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terça-feira, 9 de setembro de 2014

O CRISTÃO E O HOMOSSEXUALISMO...


                                               O CRISTÃO E O HOMOSSEXUALISMO...
Homossexual é aquele que se sente sexualmente atraído por pessoas do mesmo sexo. Diante de tal comportamento, as opiniões se dividem e vão desde os que fazem do homossexualismo algo virtuoso e nobre, até os que defendem a pena de morte para os homossexuais. Neste contexto, sou apenas mais uma voz na multidão. Não pretendo (nem poderia) esgotar o assunto, mas apenas expor meu entendimento a respeito, à luz das Escrituras Sagradas. Espero, com este artigo, quebrar alguns paradigmas no meio evangélico e, sobretudo, auxiliar aqueles que apresentam um comportamento homossexual.
1. O que Deus sente pelos homossexuais?
Sem dúvida, Deus ama os homossexuais com um amor incondicional e imensurável, da mesma forma que ama toda a humanidade. O anseio de Deus é que, não só os homossexuais, mas que todos: homens, mulheres, negros, brancos, ricos, pobres, cultos, indoutos, crianças ou anciões, todos, todos vivam em comunhão com Ele.
“Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam orações por todos os homens… Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos” (I Tm 2:1-6).
2. Homossexualidade é pecado?
Muitos distorcem o verdadeiro sentido das Escrituras a fim de justificar certos comportamentos. No caso do homossexualismo, não há dúvidas: é algo incompatível com a ordem natural criada por Deus, não faz parte do Seu plano original para o ser humano, não está dentro de Sua soberana vontade, portanto, não há como tapar o sol com a peneira: homossexualismo é pecado. A única experiência de “uma só carne” que Deus autorizou é dentro da monogamia heterossexual.
“tendo conhecido a Deus, não o glorificaram … Dizendo-se sábios, tornaram-se como loucos … Pelo que também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si … Porque até suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza … E, semelhantemente, também os varões deixaram o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro”. (Rm 1:21-27)
“Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito Santo de nosso Deus.” (I Co 6:9-11)
3. O homossexual deve aceitar sua situação ou buscar ajuda?
Não existe uma única causa para a homossexualidade, mas o principal fator reside no ambiente familiar, na maneira com que a criança foi criada. Se, por exemplo, uns dos pais (ou ambos) deseja muito um “filho homem”, poderá, mesmo de forma inconsciente, projetar este desejo na forma de educar sua filha, contribuindo para que ela cresça masculinizada e com uma consciência sexual deturpada. Além disso, abusos sexuais na infância e disfunções hormonais também podem ser fatores causadores deste desvio comportamental. Mas, seja qual for a causa, a pessoa homossexual precisa se conscientizar de que seus sentimentos extrapolam a natureza humana, e que a vontade perfeita do nosso Criador é a união heterossexual: “Deixará pois o homem seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher e serão ambos uma só carne” (Gn 2:24). Diante disso, o homossexual é livre para decidir acomodar-se à situação e se justificar dizendo que simplesmente nasceu assim. No entanto, aqueles que assim fizerem, nunca conhecerão a felicidade plena no casamento, para a qual foram criados. Por outro lado, se o homossexual desejar realmente mudar, precisará buscar ajuda, não só com sua família, mas também com profissionais e outros especialistas: terapias, grupos de apoio, ministérios específicos nas igrejas, aconselhamento pastoral, acompanhamento psicológico e, às vezes até clínico, são apenas alguns dos elementos que devem estar presentes no processo de restauração. No entanto, dentre todos estes, a principal fonte de ajuda é JESUS. A leitura da Bíblia e a prática da oração a Deus irão sustentá-lo durante a caminhada. Jesus Cristo é um Deus pessoal, que ouve quando falamos com Ele. Ele fortalece e ajuda a todos que o buscam com um coração sincero.
“Coloquei toda minha esperança no Senhor; Ele se inclinou para mim e ouviu o meu grito de socorro. Ele me tirou de um poço de destruição, de um atoleiro de lama; pôs os meus pés sobre uma rocha e firmou-me num local seguro. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino de louvor ao nosso Deus. O Senhor responderá à oração dos desamparados; as suas súplicas não desprezará.” (Sl 40:1-3; 102:17)
4. O que esperar de um homossexual que entrega sua vida a Jesus?
