ESTUDO SOBRE AS ADVERTÊNCIAS DE DEUS
ATRAVÉS DO PROFETA MALAQUIAS...
Malaquias é o último profeta menor no Velho
Testamento. Profeta menor quer dizer que é um profeta baixinho? Que nada,
pessoal. Não tem a ver com a estatura do homem, mas com o tamanho do Livro que
ele escreveu. O Livro de Malaquias, por exemplo, só tem quatro capítulos, por
isso a denominação de profeta menor.
Pois bem. Malaquias significa “Mensageiro de Deus”,
um belo nome para um profeta e Malaquias foi o homem que Deus usou para falar a
Seu povo depois do cativeiro em Babilônia. Não há muitas referências históricas
a seu respeito, porque o Livro de Malaquias não faz menção a nenhum rei, ou
episódio histórico que facilite a identificação do período de suas profecias.
No contexto histórico o que se sabe é que os filhos
de Israel ainda estavam sob o domínio persa, apesar de terem regressado da
Babilônia. O Templo estava restaurado, mas o povo judeu voltou aos seus pecados
de estimação e não foi fiel ao Senhor. É bom lembrar que os judeus regressaram
da Babilônia em dois grupos: o de Esdras e depois o de Neemias. O povo estava
desanimado, havia um desejo coletivo de tornar ao poderoso reino, sob a
liderança de um grande rei, mas isso, efetivamente, não aconteceu naqueles
dias. Isso levou o povo à desesperança e foi bem aí que Malaquias começou a ser
o “mensageiro de Deus”.
Malaquias enfatiza o amor de Deus por Seu povo,
apesar das circunstâncias, e o profeta prega contra o descaso e a arrogância
dos sacerdotes pela Lei, que exerciam uma influência negativa sobre o povo. É
uma equação: desprezo pela Lei é igual ao aumento do pecado. Malaquias não se
tornou nada popular entre os sacerdotes de sua época.
Naquele tempo o povo de Israel estava inseguro do
amor de Deus, por causa de suas muitas aflições. É uma realidade isso, sempre
que passamos pelos desertos e tempestades da vida, começamos a duvidar que Deus
nos ama e não conseguimos levantar os olhos para aceitar os caminhos do Senhor.
Aquilo que consideramos o melhor para nós, muitas vezes se revela uma armadilha
adiante e é de nós mesmos que nos protege o Senhor.
Quando alguém se perde na floresta, o manual de
sobrevivência recomenda que se suba numa árvore alta, para de lá tentar avistar
um rio, uma estrada, uma clareira, algum ponto de referência que nos sirva de
orientação para sair da mata. Deus é o homem que subiu na árvore, Ele enxerga
bem mais longe do que nós e nos orienta a sair da situação difícil.
Muito bem. Logo no comecinho do Livro de Malaquias,
Deus ressalta Seu amor pelo Seu povo e diz: “Eu vos tenho amado, diz o
Senhor. Mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não era Esaú irmão de Jacó?
disse o Senhor; todavia amei a Jacó, e odiei a Esaú; e fiz dos seus montes
uma desolação, e dei a sua herança aos chacais do deserto.” (Malaquias
1:2-3). Deus passeia em nossos corações e sabe o que precisamos
ouvir Dele.
Os israelitas estavam sofrendo várias aflições e
começaram a achar que Deus estava sendo infiel à Sua aliança eterna com Abraão
e é aí que Ele fala de Seu cuidado com Seu povo durante todos aqueles anos e
que na realidade era o povo quem estava sendo infiel e havia deixado de amar e
honrar o Senhor. Observe a inversão de valores: o povo era infiel e atribuía a
Deus infidelidade.
De todas as muitas, preciosas e atuais lições do
Livro de Malaquias, o destaque fica por conta da pregação a respeito dos
dízimos e ofertas, veja: “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me
roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com
maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.” (Malaquias
3:8-9). Este é o texto mais contundente a respeito de dízimos e
ofertas. É duríssimo, mas de grande valor para todos os que querem servir a
Deus com fidelidade.
Quem não entrega a Deus a décima parte de seus
ganhos está roubando a Ele, mas o texto não termina em maldição, muito pelo
contrário, veja só: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que
haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o
Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não
derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a
recolherdes.” (Malaquias 3:10).
Deus manda levar todos os dízimos à Casa do Tesouro
e depois faz um desafio: fazei prova de mim nisto, "e vejam se não
vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem
terão onde guardá-las.” (tradução da Nova Versão Internacional).
O dízimo é uma obrigação? Não, dá quem crê, quem
topa o desafio com Deus. Os evangélicos têm obrigação de pagar dízimo para os
pastores? Esta é uma pergunta constante e recorrente na vida dos evangélicos,
isso quando nossos amigos não dizem que pagamos dízimos para os pastores “ladrões”.
Estamos acostumados.
Dízimo não é maldição, é bênção. Não pagamos
dízimos para pastores, entregamos a parte de Deus em Sua Obra. Se alguém rouba
o altar não é conosco, nossa parte termina no altar, na hora em que depositamos
o fruto do nosso trabalho para Deus, daí por diante é com Ele.
Malaquias apesar de ter sido usado por Deus para
pregar contra os sacerdotes de seu tempo, escreveu a respeito do dízimo, o que
nos permite concluir que Deus só quer nossa obediência em entregar o dízimo,
independentemente de quem são os pastores de plantão. A questão de pastores
ladrões, de obreiros infiéis a Deus, é outra coisa e quem lida com este
problema é o Senhor, diretamente, sem intermediários.
Toda a pregação de Malaquias é muito atual, não
resta a menor dúvida, e Malaquias fez várias profecias a respeito de Jesus, a
quem chama de “Sol da Justiça”, veja: “Mas para vós, os que temeis o
meu nome, nascerá o sol da justiça, e cura trará nas suas asas; e saireis e
saltareis como bezerros da estrebaria.” (Malaquias
4:2). Jesus é o ponto central de toda a Bíblia. Do Antigo ao Novo
Testamento, tudo aponta para o Cristo de Deus, para o nascimento, morte e
ressurreição de Jesus de Nazaré. Resta você também reconhecer em Jesus o seu
Salvador e passar da morte (pecado) para a vida. O primeiro passo é seu.
LIVRO DE MALAQUIAS
O Livro de Malaquias é um livro profético que faz descrições que mostram a necessidade de reformas antes da vinda do Messias. Por ser um livro curto e de acordo com a catalogação, Malaquias é o último dos profetas menores, tendo sido escrito por volta do ano 430 A.C., sendo que o seu nome não é citado em mais nenhum livro da Bíblia.
O profeta Malaquias foi contemporâneo de Esdras e Neemias, no período após o exílio do povo
judeu na Babilônia em que os muros de Jerusalém tinham sido já
reconstruídos em 445 A.C., sendo necessário conduzir os israelitas da apatia
religiosa aos princípios da lei mosaica.
Os temas tratados na obra seriam o amor de Deus, o pecado dos sacerdotes, o pecado do povo e a
vinda do Senhor.
Nas últimas linhas deste livro do Antigo Testamento bíblico, vemos uma
exortação de Deus às famílias: "converter o coração dos pais aos filhos e
dos filhos aos seus pais". No término do livro de Malaquias convida-se ao
arrependimento da família como alicerce da sociedade.
Outro tema tratado no livro de Malaquias refere-se
às ofertas e aos dízimos, nos versos de 7 a 12 do
capítulo 3, passagem esta que é muito utilizada com o objetivo de se justificar
com amparo bíblico a contribuição da décima parte das rendas dos fiéis de uma
organização religiosa.
Embora o dízimo tenha sido reconhecido desde a
época de Moisés, nos dias de Malaquias os sacerdotes do templo
recolhiam as ofertas e não repassavam para os levitas, para que eles pudessem
utilizá-las para cuidar dos próprios levitas, dos órfãos, das viúvas e
viajantes. E isso fez com que o profeta (Malaquias) iniciasse uma advertência a
todos sobre o roubo do dízimo: "Com maldição sois amaldiçoados, porque a
mim me roubais, vós, a nação toda." (Malaquias 3:9)
ESTUDO DO LIVRO DE MALAQUIAS
INTRODUÇÃO:
Tema: O que acontece com aquele que não percebe o
quanto é amado por Deus?
