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segunda-feira, 31 de maio de 2021

INTIMIDADE COM DEUS

  

INTIMIDADE COM DEUS.

"O segredo do SENHOR é com aqueles que o temem; e Ele lhes mostrará a sua aliança." (Salmos 25 : 14)

INTRODUÇÃO:
Quem nunca teve um segredo e precisou contar a alguém? Mas quando temos um segredo, algo que não deve ser exposto a todas as pessoas, procuramos com cuidado encontrar alguém de confiança para compartilharmos tal assunto. Davi no Salmo 25, em uma oração por defesa, direção e perdão, revela que um elo estava formado entre ele e o Senhor e que quilo era a certeza que Davi precisava para saber que a qualquer momento, o Senhor mudaria sua história.

Davi em toda a sua vida procurou manter acesa a chama da sua intimidade com Deus. Isso foi fundamental na vida de Davi e mesmo no período de sua queda moral, o relacionamento de Davi com Deus, não se dissipou. Davi verdadeiramente foi exemplo de um homem amigo de Deus. Nada poderia destruir esse elo entre Davi e o SENHOR.

E esse elo tem nome: INTIMIDADE. Diante a isso podemos entender que:

1. INTIMIDADE É O RESULTADO DE UM RELACIONAMENTO MAIS PROFUNDO.
- Existem na vida, vários tipos de relacionamentos, mas nem todos alcançam raízes, profundidades. Esses relacionamentos são chamados de relacionamentos superficiais. Colegas de escola, de trabalho.

· Mas Deus, sempre buscou criar relacionamento com o homem, e ainda hoje o chama para um relacionamento com Ele. Deus não espera que ao decidirmos ter uma vida com Ele, continuemos ou vivamos como se ainda existisse uma enorme barreira entre nós e Ele. Pelo contrário o Senhor quer que compreendamos que Ele está próximo de nós e que o véu que nos separava Dele, já não separa mais. Deus tem ao longo do tempo buscado esse relacionamento com o homem. E o relacionamento que Deus espera ter conosco é um relacionamento profundo. Relacionamentos superficiais são relacionamentos vulneráveis sem sustentação e Deus não espera que uma vez que alcançamos o contato com Ele venhamos a perdê-lo.

2. INTIMIDADE É RESULTADO DE UM RELACIONAMENTO CONSTRUÍDO.
· Relacionamentos nunca poderão ser comprados. Todo bom relacionamento deve ser construído, e para que isso possa acontecer é necessário que nos dediquemos um pouco mais. Que invistamos um pouco mais de tempo. Aquilo que não invisto tempo ou dinheiro não tem valor para mim. Devo entender que Deus não é um agente passivo nesse relacionamento, ou seja, Ele faz a parte dEle. E também preciso entender que Deus não me quer como agente passivo desse relacionamento. Ele espera que possamos demonstrar que o amamos.

· E para construirmos esse relacionamento, devemos buscar conhecê-lo. Não se constrói relacionamentos, não se têm intimidade com alguém que não se conhece. E o que eu devo conhecer de Deus é algo muito individual. Não posso desenhar Deus com os olhos de meu irmão. Tenho que buscar aprender sobre esse Deus. Tenho que buscar ter experiências próprias com esse Deus. Chega de contar testemunhos dos outros e o máximo que eu sei de Deus é o que eu ouvi do Pastor. Deus busca um relacionamento pessoal com você. Por isso a oração é tão forte. Porque quando oramos, conversamos com Ele.

3. INIMIDADE É O RESULTADO DE UM RELACIONAMENTO DE CONFIANÇA.
· Abraão foi conhecido como o pai da fé. Ele alcançou um relacionamento com Deus e a sua fé, a sua esperança era o que fortalecia os laços de Abraão e o Senhor.
· Quando depositamos nossa confiança verdadeiramente em Deus, nossos projetos prosperam porque a intimidade alcançada através da confiança nEle, faz-nos ter a certeza de que ele não nos abandonará.

"Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança." (Salmos 40 : 4)

Infelizmente ainda existem muitas pessoas que estão na igreja, mas ainda resistem a Deus em seus corações. Nunca buscaram ter um relacionamento mais profundo com Deus. Não parecem com Deus, não andam como Deus espera que andem. Relacionamentos superficiais, vulneráveis.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

domingo, 30 de maio de 2021

A DEPRESSÃO DO PROFETA ELIAS

                                                A DEPRESSÃO DO PROFETA ELIAS

Introdução

Elias se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse. Basta” – “Não aguento mais!”. “E eis que lhe veio a palavra do Senhor e lhe disse. Que fazes aqui, Elias?” (1Rs 19.4,9)

Você já ficou desanimado? Pior ainda, você já passou por períodos de depressão? Como é bom saber que você está em boa companhia! Elias, também teve seus momentos quando “ficou na fossa” – tão deprimido, que teve tendências de “jogar a toalha” – “Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma”. Se você é semelhante a Elias, então esta lição é para você!

O Reino do Norte – Israel – estava numa situação triste. Acabe era um rei mole, fraco espiritualmente, e dominado pela sua esposa, Jezabel, que havia introduzido o culto ao falso deus Baal.

Elias tinha um ministério de juízo. Sua fé havia sido testada no monte Carmelo, de onde ele saiu vitorioso. Ele era um gigante em oração. Mas a rainha Jezabel estava ameaçando a sua vida e mandou-lhe um aviso de morte. Elias ficou desesperado e fugiu de Israel, atravessou Judá e, desanimado, foi para Berseba, onde caiu numa grande depressão.

Quem poderia imaginar esta cena? Justamente depois da grande vitória que Elias conseguiu no monte Carmelo sobre os profetas de Baal (que estudamos na última lição) e o Nome do Senhor foi vindicado, e o fogo caiu do céu! Elias pediu chuva, e voltou a chover.

I. Quatro fatores da depressão

  1. Elias sentiu-se fracassado “Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais” (1Rs 19.4). Apesar da vitória contra os falsos profetas, apesar da exclamação do povo – “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus” (1Rs 18.39) – Acabe e Jezabel continuaram como antes – não houve nenhuma mudança de coração. Elias sentiu um grande fracasso.
  2. Elias sentiu solidão “Eu fiquei só” (1Rs 19.10,14). Duas vezes ouvimos Elias expressando a sua solidão. Quantas vezes na obra do Senhor a gente se sente sozinho! Ninguém está nos apoiando. É exatamente nesse momento que Satanás nos derruba. Paulo teve a mesma experiência no fim da sua vida. “Na minha primeira defesa, ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram” (2Tm 4.16). E essa foi a experiência do próprio Senhor Jesus no Jardim de Getsêmani, como Isaías profetizara. “O lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo” (Is 63.3) – nem os próprios discípulos, Pedro, João e Tiago.
  3. Elias sentiu cansaço (1Rs 18.46) Elias enfrentou luta, exaustão, tensão no monte Carmelo; depois, no fim do dia, correu 25 km adiante Acabe (1Rs 18.46). Podemos imaginar como ele chegou completamente exausto! Muitas vezes, apesar de ter experimentado vitória em nosso serviço para o Senhor, quando estamos exausto fisicamente Satanás aproveita para nos derrubar.
  4. Elias enfrentou perigo físico (1Rs 19.2) “e procuram tirar-me a vida” (1Rs 19.14). Jezabel ameaçou matá-lo. Mas eu não acredito que ela faria isso – ela não daria um dia de aviso – teria mandado soldados na hora para prendê-lo, em vez de enviar um mensageiro. Ela não teria coragem porque o povo agora estava ao lado dele. Entretanto era uma situação difícil para Elias.

Mas é bom recordar uma declaração do grande pioneiro missionário para a Índia no século 19, Henry Martyn. “Enquanto Deus tem uma obra para eu fazer, não posso morrer”. Dificuldades vão nos cercar – muitas vezes vamos nos achar como Elias – “debaixo de um zimbro”, mas Deus está no controle.

 II. Como Deus tratou de Elias

Deus não o abandonou. Veja como o Senhor tratou com Elias, com tanto amor e compreensão. “Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem. Pois Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Sl 103.13-14).

Uma boa refeição (v.6) 2. Uma boa noite de sono (v.6) 3. Mais uma boa refeição (v.7 e 8) 4. Volta para o lugar de revelação (v.8-15)

Elias superou seu estado depressivo, porque Deus o mandou para o lugar de revelação no monte Horebe – “o monte de Deus” (v.8). A revelação esta vez não foi do tipo normal do seu ministério (terremoto e fogo), mas “num cicio tranquilo e suave”. Apesar de tudo, Deus não o abandonou. Ainda há muito serviço para fazer para o Senhor.

