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sexta-feira, 17 de julho de 2020

MESMO ESTANDO PRESTE A MORRER, O APOSTOLO PAULO NÃO TEM A VIDA COMO PRECIOSA E SIM O MINISTÉRIO.


MESMO ESTANDO PRESTE A MORRER, O APOSTOLO PAULO NÃO TEM A VIDA COMO PRECIOSA E SIM O MINISTÉRIO.
Atos 20:17-24
17 De Mileto mandou a Éfeso chamar os anciãos da igreja.
18 E, tendo eles chegado, disse-lhes: Vós bem sabeis de que modo me tenho portado entre vós sempre, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia,
19 servindo ao Senhor com toda a humildade, e com lágrimas e provações que pelas ciladas dos judeus me sobrevieram;
20 como não me esquivei de vos anunciar coisa alguma que útil seja, ensinando-vos publicamente e de casa em casa,
21 testificando, tanto a judeus como a gregos, o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus.
22 Agora, eis que eu, constrangido no meu espírito, vou a Jerusalém, não sabendo o que ali acontecerá,
23 senão o que o Espírito Santo me testifica, de cidade em cidade, dizendo que me esperam prisões e tribulações.
24 mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contando que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.
O que é mais precioso para nós? Existe um conjunto de atitudes que mostram aquilo que é mais precioso para nós, e também quem nós somos, qual nosso objetivo de vida e qual o nosso caráter cristão. São nossas atitudes que de fato revelam o que é mais importante para nós e o que mais valorizamos na vida, e não nosso conhecimento, bens, aparência física, como nos vestimos ou onde moramos. No texto lido aprendemos essa lição com o apóstolo Paulo, pois ele fala claramente de algumas atitudes tomadas por ele, mesmo passando por diversas provações e que mostram o que era mais importante para ele: o MINISTÉRIO recebido do Senhor e o seu cumprimento. Isso era o que havia de mais precioso em sua vida, sem o que a sua vida não teria valor nenhum. Nessa mensagem veremos quais são essas atitudes que provam que o MINISTÉRIO era o que havia de mais precioso para o Apóstolo Paulo, e ao mesmo tempo faremos uma auto-avaliação de como temos nos posicionado diante de um mundo de oportunidades que se nos apresentam dia a dia.Temos dado ao nosso MINISTÉRIO o mesmo valor que Paulo?

EXPLICAÇÃO
O apóstolo Paulo estava sendo levado para Roma onde ia ser julgado e morto. Nesse momento crucial ele manda chamar os presbíteros da igreja de Éfeso para se despedir (vs 17). É um momento muito triste e glorioso que está sendo vivido ali. Triste pois não é uma simples despedida, ele estava indo ao encontro de sofrimentos terríveis (vs 22,23) e glorioso pois este homem de Deus iria testemunhar perante reis e imperadores aquilo que Cristo fizera em sua vida. Ele que outrora fora perseguidor da igreja, agora transformado pela graça divina, estava para pagar com a própria vida o privilégio de ser um seguidor de Cristo. O ápice, ou ponto alto do texto está no vs 24 quando ele declara o valor que o MINISTÉRIO tinha para ele. Em tom de despedida, Paulo fala sobre como havia se portado, isto é, quais haviam sido suas atitudes enquanto estivera no meio deles. Essas atitudes provam que o MINISTÉRIO era o que havia de mais precioso para ele.

EXÓRDIO / INTRODUÇÃO

Essas palavras de despedida servem de lição para nós também (1 Co 11:1).

ARGUMENTAÇÃO / DIVISÕES
Quais são essas atitudes do apóstolo Paulo que mostram o que era mais precioso para ele? Em que se resumia o seu ministério, praticamente falando, junto à igreja? Como ele havia se portado no meio da igreja? No texto destacam-se quatro ATITUDES EXEMPLARES que são verdadeiras lições para nós. Através dessas ações é que Paulo exercera e completara seu MINISTÉRIO.