(Cada
subtema é uma resposta a esta pergunta).
Versículo Chave: “Eu vos tenho amado, diz o SENHOR; mas vós
dizeis: Em que nos tens amado?...” (Ml
1.2).
Objetivo: Com as pregações de Ageu e Zacarias, o povo de
Israel se sentiu estimulado a sair da Babilônia e reconstruir a Casa do Senhor.
Entretanto, com o passar do tempo, começaram a esfriar na fé pelo fato de não
virem todas as profecias se cumprirem (por exemplo Ag 2.8,9,21-23; Zc 12 a 14). Começaram a acusar Deus
de ser infiel em cumprir o que prometeu quando, na verdade, eles é que haviam
se distanciado do verdadeiro sentido da lei de Deus. Embora fizessem os
sacrifícios que a lei determinava, não havia zelo. Faziam só o que queriam, e
ainda assim quem qualquer preocupação que os mesmos expressassem o caráter do
Criador.
E o pior que ainda tinha coragem de pensar que Deus
não os amava (Ml 1.2) e
que era canseira (Ml
1.7,8,12,13) e perda de tempo servir ao Senhor (Ml 3.14,15). Ora, como eles podiam
esperar resposta favorável cultuando a Deus sem fé (Hb 11.6; Tg 1;5-7), de qualquer jeito, como se a Palavra de Deus
se resumisse a rituais vazios (Ml
1.12,13)?
Ninguém se importava em ver o sofrimento dos
outros (Ml 1.2-5). Preferia
se aprofundar na amargura (Hb
12.15) e na promiscuidade sexual, vindo a se divorciarem de suas
esposas (Ml 2.13-16) e
casarem com mulheres pagãs (Ml
2.10-13).
Além de não se alimentarem da Palavra de Deus (ver Dt 8.3; Mt 4.4), estavam
ensinando errado às pessoas(compare Ml
2.8 com Mt 5.19; Lc 11.52) e fechando a chave da ciência ao reter
os recursos necessários para a realização do culto a Deus (Ml 3.7-10). Ao invés de se manterem
unidos ao povo do Criador, preferiam fazer alianças profanas, só para tentarem
achar suas vidas neste mundo (Mt
10.39).
Enfim, Deus responde às acusações do povo de
Israel.
MALAQUIAS
1 → NÃO TEM DISPOSIÇÃO NENHUMA
PARA O BEM; ANTES, TENTA JUSTIFICAR SUA PREGUIÇA ALEGANDO QUE DEUS NÃO O AJUDA E QUE O AMOR ESFRIOU NOS
CORAÇÕES (Mt 24.12). Tal pessoa...)
VS.
1 → QUEM ESCREVEU O LIVRO,
QUANDO E PARA QUEM ELE FOI ESCRITO?
Malaquias significa “meu mensageiro”. Foi o
penúltimo dos profetas do Antigo Testamento (o último foi João Batista, já que a Nova Aliança só entra em vigor com a
morte de Jesus (ajunte todos estes versículos e você verá isto - Ef 2.14-16; Cl
2.14; Hb 7.12; 9.16,17)).
Entre Malaquias e João Batista houve silencio de
cerca de 400 anos. É bem provável que ele tenha sido contemporâneo de Neemias e
ministrado sua palavra na época que Neemias tinha voltado à Pérsia para ter com
o rei Artaxerxes (Ne 13.6).
Nesta época os israelitas se apostataram da fé (Ne 13.1-12). Note como alguma das queixas de Malaquias tinha
haver com os erros do povo na época de Neemias:
Casamento misto (Ne 13.1-3,23-28; Ml 2.10-16);
Desobediência ao
preceito do dízimo (Ne 13.10-13;
Ml 3.7-12);
Um detalhe importante é dizer “Peso da palavra do
Senhor contra Israel”. Ora, mas quem voltou da Babilônia não foi
Judá? Entretanto, em vários lugares das escrituras, vemos Judá sendo
considerado como todo o Israel (Ed
7.10; 2Cr 12.6; 21.2; 28.19).
E não é para menos: como o cetro nunca se apartaria
de Judá (Gn 49.10) (e é bem sabido que o líder é o representante
dos seus subordinados), logo Judá é o verdadeiro representante de todo o
Israel.
VS.
2 a 5 → ... NÃO DESEJA VER
QUANTAS PESSOAS ESTÃO COM A VIDA ARRUINADA E SEM ESPERANÇA DE MELHORA (Pv
29.7), MAS SÓ FICA SE CONSUMINDO NA SUA AUTOPIEDADE (Pv 11.17)
Em resposta ao sentimento de abandono que tinha
tomado conta dos israelitas, Deus diz: “eu vou tenho amado”. Note que Deus não
fala apenas que “os ama”, mas sim “os tenho amado”, mostrando que seu amor não
era algo que estava começando a partir daquele momento, nem mesmo algo pontual
no tempo. Antes, sempre esteve presente e vinha se manifestando desde a época
de Jacó e Esaú (VS. 2 e 3).
Eles, porém, não entendiam o amor de Deus e, então,
perguntaram: “em quê nos tens amado?”.
Deus mostra que Seu amor não é algo circunstancial,
que depende do que somos ou fazemos (ver Dt 7.7,8; Os 11.1). Antes, é algo que faz parte Dele e da Sua
escolha soberana (ver Rm 9.10-13) e
se manifesta naquilo que Ele deseja fazer por nós e através de nós.
A raiz do pecado de Israel era a insensibilidade
deles para o amor de Deus e para a maldade que havia no coração deles. Daí Deus
ordenar:
“Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e
não mais endureçais a vossa cerviz.” (Dt 10.16);
Ao invés de ser grato a Deus por tudo que deixara
em suas mãos, eles lamentavam o que lhes foi tirado ou privado. Por mais
absurdo que pareça, quanto mais o amor de Deus é manifestado, menos Ele é
reconhecido (isto quando a pessoa
acaba se voltando contra Ele – ver 2Cr 26.15,16; Ez 28.17). Isto porque,
quanto mais bênçãos a pessoa adquire, mais coisas ela tem para se apegar (além do próprio Deus) e,
obviamente, mais oportunidades para perder e, com isto, culpar Deus por causa
das aflições que vêm (ver Pv
11.24-28), já que mais lhe será requerido (Ec 5.11,12; Lc 12.47,48). Ora, mas Deus não nos deu a bênção para
nos cercar de deleites, mas para que dispuséssemos de mais meios para chegarmos
até às pessoas. Logo, temos que nos queixar pelos próprios pecados (Lm 3.39), ao invés de acusar
impiamente a Deus de indiferença para com nosso bem-estar.
No que Deus deixa de dar atenção a alguém (ou, se preferir, o deixa à sua própria
vontade), este passa a sofrer uma série de aborrecimentos. Daí Deus
dizer amei a Jacó e aborreci a Esaú (Rm 9.13). Entretanto, ao invés de repararem no quanto sofre
aqueles que não são favorecidos pelo amor, misericórdia e compaixão de Deus
pelo próximo, ficavam lamentando a disciplina de Deus. Chegavam ao ponto de
considerarem os ímpios como bem-aventurados (Ml 2.17; 3.14,15). Em outras palavras, só enxergam coisa
ruim (Tt 1.15), mesmo
quando o bem e a paz estão ao seu redor (Jr 17.6; Is 48.22; 57.19-21).
Daí Deus lhes mostrar o quanto Esaú estava sendo
aborrecido pelo fato de lhes ter deixado à vontade com sua falsa prosperidade material.
Chegaria a hora em que seriam destruídos (Jr 49.18; Ez 35.3,4,7,9,14,15; Ob 10) e, quando isto
acontecesse, mesmo que eles se esforçassem para recuperar o prejuízo, seria em
vão (VS. 3 e 4).
