CANTARES
DE SALOMÃO DA FORMA NUNCA ANTES VISTO O AMOR QUE SUPERA TUDO...
“Nem muitas águas conseguem apagar o amor; os rios não conseguem
levá-lo na correnteza.” (Cantares 8:7(a))
A Bíblia é um livro que fala de amor. Amor altruísta, amor
amizade, amor espiritual, e também de forma natural, o amor conjugal. Cantares
ou o Cântico dos Cânticos exalta o amor na vida a dois, dizendo que este amor
deve vencer todos os obstáculos impostos pelas circunstâncias. Nas últimas
declarações românticas deste livro encontramos esta linda metáfora: “Nem muitas
águas conseguem apagar o amor; os rios não conseguem levá-lo na correnteza”. No
caso específico, estas palavras foram da noiva Sulamita para o noivo Salomão.
Mas qual nível de amor não aprende nesta frase?
Pelo menos duas verdades estão nítidas. A primeira é que o amor
está sujeito aos contratempos. A expressão apaixonada fala de muitas águas, de
enchentes, de correntezas que podem vir contra o amor. O amor é maravilhoso e
“lindo”, mas ainda assim pode passar por momentos de provações. Dentro de um
lar os maiores inimigos podem ser falta de investimento no casamento
(principalmente tempo), falta de perdão, comunicações errôneas, pecado,
influências de terceiros, desequilíbrio financeiro, etc. A segunda verdade é que
apesar das dificuldades é preciso acreditar no amor. E quando se acredita no
amor ele se torna invencível. Como um herói ele derrota todas as coisas
negativas. Ele é o bálsamo para a dor, o sorriso para a tristeza, o perdão para
a mágoa, a companhia para a solidão, o agasalho para a apatia, a suavidade para
a agressividade, a esperança para a inquietude, o recomeço para o desanimado… O
amor supera os rios.
Apesar de o amor ser mais forte que os rios, a Bíblia apresenta
muitos acontecimentos relacionados a eles: O rio do Éden, o rio Jordão, o rio
Tigre, o rio Eufrates, o rio profético
(purificador) de Ezequiel 47, o rio da água da vida, entre outros. Porém no
Brasil dois rios ilustram bem como deve começar e viver um relacionamento. O
Rio Solimões nasce no Peru, e o rio Negro na Colômbia. Eles se evoluem
lentamente nos seus leitos por entre a floresta Amazônica. Até que perto de
Manaus se encontram formando um só rio, o Amazonas. A partir do encontro
caminham juntos, embora sejam visíveis ainda, numa distância de 100
quilômetros, as águas dos dois rios. As águas do rio Solimões são mais velozes
e barrentas, as do rio Negro, mais vagarosas e escuras. Após esta distância, as
águas se misturam completamente e passam a possuir a mesma velocidade e a mesma
cor, até se perderem no oceano.
Assim é o casamento. Nascem em famílias diferentes, se
encontram, caminham juntos (namoro e noivado), se misturam completamente
(casamento), até se perderem no oceano que é a eternidade na pessoa de Deus.
Mas antes da mistura completa é preciso entender as diferenças e acertarem a
velocidade da vida. Isto custa tempo, paciência e sacrifício. E quando o amor
amadurece, renuncia as diferenças e se entrega, ocorre o milagre do “sentido”
da vida. Não há retorno, como as águas do Negro e do Solimões, depois de uma
certa distância não se desfazem, assim é o casamento legítimo. Na verdade,
esposo e esposa, quando descobre o prazer de uma vida a dois, a soma dos dois
destinos, que estão agradando a Deus, não aceita o retrocesso. Descobre, aliás,
que estão semeando à semelhança de Cristo. Daquele maravilhoso Jesus que deu a
Sua vida na cruz em favor da Sua amada noiva, a Igreja, e que hoje aguarda tão
somente o momento certo, para tê-la ao Seu lado para sempre.
Como é dito tradicionalmente no dia do casamento: Na alegria e
na dor, na saúde e na doença, no sucesso e na desventura… Mas só vale a pena,
quando sonham e querem que o amor supere os rios.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante.
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