1 – SERVIÇO – vs 19
A primeira atitude exemplar do apóstolo Paulo naquele contexto foi o serviço. Havia nele uma disposição exemplar para o serviço cristão. Quando falamos em “serviço” precisamos entender bem o seu signifcado. A palavra “servo” significa: escravo, servente, criado, aquele que está sujeito a um senhor. Fomos chamados para servir ao nosso Mestre e Senhor Jesus Cristo. Ao sermos salvos nos tornamos servos do Senhor, e na agenda do serviço do Senhor está o serviço uns aos outros. Quando aprendemos essa grande lição, uma série de barreiras caem por terra, nosso orgulho por exemplo, pois ser servo é uma atitude de vida e não de culto somente, é o caminho da humildade e obediência ao Senhor Deus e amor ao meu próximo. Essa atitude não pode ser confundida com mera religiosidade.Existem algumas verdades fundamentais acerca do serviço cristão.

1.1 Qual a disposição correta para o serviço cristão?
Como temos servido ao Senhor? Altivos ou quebrantados? Alegres ou tristes? Perdoando tudo ou rancorosos? De bom coração ou contrariados? Com os olhos em Cristo ou com os olhos no mundo? Com disposição ou com preguiça? Louvando e glorificando a Deus em todas as situações, ou reclamando de tudo? A atitude correta para o serviço cristão, conforme o testemunho de Paulo, traz em si 3 características: humildade irrestrita, lágrimas e provações. Segundo vs 19 o modo como Paulo servia tinha 3 características: “…humildade, lágrimas e provações.”

1.1.1 A primeira característica para servir conforme o exemplo de Paulo é servir com toda a humildade necessária a um SERVO verdadeiro. O oposto disso é que o orgulho nos impede de sermos bons servos. O verdadeiro SERVO é reconhecido por sua humildade.

1.1.2 Nessa jornada de serviço muitas vezes iremos derramar lágrimas, e devemos estar preparados para isso, se necessário Sl 126:5,6 “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes”. Choramos muitas vezes por não vermos os resultados de nosso esforço e trabalho, outras vezes choramos de quebrantamento em orações fervorosas diante do trono de nosso Pai eterno.

1.1.3 Quando estamos servindo ao Senhor verdadeiramente, podemos até passar por provações, mas encontraremos forças renovadas para enfrentá-las. Vemos isso no testemunho do apóstolo Paulo que passou por tantos sofrimentos e provações sem, contudo, desistir. Não devemos esperar o reconhecimento por nosso trabalho como um prêmio, um pagamento; sabemos que o Senhor que tudo vê nos recompensará.

1.2 Três verdades básicas.
Dentro desse pensamento entendemos que o serviço cristão implica em pelo menos 3 verdades básicas na vida cristã:

1.2.1 Servir ao Senhor é essencialmente obedecê-Lo, e obedecê-Lo é o cumprimento de Sua palavra, Seus mandamentos, fazer Sua vontade. Servir ao Senhor não é ativismo mas obediência, pois podemos estar muito ocupados, inclusive com a obra de Deus, e no entanto permanecermos numa atitude constante de desobediência a Ele, um desserviço, uma deslealdade. Somos alertados em Mateus 7:21-23 “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.”

1.2.2 Jesus é o nosso exemplo máximo de Servo. Ele é chamado de “o Servo sofredor”, Suas atitudes provam isso. Ele estava tão disposto a obedecer a vontade de Deus que orou em Marcos 14:36b “contudo, não seja o que eu quero, e sim o que Tu queres”, e Ele foi obediente até a morte e morte de cruz – Fp 2:8. Hoje em dia muitos cristãos desejam ir para o Céu mas não querem fazer essa oração.

1.2.3 Servir ao Senhor é também servir ao meu próximo. A minha disposição de amar e servir a Cristo se revela na mesma disposição em amar e servir ao meu próximo, isso fica claro nos sermões de Jesus quando ele pregou a parábola do Bom Samaritano em Lucas 10:29-37 respondendo a indagação “quem é o meu próximo?”; e também em Mateus 25:31-46 na mensagem sobre o juízo final. Não posso servir a Deus se não me dispuser a servir meus irmãos. A Bíblia nos ordena a prática do amor uns aos outros através do serviço. Novamente ser servo é basicamente cumprir o que a Bíblia manda quando trata da comunhão cristã: respeito, amor, perdão, humildade, ajuda em todos os sentidos. Foi esse o exemplo de Jesus quando lavou os pés dos discípulos, e Ele mesmo disse: João 13:14 “Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.” Paulo escrevendo aos Gálatas também frisou essa realidade: Gl 5:13b “…sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” Gl 6:2 “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.”