A princípio, à questão de Deus aborrecer Esaú
deveria se resumir ao fato de Deus escolher Jacó para ser o instrumento usado
por Ele para constituir um povo para si, Ele deu ocasião para Esaú sentir
ciúmes, já que ele era o primogênito.
Porém, no que ele se recusou a aceitar o plano de
Deus (o maior servirá ao menor
- Gn 25.23), ele ficou condenado a tornar-se um termo de
impiedade (só fazendo e sofrendo o
mal (Is 33.1; 2Tm 3.13; Tt 3.3), com a mão de todos sendo contra ele e a dele
contra todos (Gn 16.12)), ou seja, alguém que só será usado como vaso de
ira (Rm 9.21.22): viver
para ser a vara de Deus contra os desobedientes. Ser capaz de saber que Jesus é
o Senhor, só quando sofre perdas e destruição (Ez 35.15). Logo, quando a escritura diz que o Senhor
aborreceu (ou odiou, dependendo da
versão) a Jacó, lembra o que está escrito nos seguintes
trechos (Lc 14:26; Mt 10:37; Gn 29:30,31; Dt 21:15, 16).
Contudo, você já pensou no motivo pelo qual Deus
favorece a uns e a outros deixa à vontade dos seus desejos? Justamente para que
possamos dar-lhes oportunidade de enxergarem o quão bom é estar debaixo da
disciplina de Deus. Daí Deus fazer com que os olhos do Seu povo enxerguem isto:
a fim de que eles possam se compadecer dos desfavorecidos e, deste modo,
sentirem prazer em serem usados por Ele para poderem contemplar Sua grandeza
também fora dos limites de Israel (VS.
5).
VS.
6 a 14 → ... NÃO
CONSEGUE (E NÃO QUER) ENXERGAR O VALOR DO QUE LHE ESTÁ SENDO OFERECIDO
NA MESA DO SENHOR, VINDO A DESONRAR A DEUS EM TODO TRABALHO DAS SUAS MÃOS,
FAZENDO AS COISAS DE QUALQUER JEITO
Você já reparou quantas leis são feitas para
dificultarem as pessoas de exercitarem a bondade de Deus na vida delas? Você
pode ser processado por conduta indevida caso, por exemplo:
Tente socorrer
um acidentado. O correto, segundo dizem, é chamar e esperar pelos bombeiros,
que são capacitados para isto;
Dando um
remédio para alguém. A desculpa é que, por não ser médico, você pode agravar o
mal na vida da pessoa.
Como o ser humano já é, naturalmente, mau e
indolente, é a desculpa perfeita para deixar o amor ao próximo para os outros
e, com isto, poder se dedicar mais a si próprio (aliás, este é o slogan desta sociedade hedonista).
Muitos, para justificarem seu desejo em ser mau e
egoísta, alegam que não trabalham de graça porque nunca receberam nada de
graça, de ninguém. A estas pessoas eu pergunto:
1. Quando você estava sendo
concebido no ventre da mãe, o que você fez para obter todos os nutrientes
necessários para o desenvolvimento das tuas células? Aliás, como se deu a
formação de cada órgão teu e o que você fez para merecer a formação adequada de
cada um deles (Sl 139.13-16)?
Aos tais Deus pergunta:
“Quem primeiro me deu, para que eu haja de
retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu.” (Jó 41.11).
Isto não é tudo! Como que cada um dos teus órgãos
tem conseguido funcionar adequadamente até hoje, se nem você conhece teus
órgãos, tampouco sabe como eles realmente funcionam? Como teu cérebro pode
funcionar com tanta exatidão, até dormindo?
2. E quanto às tuas
habilidades? Você acha que você as tem porque é bonzão e esforçado? Quem te deu
fôlego de vida, força, energia, saúde e fez com os teus órgãos funcionarem? O
problema é que certas coisas vão se tornando tão naturais na nossa vida, que
achamos que elas sempre farão parte de nós. Mas até para você se levantar,
andar, sentar, etc., você depende de Deus (Sl 139.1-4).
3. Com relação à tua
sabedoria, se Deus não “soprá-la” em teu espírito, até um deficiente mental
terá mais êxito do que você (Jó
32.8). Basta você pensar que a humanidade caiu tanto que até as
formigas (Pv 6.6), as
aves (Mt 6.26) e os
lírios do campo (Mt 6.28) estão
sabendo mais que a maioria.
4. E quando você era
bebezinho e criancinha, o que você fez para receber o leite materno, bem como
todo cuidado, tratamento e proteção dos teus pais?
5. E quanto à salvação e
vida eterna, o que você fez para merecê-la (ver Sl 49.7,8; Ef 2.8,9).
6. Mesmo com relação às
outras pessoas, você realmente nunca recebeu nada de graça, mesmo? Nunca
recebeu um “favorzinho” que seja? Na hora que você foi agraciada, seja com a
obtenção de uma informação ou com o lugar que alguém lhe cedeu (na fila ou no assento) por ver
você necessitado, você não gostou disto? Como, agora, você pode dizer que isto
não é nada? O problema é que a falta de Jesus enche alguém de tanta
insatisfação que, mesmo que alguém lhe desse o mundo, se comportaria como
porco, a saber: pisando com os pés as pérolas que lhe são dadas e se voltando
contra quem as deu. Como já dito, o amor de Deus é mais negligenciando
justamente na vida de quem mais é favorecido.
Em última instância, eu insisto: você nunca recebeu
nada, mesmo de ninguém? Nadinha? Quer dizer que todo o mundo se voltou contra
ti e você é mera vítima? Se assim for, eu te pergunto: será que a culpa é de
todos? Ninguém presta? Todos estão errados e só você certo?
7. E quanto ao teu cônjuge e
filhos? Eles nunca realmente te deram nada? Nem um abraço, sorriso ou
“beijinho”? Ou será que isto não é nada para você?
E se você não recebe mais, é porque não há lugar na
tua vida para Deus preencher com Seu amor e compaixão. Você já se cercou de
tantos cuidados e provisões que, mesmo que Deus queira lhe dar o que Ele
reservou especialmente para os que O amam (1Co 2.9), não há possibilidade: não há lugar para isto na tua
vida.
Além disto, quem é Jesus para você? O maior doido,
o maior mentiroso ou o Deus vivo e Todo-Poderoso, vindo em carne para nos
salvar de nós mesmos? Se você crê que Jesus é tudo que Ele diz ser, então por
que duvida do que Ele disse em Mt 6.33 e é confirmado por Paulo em Fp 4.19?
Resumindo: não há desculpa para recusar o amor de
Deus pelo próximo, já que Ele prometeu nos dar o que realmente precisamos (Mt 6.11). Inclusive, já parou para pensar no motivo de ser
necessária a hierarquia de cargos no mundo? Justamente para nos ensinar que é
impossível uma pessoa ser responsável por tantas. Entretanto, se cada uma
enxergasse que tem (e terá) que
responder diante de Deus por aqueles que Deus coloca na sua porta, não
precisaria de um super líder (Rm
14.10; 2Co 5.10).
A verdade é que, cada um é líder quando se aproxima
de outro, já que irá, de uma forma ou de outra, conduzí-lo para uma ou outra
parte, dependendo apenas de como irá reagir às circunstâncias.
Muitos achavam (e acham) que as ofertas eram para Deus. Ora, Ele não precisa
de nada (Jó 35.6-8)! As
ofertas representam aquilo que Deus proveu para nós mesmos. Tais momentos foram
dados para aproximarem as pessoas umas das e dos seus líderes, além de proverem
as necessidades das viúvas, pobres, órfãos, estrangeiros e levitas (ver Dt 14.29; 16.11,14; 26.12,13).
