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segunda-feira, 8 de julho de 2019

O DINHEIRO NÃO É TUDO


                                                      
                                                        O DINHEIRO NÃO É TUDO
Lucas 12.15
Se você pudesse escolher seu salá­rio, quanto gostaria de ganhar? Por quê? As finanças exercem papel de carras­co em sua vida? Na Bíblia, há 38 parábolas contadas por Jesus. Dentre elas, 16 tratam a respeito de como lidar com dinheiro, ri­quezas, ou posses. Estima-se que há mais de 2.350 versículos na Bíblia sobre dinheiro e posses. Compare: há 500 versículos sobre oração, menos de 500 sobre fé. Vemos, as­sim, que a Bíblia apresenta muitos ensinos sobre “dinheiro”. O que isso sugere para você? Pelo menos que o tema é importante e merece sua atenção.

1. Ensino bíblico sobre o dinheiro

O ensino bíblico sobre dinheiro apresenta aspectos que parecem contraditórios, mas que são, na verdade, complementares.
1. 1 A face sombria do dinheiro
Essa face diz respeito “à maneira pela qual o dinheiro pode cons­tituir uma ameaça a nosso relacionamento com Deus quanto à crítica radical da riqueza que tantas vezes encontramos nas palavras de Jesus” (DSP, p.36-37).
Vejamos algumas advertências bíblicas sobre a face sombria do di­nheiro:
a. “mas ai de vós, os ricos!” (Lc 6.24);
b. “não podeis servir a Deus e às riquezas” (Lc 16.13);
c. “não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra” (Mt 6.19);
d. “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mt 19.24);
e. “tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza” (Lc 12.15);
f. “vendei os vossos bens e dai esmola” (Lc 12.33);
g. “dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda” (Lc 6.30).
A Bíblia tem muito a nos dizer sobre os perigos do dinheiro. Segundo Richard Foster, existem razões que nos levam a ter medo quando o assunto é dinheiro. Podemos temer ficar sem dinheiro porque nossos pais não tiveram o suficiente. Podemos temer o fracasso. Podemos temer o sucesso. Nossos pais podem ter sentido ansiedades a respeito do dinheiro as quais tornamos nossas também.
Sem diminuir a importância desses questionamentos, basta-nos saber que, à medida que seguimos os conselhos de Deus, expressos em Sua Palavra, nossos temores se vão.
1.2 A face luminosa do dinheiro
Graças a Deus, a Bíblia não trata apenas da face sombria do dinheiro, ela também destaca sua face luminosa, “a forma como o dinheiro pode ser usado para intensificar nosso relacionamen­to com Deus e beneficiar a humanidade” (DSP, p.38).
Vejamos algumas situações em que fica evidente a face luminosa do dinheiro:
a. quando Zaqueu se converteu e decidiu abrir mão de seu deus MamomJesus disse: “Hoje, houve salvação nesta casa” (Lc 19.9);
b. Jesus foi ungido duas vezes, de forma excêntrica, e elogiou os dois atos (Mt 26.6-12; Lc 7.36-50);
c. o bom samaritano usou dinheiro com generosidade e serviu como exemplo para o reino de Deus (Lc 10.30-37);
d. Jesus permitiu que mulheres de posses sustentassem Seu ministério; comeu com ricos; participou da suntuosa boda em Caná (Lc 8.1-3; 11.37; 14.1; Jo 2.1);
e. o apóstolo Paulo disse ter aprendido a viver contente na escassez e na abundância (Fp 4.10-12).
1.3 As distorçőes do ensino bíblico sobre o dinheiro
Os dois aspectos a seguir mostram distorções sobre o uso do dinheiro (cf. DSP, p.39-40).
a. O dinheiro é visto como sinal da bênção de Deus na vida de alguém, e consequentemente, a falta dele é sinal de que Deus não está satisfeito com a pessoa.
A ideia de que o crente deve ser rico tem levado muitas igrejas a oferecer receitas instantâneas para conseguir riquezas. A deturpação quanto à generosidade de Deus despreza o princípio bíblico de que “uma vida financeira equilibrada busca a satisfação no necessário de Deus!” (Pv 30.8-9).
b. O dinheiro é visto como neutro e despersonalizado.
Essa interpretação trata o dinheiro apenas como meio de troca. O dinheiro é para ser usado, administrado e colocado a serviço de Deus. O dinheiro não é apenas um meio neutro de troca, mas uma potestade que tem vida própria. Sobre esse assunto, a lição 3 trará mais detalhes.
Considerando o que vimos até aqui, como você avalia o uso do seu dinheiro? Você entende quão perigoso é usar mal o dinheiro que Deus lhe confia?

