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domingo, 15 de junho de 2014

ESTUDO SOBRE MISSIOLOGIA A OBRA QUE VEIO DO CORAÇÃO DE DEUS


                              ESTUDO SOBRE MISSIOLOGIA A OBRA QUE VEIO DO CORAÇÃO DE DEUS...
Se puderes, salva os condenados à morte; ajuda os que são levados para o suplício. Provérbios 24:11.
INTRODUÇÃO. O verdadeiro evangelismo brota espontaneamente de um coração regenerado pelo poder do Espírito Santo. A minha filosofia a este respeito, é a seguinte: “Quem não evangeliza precisa urgentemente ser evangelizado”. Não existe cristão sem missão, assim como não há corpo sem coração.
Como disse João Wesley: “Tua incumbência única sobre a terra é salvar almas”. Mas, no entanto, segundo o que sabemos a grande maioria dos cristãos nunca levaram uma única alma a Cristo. O doutor Bily Gram disse certa vez que um cristão que nunca levou uma alma a Cristo tem uma grande possibilidade de nunca ter nascido de novo.
Segundo o Rev. Lázaro Soares de Assis, em sua apostila sobre evangelismo, o crente não regenerado manifesta os seguintes sintomas:
a) Marasmo espiritual;
b) A indisposição para com a evangelização;
c) E quando se preocupa com evangelizar é com o objetivo de:
 defender seu ponto de vista;
 de disputar;
 cumprir uma obrigação ( sem compromisso sério);
 de exaltar sua denominação;
Como disse o Rev. Alcindo numa de suas mensagens acerca da evangelização: “A teologia da evangelização é está: O Filho veio para glorificar o Pai, O Espírito veio para glorificar o Filho; de forma que quem está cheio do Espírito fala do filho”
O crente cheio do Espírito sente-se molestado pela consciência de que muitos estão indo para o castigo eterno, e por isto ele evangeliza.
O que vamos estudar aqui tem haver com a evangelização, numa perspectiva nova e atuante que em nome de Jesus trará resultados.
Instrumentos da evangelização

Ninguém mais tem dúvida quanto ao fato de que se tem que evangelizar, mais muitos ainda não sabem quais os instrumentos que devem ser usados nesta tarefa. E tais, como trabalhadores sem ferramentas, Nunca começam a obra; Vejamos quais são nossas ferramentas:
O primeiro instrumento é a PALAVRA DE DEUS
É inconcebível a idéia de se evangelizar sem se conhecer a Palavra, é obrigação daquele que trabalha na obra manejá-la bem( 2 Tm 2.15), pois o campo é grande e ela é a semente( Lc 8.11). Devemos estar cheios dela (Cl3.16) para saber dar razão de nossa fé.
Evangelizar sem a Palavra, não é evangelizar e sim ideologizar. A exposição da Palavra do evangelho é o poder de Deus para Salvação.
O segundo instrumento é a Oração
A igreja primitiva cresceu tanto, porque sabia orar.
I – PORQUE A IGREJA DEVE EVANGELIZAR
Entre tantas outras razões, o crente deve evangelizar devido:
1- Ao grande propósito da vida do Senhor Jesus (Jo 3:16)
2 - À importância do trabalho a nós confiado (II Co 5:18-20)
1- Um mandamento que o Senhor nos deu (Mt 28:19,20; Mc 16:15-18)
2- Uma obrigação de todo salvo (I Co 9:16)
3- Um dever de todo cristão (II Tm 7:1,2)
4- Um privilégio de cada salvo (Mt 10:32)
5- Uma responsabilidade de cada crente (I Tm 2:4)
6- Um desafio para o ganhador de almas (Sl 126:5,6; At 13:8,12; 17:32-34)
7- Uma prova de que temos a natureza de Deus (I Jo 4:8; Jo 4:34; 10:15,16)
8- Uma dívida de todo cristão (Rm 1:14,15; 13:8)
9- Um sinal de que somos salvos (Jo 4:39; Lc 19:8,9; Jo 1:39-43)
10- Uma necessidade do batismo com o Espírito Santo (At 1:8; 2;1-4)
11- A confiança fora o crescimento da Igreja (Rm 10:14,17s; Ez 37:1-11)
3. Ao fato de que somente o Evangelho de Cristo tem poder para a salvação do mundo (Rm 1:16; I Co 2:2; Hb 4:12; II Tm 1:10; Ef 1:13; I Rs 15:1,2)
4- À situação espiritual dos perdidos (At 16:9; I Jo 5:19; II Co 4:4; Jo 14:30; 16:11; II Tm 2:26; Ef 2:2,3; Rm 1:24,26,28-31)
Observação
A situação do pecador é tão crítica, que, biblicamente, podemos apresentá-los das seguintes maneiras:
a) Com a Bíblia na mão, sem entendê-la, e esperando que alguém ensine (At 8:31; I Jo 2:20,21).
b) Com fome, sem Ter o que comer, esperando de alguém o pão espiritual (Mc 6:35-37; Jo 6:35).
c) Caído na estrada, como morto, esperando que alguém o ajude (Rm 3:23; Lc 10:30-35).
d) No charco de lodo, sem poder sair, esperando que alguém o retire (Sl 40:2; II Tm 2:26; Jo 8:34; Sl 40:2; Cl 1:13; I Pe 2:9).
e) Levado pela matança, sem poder sair, esperando que alguém o livre (Pv 24:11,12).
f) Sem refúgio esperando alguém cuidar da sua alma (Sl 142:4).
5- Ao fato de que o mundo é uma seara madura para a colheita (Jo 4:35; Mt 9:37; Jl 3:13).
6- Ao fato de que a salvação é um banquete para todos os homens (Êx 5:1; Sl 23:5; Lc 14:21,22; 15: 24,25).
