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sábado, 15 de setembro de 2018

LÍDIA A VENDEDORA DE PURPURA


                                                 LÍDIA A VENDEDORA DE PURPURA
“E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia.” (At 16.14).
O apóstolo Paulo seguia em sua segunda viagem missionária, vindo Lucas a participar de sua equipe a partir da passagem pela cidade de Trôade. Nessa ocasião, Paulo intencionava seguir para a Ásia, mas o Espírito Santo lhe deu outra direção: a Europa.
Deus queria que seu servo Paulo levasse as “boas-novas” do Evangelho às cidades importantes e prósperas da Macedônia. Era noite, quando Paulo teve uma visão. Apareceu-lhe um jovem com vestes de macedônio, isto é, vestimentas gregas, com a seguinte mensagem: “Passa à Macedônia e ajuda-nos.” E ele obedeceu. Seguiu rumo às cidades do antigo império conquistado por Alexandre, o Grande, da Macedônia. Navegaram de Trôade e chegaram a Filipos, que era a “porta de entrada” para a Europa, por onde passava importantíssima estrada, comunicando Roma com a Ásia. 
Havia naquela cidade, em Filipos, um lugar de oração, à beira do rio, que fora separado, pelas autoridades romanas, especificamente para os judeus buscarem o Deus de Israel, livremente. No sábado, como sempre fazia, lá estava Paulo falando de Jesus de Nazaré para os judeus. O texto de Lucas, em Atos, nos informa que, assentados à beira do rio, Paulo e seus companheiros de equipe falaram a algumas mulheres ali reunidas. Entre elas, estava Lídia, a vendedora de púrpura.
Lídia era mulher natural de Tiatira. Esta era importante cidade da província ocidental da região da Lídia, entretanto, ela devia morar em Filipos, quando conheceu o Evangelho, por meio de Paulo. O nome dessa mulher notável pode ser devido à sua origem: Lídia, isto é, “uma mulher da Lídia”. Naquela época, eram comuns os nomes derivados dos locais de nascimento das pessoas.
O texto sagrado nos dá o perfil de Lídia: uma vendedora de púrpura, temente a Deus.
Possivelmente uma judia prosélita, isto é, convertida ao judaísmo. Lídia amava a Deus, observava a sua Palavra e buscava comunhão com o Senhor e com os irmãos na fé. Podemos perceber isto pelo fato de, no sábado, ela estar entre o povo de Deus para ouvir as Escrituras, aprender e orar.
Possivelmente Lídia era solteira ou viúva, pois não nos é mencionado o nome de sua família, ou de quem estaria no lugar de “autoridade” familiar sobre ela. E, como tal, Lídia era próspera em sua profissão. Ela tinha um comércio de púrpura, trabalhava na indústria têxtil, com tecidos e artesanatos tintos de púrpura, ou seja, roxo. Essa tinta era extraída de certos moluscos e era muito apreciada, possuindo grande valor monetário em sua época. Era a cor da moda. Um luxo.
Não podemos saber, ao certo, se Lídia apenas comercializava a púrpura, isto é, se apenas comprava e vendia, operando no comércio exterior. É possível também que ela fabricasse as peças e tingisse os tecidos. E, pelo fato de Filipos estar em um lugar estratégico para o comércio entre Europa e Ásia, podemos perceber que Lídia era uma mulher de alta posição social, respeitada em sua cidade e com posses financeiras.
E, ali, à beira daquele rio, ouvindo a Palavra de Deus e reconhecendo Jesus de Nazaré como o verdadeiro Messias prometido a Israel, Lídia tornou-se cristã. Ela levou também a sua família a conhecer o amor de Deus e todos foram batizados. “E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso.” (At 16.15).
Com tão poucos versículos que nos falam a respeito de Lídia, podemos perceber que ela era uma mulher especial. Era líder: levou sua casa e sua família aos pés de Jesus. Possivelmente todos, ou quase todos, os empregados de sua empresa, serviçais de sua casa e próprios familiares se tornaram cristãos.
Lídia demonstra firmeza na fé e rapidez em servir ao Senhor. Prontidão em perceber sua posição no “Corpo de Cristo”, a Igreja. Ela foi a primeira européia a se converter. Tornou a sua casa na primeira “igreja cristã” da Europa. Ela não perdeu a sua oportunidade de servir ao Senhor.
Lídia constrangeu o apóstolo Paulo e sua equipe a se hospedarem em sua casa. Ela compreendeu a grandiosidade da visita deles a Filipos, e se dispôs a servir imediatamente ao seu Salvador, o Senhor Jesus.
Podemos entrar em sua casa e ver a alegria em seu coração temente a Deus. Podemos ver Paulo, Silas, Timóteo e Lucas hospedados, com todo o carinho, por Lídia. As orações do grupo, de manhã, de tarde, de noite… O ensino claro de Paulo. Os testemunhos dos irmãos da equipe. Timóteo aprendendo para ser líder depois de Paulo. Lucas anotando tudo. Silas encorajando e louvando ao Senhor nas reuniões. Era um grande privilégio que Lídia recebia do Senhor.
Querida irmã, você tem aproveitado as oportunidades que Deus lhe dá para servi-lo? Você é uma mulher hospitaleira? Você gosta de orar e tem o seu “lugar de oração” como Lídia? Você tem servido à causa do Mestre com os seus bens, com o ganho do seu trabalho?
    
Paulo… Seu nome aparece apenas duas vezes nas Escrituras. Na primeira vez, apenas mencionando a sua profissão. O seu destaque na cidade, no comércio exterior. E na segunda vez, Lídia aparece abrindo a sua casa para a obra de Deus caminhar.

Deus usou o que ela colocou em seu altar. Deus usou a sua casa como ponto de referência do Evangelho em Filipos. Deus usou sua casa como “base” para missões na Europa e passagem para a Ásia. Deus usou os seus bens, o seu trabalho, sua disposição de servir para inspirar outros novos convertidos. Sua casa se tornou uma “igreja”, um ponto de reunião do povo de Deus, um lugar de referência para a salvação e o conhecimento de Jesus.
Quando Paulo escreveu a sua carta aos Filipenses, ele não mencionou o nome de Lídia, em suas recomendações. Talvez ela já tivesse morrido. Talvez ela tivesse mudado para outra cidade. Mas ele menciona o trabalho feminino (de Evódia e Síntique) em Filipos, ao dizer: “[…] pois, juntas, se esforçaram comigo no evangelho […]” (Fp 4.3).

Lídia estava no lugar de oração, no dia de oração (sábado, para os judeus), e você, querida irmã, tem estado presente nos dias de oração? Você tem tirado um tempo especial para Deus, para ouvir-lhe a voz e para falar com Ele?
Lídia abriu sua casa para os homens de Deus, e você? Se não há impedimentos para servir ao Senhor com sua casa (quem sabe para abrir uma célula em seu lar), o que você está esperando?
Quem sabe você foi a primeira pessoa a se converter em sua família, peça ao Senhor a conversão de seus parentes e amigos, quem sabe eles irão ouvir o Evangelho em sua casa?

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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