Logo, quando estiver no seu emprego, não trabalhe
de qualquer jeito, como se aquele emprego não tivesse proveito algum. Se
realmente o teu serviço não serve para nada (ou é algo mau), então, procure outro serviço! Todavia, jamais
faça teu serviço de modo porco, mal feito, pois farás teus clientes infelizes
e, no final, acabarás colhendo isto (Gl 6.7-9), além de envergonhares o nome de Deus, o que trará Seu
juízo para tua vida (como será
visto em Ml 2.2) como, por exemplo, ser condenado a ficar só diante
de pessoas de baixa posição (Pv
22.29).
Tenha em mente que o emprego, antes de tudo, é a
oportunidade que Deus está te dando para trabalhar a salvação Dele em
você (ver Fp 2.12,13; Cl 3.22-24;
1Pe 2.18-21). Muitos acham que é para proverem seu próprio sustento, o
que não é verdade (ver Ef 4.28).
Este vem de Deus (Sl 127.1,2; Fp
4.19).
Usam erradamente Gn 3.19 para dizerem: “já que cada
um tem que viver do seu sustento, então não posso ficar preocupado com os
outros. Tenho muito o que fazer por mim e por minha família”. É
muita hipocrisia!
Israel já tinha se acostumado tanto a cultuar a
Deus de modo errado que nem conseguiam mais enxergar que estavam desonrando o
nome do Senhor. Achavam normal, e muitas vezes até certo, o modo de se
aproximarem Dele.
Hoje, igualmente, muitos acham que, por estarem
debaixo da graça, podem cultuar a Deus de qualquer jeito, se chegarem a
presença Dele por qualquer motivo, como se Ele fosse um qualquer.
Israel já estava com a mente tão cauterizada (1Tm 4.2) que tinham coragem de
perguntar: “Em que desprezamos nós o teu nome? Em que te havemos profanado?”.
Muitos ofertavam como se Ele não fosse ouvir (o que já contraria Hb 11.6).
Não havia amor e temor reverente a Deus, a saber,
aquele desejo de que Ele pudesse ser visto por todos (ver Êx 20.12; Lc 6.46). O casamento,
melhor meio para que todos pudessem ver zelo de Deus para com Seu povo, através
do cuidado amoroso do marido em conduzir Sua esposa ao lugar onde ela poderia
enxergar Deus, estava sendo negligenciado (Ml 2.14).
Quanto às ofertas, ofereciam algo imundo, ou seja,
sacrifícios manchados pelo pecado (a
saber, com defeito e que, por isto, não apaga, mas reforça o pecado, já que os
mesmos são consequência do pecado, servindo para comemorar o mesmo (mostrar a
todos o quanto ele é atrativo – Dt 15.21) – Hb 10.3).
O que, todavia, se poderia esperar, uma vez que
ninguém se preocupava em zelar por aqueles que se consagravam a Deus? Note como
era dever do povo de Deus zelar pela santidade dos seus (Lv 21.8; 22.22,24). No entanto,
continuavam a fazer tal como antes do cativeiro: desencaminhando os tais (Am 2.11,12). Como?
[Desprezavam o nome do Senhor oferecendo pão
imundo.]
[Profanavam o nome do Senhor dizendo que, aquilo
que se oferecia em Sua mesa, era desprezível.]
Entendendo que a mesa do Senhor é o Seu altar e o
pão, as ofertas que o povo consagrava a Deus (Ez 41.22), logo não podemos desprezar o que as pessoas ofertam a
Deus, ainda que tais coisas pareçam sem valor aos nossos olhos (ver 1Sm 2.17).
Aliás, quando não sabemos dar valor àquilo que
realmente é digno, com certeza iremos exaltar o que não é. Resultado: aquilo
que Deus dá em abundância e de graça (seu jugo leve - Mt 11.30) passa a ser considerado
sem valor, enquanto que as coisas vãs, más e escassas do mundo,
supervalorizadas. Contudo, note como Jesus valoriza a pequena oferta da viúva,
mas despreza as grandes quantias dos miseráveis (Mc 12.41-44).
Vem então a pergunta: quanto ou o quê as pessoas
têm que te dar para que recebam favor de ti? Por isto é que muitos não se
consideravam (nem consideram) amados
por Deus: estabeleceram algo muito elevado sobre si, que nem mesmo elas sabem o
que é, mas sem o qual, a ninguém possível receber sua atenção.
Enfim, a verdadeira ceia do Senhor consiste de
oferecermos nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12.1). Isto implica em oferecer o
que há de melhor em nós e estarmos prontos em receber o que as pessoas estão
nos oferecendo, mesmo que seja pouco aos nossos olhos ou até ruim. Ora, se o
que a pessoa está ofertando é para Jesus, dentro dos padrões estabelecidos por
Ele, quem somos nós para recusarmos a pessoa com sua oferta?
No entanto, é preciso saber diferenciar as coisas.
Na época de Malaquias, os sacerdotes não podiam aceitar o povo ofertar algo que
não glorifica a Deus (Ml 3.7).
Eles deveriam fazer tal como fizeram os sacerdotes na época de Uzias:
resistirem fortemente (2Cr
26.16-19), mesmo que isto implicasse em receber ódio, desprezo, etc.,
das pessoas(VS. 7,8). Se
quisermos ser aceitos por Deus, teremos que aborrecer o mundo e aos que são
dele (Mt 10.37-39; Jo 5.41; 15.19;
Gl 1.10; Tg 4.4 – ver Jó 42.8).
Quantas vezes as pessoas estão roubando a
Deus (Ml 3.8), negando-lhe
a oportunidade para glorificar a Si mesmo através daquilo que Ele colocou na
sua dispensa para o próximo (ver
Mt 12.45; 1Co 4.1,2; 1Pe 4.10,11). Contudo, no que ela modifica ou troca
isto por algo inferior (Ml 1.14),
por achar que este próximo não tem nada de bom para oferecer na mesa do Senhor,
está se rebelando contra o seu ajudador (Os 13.9), o que só lhe traz perda. Neste caso, sim, temos que
repreendê-la.
É bem verdade que, a princípio, quando suplicamos o
favor de Deus, Ele tem piedade de nós (VS. 9). Mas, o que é a piedade Dele? É justamente a capacidade de
usarmos de misericórdia com os outros. Logo, como podemos esperar que Ele nos
aceite e nos dê algo, se levianamente iremos nos apropriar do bem que Deus
colocou em nossas mãos para nos unir ao próximo, dando-lhe bênção falsificada?
Afinal, quem é capaz de defraudar até a Deus, que tudo vê, o que não fará com o
próximo?
De que adianta ofertarmos coisas a Deus, se não
temos disposição alguma em estarmos ligados às pessoas por meio de Sua Palavra?
De que adianta Jesus perdoar as pessoas, se é para cada um ficar vivendo a
solidão dos seus problemas? Para Deus, é melhor não ofertar nada (Is 1.11-15; Jr 6.20; 14.12; Am 5.21-24),
nem mesmo conhecer Sua Palavra (Sl
50.16-21; 2Pe 2.21,22). Daí Ele preferir que alguém fechasse as portas
do templo para que nada oferecessem (VS. 10). Antes de pensar em ofertar algo a Deus, se preocupe em
ser agradável a Ele. A tua oferta só será prazerosa a alguém (incluindo a Deus), quando, antes de
tudo, você for uma pessoa agradável a Ele. Não se trata simplesmente de fazer
coisas agradáveis, mas de ser agradável (em caráter, pensamentos e sentimentos). Deus ama ao que dá com
alegria (2Co 9.7). Mesmo
porque, se não for amor a Cristo e ao próximo, que sentido há (2Co 9.13).
E àqueles que se achavam superiores por serem
descendentes de Abraão (nos dias
de hoje, por pertencerem a uma denominação ou por, supostamente, acharem que
acreditam no Criador), Deus estava dizendo que, se eles não se
dispusessem a dar glória ao nome Dele, seriam rejeitados e substituídos pelos
gentios que eles tanto desprezavam(Is
60.3,5; 66.19,20; Mt 3.9; 8.11,12; Lc 3.8; Jo 10.16; Rm 10.19; 11.11,14; Ap
21.24-27).
