O CRISTÃO E O HOMOSSEXUALISMO...
Homossexual é aquele
que se sente sexualmente atraído por pessoas do mesmo sexo. Diante de tal
comportamento, as opiniões se dividem e vão desde os que fazem do
homossexualismo algo virtuoso e nobre, até os que defendem a pena de morte para
os homossexuais. Neste contexto, sou apenas mais uma voz na multidão. Não
pretendo (nem poderia) esgotar o assunto, mas apenas expor meu entendimento a respeito,
à luz das Escrituras Sagradas. Espero, com este artigo, quebrar alguns
paradigmas no meio evangélico e, sobretudo, auxiliar aqueles que apresentam um
comportamento homossexual.
1. O que Deus sente
pelos homossexuais?
Sem dúvida, Deus ama os
homossexuais com um amor incondicional e imensurável, da mesma forma que ama
toda a humanidade. O anseio de Deus é que, não só os homossexuais, mas que
todos: homens, mulheres, negros, brancos, ricos, pobres, cultos, indoutos,
crianças ou anciões, todos, todos vivam em comunhão com Ele.
“Admoesto-te, pois,
antes de tudo, que se façam orações por todos os homens… Porque isto é bom e
agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se
salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só
Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo
em preço de redenção por todos” (I Tm 2:1-6).
2. Homossexualidade é
pecado?
Muitos distorcem o
verdadeiro sentido das Escrituras a fim de justificar certos comportamentos. No
caso do homossexualismo, não há dúvidas: é algo incompatível com a ordem
natural criada por Deus, não faz parte do Seu plano original para o ser humano,
não está dentro de Sua soberana vontade, portanto, não há como tapar o sol com
a peneira: homossexualismo é pecado. A única experiência de “uma só carne” que
Deus autorizou é dentro da monogamia heterossexual.
“tendo conhecido a
Deus, não o glorificaram … Dizendo-se sábios, tornaram-se como loucos … Pelo
que também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia,
para desonrarem seus corpos entre si … Porque até suas mulheres mudaram o uso
natural, no contrário à natureza … E, semelhantemente, também os varões
deixaram o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para
com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a
recompensa que convinha ao seu erro”. (Rm 1:21-27)
“Vocês não sabem que os
perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem
idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem ladrões, nem avarentos, nem
alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. Assim
foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram
justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito Santo de nosso Deus.”
(I Co 6:9-11)
3. O homossexual deve
aceitar sua situação ou buscar ajuda?
Não existe uma única
causa para a homossexualidade, mas o principal fator reside no ambiente
familiar, na maneira com que a criança foi criada. Se, por exemplo, uns dos
pais (ou ambos) deseja muito um “filho homem”, poderá, mesmo de forma
inconsciente, projetar este desejo na forma de educar sua filha, contribuindo
para que ela cresça masculinizada e com uma consciência sexual deturpada. Além
disso, abusos sexuais na infância e disfunções hormonais também podem ser
fatores causadores deste desvio comportamental. Mas, seja qual for a causa, a
pessoa homossexual precisa se conscientizar de que seus sentimentos extrapolam
a natureza humana, e que a vontade perfeita do nosso Criador é a união
heterossexual: “Deixará pois o homem seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher
e serão ambos uma só carne” (Gn 2:24). Diante disso, o homossexual é livre para
decidir acomodar-se à situação e se justificar dizendo que simplesmente nasceu
assim. No entanto, aqueles que assim fizerem, nunca conhecerão a felicidade
plena no casamento, para a qual foram criados. Por outro lado, se o homossexual
desejar realmente mudar, precisará buscar ajuda, não só com sua família, mas também
com profissionais e outros especialistas: terapias, grupos de apoio,
ministérios específicos nas igrejas, aconselhamento pastoral, acompanhamento
psicológico e, às vezes até clínico, são apenas alguns dos elementos que devem
estar presentes no processo de restauração. No entanto, dentre todos estes, a
principal fonte de ajuda é JESUS. A leitura da Bíblia e a prática da oração a
Deus irão sustentá-lo durante a caminhada. Jesus Cristo é um Deus pessoal, que
ouve quando falamos com Ele. Ele fortalece e ajuda a todos que o buscam com um
coração sincero.
“Coloquei toda minha
esperança no Senhor; Ele se inclinou para mim e ouviu o meu grito de socorro.
Ele me tirou de um poço de destruição, de um atoleiro de lama; pôs os meus pés
sobre uma rocha e firmou-me num local seguro. Pôs um novo cântico na minha
boca, um hino de louvor ao nosso Deus. O Senhor responderá à oração dos
desamparados; as suas súplicas não desprezará.” (Sl 40:1-3; 102:17)
4. O que esperar de um
homossexual que entrega sua vida a Jesus?
A conversão é um gesto,
mas a salvação é um processo (Fl 2:12), e cada um vive este processo de maneira
única e particular. Deus trata cada pessoa individualmente, de maneira
singular. Assim sendo, enquanto há aqueles que abandonam radical e
instantaneamente seus antigos vícios e pecados, há também os que fazem isso de
maneira lenta e gradual. Por isso, não devemos exigir que todos os homossexuais
que se entregam a Cristo, se transformem imediatamente no momento da conversão,
pois isso nem sempre acontece. É muito importante que o novo convertido receba
todo apoio possível, para que sua conversão crie raízes profundas, sua fé se
torne inabalável e sua vida produza frutos de arrependimento. Todos nós, mesmo
depois de convertidos, pecamos, mas atenção: isso não deve ser usado como
justificativa para alguma fraqueza. Se continuamos escravos dos nossos pecados,
com certeza, o sangue de Cristo ainda não nos alcançou.