7- À situação crítica mundial (Tm 3:13)
a) Crises (diversas)
b) Doenças
8- À liberdade total para pregar o evangelho (At 28:31)
Analisando estas razões concluímos que, termos de pregar o evangelho significa:
- Arrancar almas do fogo da condenação (Jd 23);
- Arrancar as almas da boca do leão (Salomão – Am 3:12);
- Jogar o salva-vidas divino para o náufrago no mar da perdição (Cl 1:13);
- Despertar os que estão prestes a cair no abismo da condenação (Ef 5:14; II Tm 2:23);
- Mostrar a doença, mas apontar o remédio (Nm 21:4-9);
- Mostrar a nudez espiritual do pecador, mas indicar-lhe a que veste a alma (Lc 8:27-35).
II – COMO EVANGELIZAR
Se observarmos na Bíblia, como começar a tarefa de evangelização, podemos enumerar várias maneiras de alcançar as almas. Porém, sintetizando-as, podemos alcançar as almas da seguinte maneira:
1- Utilizando métodos específicos
a) Método direto (At 8:30-35; Mt 16:13,15; 21:40)
b) Método indireto (At 3:1-26; 17:15-34)
c) Método da literatura
d) Métodos diversos (Jo 3:1-21)
2- Apresentando a mensagem de maneira apropriada
a) Aproximar-se das pessoas no plano que se encontram
b) Ser atencioso (Jo 4:18)
c) Usar o tato (I Co 9:19-22)
d) Falar com convicção (At 27:25; II Tm 1:12; Jo 9:25)
e) Nunca discutir (II Tm 2:24,25)
f) Ser positivo (At 16:31)
g) Usar sabedoria (Pv 11:30; Dn 12:3)
- Devemos usar a sabedoria divina:
•Na aproximação das pessoas (Rm 10:8,9)
•Nas palavras a pronunciar (Mt 10:16)
•Nos métodos a utilizar (Tg 1:5,6)
h) Dar ênfase ao Senhor e nunca à Igreja (At 9:12; Jo 14:6)
i) Ter conhecimento da Palavra de Deus (II Tm 2:15; 3:15)
j) Ter vida vitoriosa (Rm 12:1,2; I Jo 5:4; Gl 2:20)
k) Fazer diagnóstico e aplicar o remédio Mc 10:17-21)
l) Ter perseverança (Ec 11:6; Tg 5:6)
m) Depender totalmente do Espírito Santo (At 1:8)
n) Enfatizar a maior necessidade (Jo 3:1-3,5)
3- Cooperando de diversas maneiras
a) Orando (Ef 6:19; Cl 4:3; II Ts 3:1)
b) Contribuindo (II Co 9:6-11; I Co 9:7-14; Ml 3:10)
c) Propagando este trabalho
d) Incentivando os que já fazem este trabalho (II Tm 4:5)
e) Incentivando os que não fazem a fazerem este trabalho (I Pe 2:9)
f) Elaborando e selecionando literatura apropriada (I Co 7:7; I Pe 4:10)
g) Traduzindo línguas e dialetos (Mc 13:10; Mt 9:35; Mc 16:15).
4- Cuidados que precisamos ter quando estivermos evangelizando:
a) Hospitais
 Não der palpite médico ou passe remédio para o enfermo;
 Ainda que você ore e o enfermo seja curado, não der alta ao doente, deixe isso para o médico;
 Não faça discursos prolongados e com alta voz. O hospitale um ambiente que necessita de muito silêncio.
 Peça permissão à direção do hospital para que você tenha liberdade de fazer suas visitas.
 Não extrapole o horário da visita. Os parentes e amigos querem visitar o doente.
b) Presídio
 Não acuse o preso, pois não é este o seu papel;
 Não o jogue contra as autoridades policiais e vice-versa;
c) Lares
 Bata palmas para que a pessoa venha lhe atender;
 Não entre sem permissão;
 Não tome o tempo todo da pessoa, pois ela tem atividades para cumprir;
d) Rua
 Não fique brincando;
 Evite discussões Esteja orando em espírito;
 Tenha sempre um sorriso;
 Evite comer, tomar sorvete, distrair-se com algo ou tomar qualquer uma atitude que indique displicência.
DICAS PARA O EVANGELISMO PESSOAL
1. Ore e peça que Deus lhe dê as palavras certas (Colossenses 4: 2-4)
2. Mostre amor, quando falar (1Corintios 13:1)
3. Seja sensível e autêntico (1 Tessalonicenses 2:8)
4. Memorize alguns versículos principais (2 Timóteo 2:15).
5. Faça uma apresentação simples (2 Coríntios 11:3).
6. Lembre-se de que Deus vai usar suas palavras (1 Tessalonicenses 1: 5 a ).
7. Aproveite todas as oportunidades para falar de Jesus. (Colossenses 4:5).
8. Fale com convicção e de forma agradável (Provérbios 16:21).
III – ONDE EVANGELIZAR
Disse Jesus "... ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra" (At 1:8). Com base neste texto bíblico, podemos identificar e situar o campo do ganhador de almas nos seguintes lugares:
1- Para o crente em particular – "Jerusalém"
a) A casa onde reside Evangelização de familiares
b) A rua onde mora Evangelização de vizinhos
c) O transporte que utiliza Evangelização de passageiros
d) O local onde trabalha Evangelização de companheiros
e) A escola onde estuda Evangelização de colegas
f) O local onde faz suas compras Evangelização de conhecidos
g) As visitas que faz Evangelização de parentes, colegas...