A conversão é um gesto, mas a salvação é um processo (Fl 2:12), e cada um vive este processo de maneira única e particular. Deus trata cada pessoa individualmente, de maneira singular. Assim sendo, enquanto há aqueles que abandonam radical e instantaneamente seus antigos vícios e pecados, há também os que fazem isso de maneira lenta e gradual. Por isso, não devemos exigir que todos os homossexuais que se entregam a Cristo, se transformem imediatamente no momento da conversão, pois isso nem sempre acontece. É muito importante que o novo convertido receba todo apoio possível, para que sua conversão crie raízes profundas, sua fé se torne inabalável e sua vida produza frutos de arrependimento. Todos nós, mesmo depois de convertidos, pecamos, mas atenção: isso não deve ser usado como justificativa para alguma fraqueza. Se continuamos escravos dos nossos pecados, com certeza, o sangue de Cristo ainda não nos alcançou.
“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça”. Porém… “sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca”. (I Jo 1:8,9 e 5:18).
5. A hipocrisia nossa de cada dia..
Infelizmente tenho visto no meio de nossas igrejas, certas atitudes que longe estão de refletirem o verdadeiro Evangelho pregado por Cristo. Algumas delas diz respeito justamente aos homossexuais:
“Homossexualismo e Lesbianismo são pecados terríveis e abomináveis!!!” à sim, mas TODOS os pecados são terríveis e abomináveis. O apóstolo Paulo coloca todos num mesmo patamar de gravidade: homossexualismo e avareza, idolatria e maledicência, adultério e alcoolismo. Então por que nós aceitamos uns e desprezamos outros? Por que temos a tendência de aceitar certos pecados como “socialmente toleráveis” e a outros não? Por que excluímos da “Congregação dos Santos” aquele que cometeu adultério, mas não aquele que inventou uma fofoca? Todo pecado nos afasta de Deus e ofende Sua santidade! O que acontece muitas vezes, é que sentimos um prazer sádico no “grande e grave” pecado do nosso irmão, pois ele nos faz ter a sensação de que o nosso pecado é pequenino, e por isso podemos continuar com ele… “Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?” (Mt 7:3)
“Se um homossexual se converteu mesmo, ele têm que mudar instantaneamente…” à é claro que uma das evidências da conversão genuína é a nossa postura diante do pecado: o que antes encarávamos como algo normal, passamos a identificar como algo que ofende a Deus e, portanto, não sentimos mais prazer ao praticá-lo. Se um homossexual continua nas mesmas práticas de antes, com certeza, ele não teve um real encontro com Jesus. No entanto, nem sempre a atração por alguém do mesmo sexo desaparece de imediato após a conversão, e isso não significa que ele não se converteu! Existe todo um processo de cura, libertação e restauração, que pode levar meses e até anos… Cabe ao verdadeiro cristão: não ficar “espiando” para ver se a pessoa se converteu mesmo, mas sim cercá-lo de amor durante este processo e ajudá-lo a estabelecer uma sexualidade saudável, dentro da vontade do Pai. Como Igreja de Cristo, nosso papel é amar os homossexuais, assim como Deus os ama, e perdoar as suas falhas, assim como esperamos que Deus perdoe as nossas… “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” (Jo 13:34-35)
“Eu ‘zelo’ pelo meu bom testemunho, por isso, quero distância dos homossexuais!” Sinto muito, amado, mas esta atitude não é de zelo, tem outros nomes: preconceito, machismo, intolerância e desobediência. Sim, desobediência, pois Jesus nos ensinou que devemos amar (atitude e não só sentimento) a TODAS as pessoas, e nos deu a missão de pregar o Evangelho a TODA criatura. Isso inclui os homossexuais, transformistas, drags, prostitutas, presidiários, viciados, mendigos, e todos os demais excluídos da sociedade. “Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redarguidos pela lei como transgressores.” (Tg 2:9)
Conclusão
Aos homossexuais:
Experimente o melhor de Deus para a sua vida. Não importa o que os outros digam ou façam, você é especial, precioso aos olhos do Senhor. Jesus está de braços abertos e ansioso para lhe receber, ajudar, e caminhar com você. Ele é poderoso para fazer de sua vida um milagre. A homossexualidade não é o que Deus planejou para seus filhos, reconheça seus pecados, confesse-os a Jesus em oração, e decida abandoná-los por completo. Procure uma igreja evangélica séria, que tenha a Bíblia como principal guia, e não fique sozinho! Deus tem um sonho para sua vida: não desista até descobrir qual é!
Aos nossos irmãos em Cristo:
A Bíblia nos ensina que não devemos fazer acepção de pessoas. Jesus inaugurou uma nova era: a era da graça, onde todo e qualquer pecador poderia ter acesso ao Trono de Deus, não através de sua maneira de ser, mas através da maravilhosa graça do Pai. Precisamos olhar o nosso próximo com compaixão e amor. Mais do que cantarolar bonitos hinos em nossos confortáveis templos, a vida cristã se expressa em amar a Deus e ao próximo. Ao invés de gastarmos tempo criticando, amaldiçoando e praguejando contra os homossexuais, oremos por eles, e façamos algo de prático para que o perdão de Jesus os alcance da mesma maneira que alcançou a todos nós...

Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

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