ao longo de dois mil anos, "porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar" (Atos 2.39).
03 - O QUE É DOGMA?
Quer dizer decreto, decisão, declaração. As decisões ou dogmas da Igreja devem basear-se nas Escrituras. Caso contrário, estaremos diante de uma heresia (2 Pedro 2.1).
04 - O QUE É SACRAMENTO?
É um ato, uma cerimônia, uma ação ou prática litúrgica, instituídos por Cristo. Segundo santo Agostinho, sacramento é "símbolo de coisa sagrada" ou "forma visível de uma graça invisível". Diríamos que os sacramentos são atos de obediência a específicos mandamentos divinos. Para a Igreja Católica existem sete sacramentos, fixados a partir do Concílio de Trento, no meado do século XVI:
- Batismo
- Crisma
- Eucaristia
- Confissão
- Unção dos enfermos (antiga extrema-unção)
- Ordenação
- Matrimônio
Nisto há vários séculos de discordância entre católicos e protestantes. A Igreja Católica, em seu Catecismo, de 1994, diz: "A Igreja afirma que para os crentes os sacramentos da nova aliança são necessários à salvação" (Pg. 318). Ora, os sacramentos são obras decorrentes da nossa fé em Jesus Cristo. Quem vai às águas para ser batizado ou quem participa da ceia do Senhor são os salvos, os que crêem. As boas obras são decorrentes da fé. Somos salvos PARA as boas obras; não somos salvos PELAS obras. Vejamos alguns exemplos e considerações:
- Do ladrão na cruz, salvo pelo seu arrependimento e fé, Jesus não exigiu batismo ou eucaristia (ceia do Senhor), mas lhe afirmou categórico: "Hoje estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23.43).
- O eunuco da Etiópia foi batizado após haver sido salvo pela fé em Jesus Cristo (Atos 8.36-38).
- O carcereiro de Filipos foi batizado após receber a salvação pela fé em Jesus Cristo: "A seguir foi ele batizado, e todos os seus" (Atos 16.30-33). Ver outros exemplos em Atos 2.41; 8.12; 8.13;18.8.
- A Palavra diz: "Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus, NÃO DAS OBRAS, para que ninguém se glorie; pois somos feitura sua, criados em Cristo para as obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2.8-10). A Bíblia não afirma que é preciso ser batizado ou receber qualquer sacramento para ser salvo, mas diz: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo" (Atos 16.31).
- Se a afirmação do catolicismo ("os sacramentos salvam") tivesse respaldo bíblico, todos os não católicos, incluídos os protestantes, estariam condenados, porque alguns sacramentos somente estão disponíveis na Igreja Católica. Por exemplo, os evangélicos não recebem crisma e não fazem confissão auricular.
Quando falamos IGREJA estamos falando dos salvos em Cristo Jesus, em todo o mundo. Comecemos pelo seguinte versículo:
“Disse-lhes Jesus de novo [aos discípulos]: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu vos envio. Dizendo isto, soprou sobre eles, e disse: Aquele aos quais perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; aqueles aos quais não perdoardes, ser-lhes-ão retidos” (João 20.22-23).
Norman Geisler e Thomas Howe (Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia), à página 432, assim explica:
“João 20.22-23 – Essa passagem dá suporte à posição católica de que os seus sacerdotes têm poder de perdoar pecados? PROBLEMA: Os católicos romanos declaram que Jesus deu aos seus discípulos o poder de perdoar pecados, e que esse poder passou para os sacerdotes católicos através dos séculos. Esse texto dá suporte a tal posição? SOLUÇÃO: Jesus de fato deu aos seus discípulos o poder para perdoar pecados, e esse poder ainda permanece até hoje. Entretanto, ele não é exclusivo dos sacerdotes católicos. Todo crente em Jesus possui o mesmo poder com base em sua confiança na obra completa realizada por Cristo. Observe o contexto da passagem”.
“Primeiro, muitos vêem isso como uma extensão do poder prometido em Mateus 18.18 de ligar e desligar com as “chaves do reino dos céus”(Mateus 16.19). Esse poder é dado a todos os apóstolos, e não somente a Pedro. À medida que a missão da Igreja se estende “até a consumação do século” (Mateus 28.20), Cristo está “presente” para perdoar pecados com todos aqueles que pregarem o Evangelho, em qualquer tempo ou lugar. Além disso, é nesse versículo que está a passagem paralela de João a respeito da grande comissão. Jesus a introduz com as palavras: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (João 20.21). Mas não são apenas os clérigos (oficiais da igreja) que são comissionados a servir a Cristo; cada crente chamado para ser uma testemunha (cf. Mateus 28.18-20; 2 Coríntios 4.1ss)”.