2- Para a Igreja local- "Jerusalém, Judéia e Samaria"
a) O bairro onde se localiza
b) A cidade onde se situa
c) Os locais circunvizinhos
d) Os locais de aglomeração
e) Os estabelecimentos de ensino
f) As casas de saúde
g) Os locais de diversão
h) Presídios e casas de detenção
i) Religiões e seitas
j) Grupos étnicos diversos
k) Os desviados
l) Os grupos abastados
m) Áreas carentes de nossa pátria
3- Para a Igreja universal – "Confins da terra"
a) Todo o mundo (Mc 16:15)
b) Todas as nações (Mt 28:19)
c) Toda a criatura (Mc 16:15)
d) Todas as gentes e raças (Mc 13:10)
e) Todas as aldeias (Mt 9:35)
f) Em todo o lugar (At 17:30)
g) Confins da terra (At 1:8)
4- Resumindo, o crente pode ganhar almas
a) Em sua casa (I Tm 5:8)
b) Entre familiares (Lc 8:39)
c) Entre colegas (Jo 1:41-45)
d) Nas conduções (At 8:27,31)
e) Nas praças (At 17:17)
f) De casa em casa (At 20:20)
g) Em todo lugar (At 17:30)
O campo do ganhador de almas é o mundo (Jo 4:35; Lc 8:4-15).
IV – QUEM PODE EVANGELIZAR
1- Anjos não podem (I Pe 1:12; Hb 1:14)
2- Todos os salvos, obreiros ou não, foram chamados para esse trabalho
a) obreiros – I Co 9:19-22; At 10:34,35; 7:1-60; 8:4-13
b) Crentes em geral – At 8:1-4; 11:19-21
3- Fomos chamados para essa tarefa (I Pe 2:9; Jo 15:16; Sl 126:6)
- A tarefa de evangelizar é:
Importante (Pv 24:11)
Sublime (Mt 4:19)
Espiritual (II Co 5:20; At 28:31)
Urgente (Jo 9:4)
4- Somente o cristão poderá fazer esta obra (Mt 10:8; Lc 9:13)
- O salvo tem plena condição de pregar, pois está experimentando diariamente o efeito da salvação da sua alma no tríplice aspecto apresentado pela Bíblia:
Salvação no passado (Rm 6:23)
Salvação no presente (Rm 6:14)
Salvação no futuro (I Co 15:52-54)
5- O amor de Cristo constrange o cristão a ganhar almas (Jo 3:16; I Jo 3:1; Ap 1:5; Rm 5:9; At 5:41; 21:13)
Só a Igreja do Senhor, que é constituída do seu corpo, é quem pode reagir a tarefa da Evangelização. E cada membro desse corpo é responsável pela triste situação do mundo, que desconhece a convicção do senhorio de Cristo como Salvador e Libertador da humanidade, sendo o único mediador entre Deus e o homem.
Que a Igreja, em cada cristão, possa através do poder de Cristo Jesus, assumir sua posição da Grande Comissão, nestes últimos dias, na terra, conscientes da sua responsabilidade e para com o Reino de Deus.
V – QUALIFICAÇÕES PARA QUEM VAI EVANGELIZAR
Mencionamos algumas das condições necessárias para ser um próspero ganhador de almas:
1. Ser convertido (Lc 22:32; At 16:21)
2- Ter bom testemunho (I Tm 3:7)
3. Ter conhecimento pessoal do Salvador (Jo 3:11; At 22:15)
4- Ter ardente amor pelas almas (I Co 9:21)
O amor no coração de alguns servos de Deuis, na história:
* Henrique Martugn – "Agora deixem-me consumir por Deus".
* Whitefield – "Se não queres dar-me almas, retira a minha".
* Hyde – "Pai, dar-me almas ou eu morro".
5- Ter profundo amor a Jesus (At 21:13; 5:41; II Co 5:11-14)
6- Ter conhecimento da palavra de Deus (II Tm 2:15; At 8:35)
7- Ter convicção da salvação (Rm 8:16: Jo 6:69)
8- Ser cheio do Espírito Santo (Zc 4:6)
9- Viver o que prega (Rm 2:21,22)
10- Ser irrepreensível para não ficar reprovado (I Co 9:25-27; Is 52:11)
11- Ser exemplo para ganhar almas sem pregar (I Pe 3:1,2) – Eliseu (II Re 4:9),
Abraão (Gn 23:6).
12- Ser um vaso santificado (II Tm 2:21; I Ts 4:4; Sl 51:7,10,13; Is 52:11; Ef 4:1)
13- Ter a palavra de Deus no coração (Mt 12:34; Lc 6:45; Rm 10:8)
14- Ter sabedoria (Rm 11:30; Dn 12:3)
15- Ser crente de oração (Lc 18:1; Mt 26:41)
Quando um crente vive uma vida de acordo com os padrões bíblicos, o seu trabalho tem êxito. Pois, os padrões bíblicos qualificam o crente, fazendo dele um cristão, pronto para atender o apelo da Grande Comissão – que é obedecer a Cristo, na evangelização do mundo.
VI – QUANDO EVANGELIZAR
A Bíblia diz que "... há tempo para todo o propósito debaixo do céu" (Ec 3:1); mas, quando se trata de ganhar almas o cristão deve testificar:
1- Agora (II Co 6:6)
2- Tempo e fora de tempo (II Tm 4:2)
3- Quer ouçam quer deixem de ouvir (At 7:54,56; 7:57)
4- De madrugada (Mt 20:1)
5- De manhã (hora terceira – 9 horas) (Mt 20:3)
6- Na hora do almoço (hora sexta e nona – 12 e 15 horas) (Mt 20:5)
7- À tarde (hora undécima – 17 horas) (Mt 20:6)
8- À noite (At 16:31,33)
9- Hoje (Hb 3:15; II Co 6:2)
10- Enquanto é dia (Ec 11:4; Jo 9:4)
VII. A Experiência do Espírito Santo e a Evangelização
Texto: João 20.19-23 e Atos 2.1-4
1. Enviados por Cristo:
Ao lermos o evangelho de João, podemos verificar que, antes de sua ascensão, Jesus visita os seus discípulos, que após os acontecimentos da crucificação, eram homens amedrontados.
Medo é o que os qualifica, fechados dentro da casa, recolhidos em receios e inseguranças. Jesus aparece ressuscitado diante deles e pronuncia a sua saudação: Paz seja convosco! Seguindo esta saudação, Jesus pronuncia o envio: Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. Homens inseguros, medrosos, escondidos, refugiados no receio da morte; Jesus aparece diante deles e lhes diz: Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.
