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quarta-feira, 17 de julho de 2019

O CRISTÃO E A PSICOLOGIA


                                                    O CRISTÃO E A PSICOLOGIA
Na história da igreja evangélica, nada tem induzido os crentes ao abandono da fé na suficiência da Palavra de Deus mais do que a pseudociência do aconselhamento psicológico.
Considerem o seguinte: a igreja evangélica é um serviço mais que tudo de referência no aconselhamento por psicólogos e psiquiatras. Muitas grandes igrejas possuem psicólogos licenciados em seu quadro de funcionários. As agências missionárias estão exigindo que os seus candidatos a missionários sejam avaliados e aprovados por psicólogos profissionais licenciados, antes de serem admitidos ao serviço. Psicólogos e conselheiros cristãos tornam-se sempre mais conhecidos e respeitados pelos evangélicos do que os pregadores e professores. 
A maioria dos evangélicos está convencida de que a psicoterapia é científica e necessária para suprir o que falta na Bíblia, no que se refere às necessidades mentais, emocionais e comportamentais. Quando emprego o termo “psicoterapia”, estou me referindo ao aconselhamento psicológico, à psicologia clínica e à psiquiatria (não biológica). Posso também usar o termo “psicologia”. Reconheço que existem algumas áreas da psicologia que são claramente distintas da psicoterapia e devem ter mérito e valor científico, quero dizer, os campos que estudam a percepção, a inter-relação homem-máquina, a ergonomia, qualquer psicologia educacional, e assim por diante. Contudo, estas representam uma pequena porcentagem na indústria da psicologia, a qual afirma ter “insights” científicos  dentro da mente humana.
Então, qual o problema com a psicoterapia? De acordo com numerosos estudos científicos, ela raramente funciona (e quando o faz é apenas superficialmente) sendo conhecida como prejudicial. A partir de uma perspectiva bíblica, ela é um engodo anticristão. Estas duas conclusões vão se tornar completamente óbvias à medida em que prosseguirmos.
Em razão da significativa influência que tem tido na igreja, o caminho psicológico comparado ao caminho bíblico deveria ser assunto de interesse crítico para todos os que crêem ser a Palavra de Deus sua autoridade e que ela é totalmente suficiente para nos dar “tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude” (2 Pedro 1:3).
Como comparar estes dois caminhos?
Eles não poderiam ser mais opostos. As teorias básicas do aconselhamento psicológico são contraditórias ao que a Bíblia ensina sobre a natureza humana e a solução divina para os seus problemas mentais, emocionais e comportamentais. Os conceitos psicoterapêuticos  com relação à humanidade são intrinsecamente bons. A Bíblia diz que, exceto Jesus Cristo, não existe homem bom e que este foi nascido com uma natureza pecaminosa, “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23).
O aconselhamento psicológico promove sempre a crença de que os problemas que afetam adversamente o bem estar mental e emocional da pessoa são determinados por circunstâncias fora da pessoa, tais como abuso de pais e o meio ambiente. A Bíblia diz que um coração humano maligno e suas escolhas pecaminosas é que são causadores dos problemas emocionais e comportamentais: “Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem” (Marcos 7:21-23).
A psicoterapia tenta melhorar o ego através de conceitos, como amor próprio, auto-estima, auto-dignidade, auto-imagem, auto-atualização, etc.  A Bíblia ensina que o ego é o maior problema da humanidade e não a solução dos males que a afligem. Ela profeticamente identifica a principal solução mostrada no aconselhamento psicológico, o amor próprio, como o catalizador a uma vida de depravação: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos…” (2 Timóteo 3:1).
Ela nos ensina ainda que a reconciliação com Deus através de Jesus Cristo é o único meio do homem resolver os seus problemas mentais, emocionais e comportamentais relacionados ao pecado: “A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis” (Colossenses 1:21-22).
