Subscribe:

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A VONTADE DE DEUS PARA A SUA VIDA...


A Vontade de Deus para a sua vida

Efésios 5:17-21

IntroduçãoNão há nada melhor do que está no centro da vontade de Deus. O apóstolo Paulo afirma que “a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita” (Rm 12:2). Recordo-me do grande missionário Simonton, quando, ainda estudante de teologia no Seminário de Princeton (EUA), foi vocacionado por Deus para trazer o evangelho ao Brasil. Seus amigos o alertaram dos grandes perigos que o esperavam. Diante de tantos argumentos contrários a sua vinda, Simonton disse: “o lugar mais seguro para se estar é no centro da vontade de Deus”. Perigoso é estar onde Deus não deseja que estejamos. Perigoso é fazer aquilo que Deus não nos chamou para fazer. Sendo assim, a maior preocupação do cristão deveria ser a busca incessante pela vontade de Deus.
Quando há uma motivação em buscar a vontade de Deus é preciso entender algumas coisas:

1 – A vontade de Deus nem sempre é a nossa vontade (Is 55:8,9);
2 – Às vezes, a vontade de Deus contraria aquilo que tanto desejamos
3 – A vontade de Deus deve estar acima da nossa vontade (Mt 8:10; Mt 26:39)
Esse assunto permeia o capítulo 5 da carta de Paulo aos Efésios. O verso 17 diz: “Procurai compreender qual a vontade do SENHOR”. Portanto, a preocupação de Paulo, neste momento, é desvendar aos crentes que residiam em Éfeso, qual era a vontade de Deus para a vida deles.

1 – Viver uma vida cheia do Espírito Santo (v. 18)

Paulo faz uma analogia excludente entre embriagar-se e viver uma vida plena do Espírito. Porque Paulo faz essa analogia? Em Éfeso havia um culto dedicado ao deus Baco (deus do vinho). Esse culto era marcado pela embriaguez com a qual os seus adoradores se submetiam. Essa adoração era marcada pela dissimulação e torpeza, uma vez que as pessoas, quando sob efeito do álcool, realizavam práticas inaceitáveis. A palavra traduzida como dissolução (no grego, asotia) significa literalmente alguém que vive um vida libertina, desenfreada. Segue abaixo algumas traduções desse texto:
Versão Almeida Revista e Atualizada - “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”.
Nova Versão Internacional - “Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito”.

Bíblia de Jerusalém - “E não vos embriagueis com vinho, que é uma porta para a devassidão, mas buscai a plenitude do Espírito.”
O paralelo traçado pelo apóstolo Paulo não é por acaso. Existem semelhanças e diferenças entre uma pessoa que é controlada pelo álcool e uma pessoa que é controlada pelo Espírito Santo. Senão Vejamos
Características de um embriagado:
a) Perde o medo. O camarada era um frouxo, covarde. Mas quando embriaga-se vira um lampião, corajoso, destemido e valentão.
b) Perde a vergonha. O camarada é tímido, introspectivo, comedido. Mas quando embriaga-se fica extrovertido, conversador e desinibido.
c) Perde a tristeza. O sujeito fica alegre, com a auto-estima elevada. Entretanto, essa alegria é passageira, dura apenas os minutos em que ele está sob o efeito do álcool.

Os efeitos produzidos pela embriaguez na vida de uma pessoa são os mesmos produzidos na vida de uma pessoa cheia do Espírito Santo. O homem cheio do Espírito Santo não tem medo, pois compreende que o SENHOR está ao seu lado. Do mesmo modo, não tem vergonha de testemunhar de Cristo, pois sente profunda alegria em fazê-lo. As semelhanças param por aqui. A partir dessas considerações, passemos a pontuar os contrastes entre um e outro.
O Rev. Hernandes Dias Lopes, comentando os desdobramentos da embriaguez, acentua: “O resultado da embriaguez é a dissolução (asotia). As pessoas que estão bêbadas entregam-se a ações desenfreadas, dissolutas e descontroladas. Perdem o pudor, perdem a vergonha, conspurcam a vida, envergonham o lar. Trazem desgraças, lágrimas, pobreza, separação e opróbrio sobre a família. Buscam uma fuga para os seus problemas no fundo de uma garrafa, mas o que encontram é apenas um substituto barato, falso, maldito e artificial para a verdadeira alegria. A embriaguez leva à ruína”.
Entretanto, os resultados produzidos pelo Espírito Santo na vida de uma pessoa são diametralmente opostos. Na embriaguez o homem perde o controle de si mesmo; no enchimento do Espírito ele não perde, ele ganha o controle de si, pois o domínio próprio é fruto do Espírito. Outro fator que merece destaque diz respeito ao curto efeito produzido pelo álcool. Enquanto uma pessoa embriagada tem uma alegria momentânea que, após o efeito do álcool, gera, posteriormente, tristeza e depressão, a pessoa que está cheia do Espírito Santo tem uma alegria que permanece para sempre, independente da situação.
Ainda é importante destacar que esse trecho das Escrituras possui uma dinâmica bem diferenciada. O apóstolo Paulo utiliza um imperativo e quatro particípios: enchei-vos + falando + louvando + dando graças + submetendo. A idéia transmitida é a apresentação de uma ordem e, após isso, quatro passos a serem seguidos com o objetivo de cumprir a ordem dada. Portanto, se a ordem expressa é ser cheio do Espírito, então, agora precisamos examinar os passos que devem ser seguidos para tal enchimento.