Após a ressurreição, essa missão, é a única palavra que Jesus dirige aos discípulos; ela nos diz tudo: "eu vos envio"!!!
2. Fortalecidos pelo Espírito:
Logo adiante os discípulos iriam provar da perseguição e do martírio, porque o mundo reage assim, como reagiu diante de Jesus; do mesmo modo reagiria diante dos seus enviados, porque lhes opõe o testemunho que dão. Se o mundo não os enfrentasse, seriam ainda os continuadores de Jesus Cristo?
A missão deve suscitar essa oposição, porque ela não pode deixar de descobrir a mentira, o homicídio, o ódio que procedem do pai das mentiras e escravizam o mundo. Deixar o mundo na sua escravidão não é cumprir a missão delegada por Jesus Cristo.
Eis o desafio da missão em todos os tempos. A tentação do silêncio é grande. Não faltam motivos e justificativas. A própria preocupação pelo porvir da Igreja seria a tentação mais insidiosa. Para reservar à Igreja suas possibilidades futuras, prefere-se ficar calado no presente. A defesa da institucionalização da palavra de Deus faz com que essa palavra não seja pronunciada. Guardam-na com tantos cuidados e tanta proteção que essa palavra não ressoa no mundo, ou ela é recitada de modo puramente ritual ou formal, de tal sorte que não atinge nada nem a ninguém.
A história nos mostrou isso: enquanto a Igreja estava debaixo da perseguição romana dos primeiros séculos ela avançava corajosamente. Quando em 311 o imperador romano Galério proclama o Édito de Tolerância ao cristianismo e dois anos mais tarde, em 313, o Édito de Milão, pelo imperador Constantino, que havia se convertido ao cristianismo, inicia-se um período que os historiadores chamam de "a institucionalização da Igreja" ou a "constantinização do cristianismo" - agora o cristianismo é a religião oficial do império; aí se iniciou um período de calmaria e a Igreja deixou de avançar no mesmo ritmo missionário.
Vejam bem: Não estou fazendo apologia da perseguição ou do sofrimento, não! Estou tentando demonstrar que, surpreendentemente, no tempo de dor, de medo e perseguição a Igreja dava sinais de maior coragem missionária, impulsionada pelo Espírito, e no tempo de calmaria, dava sinais de acomodação ao status.
O que fez diferença naquele primeiro momento de coragem e ímpeto missionário? Afinal eram homens que estavam trancados em seus medos e frustrações. O que transformou estes homens? O que lhes atribuiu ímpeto?
3. NO Cumprimento da missão
Diz-nos a seqüência do texto de João, que, "...havendo dito isto ( Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio), soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo" (v 22). Aqui havia uma diferença, Jesus encorajava aqueles homens com a sua própria presença, com o seu sopro de vida e coragem, com a presença do Espírito Santo. Eles não estavam sós!
O Evangelho de Mateus, ao se referir a este último encontro de Jesus com seus discípulos, atribui a Jesus a seguinte promessa: "E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século." (Mt 28.20b) A presença de Jesus e do Espírito Santo, a presença de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, em todas as suas múltiplas expressões, faz a diferença necessária para o cumprimento da missão.
1. Conceitos
MISSIOLOGIA: Ciência que tem por objetivo o estudo do cumprimento da Grande
Comissão que o Senhor Jesus entregou à sua igreja. A missiologia dedica-se, principalmente ao caráter transcultural da tarefa evangelizadora.
MISSÃO: Até o século XVI o termo “Missão” era utilizado exclusivamente com referência a Doutrina da Trindade.
O Pai enviou
O Filho
Ambos enviaram o Espírito Santo
Desde a década de 1950 o sentido de “Missão” aumentou:
a) Mandar missionários a um território designado.
b) As atividades realizadas por missionários.
c) Uma área geográfica receptora da atividade missionária.
d) Uma agência missionária.
e) O mundo não cristão “campo missionário”.
f) A sede de uma missão.
g) Uma congregação local sem pastor próprio e dependente da igreja mãe.
h) Uma campanha evangelística em um lugar cheio de cristãos nominais.
Um enfoque mais teológico de “Missão”:
a) A Propagação da fé.
b) A expansão do Reino de Deus.
c) A implantação de novas igrejas.
O termo missão vem do latim, portanto, não aparece na Bíblia,mas encontramos a ação missionária de gênesis a apocalipse. Missão é a transmissão consciente e planejada das boas novas de Cristo além das fronteiras nacionais e culturais. Missão é o ato de enviar alguém com autoridade para realizar um trabalho.
Dizem que não deveríamos fazer distinções entre evangelismo e missões. Mas as distinções existem na extensão e nos objetivos. Evangelismo é restrito, missões é abrangente. Evangelismo é restrito porque se prende a pregação do evangelho. Missões é abrangente porque inclui a organização e estruturação de igrejas, preparo e desenvolvimento de obreiros e, também é essencialmente a evangelização.
Tipos de Missões
a. Local – está relacionada às localidades adjacentes à igreja local.
b. Nacional – engloba o país inteiro. Envolve também os aspectos culturais. Alguns estados brasileiros têm costumes diferentes (hábitos alimentares , vestuários, palavras regionais, especialmente entre tribos indígenas).
c. Transcultural
O QUE É MISSÃO TRANSCULTURAL
Quando falamos de missão transcultural, estamos falando do esforço da Igreja em cruzar qualquer fronteira que separe o missionário de seu público alvo. Para se engajar na missão transcultural, você não tem que, prioritariamente cruzar barreiras político-geográficas. Porém, em nosso caso teremos que necessariamente cruzar barreiras mais conhecidas como a da lingüística, dos costumes, das etnias, das religiões, além das sociais, morais e etc.