III. Resultados na vida de Elias

  1. Sua visão foi restaurada (v.13)
  2. Sua vocação foi renovada (v.15)
  3. Ele voltou para o serviço em Israel (v.15-18)

“Vai, volta ao teu caminho” – para a esfera do seu serviço. Nossa peregrinação espiritual não nos leva para o monte Horebe, mas para um outro monte, o Calvário – onde a revelação suprema de Deus foi dada. Esse é o lugar onde podemos compartilhar com Cristo a Sua morte. Nosso problema maior é o nosso relacionamento com Cristo.

  1. Seu novo colega (v.16,19-21) Agora a tarefa é mais fácil – antes Elias tinha um servo, agora tem um colega, na pessoa de Eliseu.
  2. Sua nova confiança no Senhor (v.18) Elias descobriu que não estava sozinho – o Senhor deu-lhe uma palavra de conforto. “Conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal”.

Conclusão

“Vai, volta ao teu caminho” – ainda há muito serviço para fazer para o Senhor. Apesar das dificuldades, lutas, desânimo e, às vezes, desespero, vamos voltar, restaurados e com uma nova visão daquilo que o Senhor quer fazer por meio de nós.

Quando ficamos deprimidos, precisamos de uma nova visão de Cristo.

Não esqueça da promessa do Senhor. “Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador” (Jl 2.25).

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

sábado, 29 de maio de 2021

REBELIÃO X FEITIÇARIA.

 

REBELIÃO X FEITIÇARIA.


“O SENHOR, Deus de seus pais, começando de madrugada, falou-lhes por intermédio dos seus mensageiros, porque se compadecera do seu povo e da sua própria morada. Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas, até que subiu a ira do SENHOR contra o seu povo, e não houve remédio algum.” (2 Cr 36:15-16)

Os últimos reis de Judá Jeoaquim, Joaquim e Zedequias foram perversos, assim como foi o primeiro rei, Saul. O profeta Jeremias havia escrito num rolo as Palavras do SENHOR para ler ao rei Jeoaquim, porém:

“Tendo Jeudi lido três ou quatro folhas do livro, cortou-o o rei com um canivete de escrivão e o lançou no fogo que havia no braseiro, e, assim, todo o rolo se consumiu no fogo que estava no braseiro. Não se atemorizaram, não rasgaram as vestes, nem o rei nem nenhum dos seus servos que ouviram todas aquelas palavras.” (Jr 36:23-24)

EM 1 SM 15:23, SAMUEL COMPARA REBELIÃO À FEITIÇARIA. AMBOS SÃO GRAVES PECADOS. POR QUE?
Primeiramente, verifiquemos no dicionário a definição das palavras em questão:

REBELIÃO: Ação ou efeito de rebelar, de se recusar a obedecer uma autoridade legítima. Ação violenta de resistir a agentes de autoridade; insurreição, levante, sublevação. (Dicionário Online de Português)
FEITIÇARIA: Prática de magia que busca alcançar, através de meios ocultos, resultados extraordinários que não podem ser explicados pelas leis naturais, geralmente atribuídos a seres sobrenaturais; bruxaria. (Dicionário Online de Português)
Qualquer feitiço é feito por intermédio de espíritos imundos (demônios) e, é claro, quem pratica tal obra ignora o poder e a autoridade divina recorrendo aos demônios e aos seus ensinos. A feitiçaria é rejeição a Deus e aceitação do Maligno.

“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios” (1 Tm 4:1)

O problema é que o Maligno e os seus ensinos nem sempre aparecem com a óbvia aparência do mal – podem vir camuflados com falsa aparência de doutrina bíblica, testemunhos, revelações, crescimento espiritual…

“[…] Com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos.” (Rm 16:18)

Em 1 Sm 15 está escrito que Samuel repreendeu a Saul dizendo:

“Por que, pois, não atentaste à voz do SENHOR […]?” (v. 19)

Porém, Saul contestou alegando ter feito tudo conforme os mandamentos do SENHOR, e quanto aos detalhes polêmicos, atribuiu a culpa aos seus homens:

“Mas o povo tomou do despojo ovelhas e bois, o melhor do designado à destruição para oferecer ao SENHOR, teu Deus, em Gilgal.” (1 Sm 15:20)

Repare que Saul lisonjeia o profeta na tentativa de contornar o seu erro alegando que aquilo tudo era para o SENHOR, Deus de Samuel (mas não era o SENHOR de Saul também?). Isto mostra que Saul não estava arrependido.