O que os israelitas não entendiam é a
universalidade do Reino de Deus. Não pense que isto é só agora, após o
sacrifício de Jesus. Já pensou, por exemplo, no que significa o título Rei dos
Reis (VS. 14; Sl 48.2; 1Tm 6.15).
Significa que Ele também usa reis a fim de que eles possam conhecê-lo (ver Is 44.28; 45.1; Ez 29.18-20).
Note como a ordem para encher a terra com a glória
de Deus já era conhecida desde o Éden, antes mesmo de entrar o pecado no mundo,
sendo parte da primeira ordem dada ao ser humano (Gn 1.28; Is 11.9; Hc 2.14; Jo 4.21,23; 1Tm 2.8).
Inclusive, note como, mesmo no Antigo Testamento,
havia gentios que: queimavam incenso, ou seja, oravam a Deus (Sl 141.2; Ap 8.3). Basta pensar que
Urias, que era de Hete, Raabe, a meretriz de Jericó, e Rute, a
moabita (povo do qual Deus tinha
até mesmo proibido que fizesse parte da Sua congregação – Dt 23.3; Ne 13.1),
entraram até mesmo para a genealogia de Jesus (Mt 1.5,6); traziam ofertas puras ao Senhor. Mas como, se
sacrifícios podiam ser oferecidos apenas no altar de Jerusalém? Com certeza
isto era metafórico (veja Sl
51.17; Hb 13.10,15,16; 1Pe 2.5)
Eles consideravam os gentios como imundos, mas eles
é que eram os imundos. E, se a mesa do Senhor estava imunda, é porque eles a
estavam deixando neste estado (VS.
7 e 12). Como poderia ser diferente? Se eles tinham a petulância de
dizer que Deus estava os cansando com tantas atividades (quando, na verdade, eram eles que estavam
cansando a Deus com seus pecados – Mq 6.3; Is 43.22-24; Ml 2.17,18; 3.13),
o que mais se podia esperar? É importante ressaltar também que, ao dizer que
Ele é temido entre os gentios, estava exortando os israelitas, já que, nem
isto, eles faziam.
Os próprios sacerdotes incentivavam o povo a
ofertarem o pior (por exemplo, no
que faziam concessões para agradar seus amigos), o que, agora, eles
esperavam que viesse à mesa? Com certeza só haveria de vir ofertas com
defeito (Lv 22.20; Ml 1.8),
dilacerada por animais (Êx 22.31).
Enfim, só coisas nojentas. Isto, quando não ofereciam o que roubavam (ou incentivavam os outros a roubarem dos
outros). Como, depois, eles podiam esperar ser aceitos por Jesus? Aliás,
nestas circunstâncias, o que significa ser aceito por Ele?
Se não é para usarmos os dons que Deus nos dá para
ajudarmos o próximo e conseguirmos, com isto, a testificação da Palavra no
coração de todos pelo Seu Espírito Santo, a fim de sermos unidos com eles,
então o que esperamos obter com os recursos deste mundo?
Portanto, se você tem um “animal macho (ver Lv 1.3,10) e sadio no rebanho”,
não prometa e ofereça ao Senhor o defeituoso (VS. 14). Ou seja, entregue a Deus aquilo que Ele já proveu na tua
vida para Ele mesmo (Gn 22.8).
Uma vez que Jesus morreu para desfazer as obras do
diabo na vida de todos (Jo 3.16;
1Jo 3.5,8), logo, pode semear sobre as muitas águas (Ec 11.1) que Deus permitir que
passem por você (Is 43.1);
com certeza você irá colher tudo que fizeres por amor do nome Dele (Hb 6.10). Uma vez que Jesus levou
sobre Si os pecados de todos e Seu nome é terrível entre as nações (o que implica na presença Dele em tais vidas
– ver Gn 28.15-17; Ef 4.6), é possível que elas venham a ser mudadas.
MALAQUIAS
2.1-16 → SE ISOLA DE QUALQUER
EXPRESSÃO DE AMOR E, POR ISTO, ACABA SOZINHO NA SUA MESQUINHEZ E INCAPAZ DE SE
ADAPTAR AOS PRECEITOS DE JESUS (At 16.20,21). Tal pessoa...
VS.
1 a 4 → ... NÃO DESEJA HONRAR A
DEUS, PREFERINDO SER DESTRUÍDO POR AQUILO
QUE DEVERIA LHE SALVAR (VER Rm 7.8-10) E AMALDIÇOADO POR AQUILO QUE
FOI FEITO ESPECIALMENTE PARA SI
Quem insiste em dizer que não é amado por Deus, não
conseguirá ver nada de bom naquilo que Deus lhe concede, não se proporá a
honrá-lo através daquilo que Ele lhe deu e, com certeza, acabará indo parar na
congregação dos mortos (Pv 21.16),
vivendo dos próprios excrementos e do excremento que se lhes atiram na cara(VS. 3).
Os sacerdotes são os primeiros a serem
repreendidos (ver 1Pe 4.17) porque,
do contrário, eles irão arrastar, consigo, muitos para o erro. Deus tinha um
mandamento especial para os sacerdotes (VS. 1), o qual eles deveriam ouvir e colocar no coração (VS. 2), com a disposição de darem
honra ao nome do Senhor. De nada adianta guardar os mandamentos só por
obrigação, como se eles não tivessem utilidade alguma.
Quando a pessoa não serve a Jesus com Sua
abundância, por amor, acabará servindo seus inimigos em troca de ingratidão e
uma série de coisas vãs e más (Dt
28.47,48). E o pior: com suas bênçãos amaldiçoadas, não conseguirá ser
feliz com aquilo que foi tirado de dentro de si (ver Gn 2.24), feito especial e exclusivamente para ele (VS. 2).
E a situação era tão dramática que eles se tornaram
incapazes, até mesmo, de enxergar a miserável situação na qual eles
estavam (como se deu com Sansão
(Jz 16.20) e Laodicéia (Ap 3.17)). Note que, embora Deus já viesse
amaldiçoando suas bênçãos (como
disse que faria aos que não ouvissem Sua voz – Lv 26.14; Dt 27.15-26; 28.15-68),
eles achavam que esta profecia era para o futuro (VS. 2). Daí dizer: “...amaldiçoarei as vossas bênçãos [futuro];
já as tenho amaldiçoado [passado]...”.
Um exemplo desta maldição estava na comida. Como
eles não se importaram em limpar os alimentos antes de oferecê-los ao
Senhor (Lv 1.9,13), agora
seriam obrigados a comer o bucho do animal (uma das recompensas deles – Dt 18.3) sujo de
excremento (o qual, muitas vezes,
iria espirrar na cara deles enquanto estivessem comendo – VS. 3). E como
esta sentença já vinha sendo executada, eles já tinham se acostumado tanto com
o gosto que nem estavam notando a diferença, achando tudo normal (tal como hoje, as pessoas ingerem carne e
nem conseguem perceber o gosto de fezes proveniente da ração contaminada que
estes animais comem).
Muitos acabam se acostumando tanto à maldição, que
até passam a gostar dela. Daí Deus reprovar a descendência de Levi, caso eles
não propusessem, de coração, a ouvi-lo (VS. dois e três). Quem se alimentava de excremento, acabava
fazendo do mesmo, elemento constituinte do seu ser, sendo condenado a partilhar
do destino deste, a saber, ser lançado para fora do arraial e servir de
nutriente para a terra e animais imundos (ver 1rs 14.10; Jr 16.4).
É assim que você quer terminar? Vendo todo o fruto
do teu trabalho indo parar nas mãos de pessoas más (que só querem prejudicar este mundo), ou nas mãos de feras e
animais peçonhentos? Se você não souber dispor teus bens com juízo (Sl 112.5), o diabo o usará para a
injustiça. Este é o destino de quem é reprovado por Deus.