“Se dissermos que não
temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos
os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos
purificar de toda a injustiça”. Porém… “sabemos que todo aquele que é nascido
de Deus não vive pecando; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e
o maligno não lhe toca”. (I Jo 1:8,9 e 5:18).
5. A hipocrisia nossa
de cada dia..
Infelizmente tenho
visto no meio de nossas igrejas, certas atitudes que longe estão de refletirem
o verdadeiro Evangelho pregado por Cristo. Algumas delas diz respeito
justamente aos homossexuais:
“Homossexualismo e
Lesbianismo são pecados terríveis e abomináveis!!!” à sim, mas TODOS os pecados
são terríveis e abomináveis. O apóstolo Paulo coloca todos num mesmo patamar de
gravidade: homossexualismo e avareza, idolatria e maledicência, adultério e alcoolismo.
Então por que nós aceitamos uns e desprezamos outros? Por que temos a tendência
de aceitar certos pecados como “socialmente toleráveis” e a outros não? Por que
excluímos da “Congregação dos Santos” aquele que cometeu adultério, mas não
aquele que inventou uma fofoca? Todo pecado nos afasta de Deus e ofende Sua
santidade! O que acontece muitas vezes, é que sentimos um prazer sádico no
“grande e grave” pecado do nosso irmão, pois ele nos faz ter a sensação de que
o nosso pecado é pequenino, e por isso podemos continuar com ele… “Por que você
repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que
está em seu próprio olho?” (Mt 7:3)
“Se um homossexual se
converteu mesmo, ele têm que mudar instantaneamente…” à é claro que uma das
evidências da conversão genuína é a nossa postura diante do pecado: o que antes
encarávamos como algo normal, passamos a identificar como algo que ofende a
Deus e, portanto, não sentimos mais prazer ao praticá-lo. Se um homossexual
continua nas mesmas práticas de antes, com certeza, ele não teve um real
encontro com Jesus. No entanto, nem sempre a atração por alguém do mesmo sexo
desaparece de imediato após a conversão, e isso não significa que ele não se
converteu! Existe todo um processo de cura, libertação e restauração, que pode
levar meses e até anos… Cabe ao verdadeiro cristão: não ficar “espiando” para
ver se a pessoa se converteu mesmo, mas sim cercá-lo de amor durante este
processo e ajudá-lo a estabelecer uma sexualidade saudável, dentro da vontade
do Pai. Como Igreja de Cristo, nosso papel é amar os homossexuais, assim como
Deus os ama, e perdoar as suas falhas, assim como esperamos que Deus perdoe as
nossas… “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos
amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que
sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” (Jo 13:34-35)
“Eu ‘zelo’ pelo meu bom
testemunho, por isso, quero distância dos homossexuais!” Sinto muito, amado,
mas esta atitude não é de zelo, tem outros nomes: preconceito, machismo,
intolerância e desobediência. Sim, desobediência, pois Jesus nos ensinou que
devemos amar (atitude e não só sentimento) a TODAS as pessoas, e nos deu a
missão de pregar o Evangelho a TODA criatura. Isso inclui os homossexuais,
transformistas, drags, prostitutas, presidiários, viciados, mendigos, e todos
os demais excluídos da sociedade. “Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis
pecado, e sois redarguidos pela lei como transgressores.” (Tg 2:9)
Conclusão
Aos homossexuais:
Experimente o melhor de
Deus para a sua vida. Não importa o que os outros digam ou façam, você é
especial, precioso aos olhos do Senhor. Jesus está de braços abertos e ansioso
para lhe receber, ajudar, e caminhar com você. Ele é poderoso para fazer de sua
vida um milagre. A homossexualidade não é o que Deus planejou para seus filhos,
reconheça seus pecados, confesse-os a Jesus em oração, e decida abandoná-los
por completo. Procure uma igreja evangélica séria, que tenha a Bíblia como principal
guia, e não fique sozinho! Deus tem um sonho para sua vida: não desista até
descobrir qual é!
Aos nossos irmãos em
Cristo:
A Bíblia nos ensina que
não devemos fazer acepção de pessoas. Jesus inaugurou uma nova era: a era da
graça, onde todo e qualquer pecador poderia ter acesso ao Trono de Deus, não
através de sua maneira de ser, mas através da maravilhosa graça do Pai.
Precisamos olhar o nosso próximo com compaixão e amor. Mais do que cantarolar
bonitos hinos em nossos confortáveis templos, a vida cristã se expressa em amar
a Deus e ao próximo. Ao invés de gastarmos tempo criticando, amaldiçoando e
praguejando contra os homossexuais, oremos por eles, e façamos algo de prático
para que o perdão de Jesus os alcance da mesma maneira que alcançou a todos nós...
Bispo. Capelão/Juiz.
Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante
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