Missão transcultural e/ou a evangelização transcultural deve ser a mais alta prioridade no evangelismo, hoje. Precisamos alcançar estes 1,5 bilhões de pessoas que estão distantes culturalmente de nós e que nunca ouviram as boas novas de salvação em Cristo Jesus. Tornar a igreja acessível para cada um desses povos e permitir que eles entendam claramente a mensagem e tenham condição de respondê-la positivamente é nossa missão.
O Deus da Bíblia é o Deus da História. Ele tem um propósito para ela. A Bíblia toda é clara quanto a isso e descreve este propósito do inicio ao fim. Se cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus devemos crer necessariamente que missões transculturais é o programa de Deus, visto que de Gênesis ao Apocalipse ela nos revela o amor de Deus pelas nações da terra. (Gn.12:3b; Is.49:6; Apoc.5:9)
Alguns obstáculos a Missão Transcultural:
A. GEOGRAFIA
Muitos dos que necessitam de evangelização estão longe de nossa casa. O alvo então deve ser duplicado. Deve-se enviar alguém disponível para ir a esse lugar e também devemos nos esforçar para conquistar o nosso país, assim partiremos para o mundo. Precisamos de uma estratégia definida de conquista da nação para Cristo.
O desafio geográfico só é vencido através de pessoas que saiam de seu lugar de origem e se dirijam aos lugares remotos. Contudo, a permanência de alguém de fora em um determinado país vai acarretar custos de transporte, sustento e preparo para o retorno.
Quem sai de sua casa para pregar o evangelho, deixa para trás todo um alicerce de vida que é impossível levar consigo. Por isso, a igreja deve ter atitudes que diminuam ao máximo essa separação.
Um grande desafio para a evangelização é a JANELA 10/40. É a região onde habita 66% da população mundial, e ocupa 33% da área total do planeta, compreende 62 países. Essa região estende-se desde o oeste da África até ao leste da Ásia, e é compara a uma janela retangular, encontrada entre os 10 e 40 graus ao norte da linha do Equador. Todas as terras bíblicas encontram-se nessa janela, aqui predomina os seguidores do Islamismo, induísmo e budismo. A janela 10/40 é conhecida como o cinturão; nelas se encontram as fortalezas de Satanás, pois 37 dos 50 menos alcançados do mundo localizam-se nessa região.
No Brasil, há lugares acessíveis apenas por barcos e após longas horas, ou dias, de uma cidade. Isso implica em abandono de toda sorte de saneamento básico, eletrificação, assistência hospitalar, meios de comunicação, etc... Mas lá há vidas pelas quais Jesus morreu.
B. FINANÇAS
A maior barreira é converter o bolso do crente. Hoje só se investe naquilo que é palpável. Poucos querem investir em algo que não poderão mensurar, e nem que seja a longo prazo.
A melhor estratégia é sustentar o autóctone (nacional) para que ele evangelize.
Uma igreja consciente de sua missão, estará preocupada em providenciar um sustento digno para o missionário, para que ele não seja envergonhado diante daqueles a quem pretende evangelizar. Além disso, deve-se preparar-se para emergências de saúde, viagens e para o retorno definitivo do missionário (tipo aposentadoria digna, uma casa, etc...)
C. CULTURA
Muitos vão ao campo missionário levando sua bagagem cultural como correta e vão encontrar muitos obstáculos. O livro “Costumes e Culturas” de Bárbara Burns dá alguns exemplos dessa barreira e o livro “Tochas de Júbilo” demonstra que esse desafio não é exclusivo do homem branco.
O grande desafio é identificar o que é pecado e o que é característica cultural. Por ex.: o jeitinho brasileiro é característica cultural ou mentira disfarçada?
D. AMARRAS
Muitas coisas têm amarrado nossas vidas, nos impedindo de obedecer ao chamado de Jesus:
CARNE – que não quer sofrer, quer ter sempre mais benefícios e facilidades, quer ter lazer e descanso, não quer passar fome, quer ter medicamentos a mão e transporte fácil.
MUNDO – que nos atrai e nos enche de desejos ambiciosos, nos fazendo crer que necessitamos de todas as novidades tecnológicas. O mundo nos invade alterando nossa mente para justificar-se diante da omissão missionária, por ex.: alguém irá em meu lugar; Deus me chamou só para orar; eu já sou dizimista; quando meus filhos casarem eu vou; quando me aposentar irei; hoje o evangelho está disponível a todos pela tv; etc... Rm 12:1-2 para eles
DIABO – que não quer ver uma igreja fora das 4 paredes. Precisamos ver que muitas das coisas que têm acontecido que julgamos ser Deus dizendo que não é para irmos na verdade são armadilhas do diabo para nos impedir de ir (II Tm 2:26; Cl 4:3-5; Rm 1:13; 15:22; I Ts 2:18; Ef 6:11)
2. História de Missões
A história do cumprimento do mandato de Jesus de se fazer discípulos de todas as nações confunde-se com a história do Cristianismo. Como não poderia deixar de ser, ao fazer missões, a Igreja cresce.
Ao logo da história, tivemos vários períodos distintos, e muitos nomes se destacaram como homens e mulheres de valor. O Pr. Bertil Ekström, em seu livro “História de Missões” nos cita uma longa lista deles. Também, segundo Bertil, os discípulos de Jesus tomaram o seguinte rumo:
João - na Ásia
Pedro - em Ponto, Galácia, Bitínia e Capadócia
Mateus - outras nações
Bartolomeu – Índia
Tomé - entre os partos (Iran, Iraque, Paquistão), Índia
Marcos - no Egito
Simão, o zelote - na Pérsia
Tiago, o grande - na Espanha
Tiago, o justo - na Arábia
Filipe - na Frígia”
Após a Reforma Religiosa de Martinho Lutero, surgiram alguns grupos que tentaram reiniciar missões protestantes:
1. OS PURITANOS - o nome é originado da vontade de purificar-se dos resquício católicos romanos. A idéia puritana expandiu-se também para a purificação da sociedade por parte dos seus seguidores. Um dos mais famosos puritanos é John Bunyan, autor de “O Peregrino”. Em termos missionários, apenas a influência puritana deixada a algumas Igrejas foi contribuição dos puritanos. Este movimento surgiu no século XVII.