2 – ANUNCIAÇÃO – vs 20a
O que é? ANUNCIAR É PREGAR, PROCLAMAR. E pregar, em síntese, é falar a Palavra de Deus às pessoas. O apóstolo Paulo sempre aproveitava as oportunidades para falar “coisas proveitosas”, isto é, a Palavra de Deus que sempre tem um fim proveitoso na vida da igreja. Precisamos estar cientes que anunciar a Palavra de Deus não é incumbência somente do pastor e presbíteros, mas de toda a igreja, de todos os crentes. Pregamos quando falamos a Palavra de Deus às pessoas.

Auto-avaliação. Nesse sentido podemos nos auto-avaliar: o que temos pregado? O que temos anunciado? Qual tem sido nossa pregação? O que temos falado às pessoas, de dentro e de fora da igreja? Gastamos tempo falando de Cristo e aproveitando as oportunidades? Ou achamos que não temos tempo ou condições para isso?

Aproveitando o tempo. Anunciar a Palavra de Deus é também APROVEITAR BEM O NOSSO TEMPO, e o tempo somos nós que fazemos. Se prestarmos atenção veremos que sempre temos tempo para discutir política, futebol e até comentar as últimas notícias, filmes e novelas, etc. Mas para falar da Palavra de Cristo muitas vezes dizemos que não temos tempo ou que nos faltam condições, que não somos capazes… Na verdade muitas vezes falta-nos disposição e coragem para o anúncio da Palavra de Deus. Nesse caso devemos refletir se o nosso MINISTÉRIO CRISTÃO tem ocupado o seu devido lugar em nossas vidas.

Perigos atuais:
1 – Coceira nos ouvidos – 2 Tm 4:2-4. Em alguns círculos, cristãos até, anunciar a Palavra de Deus é motivo de críticas e expressões do tipo: “lá vem ele de novo”, “isso eu já sei” ou “agora não é hora disso, não estamos na igreja”. Eu acredito que Paulo era daquele tipo de crente que hoje em dia seria chamado por muitos de chato, fanático e bitolado. Paulo não “jogava conversa fora” falando besteiras, ou desperdiçando seu tempo e oportunidades. Ele mesmo diz em Ef 5:16 “remindo o tempo porque os dias são maus” e em 2 Tm 4:2 “prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina”. Precisamos estar preparados para falar a Palavra de Deus às pessoas.

2 – Efésios 5:4. A Bíblia nos alerta: “nem conversação torpe, nem palavras vãs, ou chocarrices, cousas essas inconvenientes, antes, pelo contrário, ações de graça”. O que significa “chocarrice”? Conforme a explicação da Bíblia Viva (Mundo Cristão) trata-se de “linguajar impuro, frequentemente velado por associações mentais ou duplo sentido.” Entram aí as piadas sujas e expressões de duplo sentido tão comuns hoje em dia em nosso ambiente de trabalho, escola, etc. Infelizmente muitos de nós talvez até já presenciaram certas brincadeiras e gracejos imorais até na saída da igreja, após um culto ou reunião, ou até mesmo dentro dela, ou durante passeios, viagens, retiros, etc.

3 – Fofocas e maledicências. A Bíblia também nos alerta em várias passagens acerca da maledicência (ato de dizer mal), ou “fofoca” – 1 Tm 5:14; Tg 4:11; 1 Pe 2:1. Mas como é fácil cair nesse pecado! Se não ficarmos atentos às nossas conversas, até sem perceber podemos já estar falando mal, e cometendo grandes injustiças. Como um saco de penas lançado do alto de uma montanha e que jamais seria possível de se ajuntar novamente aquelas penas, assim é a fofoca e a maledicência, as injúrias e calúnias. Em Tiago 3:1-12 a nossa língua é comparada ao cabresto dos cavalos e ao leme dos navios que lhes dirigem, e à uma fagulha que incendeia uma selva, mostrando que apesar do seu pequeno tamanho a língua tem um poder tão grande, seja para o bem ou para o mal. Jesus disse que a nossa boca fala do que nosso coração está cheio – Lc 6:45.

