O VIVER É CRISTO, O MORRER É LUCRO.
Começo este texto voltando no tempo, com a passagem de Romanos, capítulo 14, versículo 8, em que encontramos uma das expressões mais negligenciadas da Bíblia. Não são poucas as pessoas que sabem alguns versículos de cor, mas aqueles aos quais me refiro em Romanos não saem dos lábios de alguns com muita facilidade. O verso de número 8 diz assim: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor”.
Esse texto nos ensina que pertencemos a Deus em todos os momentos, seja morte ou vida. Mesmo quando enfrentamos os dias maus, dias de dores, quando sentimos que as forças estão se acabando, continuamos pertencendo ao Senhor. Mas muitas pessoas não entendem isso. Pensam que a perseguição não faz parte da vida do crente em Jesus e vão para a igreja enganadas, buscando somente por bênçãos, principalmente as materiais. Porém, aquele que conhece os fundamentos da Igreja de Cristo, da Noiva do Cordeiro, sabe que a história é outra. Sofremos, sim, enfrentamos perseguições, lutas, tribulações, mas, mesmo diante de tudo isso, verdadeiramente somos mais que vencedores, em Cristo Jesus. O próprio Jesus, que não tinha cometido um pecado sequer, sofreu mais do que podemos imaginar. O soberano Deus se humilhou, o Criador tomou a forma da criatura. Jesus Cristo se tornou servo, aquele que veio para servir, serviu a todos. Foi à cruz, sofreu Blasfémias, escárnio, rejeição, enfim, desceu ao nível mais baixo tendo a morte de cruz, mas a recompensa foi maior e mais sublime, Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, o nome de Senhor.
Enfrentamos o sofrimento pessoal e também pela fé em Jesus. É verdade que em nosso país temos toda a liberdade para expressar a nossa fé. Podemos sair pelas ruas pregando o Evangelho sem sermos impedidos, presos por isso. Infelizmente, em muitos países, não há esse grau de liberdade. Muitos homens, mulheres e crianças, comprados pelo sangue de Cristo, estão sofrendo perseguições, as mais terríveis. As notícias estão aí, para comprovar o que digo. Ouvimos e lemos acerca de irmãos que estão sendo mortos mundo afora. No norte do Iraque, cristãos estão sendo perseguidos, assolados e mortos. Nos países onde o povo vive debaixo da bandeira do islamismo, não há liberdade. Há cada minuto, irmãos nossos estão sendo torturados e mortos por não negarem a Jesus. Mas nós que vivemos com toda a liberdade (e por causa disso, muitas vezes) encontramos tantas pessoas totalmente descomprimidas com a fé, pessoas que não entendem o que é ser cristão.
Quando lemos: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor”, temos que entender de uma vez por todas que Jesus precisa ser o nosso Senhor, não é Ele que tem que fazer a nossa vontade, mas somos nós que temos que fazer a vontade dele, que é boa, perfeita e agradável.
O apóstolo Paulo diz assim em 2 Coríntios, capítulo 12, verso 10: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”. A percepção de Paulo sobre a verdadeira natureza dos seus sofrimentos capacitava-o para vê-los como razões para se alegrar. Ele sabia que, por meio deles, o poder de Cristo estava trabalhando. Quando sou fraco... forte. Quando dificuldades destroem a autoconfiança normal dos crentes, eles precisam confiar mais em Cristo, que dá a eles força além da medida.
Uma transformação maravilhosa ocorre em quem se converte a Cristo, tornando-se filho e herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo. Mas essa herança em Cristo que recebemos envolve também o compartilhar de seu sofrimento.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.
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