2. PIETISMO - Originou-se no meio da Igreja Luterana, no final de 1600, e propunha reformas à tradição protestante que já se acomodava. Phillip J. Spener (1631 - 1705) é considerado o Pai do Pietismo. Os pietistas influenciaram grandemente o trabalho missionário de sua época.
3. A MISSÃO HALLE - Esta foi a primeira missão européia as enviar missionários. Nasceu de uma união com o governo dinamarquês e os pietistas.
4. OS MORÁVIOS - Talvez sejam os mais exemplares dos movimentos missionários até hoje. De ca 60 membros, 1 era missionário, que foram enviados a todos os cinco continentes. Seu Líder era o Conde Nicolau Ludwing Zanzerdof (1700 - 1760).
Ao longo dos 1600 anos seguintes, a Igreja passou por muitas transformações, mas a partir do ano 1750, tem-se início o período de Missões Modernas, que resumimos assim: Os dois nomes mais famosos destas era, também chamada de 1º era de missões modernas são Willian Carey e Hudson Taylor.
Carey é conhecido com o pai das missões modernas. Em 1792 publicou um livro, “Uma inquisição sobre a responsabilidade dos cristãos usarem meios para a conversão dos pagãos”, que influencia vários líderes posteriormente. Foi ele que disse: “espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus”. Ele fundou a Sociedade Missionária Batista e seguiu para a Índia. Desenvolveu um dos mais expressivos ministérios missionários.
Hudson Taylor (1832-1905) - Filho de um farmacêutico, ainda na Inglaterra abdicou do conforto e, em 1853 viajou para China. Foi o pioneiro nas “missões de fé”. Organizou a Missão para o Interior da China. Taylor mudou dois conceitos até então não percebidos por seus antecessores: as necessidades dos povos no interior dos países e não apenas missões no litoral e, a vida pela fé no ministério. Destacou-se também pelo grande amor aos chineses e o intenso desejo de se identificar culturalmente com o povo. Outros nomes importantes são:
• Adoniram Judson (1788 - 1850) - Missionário nas Índia e na Birmânia.
• Robert Moffat ( 1795 - 1883) - Pioneiro em missões na África do Sul.
• David Livingstone (1813 - 1873) - Um dos mais famosos missionários ao interior da África.
• Robert Morrison (1782 - 1834) - Na China, foi o primeiro a traduzir a Bíblia para Chinês.
• John Paton (1824 - 1907) - Desenvolveu um belíssimo trabalho nas Ilhas do Pacífico.
É importante destacar o trabalho dos jovens em missões em cerca de 200 anos, desde Zinzerdof até o Movimento Voluntário Estudantil.
Zinzerdof, líder dos Morávios foi aluno da Escola Paedagogium, em Halle, Alemanha. Lá organizou a Ordem Do Grão Mostarda, junto com os outros cinco jovens. Como resultado, em 1732, foram enviados os dois primeiros missionários morávios para a Ilha São Tomé, nas Antilhas.
Charles Wesley entrou para faculdade da Igreja de Cristo em 1726, onde seu irmão, John, formara-se no ano anterior. Ele organizou o “Clube do Santos” e oravam sobre as oportunidades para operações missionárias. Como conseqüência, John viajou para a colônia da Georgia (atual estado da Georgia no E.U.A) para evangelizar os índios.
Charles Simeon foi outro estudante a organizar grupos com motivação a atividades missionárias na Universidade de Cambridge.
Samuel Mills foi o fundador de um dos mais expressivos movimentos do séc. XIX. A história formada por Mills tem sua origem no que ficou conhecido de “a oração do monte de feno”. Em 1806, Mills e mais quatro colegas foram orar, como de costume, quando foram pegos de surpresa por uma tempestade. Esconderam-se debaixo de um monte de feno e enquanto aguardavam a chuva passar, oraram ardentemente por um despertamento no interesse dos trabalhos missionários entre os estudantes. “ Foi a partir desta reunião do monte de feno que o movimento de missões estrangeira das Igrejas dos EUA tiveram seu impulso inicial” Ralph Winter - Missões Transculturais - vol III).
O Movimento Voluntário Estudantil - MVE tem suas raízes na oração do monte de feno, realizada no Willians College. Em 1886, 251 estudantes reuniram-se no Monte Hermon para uma série de estudos. Como consequência cem alunos se voluntariaram para missões no exterior. Durante os dois anos seguintes, Robert G. Wilder e John Forman visitaram 167 escolas e faculdades divulgando a visão do MVE, conseguindo sensibilizar 2106 estudantes que se decidiram com missionários. Cinco anos depois, os números eram: 6200 estudantes voluntários de 352 escolas ; 321 voluntários partiram para o exterior; 40 faculdades e 32 seminários participavam do sustento dos voluntários.
Por que não falarmos de Gannar Vingre e Daniel Berg, missionários suecos, que vieram para o Brasil em 1910 e que através de suas vidas começa o Movimento Pentecostal, que deu origem as Assembléias de Deus em 18 de junho de 1911, na cidade de Belém do Pará. As Assembléias de Deus, hoje, é a maior denominação evangélica do país, graças a missões.
História das Missões na Igreja Brasileira do Século XX
Por muito tempo, o Brasil foi apenas um campo missionário de organizações estrangeiras. As igrejas brasileiras demoraram a despertar para a sua responsabilidade missionária junto a outras culturas e povos. Algumas razões para isso são as seguintes:
1. A maioria dos missionários estrangeiros não ensinou aos membros das igrejas brasileiras o imperativo da Grande Comissão.
2. As missões transculturais eram vistas – a continuam sendo para muitos – como um trabalho para estrangeiros, pessoas com mais dinheiro ou líderes de missões em outros países.
3. A idéia de “destino” ou de que Deus vai dar uma solução para os povos que não conhecem o evangelho, tem levado as igrejas brasileiras a se acomodarem quanto ao trabalho missionário no próprio Brasil e no restante do mundo.