Priorizar o MINISTÉRIO CRISTÃO é saber o que falar e falar a PALAVRA DE DEUS.

3 – ENSINO – vs 20b
Segundo o dicionário Priberan é: dar, ministrar os preceitos de uma ciência, de uma arte, etc. ; instruir, lecionar; doutrinar; tornar destro; amestrar; esclarecer; admoestar, repreender, corrigir, castigar.
Paulo aproveitava duas situações fundamentais para a prática do ensino:

3.1 – Publicamente – Isto é, em reuniões públicas, no momento do ajuntamento do povo de Deus. Esse é o momento mais adequado para o ensino coletivo, o momento em que a igreja está reunida. Em nosso contexto podemos comparar com nossa Escola Dominical, e aos estudos bíblicos departamentais e semanais. A igreja primitiva sempre se reunia para orar e adorar a Deus, e para estudar a Ecritura – At 2:1; 4:5,31; 11:26; Hb 10:25.

3.2 – De casa em casa – Podemos comparar com os cultos nos lares e o ministério de visitação. Aqui vemos a preocupação que devemos ter com cada família, cada pessoa da igreja. Paulo ia “de casa em casa” isto é de família em família, pessoa a pessoa. Paulo visitava os crentes e através desse ministério ele conhecia o nível de aprendizado de cada família da igreja, e podia levar a cada uma delas a instrução e a porção da Palavra de Deus gerando assim o aprendizado e o crescimento necessário. Seguindo o exemplo bíblico: Lc 10:38-42; 19:5; At 16:14,15; Tg 1:27.

O interesse de cada um em obter o crescimento espiritual. Paulo não se limitava em pregar, ele também se preocupava se as pessoas entendiam bem a sua mensagem, e para isso, lhes ensinava essas verdades, “publicamente e de casa em casa.” As doutrinas precisam ser ensinadas cuidadosamente ao povo de Deus, não basta que sejam pregadas de púlpito, pois muitas verdades não são assimiladas de imediato. É necessário que aquele que não entendeu peça explicação, peça instrução, tire suas dúvidas, e isso não é possível durante a pregação, pois a mesma jamais pode ser interrompida, por isso é que existe a Escola Dominical e os estudos semanais na igreja, é o local e o momento apropriado para explicações em público. Ao ensinar estamos levando a Palavra de Deus (o alimento, o remédio) diretamente às necessidades de cada crente. Obviamente todo pastor sente-se feliz também quando suas ovelhas o procuram para algum esclarecimento no após o culto, no gabinete, etc.
Dois grupos. Através desse raciocínio fica claro que há dois grupos de pessoas na igreja: os que ensinam e para isso precisam se esmerar e serem também instruídos; e aqueles que estão sendo doutrinados, que se converteram e que necessitam de leite para iniciar sua caminhada com Deus. Com o passar do tempo é necessário que eles sejam aptos para ensinar a outros também – At 5:42; 11:26; 1 Tm 3:2; 4:13; Tt 2:7; Hb 5:12-14; 1 Pe 2:2. Também é normal que haja dúvidas que já foram esclarecidas e outras que surgirão com o passar do tempo. O que importa é que cada crente se preocupe em saná-las, esclarece-las, ciente de que isso é necessário para que haja crescimento.

4 – TESTIFICAÇÃO – vs 21-23
Testificar significa: assegurar; declarar; certificar; comprovar, testemunhar. No versículo citado o apóstolo Paulo declara que a sua vida era um testemunho comprobatório de duas grandes realidades na sua vida e também o é na vida de todo cristão verdadeiro: seu arrependimento para com Deus e sua fé em Jesus Cristo. Estes são dois pré-requisitos no testemunho de vida de cada cristão que deseja servir a Deus de fato e de verdade. Se tivermos essas qualidades nosso testemunho será forte e poderoso, do contrário se tornará em escândalo e vergonha.

