FUJA DA IMORALIDADE SEXUAL
Por muito tempo era tabu falar sobre a sexualidade na igreja evangélica. Muito se avançou neste sentido, mas sabemos que o assunto ainda é necessário e precisa ser desenvolvido com propriedade e seriedade
Pessoas mal resolvidas na sua sexualidade podem ter sérios problemas conjugais. É importante desconstruir a ideia de que o sexo é pecaminoso. Uma das características do presente século é a promiscuidade e a perversão sexual. Diariamente, as famílias são bombardeadas por orientações sexuais ilícitas e estímulos à práticas sexuais antibíblicas, principalmente através da mídia. Por isso, faz-se necessário estudarmos sobre a sexualidade à luz da Bíblia.
I - DEFINIÇÃO DA PALAVRA “SEXUALIDADE” E “SEXO”
O Aurélio define a palavra sexualidade como: “qualidade de sexual. O conjunto dos fenômenos da vida sexual. Sexo”. Já o termo “sexo” por sua vez, significa:“conformação particular que distingue o macho da fêmea, nos animais e nos vegetais, atribuindo-lhes um papel determinado na geração e conferindo-lhes certas características distintivas”. À luz da Bíblia, sexo são “as características internas e externas, que identificam e diferenciam o homem da mulher”.
II – O SEXO FOI CRIADO POR DEUS
Quando criou o ser humano, a Bíblia revela que Deus os fez sexuados: “homem e mulher os criou” (Gn 1.27). A benção do Senhor estava sobre aquele casal heterossexual e Deus lhes deu a seguinte ordem: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28). O sexo dentro do casamento não se constitui pecado, pois este e outros textos nos revelam que foi Deus quem o criou (Ec 9.9; Pv 5.15-19; Hb 13.4). Logo, a natureza do sexo em si não é pecaminosa nem má, como acreditam e defendem alguns de forma equivocada (I Tm 4.1-3). O sexo fez parte da constituição física e emocional do ser humano, no momento da sua criação (Gn 1.27). Assim, à luz da Sagrada Escritura não é correto ver o sexo como coisa imoral, feia ou suja, pois Deus não fez nada ruim: “e viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31).
III - QUESTÕES SOBRE A SEXUALIDADE
3.1 Fornicação é pecado. Não querendo Deus que o homem vivesse só, deu-lhe uma esposa (Gn 2.18). Por isso, o Cântico dos Cânticos de Salomão exalta o relacionamento sexual não entre solteiros, mas entre um homem e uma mulher devidamente casados (Ct 4.1-12; Ef 5.22-25). Isso significa que o sexo antes ou fora do casamento desagrada a Deus. E quem vive na prática deste pecado não herdará o Reino de Deus (Ef 5.5). Deus criou o sexo para ser feito apenas entre um homem e uma mulher se forem casados (Gn 1.27, 28; Lv 18.22; Pv 5.18,19). A Bíblia condena a fornicação (sexo antes do casamento), quer entre pessoas do mesmo sexo quer entre pessoas de sexos diferentes (1Co 6.18). Isso inclui a inclinação à tolerância quanto a paixões pecaminosas ou ao seu estímulo, e deste modo a pessoa torna-se partícipe de uma conduta antibíblica (Gl 5.19; Ef 4.19; 1Pe 2.2,18).
3.2 A intimidade e interação sexual é privativa dos casados. Muita gente acha que o relacionamento sexual entre marido e mulher tem como único objetivo a procriação. Isso é um erro. Na Bíblia, encontramos vários textos que incentivam o casal a desfrutar das alegrias conjugais. Em Provérbios 5.18-23, os cônjuges são exortados a usufruírem da intimidade matrimonial. Por outro lado, o homem é advertido contra “a mulher estranha”, a adúltera. Em seguida, é incentivado a valorizar a união matrimonial e santa, exaltando sempre a monogamia, a fidelidade e o amor (Ec 9.9; Ct 4.1-12; 7.1-9). A relação sexual está destinada a ser desfrutada apenas entre pessoas devidamente casadas e nunca a solteiros (Hb 13.4; Gn 2.24; Cantares de Salomão 4.12; 1Ts 4.3-5; Cl 3.5-6; 1Co 6.15-20; 1Tm 5.22; 2Tm 2.22).