4. Muitos acham que não se deve “sacrificar” os obreiros brasileiros, enviando-o a outras terras. O Brasil precisa deles, pois ainda não está evangelizado.
5. Finalmente, muitos argumentam que não temos condições nem preparo.
Para este estudo, é importante traçar as distinções entre alguns tipos de missões. Primeiramente, existem as missões nacionais e estrangeiras. Em segundo lugar, existem missões monoculturais e transculturais. Estas últimas são as que visam transpor barreiras culturais para evangelizar e plantar igrejas. É o caso dos que trabalham com grupos étnicos no Brasil, como os indígenas, ou com os povos de outros países. Há também aqueles que se especializam no trabalho com subgrupos ou subculturas, como viciados em drogas, presidiários, homossexuais, prostitutas (exemplo de jovens que evangelizam “garotas de programa” em São Paulo). Por outro lado, é possível fazer missão monocultural em outros países, como junto aos brasileiros que residem nos Estados Unidos.
As igrejas evangélicas do Brasil são fruto do trabalho de igrejas e organizações missionárias norte-americanas e européias. Na primeira metade do século XIX, surgiram as igrejas protestantes compostas de imigrantes (anglicanos e luteranos). Em seguida, na segunda metade do século, as principais denominações históricas iniciaram suas atividades entre os brasileiros (congregacionais, presbiterianos, metodistas, batistas e episcopais). No início do século XX, o pentecostalismo também começou a implantar-se firmemente em solo brasileiro. Alguns missionários de destaque foram: Daniel P. Kidder, Robert e Sarah Kalley, Ashbel G. Simonton, Anna e William Bagby, e Gunnar Vingren e Daniel Berg.
Foi somente no início do século XX que as igrejas evangélicas brasileiras começaram a envolver-se em missões transculturais, no Brasil e em outras terras.
3. COMO FAZER MISSÕES?
A implantação de igrejas deve obedecer no mínimo, quatro aspectos fundamentais:
ASPECTO JURÍDICO:
Ainda hoje, a maioria das igrejas continua a fazer missões mais na base da emoção e improvisação, do sendo com razão e organização. Muitos missionários passam por problemas que poderiam ser evitados se pequenas e simples providências preliminares, quanto ao aspecto jurídico do estabelecimento primeiro de uma pessoa ao família em outro país, assim como do trabalho em si, fossem adotadas (antes) do obreiro sair do país. A maioria das igrejas (missionárias), preocupa-se mais com o culto de despedida, do que com a fixação do obreiro no lugar onde vai. O aspecto jurídico envolve todas as providências de natureza legal e organizacional que devem ser adotadas para que o enviado possa estabelecer-se em outro lugar, com reais possibilidades de sucesso.
Exemplo 1- Quais as exigências que o pais "A" faz para admitir um estrangeiro, quanto a vistos etç. ? É possível entrar no pais "A" como missionário cristão?
Exemplo 2 - Qual a moeda em vigor no pais "A" ? De quanto precisa para manter uma família e um trabalho em si ? É possível fazer remessas de dinheiro ?
Exemplo 3 - Escolas nacionais aceitam alunos estrangeiros ? Sob que condições ? Qual é a equivalência escolar seguida ?
Exemplo 4 - É possível estabelecer-se um trabalho evangelístico ou é necessário usar outra estratégia ? Filantropia, etç.?
Exemplo 5 - Quais as exigências legais para registrar-se uma igreja, um ministério ou outro tipo de organização naquele pais ?
Estas perguntas se respondidas adequadamente antes do missionário e sua família saírem para o campo, evitarão problemas e muitas decepções.
ASPECTO CULTURAL
O aspecto cultural diz respeito a cultura de cada povo ou grupo social, com o qual se pretende trabalhar. O respeito a cultura pode conduzir a um sucesso mas rápido e um alcance mais abrangente. Não respeitar os valores culturais de um povo ou grupo social, reduzem as possibilidades de sucesso, o alcance do trabalho e quase sempre conduzem o obreiro ao fracasso.
IMPORTANTE: Não confundir cultura com tradição, nem aceitar como valor cultural aquilo que a Bíblia Sagrada, declara ser pecado contra Deus.
MISSÃO TRANSCULTURAL
Em rápida análise, nada mais é do que evitar aculturar-se, isto é: assimilar a cultura do povo para onde vai, assim como evitar impingir, forçar há culturas avançadas ou atrasadas, todas elas são iguais. O grande objetivo do missionário no estrangeiro, depois de ganhar as pessoas para Cristo, é transferir para elas uma cultura bíblica, cristã, substituindo os valores culturais que contrariam a Palavra de Deus, pelo seguir a Cristo como um valor e objetivo melhor.
Ex. As tradições da África quanto ao casamento, esposas, trajes etç.
As tradições culturais de outros povos quanto aos usos e costumes, assim como ao uso moderado de bebidas, charutos etç.
IMPORTANTE: Cada país tem uma cultura eclesiástica diferente, relativa a ordem do culto, uso de véu, joias, e adereços, roupas etç. Muitos por não respeitarem isso entram em choque com as lideranças locais, em valores que poderiam ser perfeitamente compreendidos, devido as diferenças culturais.
O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE ISSO ?
Gn. 24 ( a história de Isaque e Rebeca, especialmente no princípio e no fim )Gn. 46:33,34 ; 1Cor. 11:13-16; 1Tim. 3:3-8, etç. etç.
ASPÉCTO ÉTICO
O aspecto ético diz respeito a ética bíblica e ministerial que deve ser obedecida quando alguém decide abrir um trabalho, implantar uma igreja etç.