Como encher-se do Espírito?
Há que se fazer uma distinção entre ter o Espírito Santo e ser cheio do Espírito Santo. A rigor, todos, absolutamente todos os crentes já são detentores do Espírito Santo. O apóstolo Paulo, nesta mesma carta, afirma que todos os cristãos foram “selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança” (Ef. 1:13). Então, Paulo utiliza-se de duas palavras para afirmar, categoricamente, a presença do Espírito Santo em nós. Primeiramente ele diz que é o selo. Posteriormente, ele diz que é o penhor. A palavra penhor, originalmente é arrabon, referia-se a uma caução, dinheiro dado como sinal para assegurar uma compra. Era uma palavra muito utilizada para aludir a uma transação comercial.
Assim sendo, está explícito o fato de que todo possui um selo, um carimbo, uma caução. Esse selo é o Espírito Santo. Mas, é exatamente aqui que Paulo traça um paralelo importante. Há uma grande diferença em ter o Espírito e ser cheio do Espírito. É o que alguns teólogos chamam de batismo do Espírito e plenitude do Espírito. Portanto, o que o apóstolo Paulo está recomendando não é para as pessoas buscarem o Espírito Santo, pois elas já o possuíam. A recomendação paulina é para que elas se encham do Espírito.
Antes de mergulharmos mais profundamente no texto, duas proposições devem ser consideradas:

a) O batismo com o Espírito Santo é um ato exclusivo da soberania de Deus enquanto a plenitude do Espírito é uma conseqüência da vida de santidade que levamos diante do SENHOR. Ninguém pode ser cheio do Espírito vivendo na prática do pecado. Ninguém pode ser cheio do Espírito com atitudes e comportamentos que comprovem exatamente o contrário.
b) O batismo com o Espírito Santo é um ato único, enquanto a plenitude do Espírito deve ser cultivada diariamente na vida de cada crente. Enquanto o batismo é feito por Deus, o enchimento tem a participação humana. Uma vida cheia do Espírito é o resultado de uma vida piedosa e consagrada ao SENHOR.

“Enchei-vos” não é uma proposta alternativa, uma opção, mas um mandamento de Deus. Ser cheio do Espírito é obrigatório, não opcional. Não ser cheio do Espírito Santo é pecado. O verbo encher está no imperativo o que indica ser uma ordem expressa. Certa vez, em uma Igreja Batista do Sul dos EUA, um diácono foi excluído da igreja por embriaguez. Billy Graham perguntou: algum diácono já foi excluído por não ser cheio do Espírito Santo? A recomendação de Deus para a Igreja é que seus líderes sejam, antes de tudo, homens e mulheres cheios do Espírito Santo (Atos 6:3).
Para viver uma vida cheia do Espírito Santo é preciso:

1 – Encher-se da Palavra
A primeira orientação do apóstolo Paulo é “Falando entre vós com salmos...” (v. 19). O livro dos Salmos é uma porção das Escrituras. O conhecimento que temos da Bíblia é igual ao conhecimento que temos acerca de Deus. Uma vez que a Palavra de Deus é a única fonte fidedigna da revelação divina, ela goza do status de verdadeiro conhecimento. Assim sendo, se o cristão deseja conhecer mais acerca do Deus a quem serve, não há outro lugar para adquirir tal conhecimento senão nas Escrituras. É importante notar que as palavras proferidas pelo cristão cheio do Espírito Santo tem como base a Palavra de Deus. Na carta endereçada à Igreja em Colossos, o apóstolo recomenda: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo...” (Cl 3:16).

2 – Viver em Adoração
O apóstolo segue dizendo “entoando e louvando de coração ao SENHOR” (v. 19). Não se trata de uma adoração fria e desprovida de sentido. Pelo contrário, é feita de coração. Às vezes nos queixamos da frieza de nossos cultos na Igreja. Caio Fábio, certa vez, disse: “Se não há culto na vida, não há vida no culto”. Assim, aquilo que acontece no culto dominical é o resultado daquilo que aconteceu durante a semana. Uma vida fria produzirá um louvor frio e, no máximo, morno. Nessa perspectiva, o servo de Deus que deseja ser cheio do Espírito Santo deve adotar a adoração não como um simples momento cúltico, mas como um estilo de vida.

3 – Ter um coração grato
Em seguida, o apóstolo Paulo acrescenta: “dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai...” (v. 20). O crente cheio do Espírito está cheio não de queixas, de murmuração, mas de gratidão. A história do povo de Israel nos mostra claramente que não há nada que aborreça mais a Deus do que a murmuração. O coração do homem é um poço de insatisfação. Nós adoramos a Deus pelo que ele é, mas agradecemos por aquilo que Ele faz. A Palavra de Deus assim nos recomenda: “em tudo, daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (I Ts 5:18).

4 – Ser submisso
O verso 21 completa: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. Uma pessoa cheia do Espírito não pode ser altiva, arrogante e nem mesmo soberba. A submissão é um conceito que poucos estão aptos a seguir. Isso se dá porque a submissão exige que nós abramos mão do nosso orgulho. A submissão requer, acima de tudo, humildade. Charles Swindoll disse que a humildade é a única virtude que nunca alcançaremos na sua plenitude. Aquele que um dia achar que alcançou a humildade acabou de perdê-la.
A submissão irá permear todos os nossos relacionamentos interpessoais. Uma leitura cuidadosa do final do capítulo 5 de Efésios perceberá que a submissão irá balizar os relacionamentos conjugais, os relacionamentos familiares (pais-filhos) e os relacionamentos trabalhistas. Assim sendo, o cristão cheio do Espírito Santo não é alguém que vive a plenitude do Espírito apenas na Igreja, mas seus frutos estão espalhados por onde quer que ele passa. É exatamente fora dos portões da Igreja que temos a maior necessidade de sermos cheios da graça do SENHOR...
BISPO/JUIZ.PHD/THD.DR.EDSON CAVALCANTE

0 comentários :

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.