IV - O VALOR DA PUREZA SEXUAL ANTES DO CASAMENTO
4.1 Pureza sexual no Antigo Testamento. A Bíblia exalta a pureza na vida de um jovem e adolescente (Sl 119.9-11). Aliás, esse texto é indispensável a todo servo de Deus. As leis sobre a castidade eram rigorosas no AT. Se uma jovem, por exemplo, tivesse relações sexuais antes do casamento era apedrejada até à morte (Dt 22.20,21), e o sacerdote só poderia se casar com uma jovem virgem (Lv 21.13,14), demostrando que em Israel, a virgindade era necessária e valorizada por todos (Gn 34.7). No plano original divino, a ordem de crescer e multiplicar-se foi dada a um casal casados (Gn 1.28). As páginas veterotestamentárias nos mostram claramente que somente nesta condição o ato conjugal é aceito e aprovado por Deus (Gn 2.24); pois, é por meio do casamento que marido e mulher tornam-se “uma só carne” (Gn 2.24), segundo a vontade de Deus. Em Cantares de Salomão, vemos a exaltação do amor conjugal entre os casados, e não entre solteiros (Ct 4.1-12). Portanto, os prazeres físicos e emocionais normais, decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são ordenados por Deus e por Ele honrados (Pv 5.15-19: Hb 13.4).
4.2 Pureza sexual no Novo Testamento. Doutrinando os coríntios sobre a fidelidade a Cristo, Paulo faz alusão ao valor da virgindade: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2Co 11.2). Por conseguinte, a pureza sexual em o NT é tanto para o rapaz quanto para a moça. Ambos devem manter-se castos e virgens até o casamento. O fornicário não entrará no céu (Ap 21.8; Gl 5.19 e 1 Co 6.18). Relação sexual com pessoas que não são seus cônjuges (Mt 5.27; Mc 10.9 e Rm 13.9), é grave e desastroso pecado (Pv 5.1-5). O NT preservou as atitudes judaicas do AT quanto ao sexo. Jesus condenou não só as práticas sexuais fora do casamento, como também o “simples” olhar com intenção impura para uma mulher (Mt 5.2-32).
V - O SEXO QUE A BÍBLIA CONDENA
5.1 A prática do homossexualismo. A Bíblia condena, pois é abominação ao Senhor (Lv 20.13; 18.22; Dt 23.17,18). Deus destruiu cidades por causa disso (Dt 23.17). Não entram no Reino de Deus os que praticam tais atos (1Co 6.9,10). No princípio, o Criador não uniu dois “machos” nem duas “fêmeas” (Gn 1.27; Gn 2.18). Tais passagens mostram que Deus criou apenas dois gêneros bem distintos: homem e mulher. Isto significa que o homossexualismo é pecado. Não resta dúvida! É um pecado de tal forma abominável que até mesmo o dinheiro proveniente de tal prática não deve ser introduzido na Casa de Deus (Dt 23.18). Cumpre ressaltar, aqui, que não se admite qualquer tipo de violência contra os homossexuais, mesmo porque, cumpre-nos ganhá-los para Jesus (1Co 6.11). Embora a Bíblia desaprove as práticas homossexuais, ela não apoia a homofobia ou o ódio aos homossexuais.
5.2 A prática do a prostituição. Muitos, erroneamente, acreditam que prostituição ocorre somente quando uma pessoa paga ou recebe dinheiro para fazer sexo. Porém, aos olhos de Deus, quando um jovem solteiro mantém um relacionamento sexual, está se prostituindo e seu relacionamento está manchado (1Ts 4.3; 2Tm 2.22). O sexo entre pessoas solteiras é chamado fornicação e na Bíblia, tal prática é tida como uma impureza sexual. Quem se entrega a tal prática não herdará a vida eterna (Ap 21.8). O adultério, a fornicação, o homossexualismo, os desejos impuros e as paixões degradantes são pecados graves aos olhos de DEUS por serem transgressões da lei do amor (Êx 20.14). Tais pecados são severamente condenados nas Escrituras (Pv 5.3) e colocam o culpado fora do reino de DEUS (Rm 1.24-32; 1Co 6.9,10; Gl 5.19-21).
5.3 A prática da imoralidade e da impureza sexual. Há quem ensine, em nossos dias, que qualquer intimidade sexual entre jovens solteiros, tendo eles mútuo “compromisso”, é aceitável, uma vez que não haja ato sexual completo. Tal ensino peca contra a santidade de DEUS e o padrão bíblico da pureza. DEUS proíbe, explicitamente, “descobrir a nudez” ou “ver a nudez” de qualquer pessoa a não ser entre marido e mulher legalmente casados (Lv 18.6-30; 20.11, 17, 19-21; 8.6). Tudo que significa intimidade e carícia mundanas fora do casamento é claramente transgressão dos padrões morais de DEUS para seu povo (Lv 18.6-30; 20.11,12, 17, 19-21; 1Co 6.18; 1Ts 4.3).