Uma vez li a seguinte frase; A ÉTICA ESTÁ MORRENDO! Pode aparecer exagerada, no entanto não é. Esta frase infelizmente a dada dia que passa torna-se mais próxima da realidade. O desrespeito a ética ministerial e consequentemente a ética bíblica é maior e mais frequente a cada dia. Seja por parte de obreiros que invejam, desejam e querem tornar mesmo usando de métodos anti-bíblicos o lugar de outros. Seja aqueles que se aproximam de uma igreja já estabelecida ( e quase sempre caminhando bem) com ar de coitadinho, pedindo ajuda, para logo em seguida, por em dúvida a autoridade do pastor local, drenar finanças e muitas vezes dividir o trabalho.
COMO FAZER PARA EVITAR ISSO ?
Primeiro, ter convicção do seu chamado para o ministério em estrita obediência a vontade de Deus. Ter em mente que sucesso não se mede por uma grande igreja, mas sim por viver e trabalhar no centro da vontade de Deus. Finalmente, obedecendo princípios bíblicos fundamentais para a ordenação de obreiros, prova de chamada, preparação e envio para local determinado por Deus. Exemplo Lc.24:47-49 ; At.1:8; 6:3; 8:26, 13:1-3; Fp.2:25-27; 1Tm.3:1-12;Tt.1:5.
ASPÉCTO ESPIRITUAL
Diz respeito à chamada do obreiro, sua motivação, preparação, envio, necessidades da obra, qualificações seculares e eclesiásticas etç., etç. Não se ordena um obreiro por se gostar dele, ou por grau de parentesco, ou pelo mesmo ter um curso superior ou grau teológico etç, mas sim por indicação e chamada divina. A razão de muitos fracassos está nas origens da inclusão da pessoa na condição de obreiro. É isso que muitos líderes deveriam obedecer antes de indicarem e / ou porem as mãos sobre alguém, consagrando-o para a obra de Deus. Dt. 31:7,8,23; 34:9; Js. 1:1-3; Exemplo 1Reis 19:16-21; 2Reis 2:2,4,6,9,13,14; At.6:3; 13:1-3.
O aspecto espiritual foi colocado propositalmente no final desta dissertação, para mostrar que todos são interdependentes, seguir um e abandonar o outro, pode significar fracasso. Rejeitar qualquer um deles é erro que pode custar o preço de muitas vidas, famílias, obreiros, recursos etç. Segui-los é simples, objetivo, bíblico e divino, pois o nosso Deus é Deus de ordem, métodos, razão, disciplina, organização etç.
4. A missão da Igreja é Missões
Quando pensamos porque a igreja existe, logo nos vem ao pensamento a palavra de Pedro: "a fim de proclamardes as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe. 2.9). A primeira frase diz o propósito de Deus para nós. “Afim de” significa finalidade, objetivo, razão de existir.
Alguém perguntaria “porque Deus nos salva e logo nos envia a testemunhar aos outros?” A Bíblia diz que Ele nos salvou para sermos uma nação santa, povo de propriedade exclusiva Dele, ou seja, ministros, embaixadores (representantes) do Reino de Deus e nos envia para alcançar os outros. Ele os ama e quer chamá-los também para o seu Reino. E nós — e não os anjos — temos o privilégio de sermos "mensageiros de Deus", representantes do Reino (nação) celestial.
EXPRESSÃO DO AMOR DE DEUS
1) – Missões é expressão do amor de Deus. A essência de Deus é amor. O maior ato de amor é dar a sua vida pelo outro. O amor move os nossos corações pelos outros para ajudá-los, através de atos concretos e interesses genuínos, a compreender o amor de Deus.
AMOR
2) - A fé opera pelo amor (Gal 5.6). Essa afirmação das Escrituras explica o principio ativo (eficaz) de missões. Quando amamos de verdade algo misterioso é comunicado ao coração do outro e aí então acontece a conversão, vontade de servir, de imitar a fé do outro, de viver para Cristo. A fé meramente intelectual é fria, não gera vidas transformadas, apenas convence a mente. Não muda radicalmente o coração. A tendência é tornar-se morta. Ser reformado é bom, mas ser transformado é melhor. Amar o próximo agrada mais a Deus.
RELACIONAMENTO AMOROSO
3) - Missões não é estratégia. É relacionamento amoroso. Muitos lêem livros sobre evangelismo, métodos e técnicas mas são pouco eficazes na evangelização. Outros nunca leram um só livro sobre o assunto mas são frutíferos porque os seus corações estão cheios de amor fraternal e prontos a suprir certas necessidades. O que está no coração transborda para o outro. Amor é o melhor método evangelístico. O amor é mais forte que o poder das trevas.
ESTILO DE VIDA
4) - Missões não é programa. E estilo de vida. Não estamos falando de missões porque recentemente tivemos um mês (agosto) dedicado a isso. Queremos viver missões. Para isso, precisamos pedir a Deus um coração e uma mente missionária para imitar o que Paulo viveu: “Porque sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos a fim de ganhar o maior número possível...fiz-me tudo para todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele". (1 Co. 9.19,22-23) É isso que Jesus espera de nós, viver para Ele.
GLÓRIA DE DEUS
5) - Missões é para manifestar a Glória de Deus. Não estamos buscando adeptos para a nossa religião. Não estamos querendo ser a maior e a mais importante igreja da cidade, nem estamos a procura de poder ou prestígio. Queremos obedecer a Palavra de Deus: "Portanto quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus, não vos torneis causa de tropeço nem para os judeus nem para os gentios, nem tampouco para a igreja de Deus” (1 Co. 10.31-32). Missões é a razão de existirmos, de vivermos em Cristo.
CONCLUSÃO. Quando amamos uns aos outros, isso transborda para o mundo perdido. Se amarmos os perdidos, eles "sentirão" o amor de Deus e virão a Cristo.
Precisamos ter a doutrina correta e o coração sensível ao mundo perdido. Quem não está se esforçando para ganhar outros, está desobedecendo ao Senhor. Faça de seu trabalho, estudo, lazer, uma ponte evangelística...

Bispo. Capelão/Mestre e Doutor em Ênfase e Divindades Dr. Edson Cavalcante

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