2. O perigo da idolatria ao dinheiro

O ensino bíblico a respeito de dinheiro somente faz sentido quando enxergamos o dinheiro no contexto dos “principados e potestades”. O Novo Testamento usa termos como “visíveis”, “invisíveis”, “potestades”, “tronos”, “soberanias”, “autoridades”, para descrever certos aspectos do âmbito do invisível (Cl 1.16).
Devido ao pecado, essas potestades perderam o relacionamento adequado projetado na cria­ção pelo Senhor. Elas caíram e estão em estado de revolta contra o Criador. E é por isso que trazem consigo grande confusão.
Foster afirma que “o dinheiro é uma dessas potestades”. Quando Jesus usa o termo aramaico mamon para referir-se às “riquezas”, está conferindo a elas natureza pessoal e espiritual, personi­ficando Mamom como um deus rival (Mt 6.24). Ao dizer isso, Jesus deixa claro que o dinheiro não é um meio impessoal de troca. Ele não é algo moralmente neutro, um recurso a ser usado de maneiras boas ou más, dependendo unicamente de nossa atitude para com ele. Mamom é um poder que busca dominar-nos (DSP, p.41).
O dinheiro é um agente ativo; é uma lei por si mesmo; e é capaz de inspirar devoção. Tal capacidade faz sobressair o seu lado sombrio. É a realidade espiritual por trás dele que desejamos negar tão vigorosamente! Mamom pede nossa devoção de uma forma que extrai de nosso ser toda reserva de bondade. É por isso que grande parte dos ensinamentos de Jesus referentes à riqueza tem natureza evangelística (DSP, p.42).
Leia Mateus 19.21. Se salvação não é pelas obras, por que Jesus faz essa exigência ao jovem rico? A resposta é: Jesus sabia que a riqueza daquele jovem era um deus rival, que buscava a dedicação completa do rapaz. Para Cristo, o dinheiro é um ídolo a quem precisamos dar as costas a fim de que não nos convertamos a ele.
a. Faça uma autoavaliação:

– Você está buscando qual carreira profissional? Por quê?
– Você quer trocar seu celular, carro, roupa? Por quê?
– Você acha que uma pessoa é poderosa quando? Não é quando você vê a marca das roupas que usa, o modelo do carro que possui, o endereço da residência, os bens adquiridos? Por que classi­ficamos as pessoas dessa maneira?

b. Leia 1Coríntios 10.31 e 2Coríntios 3.18. Qual é o propósito de nossa vida? O modo como lidamos com os bens materiais vai colocar em evidência em quem depositamos nossa confiança – em Deus ou em Mamom.
c. Leia 1Timóteo 6.10: “o amor do dinheiro é a raiz de todos os males”. 

Quem idolatra o dinheiro é capaz de qualquer coisa para consegui-lo e não perdê-lo.
Quanto o desejo pela riqueza controla você?

3. A vitória sobre a face sombria do dinheiro

Ao aplicar a questão da face sombria do dinheiro, Richard Foster responde, com sete suges­tões, como pode o deus Mamom ser subjugado (DSP, p.46-49).
3.1 Sentimentos

Entremos em contato com nossos sentimentos acerca do dinheiro. É comum ter medo de possuir muito pouco ou demais. Deixe que o Espírito Santo o ajude a lidar com isso por meio das Escrituras. Busque conselhos bíblicos.

3.2 Prosperidade

Deixemos de negar nossa prosperidade por um ato consciente de vontade. Não se compare a outros indivíduos, mas confronte-se à luz de toda a humanidade. Afaste-se de confusões e admi­nistre sua prosperidade para glória de Deus, tenha ela o tamanho que tiver.

3.3 Confissăo

Criemos uma atmosfera na qual a confissão se torne possível. Saia do isolamento e aprenda a dividir a luta e as dúvidas com outras pessoas. Lembre-se de não apenas falar, mas também de ouvir.

3.4 Confiança

Descubramos outra pessoa que esteja ao nosso lado na luta em nossa relação com o dinhei­ro. O isolamento pode provocar distorções sobre o uso do dinheiro, por isso, busque pessoas em quem possa confiar.

3.5 Altruísmo

Descubramos maneiras de nos manter em contato com as pessoas menos favorecidas. Olhe para as necessidades de outros com os olhos deles e não com os seus. Isso o manterá sensível a eles e lhe dará criatividade para ajudá-los.

3.6 Renúncia

Experimentemos o significado da renúncia mais profunda. A principal lição bíblica sobre renúncia é que nada nos pertence apesar de estar tudo à nossa disposição, portanto, viva reconhe­cendo Deus como dono de tudo que você tem (1Cr 29.10-13).

3.7 Doaçăo

Estejamos prontos a doar com coração alegre e generoso. O ato de nos desprender do di­nheiro faz algo dentro de nós – liberta-nos do poder da cobiça.

Você já havia considerado pontos tão importantes como os mencionados nesse tópico? Quais das sugestões apresentadas você já praticava e quais nunca praticou? Pense em como vai mudar nas áreas das quais antes não estava cuidando.

Conclusăo

Jesus ensinou no sermão do monte: “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.21). Se você é solteiro e ainda depende de seus pais; é solteiro e começou a ganhar seu próprio dinheiro, mas ainda não conseguiu administrá-lo bem; se você ainda não escolheu uma profissão; se está definindo sua vocação; seja qual for seu caso, use esta lição para definir qual é a influência que o dinheiro terá em sua vida. Quem será seu deus? Glorifique a Deus por meio da sua prosperidade. Lembre-se das palavras de Jesus ao jovem rico: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me” (Mt 19.21).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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