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segunda-feira, 29 de julho de 2019

ISRAEL NO DESERTO


                                                              ISRAEL NO DESERTO
Uma jornada de semanas levou uma geração. 
Quando os escravos israelitas foram libertados do Egito, saíram com um destino já definido por Deus 400 anos antes. A terra onde Abraão morou seria a herança dos seus descendentes. Como podemos ver em um mapa da região, o caminho mais direto do Egito para Canaã levaria poucos dias, entrando em Canaã pelo lado Sudoeste, a região dominada, na época, pelos filisteus. Mesmo com milhões de pessoas de todas as faixas etárias e com rebanhos grandes, não seria uma viagem de mais de algumas semanas.
Mas Deus não permitiu que fossem por esse caminho mais direto, sabendo que não estavam preparados para entrar em batalhas contra outros povos: “Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito”(Êxodo 13:17).
Deus sabia que o povo precisava se fortalecer espiritualmente para confiar nele diante dos desafios que enfrentariam, então ele conduziu os israelitas ao monte Sinai, onde teriam um ano de preparo antes de prosseguir para a terra prometida. Nesse tempo, eles receberam a lei do Senhor, prepararam o tabernáculo como um tipo de templo móvel e aprenderam sobre o papel dos sacerdotes e sobre sacrifícios e outros ritos religiosos. Deus estabeleceu ordem entre esse povo, até definindo a posição de acampamento de cada tribo e a sequência de saída em caso de batalha.
Depois de sair do monte Sinai, o povo poderia ter começado a invasão da terra de Canaã em poucos dias. Mas tiveram atrasos no caminho por causa das suas atitudes rebeldes e ingratas. Quando chegaram mais próximos ao destino, Moisés mandou doze homens para espiar a terra e voltar com relatórios da riqueza natural do lugar e informações que ajudariam na campanha militar contra os povos da região condenados por Deus. Os espiões foram, mas a maioria não foi fiel na sua missão. Apesar de todas as demonstrações do poder e da grandeza de Deus, fatos que ainda assustariam os povos pagãos 40 anos depois (Josué 2:8-11), os israelitas achavam os gigantes humanos maiores do que o próprio Senhor. O problema não foi reconhecer sua própria pequenez (se achavam como gafanhotos diante dos homens enormes que habitavam em Canaã – Número 13:33). O problema dos espiões e das pessoas que os seguiram foi a falta de confiança em Deus (Números 14:5-9). Não acreditavam que Deus fosse maior do que os gigantes. É o mesmo erro que cometemos quando achamos os nossos problemas, provações e tentações insuperáveis, pois achamos esses desafios maiores do que o próprio Senhor! Podemos nos ver como gafanhotos insignificantes, mas não vejamos Deus como alguém pequeno, fraco ou limitado!
Deus ameaçou exterminar o povo rebelde, mas Moisés fez apelo a favor das pessoas que, pouco tempo antes, queriam apedrejá-lo! Deus ouviu a oração de Moisés e perdoou o povo (Números 14:13-20). Perdão, porém, não significa livramento de todas as consequências. Deus ainda sentenciou o povo a completar quarenta anos no deserto, dizendo que os homens daquela geração não receberiam a herança da terra prometida (Números 14:21-23). Ficariam quarenta anos no deserto, e seus filhos seriam os herdeiros da promessa (Números 14:34; 32:13).
Durante esses quarenta anos, Deus preparou a nação para a próxima etapa no seu plano, a conquista da terra prometida. Esse preparo incluiu, principalmente, duas coisas: (1) Deus continuou mostrando suas obras para aumentar a fé do povo e ajudá-lo a confiar nele. Ele disse: “e viram as minhas obras por quarenta anos” (Hebreus 3:9). (2) Moisés foi muito dedicado ao trabalho de ensinar o povo, focando a preparação da nova geração que habitaria em Canaã. Observamos, especialmente nos últimos capítulos de Números e no livro de Deuteronômio, sua ênfase em ensinar o que seria importante depois de tomarem posse da terra. É especialmente notável que o capítulo logo depois da sentença de ficarem quarenta anos no deserto começa com estas palavras: “Disse o SENHOR a Moisés: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra das vossas habitações, que eu vos hei de dar...” (Números 15:1-2). 
Por quarenta anos, uma geração foi castigada enquanto a próxima se preparou para receber a herança prometida por Deus.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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