Agora eu te pergunto: é preciso chegar neste ponto
para sabermos que foi Jesus quem nos enviou Sua Palavra (VS. 4)? Por que temos que sofrer,
para depois fazermos aquilo que sabíamos que devia ter sido feito desde o
princípio?
Os mandamentos do Senhor como um todo (Ml 4.4), em particular este de dar
honra ao nome Dele (VS. 2),
eram justamente o requisito para que Sua aliança continuasse com Levi (VS. 4). Para nós, que motivo é
suficientemente grande para abandonarmos qualquer relacionamento? Quem assim
faz é porque não enxergou o valor do mesmo na sua vida.
VS.
5 a 9 → ... NUNCA ENCHERÁ SUAS
ENTRANHAS DA VERDADEIRA LEI DE JESUS (AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO), SENDO
CONSIDERADA INDIGNA E DESPREZÍVEL DIANTE DE
TODOS (E SUJEITO A Is 33.1; 2Tm 3.13; Tt 3.3)
A lei deve estar na boca, já que, quem controla a
língua, é capaz de refrear o corpo (Tg
3.2). Considerando que nenhum ser humano é capaz de controlar a própria
língua (Tg 3.8), mas que a
boca fala do que a pessoa entesourou no coração (Lc 6.45), logo a Palavra da Vida e da Paz só poderá estar na
nossa boca se nosso coração estiver cheio dela (Mt 12.34). Daí a Escritura Sagrada dizer que a salvação depende
de confessarmos Jesus como Senhor com nossa boca (Rm 10.8-10).
Quando Deus levanta alguém como profeta ou servo
Dele, não adianta a pessoa buscar conseguir honrarias, tentando agradar os
filhos da perversidade (VS. 9).
A única coisa que ela conseguirá é se tornar abominável (Pv 17.15).
A lei de Deus não é para nos dar privilégios
materiais (concedendo-nos
benefícios que, muitas vezes, deveria ser dos outros), mas sim para
descobrirmos a forma correta de sermos favoráveis aos outros. Quando Malaquias
disse que a aliança de Deus com Levi foi de vida e de paz (VS. 5), não quer dizer que vida e paz
são meras consequências que vêm com a obediência. Antes, a própria aliança é a
vida e a paz.
Tal paz não significa estar livre de pessoas
desagradáveis. Antes, significa ter Jesus como nossa aliança. E a vida que não
se acaba (que é o que está sendo
prometido aqui – Nm 25.13) consiste em andar em Sua presença (ver Jo 17.3; Gn 5.22-24; 6.9; 17.1).
É Sua presença que nos faz descansar (Êx 33.14; Jó 22.21; Is 27.5; At 4.19; Tg 3.18), ou seja, nos
liberta daquela sensação insaciável de querer sempre mais e mais (isto é paz, a saber, ser contente com aquilo
que se tem – 1Tm 6.7,8).
A lei de Deus é uma expressão de amor (1Jo 5.3), sendo ela uma das dádivas
que Deus nos dá (Sl 19.11; Nm
25.12). A outra é a própria presença Dele (Ez 37.26). Inclusive, note como, mesmo no Antigo Testamento, Deus
não prometia habitar em lugares luxuosos. O concerto de paz lhes permitiria
habitar em segurança no deserto, dormir nos bosques (e não em mansões caríssimas). Deus
sacia nossa sede; contudo, fazendo brotar o rio de Vida no nosso interior (Jo 4.14; 7.37-39), e isto quando
estamos no deserto (veja Is
41.17,18; 43.19,20). Deus faz resplandecer luz na nossa vida quando
estamos nas trevas salvando os que se acham presos ali (Is 9.1,2; Mt 4.15,16; 2Co 4.6). Daí o
VS. 6, onde mostra Levi, no passado, apartando a muitos da iniquidade (Dt 33.10).
Inclusive, é justamente nestes momentos obscuros, a
saber, nos quais parece impossível obedecer à lei de Deus, que Ele manifesta
Sua luz e sacia nossa sede de paz, justiça, etc. Em outras palavras, é quando
somos perseguidos (Mt 5.10-12) por
querermos manter Sua justiça, verdade, honestidade e bondade, que Deus nos
revela a luz da Sua Palavra (Sl
119.105) que nos faz enxergar Seu caminho (Na 1.3; 1Co 10.13).
Precisamos parar de respeitar as pessoas
quando elas estão no erro (Pv
24.23; 28.21). Porque os descendentes de Levi estavam se mostrando
parciais na hora de interpretar e praticar a lei (VS. 9), eles perderam o valor deles e se tornaram dignos de
desprezo (VS. 9).
Precisamos temer e tremer ante o nome do
Senhor (VS. 5), buscando
sempre estar no conselho Dele (Jr
23.22)a fim de que todo o povo ouça Suas palavras e se converta do Seu
mau caminho (Dn 12.3; Tg 5.20).
Infelizmente, as pessoas não estão conseguindo enxergar a vida e a paz contidas
na aliança de Deus (VS. 5).
Com isto, não conseguem temê-lo (VS.
cinco).
Uma coisa é certa: apenas quando enxergamos o amor
de Deus por nós é que somos constrangidos a uma mudança (2Co 5.14). Muitos creem,
erroneamente, que é a severidade do mal que muda a pessoa. Ninguém pode ser
perfeito no amor enquanto estiver preso no medo (1Jo 4.18), já que este mantém o olhar da pessoa fixo em si mesmo
e na maldade que ameaça lhe sobrevir (veja o que acontece – Jó 3.25,26).
É preciso viver com Deus, andando o tempo todo com
Ele (Gl 5.16,25). Enquanto
Levi assim procedeu (ainda que, no
caso dele, este andar foi por fé e obediência (e não por uma intimidade
profunda com o próprio Deus), retendo a verdadeira justiça na sua boca e em
seus lábios), ele permaneceu na paz e retidão, apartando a muitos da
iniquidade (VS. 6). A
função judicial era cumprida (como
deveria ser – Lv 10.10,11; Dt 17.8-10; 19.17), o que mantinha, no
coração de todos, a disposição de fazer o que é bom (Ec 8.11).
Afinal, era função dos sacerdotes guardar o
conhecimento, de modo que todos os demais homens tivessem a quem se dirigir quando
precisassem buscar alguma instrução (Dt 24.8; Ed 7.10; Jr 18.18; Ag 2.11). E ai daquele que não se
dispusesse a conhecer a Deus e a manter em Sua mente, constantemente, a lei do
Senhor: seria rejeitado e esquecido por Ele (Os 4.6), junto com sua família.
Junto com os profetas, eles eram considerados
anjos (mensageiros) do
Senhor na vida de todo o grupo de pessoas que se ajuntam para lutar por algo ou
alguma coisa (Ag 1.13).
A diferença é que, enquanto que pessoas mortas em
seus delitos e pecados iam até o sacerdote para ouvir uma palavra “morta” (ou seja, que foi proferida no passado),
de modo a tomarem conhecimento da conduta devida a ser tomada numa dada disputa
ou demanda, o profeta era conduzido por Deus em direção a alguém para
revelar-lhe algo novo, especialmente para ele.
Hoje, nós, como sacerdotes que têm livre acesso à
presença do Pai (1Pe 2.5; Ap 1.6;
5.10), somos o anjo(mensageiro) da
Igreja (Gl 4.14). Logo,
temos sempre que estar em comunhão com o Pai (Jr 23.18,22) a fim de que, em nossa boca, esta sempre o
maná (Dt 8.3; Mt 4.4; Lc 4.4) que
edifica (Ef 4.29).
Quem, contudo, não quer ficar ligado a
ninguém (preso com os laços do
amor – Os 11.4), se torna incapaz de receber, dentro de si, a Palavra
que pode salvar a alma sua e a dos outros (Tg 1.21). Obviamente, tal pessoa irá de se desviar do caminho, ou
seja, da aliança que Deus fez com todos nós (VS. 8) e, obviamente, irá ensinar isto aos outros,
levando-os a tropeçar na fé.