VI - O QUE FAZER QUANDO SE TOMAM DECISÕES PRECIPITADAS
6.1 Arrependa-se. O pecado sexual traz graves consequências, mesmo que não sejam sentidas de imediato. Alguém sempre sai ferido quando há uma relação sexual ilícita ou fora do casamento (Mt 5.28; 1Jo 1.9; 1Jo 1.7). Deus valoriza a castidade e quando. Ele nos diz que devemos nos resguardar sexualmente até o casamento, ele não planeja nos punir ou castigar. Na verdade, Ele (Deus) está nos poupando de problemas físicos e emocionais advindos de uma sexualidade precoce. A ordem divina não apenas nos poupa desses problemas, mas igualmente de doenças sexualmente transmissíveis e de planos frustrados, como deixar de concluir os estudos por força de uma gravidez fora de hora e as responsabilidades da maternidade e paternidade não planejados. Portanto, vale a pena esperar em Deus e ter uma vida casta (Dn 1.8).
6.2 Afaste-se do pecado. Sejamos vigilante, resistamos à tentação sexual. Deus perdoa os nossos pecados por causa de sua fidelidade, mas o pecado sexual tem a tendência de perseguir aqueles que uma vez já cederam aos seus desejos (1Jo 1.9). Por isso é tão importante que corte os vínculos com qualquer situação que o exponha a essa prática, ou certamente entraremos em um círculo vicioso de pecado, arrependimento e busca pelo perdão divino. É importante, na busca do perdão de Deus, confessar o pecado e abandoná-lo (Pv 28.13).
6.3 Obedeça a Deus. Quando nos guardamos sexualmente até o casamento, estamos obedecendo a Deus no tocante à pureza do nosso corpo. O que recebemos em troca por manter nosso corpo e mente puros? Somos honrados por Deus. O Senhor tem um compromisso com aqueles que o honram e obedecem aos seus mandamentos. Mais que apenas conhecer a Deus, Ele valoriza a obediência aos seus preceitos. Não adianta conhecer a Deus e desprezar suas orientações (1Sm 2.22; 1Sm 2.30). O adolescente cristão deve rejeitar o descompromisso ou "ficar" (Pv 5.18; Ml 2.1-14); evitar intimidades físicas resultantes de tentações, supostas provas de amor ou prova de virilidade, imprudência, carnalidade, etc. (1Ts 4.3-7), e fugir do sexo pré-conjugal (Gn 2.24; 1Co 7.9; 2Co 11.2).
6.4 Mantenha a castidade sexual. Uma pessoa casta policia seus pensamentos, a forma como se veste, como fala e como se relaciona com o próximo, para não despertar desejos sexuais indevidos em outras pessoas. O jovem e a jovem que temem a Deus não devem despertar desejos sexuais que não poderão ser satisfeitos fora do casamento. Castidade é mais que abstinência do sexo; é um estilo de vida que demonstra respeito não apenas a Deus, mas também por si mesmo, para que seu corpo não seja visto como um objeto a ser descartado depois de ter dado prazer a alguém. Intimidade sexual é limitada ao matrimônio. Somente nesta condição ela é aceita e abençoada por DEUS (Gn 2.24; Ct 2.7; 4.12). Muitos descobrem tarde demais o valor real da castidade. A perda dela muitas vezes é trágica. Como a Bíblia declara, as consequências da imoralidade podem ser como um veneno, “tão amargo como o absinto” (Pv 5.3, 4)
6.5 Não cedamos à cultura do mundo. A cultura de nossos dias ensina que a vida sexual antes do casamento é benéfica, e que se uma pessoa não está satisfeita com seu namorado, pode buscar o prazer com outra pessoa, mas, não é isso que a Bíblia ensina (2Co 11.2; Tt 2.5; 1Ts 4.4; 1Pe 3.2). Esse é um pensamento satânico e fere o princípio dado por Deus por meio do casamento (1Co 6.16). Seja solteiro(a), seja casado(a), se uma(a) adolescente busca o prazer sexual fora dos limites ordenados por Deus, não pode esperar ser abençoado(a) por Ele nessa área. A chave para se manter a castidade é resguardar o coração (Pv 4.23; Dt 6.5; Mc 12.29,30).
CONCLUSÃO
Já vimos que o sexo foi criado por Deus com propósitos elevados, saudáveis e benéficos para o ser humano. No entanto, desde a Queda, o sexo e a sexualidade têm sido deturpados de modo irresponsável (Rm 1.24-27). O adolescente crente, antes de mais nada, precisa ser moral e sexualmente puro (2Co 11.2; Tt 2.5; 1Pe 3.2), pois a intimidade sexual é limitada ao matrimônio e somente nesta condição ela é aceita e abençoada por DEUS (Gn 2.24; Ct 2.7; 4.12).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante
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