A psicologia tem sabotado de muitos [cristãos] a fé no que se refere à suficiência da Bíblia. Visto como os psicólogos afirmam possuir “insights” dentro da natureza humana e também métodos para mudá-la, métodos esses que não se encontram na Bíblia, isso quer dizer que a Bíblia não é suficiente para aconselhar nem conduzir os crentes em suas necessidades mentais, emocionais e comportamentais.
A psicoterapia vendeu à igreja essa mentira de que a psicologia pode ser integrada à Bíblia. Isso deveria ser escandaloso para todo crente inteligente. Visto como a psicologia e a Bíblia estão fundamentalmente em oposição uma à outra, deveria ser óbvia a impossibilidade de uma real integração em seus ensinos. Além do mais, se a Bíblia [o Livro escrito por Deus] é insuficiente para englobar tudo o que diz respeito à vida e piedade, nesse caso os seres por Ele criados devem buscar em algum lugar o bem estar mental, emocional e comportamental. E como devem buscá-lo em algum lugar, então a afirmação que a Bíblia faz de ser autoridade, de ser infalível e suficiente, também é falsa!
Por que essa psicologização do Cristianismo? Ora, porque à igreja foram vendidas três idéias errôneas:
1. – A psicoterapia é um esforço científico
2. – O aconselhamento é somente para os profissionais.
3. – A psicologia cristã reconcilia a ciência com a fé.
Vamos dar uma olhada em cada uma destas:

O Dr. Carl Popper, considerado um dos maiores filósofos da ciência, depois de um completo estudo da psicoterapia, declarou: “Embora posando de ciência (a psicoterapia) tem de fato muito mais em comum com os mitos primitivos do que com a ciência (e) se assemelha mais com a astrologia do que a astronomia”.
Segundo, o aconselhamento não é somente para profissionais. Graças a Freud, e a outros com antecedentes médicos, a psicoterapia possui termos e conceitos que dão a falsa impressão de que têm a ver com a ciência médica. Uma compreensão do termo “doença” é a chave para se entender essa ilusão.
Será que o processo mental de alguém, ou seja, o seu pensamento e comportamento podem ficar literalmente enfermos? Nossos cérebros, que são físicos, certamente podem, mas as nossas mentes, que não são físicas, não podem adoecer.  Nesse caso, o termo “mentalmente enfermo” está errado – é um mito. Além disso, com algumas exceções na área da psiquiatria, os psicoterapeutas não se referem aos problemas orgânicos nem físicos dos seus pacientes.
Em linguagem clara, o que o paciente e o psiquiatra realmente fazem? Eles falam e escutam um ao outro. Sobre o que falam? Falando claramente, o paciente fala de si mesmo e o terapeuta fala do paciente… cada um tentando conduzir o outro a ver ou fazer coisas, de um certo modo”.
Entendo que a maioria dos evangélicos, quer esteja no púlpito ou nos bancos, pode, certamente, lidar com a média do aconselhamento – que se resume simplesmente em falar e escutar. [NT. – Em Tiago 5:16, lemos: “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis…”].Contudo, poucos dentre nós são profissionais treinados. Não somos treinados adequadamente no sentido de falar e escutar, nem temos estudado teorias sobre o comportamento humano, as quais não passam de opiniões de homens ímpios.  Isso sem falar que existem mais de 500 sistemas de terapia e milhares de métodos técnicos (muitas vezes contraditórios e algumas vezes, altamente bizarros).
Então, não sendo profissionais, deixamos de possuir todo esse assim chamado conhecimento. Nesse caso, será que os profissionais não são mais efetivos do que os não profissionais no auxílio a pessoas com problemas psicológicos? Não!!!
Não há evidência alguma de que o costumeiro programa tradicional gradual tenha valor positivo no sentido de produzir terapeutas que possam oferecer melhor ajuda, comparados aos não profissionais”.