E quando falo em ensino, não estou me referindo
apenas ao aspecto teórico. Como cada um é aquilo que crê, todas as atitudes da
pessoa servirão de estímulo à maldade (1Sm 2.17; Mt 18.6; Lc 17.1). E o pior de tudo é que muitos
estarão vivendo estes princípios, como se estivessem servindo a Deus (Jr 18.15). É por esta causa que
muitos acabam desviando da fé: uma vez que Deus não se compromete com as
interpretações erradas da Sua Palavra, mas apenas com Sua Palavra pura, logo é
logico que nada irá funcionar.
Em outras palavras: quando a pessoa corrompe a
aliança ou o ministério (Ne 13.29),
estes perdem toda a eficácia (Zc
11.10). A partir de então, não adianta a pessoa tentar colar a aliança
quebrada. No que a criança pequena entra em contato com coisas que agradam sua
carne, ela vai se distanciando dos pais e de tudo de bom que Deus deu para ela.
A única alternativa é nascer de novo: só assim a inocência pode ser restaurada.
Isto significa romper com tudo que tinha adquirido
antes (conceitos, valores, bens,
amizades, etc.). Sei que isto parece esquisito. Contudo, após a aliança
com Jesus, todos os relacionamentos anteriores perdem o significado. Ninguém
pode continuar vendo Deus e as pessoas segundo a carne (2Co 5.16). Somente aqueles que se
submeterem ao tratamento de Jesus poderão ter paz conosco.
Do contrário, tentar-se-á conciliar Jesus e o
mundo (Mt 6.24; Tg 4.4), o
que fará de nós sacerdotes desprezíveis e indignos diante de TODO o povo (como se deu com Eli (1Sm 2.30) e os
sacerdotes na época de Malaquias (VS. 9)), visto que não seremos capazes
de nos mostrarmos integrais na manifestação da lei do amor a Deus e ao
próximo (VS. 9, a qual implica em
viver a verdade na vida de todos). Usurparemos a posição de juiz, que
cabe unicamente a Deus, tentando favorecer uns em detrimento a outros (algo que Deus abominava – Lv 19.15).
Fique claro que o papel de julgar o povo, no Antigo
Testamento, não era do sacerdote, mas do juiz. O sacerdote deveria fazer com
que a mesma fosse conhecida corretamente por todos, inclusive pelos juízes, de
modo que estes pudessem, movidos pelo Espírito de Deus, julgar corretamente.
Daí os dois serem vistos juntos em algumas passagens (Lv 10.10,11; Dt 17.8-10; 19.17).
Enfim, se tentarmos, através da lei, determinar
quem merece o quê, acabaremos rejeitados por Deus e nos tornando vis.
VS. 10 a 12 → ... ACABARÁ ROMPENDO A ALIANÇA COM O POVO DO CRIADOR PARA CRESCER
NA SOLIDÃO DA FAMA E DOS RECURSOS MATERIAIS QUE LHES FOI PROMETIDO PELOS
ADORADORES FALSOS?
Você já parou para pensar no verdadeiro sentido da
aliança de Deus conosco? Levar-nos a sermos leais uns com os outros (VS. 10), principalmente com os
domésticos na fé (Gl 6.10).
Afinal, além de ter sido o mesmo Deus que nos criou, Ele também é o nosso
Pai (Jó 31.15; 1Co 8.6; Ef 4.6),
mostrando que nossa criação não foi meramente física. Antes, Deus nos criou
para sermos separados dos demais povos (Êx 19.5; Lv 20.24; Dt 7.3), de modo que fôssemos Sua propriedade
particular (Dt 32.9,10; Ml 3.17;
Sl 102.18; Is 43.1; 60.21; Ef 2.10).
Logo, quando profanamos a aliança que Deus fez com
Sua Igreja, não estamos prejudicando apenas a nós. Estamos traindo a Igreja.
Sempre que não temos responsabilidade com os compromissos assumidos em Cristo
Jesus, estamos prejudicando Sua amada Igreja.
Mas quando se faz aliança com alguém que não adora
o Deus verdadeiro (ou O adora, mas
do modo errado), tudo que tal pessoa faz é uma expressão exata desse
falso deus que a pessoa criou para si. Como já visto, cada pessoa é uma
expressão exata daquilo que crê ou, se preferir, cada um é aquilo em quê
acredita.
Quem faz este tipo de aliança está profanando a
santidade do Senhor, que nada mais é do que a Igreja Dele (veja Sl 47.4), a qual é a guardiã da
Sua Palavra (1Tm 3.15).
Tanto é assim que a permanência do marido ou da mulher crente em Jesus, no lar,
santifica tanto o cônjuge, quanto os filhos (1Co 7.14). É bom lembrar que a família é a primeira célula da
Igreja, e esta é uma família.
Os homens de Judá, em particular, tinham se casado
com adoradoras de deuses estranhos (VS.
11; Ed 9.1,2; 10.2; Ne 13.23). Tais mulheres eram consideradas filhas
desses deuses (Jr 2.27), já
que se tornavam iguais a eles (ver
Sl 115.8; 135.18).
O destino de tal pessoa é ser desleal e praticante
de toda sorte de abominações, o que resultará na exclusão dela da comunhão com
todos aqueles que poderiam lhe capacitar para a bondade (VS. 12). Isto vale para qualquer tipo
de pessoa, seja para o que:
vela, ou seja, para os estão sendo usados como
pastores, já que é este o papel deles; o que responde, ou seja, os que estão
sob os cuidados da autoridade;
Com isto Deus quer mostrar que, não importa o quê
ou quanto eles ofertem. Nada poderia aplacar a ira de Deus na vida deles, a
menos que eles se arrependessem e convertessem. Em outras palavras, a oferta
não servia para perdoar pecados (o
que condiz com Hb 10.3), mas sim para que houvesse possibilidade da
pessoa enxergar Deus exercendo Sua justiça a fim de restaurá-la ao lugar onde
ela poderá ouvi-lo e sentir Sua presença. Ou seja, não é o que ofertamos a Deus
que nos salva, mas sim aquilo que Ele fez e faz por nós.
Daqui também podemos concluir que esta ideia de que
Deus irá punir apenas o mestre, pastor ou profeta que ensina errado, é
completamente estranha aos ensinamentos contidos na Escritura Sagrada:
Tanto o que vela, quanto o que responde, serão
excluídos (VS. 12);
Tanto o cego que está guiando, como o que está
sendo guiado, cairão no barranco (Mt
15.14);
Tanto o auxiliador quando o ajudado cairão (Is 31.3);
Tanto aquele que profetizou, quanto aquele que foi
atrás do profeta, serão enganados e destruídos (Ez 14.9,10);
Enfim, quem se envolve com a mulher estranha (ao Reino de Deus e seus princípios),
não atinará com as veredas da vida, estando condenada a ser excluída de
Israel (Pv 2.18,19).
VS.
13 a 16 → ... FATALMENTE IRÁ
DESFAZER O LUGAR QUE DEUS PROVEU PARA SUA SALVAÇÃO, A SABER, SEU LAR, VINDO A
ADULTERAR O PROJETO DE DEUS EM SUA VIDA COM OUTRO PARCEIRO
A insensibilidade no coração deles era tal, que não
conseguiam mais enxergar a verdadeira razão de ser de Israel, de modo que
ficavam indignados por Deus não estar aceitando as ofertas deles (VS. 13; ver Is 58.2,3), a ponto de
perguntarem a Deus: “por que?”.
Um ponto importante: o que levou os israelitas a
deduzirem que Deus não estava aceitando as ofertas? As adversidades na vida
deles. Entretanto, ao invés de tentarem descobrir em quê eles estavam
errando (como quem tem prazer na
presença de Deus), a fim de restaurem o relacionamento deles com Deus,
eles preferiram ir atrás de novos relacionamentos com outros deuses que nada
tinham haver com eles.