“Finalmente, esse poder está presente somente pelo Espírito Santo. Jesus disse em João 20.22: “Recebei o Espírito Santo” e novamente em Atos 1.8, “Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Todos os crentes, portanto, têm esse mesmo poder de PRONUNCIAR O PERDÃO DE PECADOS [o realce é nosso}, como testemunhas das boas novas de Cristo por todo o mundo. Nesse versículo não há absolutamente nenhuma menção de que esse poder fosse ficar residente em apenas um grupo sacerdotal ou num determinado grupo de clérigos. É apenas o equivalente da passagem de João que se refere à grande comissão, dada a todos os crentes, para que proclamem a mensagem do perdão de Jesus Cristo a todo o mundo (cf. Lucas 24.47)”.
O Novo Comentário da Bíblia, Edições Nova Vida, 1990, II vol. p. 1097, assim comenta João 20.23:
“Os comentaristas discordam se esta comissão se aplica somente aos discípulos ou a outros, também. Jesus confere-lhes o poder de perdoar ou de reter os pecados. Em virtude da sua íntima comunhão com Cristo, eles têm autoridade de agir em Seu nome; tornaram-se veículo do perdão divino e agentes ou da remissão, ou da retenção, do pecado. Este poder que lhes foi outorgado consiste em proclamar, com autoridade, o perdão mediante a morte vicária de Cristo. A autoridade de Cristo lhes é concedida pelo Espírito que mora neles. Esta autoridade não se limite aos ministros consagrados da Igreja mas abrange toda a Igreja, que deriva sua autoridade do Espírito que vive nela e dos ensinos do Cabeça da Igreja”.
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Cremos que devemos anunciar o perdão que há em Cristo Jesus, perdão esse obtido pelo arrependimento. Vejam: ... “E em seu nome se pregará o arrependimento e a remissão [perdão] dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém” (Lucas 24.47).
Pedro disse: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para que sejam apagados os vossos pecados...”(Atos 3.19). Pela pregação da Palavra, a Igreja deve levar o pecador ao arrependimento, e dizer-lhe que, segundo a mesma Palavra, seus pecados estão perdoados. Os pecados decorrentes de ofensas recíprocas devem ser perdoados por iniciativa dos envolvidos (Mateus 5.23-25; 6.12; 2 Coríntios 2.5,6,7,10). Em suma, quem perdoa é Cristo. Somente Ele conhece os segredos de nossos corações. Somente ele sabe se houve sincero arrependimento:
“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1.9).
08 - QUAL A POSIÇÃO CRISTÃ DIANTE DAS IMAGENS ESCULPIDAS?
Podemos fazê-las? (Êxodo 25:18: "Farás dois querubins de ouro batido nas duas extremidades do propiciatório". 1Reis 7:28-29: "Tinham painéis que estavam entre molduras, sobre os quais havia leões, bois e querubins".São abominações aos olhos do Senhor? (Êxodo 20:4: "Não farás para ti imagens de escultura". Levitico 26:1: "Não farás para vós ídolos, nem para vós levantareis imagem de escultura nem estátua". Deuteronômio 27:15: "Maldito o homem que fizer imagem de escultura, ou de fundição, abominável ao Senhor". Jeremias 8:19: "Por que me provocaram à ira com as suas imagens de escultura, com vaidades estranhas?"
RESPOSTA
É proibido usar imagens como ídolos, para objeto de adoração ou veneração. Daí porque o texto em Êxodo 20.5 diz: Não te encurvarás a elas [ajoelhar-se, inclinar o corpo num gesto de reverência, baixar a cabeça em adoração; beijá-las] nem as servirás [servi-las com hinos, flores, rezas,velas, sacrifícios, promessas, procissão, coroas, festas, ofertas em dinheiro ou outros bens, colocá-las em redomas, em altares; prestar culto).
Os querubins e outras imagens feitas por ordem de Deus não deveriam ser adoradas ou veneradas. Deus não ordenou qualquer veneração ou adoração aos querubins. Estes se encontravam em local de acesso restrito (o lugar Santo dos Santos), onde os fiéis não tinham acesso. O mesmo ocorreu com a serpente de bronze (Números 21.8). O rei Ezequias destruiu a serpente quando notou que o povo lhe estava rendendo homenagens (2 Reis 18.4). Nem por isso Ezequias foi admoestado por Deus, porque somente Ele é digno de honra e glória. Tanto a serpente, como os querubins, foram admitidos por Deus numa situação específica, para um caso específico, segundo a Sua soberana vontade, para ornamentação, não se constituindo uma doutrina. Muitos estão mortos em seus pecados (idolatria) porque estão adorando a criatura, representada por uma imagem, em lugar do Criador...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
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