4.1 – Arrependimento – em português significa: contrição, pesar, remorso. Em grego a palavra que aparece é metanoia que significa: transformação de mente, mudanda de disposição mental. Por isso que arrepender-se na Bíblia significa mudança de atitude, o arrependimento bíblico sempre vem acompanhado de conversão – Mt 3:2,8; 4:17; Mc 1:15; 6:12; At 2:38; 3:19; 26:20. Paulo no passado havia sido um perseguidor da igreja, e agora ele tinha consciência que para servir a Deus ele necessitava viver em uma nova atitude gerada através de seu arrependimento.Se não houver sincero arrependimento das obras mortas do pecado não haverá santidade, não haverá um bom testemunho. Infelizmente hoje em dia muitos dão um mal testemunho não vivendo o Evangelho. São pessoas que vivem uma religiosidade superficial mas não se deixam transformar pelo poder de Deus. Ao mesmo tempo todo aquele que abraça a fé verdadeiramente é transformado pela Escritura e mostra o arrependimento cristão e seus efeitos em seu testemunho de vida.

4.2 – Fé em Jesus Cristo. Paulo estava sendo perseguido, ele mesmo diz nos versículos 22 e 23: “E, agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações.”Isso não é nada agradável de se esperar. Qual o motivo de tanto ódio contra ele? Ele era um pecador convertido pelo Senhor e que agora se propunha a pregar o Evangelho de Cristo Jesus. Essa perspectiva de vida de Paulo não tem nada a ver com o triunfalismo que vemos em diversas igrejas da atualidade. Nem de longe se parece com o que muitos pregadores falam em seus púlpitos. E apesar de tudo isso Paulo vivia em uma atitude de fé, o seu testemunho era um testemunho de fé em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.Não devemos reclamar ou nos deixar abater diante dos problemas e situações difíceis que venhamos a enfrentar. Devemos encarar cada situação como uma oportunidade vinda de Deus, permitida por sua soberania, para que através delas sejamos depurados e aperfeiçoados para Ele e para a sua glória e serviço. Não sejamos meninos na fé, mas homens (e mulheres) amadurecidos – 1 Co 14:20; Ef 4:14.E essa era a ênfase da vida de Paulo, mostrando que era necessário tanto a judeus quanto a gregos o arrependimento e a fé em Jesus Cristo. “Ambos os grupos deveriam vir a Deus da mesma maneira – em arrependimento pelo pecado (At 26:20; Lc 24:47) e fé em Jesus Cristo.” (A Bíblia de Genebra).O testemunho de Paulo embasava e reforçava sua mensagem e pregação. Não basta servir, pregar e ensinar, é necessário viver o Evangelho, do contrário nosso serviço será apenas ação social e nossa pregação e ensino serão palavras vazias e não terão autoridade alguma, gerando todo o desconforto que é causado pelo mau testemunho.

Bons testemunhos
Noé – Gênesis 6:9;
Jó – Jó 1:1,8;
José – Gênesis 39:7-9 .

Maus testemunhos
Ofni e Finéias – 1 Samuel 2:22-25;
Sansão – Juízes 14:1-3; 16:1;
Os irmãos de José – Gênesis 37:12-20.

CONCLUSÃO
Essas atitudes do apóstolo Paulo resumem a sua carreira e ministério de modo prático, ou seja, como ele havia vivido e agido. Sigamos seu exemplo… Todos nós, servos de Deus, precisamos entender que temos uma carreira e um MINISTÉRIO a cumprir para com o nosso Deus. Muitas vezes super-valorizamos a carreira profissional e a realização pessoal, mas aprendemos que os servos de Deus sabem que mais vale o cumprimento de seu MINISTÉRIO no corpo de Cristo do que qualquer outra coisa em toda a sua vida e existência. Na escala de valôres do Apóstolo, o MINISTÉRIO ocupava o primeiro lugar.
Atos 20:24 “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus”.
É necessário ressaltar que todos os crentes receberam igualmente um MINISTÉRIO do Senhor. Nem todos são pastôres, evangelistas ou missionários, mas todos que são salvos têm um MINISTÉRIO a ser cumprido durante a sua caminhada na face da Terra, no tempo da sua passagem por esse mundo. E esse MINISTÉRIO, independente da forma que seja desenvolvido, atuará diretamente nas áreas citadas na mensagem: serviço, anunciação, ensino e testemunho.Que possa ser essa nossa perspectiva de vida, para a glória de Deus.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

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