Ora, se não damos certos com o Deus verdadeiro e
com aqueles que Ele criou especialmente para nós (família, principalmente), o que nos faz pensar que daremos certo
com estranhos que nada tem haver conosco? Tal como numa árvore, os
relacionamentos nos são acrescentados à medida que cultivamos os
relacionamentos que Deus já colocou na nossa vida (tal como novos ramos surgem a partir do crescimento de um já existente).
Não podemos, de modo egoísta, querer nossas amizades apenas para nós. Quem quer
ter muitas amizades, nunca desenvolve uma amizade que tenha tudo haver com
aquilo que há dentro de si. Resultado: acaba repleto de galhos pequenos,
frágeis, estranhos e sem qualquer proveito.
Entretanto, já reparou o quão rápido eles
reincidiam no erro. Note como eles aderiram ao casamento misto em (Ed 9.1,2), depois em (Ne 13.23,24) e, por fim,
agora (VS. 10-12), como se
fosse pouco corromper a mesa e o sacerdócio do Senhor.
Considerando que a finalidade do casamento é
produzir uma descendência de piedosos para Deus (VS. 15), logo não há desculpa para o divórcio. Inclusive, foi
também por isto que Deus criou apenas uma Eva: para demonstrar esta verdade e
ensinar para Adão (e todos nós) que
não existe substituta. Se aquela viesse a faltar por qualquer motivo, ficaria
só pro resto da vida. Isto o estimularia a dar sua vida a ela, já que, caso ela
viesse a faltar, jamais acharia outra igual (Ef 5.25-27).
No Antigo Testamento isto acontecia porque, no caso
de imoralidade sexual de um dos cônjuges, este e seu amante eram mortos (Lv 20.10; Dt 22.22). Daí Jesus dizer:
E “Eu vos digo, porém, que qualquer que
repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra,
comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.” (Mt 19.9).
Quando Jesus disse isto, o Antigo Testamento estava
em vigor, de modo que, quando um dos cônjuges fornicava, morria e, uma vez
viúvo, estava livre para casar com quem quisesse (Rm 7.1-3), desde que no Senhor (1Co 7.39).
Entretanto, do contrário, a ordem é não separar, já
que a utilidade do casamento não é satisfazer nossos desejos carnais, mas sim
proporcionar um ambiente favorável onde a semente da piedade possa se
desenvolver em nós. Os filhos, por exemplo, são o mecanismo de Deus para que a
pessoa possa experimentar Seu amor dentro de si e, com isto, deixar de pensar
em si mesmo isoladamente, ou seja, cercado apenas de riquezas.
Muitos israelitas, para defender sua conduta
indevida (casamento misto),
tomavam Abraão como base, já que ele teve relações com Hagar, à egípcia. No
entanto, o que Abraão buscava não era prazer da carne, mas sim o cumprimento da
promessa de Deus, a saber, a descendência de piedosos prometida (Gn 15.5).
Já outros procuravam justificar o adultério,
alegando o mesmo que os israelitas da época de Jesus: que Moisés tinha
permitido (Dt 24.1-3).
Contudo, Jesus mesmo disse que este nunca foi o plano original de Deus, sendo
permitido apenas por causa da dureza do coração deles, a fim de que eles vissem
o quão nocivo é buscar a presença de Deus fora da vontade Dele.
Eles não queriam admitir que a aliança com o
cônjuge era, antes de tudo, uma aliança com Deus (ver Pv 2.27; Gn 2.24; Mt 19.6). Deus é testemunha entre o homem e
a mulher da sua mocidade, a saber, a primeira mulher com quem ele teve contato
sexual. Labão era um que não enxergava isto, preferindo fazer do montão que
Jacó e seus descendentes ergueram (Gn
31.45,46 - mas que Labão disse que foi ele quem eregiu (Gn 31.51), pois ainda
achava que tudo que era de Jacó ainda era dele (Gn 31.43)), a testemunha
diante de Deus entre ele e Jacó, da aliança firmada entre eles (que, por sinal, era uma aliança de
condenação, para servir de testemunho contra o transgressor – Gn 31.44),
onde um dos termos desta aliança era a fidelidade de Jacó para com suas filhas.
Ora, não precisava deste montão chamado Galeede para testemunhar isto. Em se
tratando de casamento, o próprio Deus já é a testemunha (VS. 14).
Já reparou na ênfase que a Palavra de Deus dá à
mulher da mocidade? Veja (Pv 5.18;
Is 54.6). Note, inclusive, a ligação entre ser fiel a esta e a ordem
para cuidarmos de nós mesmos (VS.
15; Mc 13.9; Lc 17.3; Lc 21.34; 2Jo 8). Logo o modo para vigiarmos é
amando o próximo como a nós mesmos (Mt
24.45), repreendendo-o quando necessário (Lv 19.17; Ez 3.17-21; 33.7-9; Lc 17.3). E quem mais próximo do
que o cônjuge? Por isto Deus ordena que a mulher não se separe do homem (1Co 7.10-14) e vice-versa.
Quer uma prova da relação íntima entre igreja e
família? Repare que, assim como a família nada mais é do que Deus separando um
rapaz e uma moça do mundo para viverem Cristo na vida um do outro, Deus criou
somente Adão e, posteriormente, fez aliança apenas com Abraão (embora, na época dele existissem milhares de
pessoas na terra), justamente para nos ensinar que o culto a Deus não
consiste em falar bem Dele para as pessoas (como se Ele precisasse de advogado ou assessor de imprensa) ou
cantar para Ele, mas sim em exercitar Sua piedade na vida do próximo.
Contudo, esta só é possível quando todos constituem
uma só carne. Não há como se falar em piedade em seres com necessidades e
interesses diferentes. Lembre-se que compaixão é “sofrimento comum”. Daí Deus
fazer marido e mulher de uma só carne (Gn 2.21-24). Percebe que Deus não transforma rapaz e moça numa só
carne; antes, Ele une aqueles que, antes mesmo de existirem na vida um do
outro, já eram uma só carne (analise
com calma Mt 19.4,5). Logo, quando duas pessoas pensam em casar, devem
se perguntar: “o que existe na minha vida que poderia tanto interessar à outra
pessoa? O que existe dentro de mim que poderia lhe ser útil no Reino de Deus?”.
Deus está em busca de alguém em quem Seu Espírito
de adoração (Jo 5.22-24),
intercessão (Ez 22.30),
justiça (Is 64.5),
força (2Cr 16.9) e
glória (1Sm 13.14) possa
repousar. E o casamento é a semente de Deus na terra (VS. 15). Em outras palavras: quem
lança na terra semente de laranja, colhe laranja; quem lança a semente do
casamento, colhe Jesus (analise,
por exemplo, 1Tm 2.14,15).
Por isto Deus odeia tanto o divórcio (VS. 16). Tais pessoas cobrem a
violência com suas vestes (VS. 16),
sendo que o correto é o homem estar cobrindo sua esposa (ver Dt 22.30; Rt 3.9; Ez 16.8). Se
pensarmos que veste é símbolo de justiça, logo eles estavam tentando cobrir a
violência que estavam fazendo com as esposas, através da lei mosaica (por exemplo, Dt 24.1-3).
E o pior é que, com isto, eles acabavam manchando a
justiça de Deus em suas vidas, seja com a prática do pecado, ou com as
consequências dele (neste caso, em
particular, o aborto. Quantos, por causa de uma gravidez indesejável, tentam
matar o bebê ainda no ventre). Um exemplo disto é Davi que, para
esconder seu adultério, tentou induzir Urias a se deitar com sua mulher, a fim
de que todos pensassem que o menino era filho dele (2Sm 11.8-13). E, como ele não fez isto, para tentar continuar
sendo justo aos olhos do povo, matou Urias com a espada dos filhos de
Amon (2Sm 11.15; 12.9).
Por fim, eles acabavam fazendo da violência as suas
vestes (Sl 73.6; Is 30.1-3,9-12;
31.1-3). Daí Deus dizer, por duas vezes seguidas, para eles cuidarem
deles mesmos e não serem infiéis (VS.
15 e 16)...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da
Religião Dr. Edson Cavalcante
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