Acima de tudo, os resultados descobertos em estudos comparativos têm favorecido os não profissionais… Não houve diferenças significativas entre os auxiliadores, em 28 investigações; contudo, em 12 estudos feitos, os não profissionais foram significativamente mais efetivos. A chocante conclusão  dessas investigações comparativas é que os profissionais não possuem habilidades terapêuticas visivelmente superiores, quando comparados aos não profissionais. Além do mais, a educação em saúde mental, o treinamento e a experiência não são exigências necessárias a uma pessoa que presta ajuda mental.
A maior parte dos problemas enfrentados pelas pessoas seriam mais facilmente resolvidos com uma conversa com amigos, esposos, parentes ou alguém mais, que pareçam estar agindo bem, o que acreditamos estar fazendo parcamente… Se eu, pessoalmente, tivesse um problema de relacionamento e não pudesse resolvê-lo com o meu parceiro não sairia para ver essa retração. Olharia ao meu redor em busca do tipo de relação que admiro… É para isso que eu iria. Gosto que alguém me testemunhe pela sua vida que pode fazer isso.” [NT. – Trocando em miúdos: um bom testemunho cristão em vencer os obstáculos – pela fé em Cristo e no Seu poder – é o melhor testemunho que se pode oferecer a um irmão com problema].
Ora, esse é apenas o conselho de um homem que entende de psicoterapia. Contudo, nestes “tempos trabalhosos” para a igreja, muitos (e os números continuam crescendo) têm abandonado não apenas o “senso comum”, mas, o que é pior, eles têm descartado o seu mandato bíblico, que é ministrar um ao outro, através da Palavra de Deus e no poder do Espírito Santo. Foram intimidados pelos mitos e abandonaram a verdade.
Finalmente, a psicologia cristã não pode reconciliar a ciência com a fé. Por que não? Porque a psicologia não é uma ciência e nem pode ser cristianizada. Sem dúvida, existem cristãos licenciados e psicoterapeutas profissionais, porém não em ramo ou afluente algum identificado como cristão.
“Somos freqüentemente indagados e somos ‘psicólogos cristãos’… Somos cristãos psicólogos, mas no momento não existe qualquer psicologia cristã aceitável, que seja significativamente diferente da psicologia não cristã. É difícil concluir que estejamos funcionando de um modo fundamentalmente distinto dos colegas não cristãos… Bem como não existe uma teoria  aceitável, um modo de pesquisa ou uma metodologia de tratamento distintamente cristão”.
Então, como agem os psicoterapeutas licenciados? Eles se aproveitam seletivamente dos conceitos aprendidos, durante a sua educação e treinamento seculares, e tentam integrá-los ao seu sistema de crença cristã.  Contudo, esses conceitos são todos antiéticos à maneira bíblica de ministrar os problemas de um crente, relacionados ao domínio do pecado e a viver uma vida frutífera e produtiva que agrade ao Senhor.
É de admirar que um cristão se volte para essas teorias da sabedoria de humana, as quais foram concebidas por homens tão obviamente anticristãos. Freud considerava a religião como uma ilusão e ficou conhecido pelo seu ódio ao Cristianismo, o qual ele acreditava ter ensinos anti-semitas. 
Não segundo as Escrituras!
O Livro de Neemias nos dá uma descrição do que está acontecendo na igreja. Neemias (cujo nome significa Iavé é o nosso confortador) tipifica o Espírito Santo. Deus o envia para reconstruir e fortificar Jerusalém. Sob a desculpa de ajudar Neemias, os inimigos de Israel tentam subverter a restauração. Inacreditavelmente, o sacerdote dá ao adversário Tobias um aposento dentro do Templo. É exatamente o que está acontecendo, hoje em dia, na igreja, com a assim chamada psicologia cristã.
É muito séria essa psicologização da igreja? Embora ela esteja sendo devastadora, agora mesmo, a Escritura nos diz que ela excederá em muito o que se possa imaginar: “SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te” (2 Timóteo 3:1-5).
“Nos últimos dias” a condição do homem vai ser “trabalhosa”. Essa admoestação principia com uma característica que é a pedra fundamental da psicologia humanista, a qual Paulo diz, nos versos 2-5,  ser a raiz de todos os males – o amor próprio.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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