Poucos reparam, mas todo pastor sério deve obrigatoriamente reparar que palavras irrefletidas, como aquelas de Saul, denotam algo muito errado no espírito de quem fala. Para Samuel foi o suficiente. O profeta não se deixou ser manipulado por lisonjas e de imediato repreendeu:

“[…] Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. […]” (1 Sm 15:22-23)

POR QUE A OBSTINAÇÃO É COMO IDOLATRIA?
Obstinação significa teimosia. No contexto de 1 Sm 15, ser teimoso é não admitir o pecado que cometeu e insistir no seu erro, justificando-se inutilmente; antes, é rejeitar a vontade de Deus e confiar na sua própria vontade. Toda e qualquer obstinação deve ser repreendida, para não contaminar a igreja.

Saul estava contaminando Israel e a si com outra doutrina – a doutrina demoníaca de rebeldia e teimosia.

“Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro.” (1 Tm 6:3-5)

E quando se chega ao degenerável estado descrito acima, o melhor que podemos fazer é:

“Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez, pois sabes que tal pessoa está pervertida, e vive pecando, e por si mesma está condenada.” (Tt 3:10-11)

O SENHOR é rico em perdoar e tardio em irar. Antes Saul tivesse se arrependido; mas não – ele teimou e perdeu a bênção. A Bíblia diz:

“Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e quantos neles confiam.” (Sl 115:8 – referindo-se aos ídolos e idólatras)

A pessoa que desobedece a Deus, não importa o motivo ou alegação, entra em rebelião contra Deus rejeitando a Sua autoridade. Assim fizeram Coré, Datã, Abirão, Judas e muitos outros. Por isso, a rebelião está na mesma condição da feitiçaria, porque a voz da rebeldia é a voz do próprio Maligno.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

ENTRE A RAZÃO E A LOUCURA

 


ENTRE A RAZÃO E A LOUCURA

“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor.” (Ef 5:15-17)

Amnésia, ansiedade, bipolaridade, confusão, depressão, desequilíbrio, esquizofrenia, histeria, hiperatividade, insensatez, loucura, neurose, obsessão, transtorno etc. Estes são alguns dos termos que muitas vezes ouvimos quando se tratam de enfermidades da mente e de suas consequências na vida de uma pessoa. Tratam-se de comportamentos tidos como “excessivamente fora do normal” que podem ser desenvolvidos ou adquiridos por uma pessoa ao longo da sua vida. Podem ter como causa a falta de educação adequada, indisciplina, trauma sofrido no passado, infecção, dano cerebral ao nascer, dano cerebral por choque mecânico, uso de entorpecentes, fatores genéticos, idade avançada, alteração hormonal, repouso inadequado, escassez de substâncias naturais para o bom funcionamento cerebral etc.

Os pacientes de enfermidades de natureza psíquica, são muitas vezes marginalizados; por isso, talvez, por comportamento defensivo da negação ou por receio de serem marginalizados, os pacientes não admitem o problema, tampouco procuram ajuda, o que pode piorar o seu quadro.

Comportamentos inadequados e inexplicáveis marcam a vida de um paciente com transtorno mental. Um ou mais dos seguintes sintomas podem ser detectados nos pacientes com transtorno mental, mas isto não significa necessariamente que quem age de tal forma é doente: agressividade, mudança repentina de humor, tristeza profunda, desequilíbrio emocional, falar sem parar, pânico, sentimento de vingança, falta de afeto ou afeto inapropriado, irritabilidade, obsessões, vícios, tiques, isolamento social, dificuldade de discernir, confusão mental…

Ao compartilhar a vida com algumas pessoas aparentemente normais, podem ser notadas algumas atitudes inadequadas. Essas atitudes podem se tornar prejudiciais a si mesmo e às pessoas com quem ela convive. A Pv 4 perda de amigos, ou mesmo ausência deles podem ser indícios de alguma anormalidade.

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Pv 4:23)

Coração, neste caso, refere-se ao sentimento. É sabido através das Escrituras Sagradas que o tentador age principalmente na mente humana. Foi por isso que o Senhor nos ensinou a orar: “Não nos deixe cair em tentação; mas livra-nos do mal” (Mt 6:13).

A mente é uma fábrica de pensamentos e o coração, de sentimentos. Se as máquinas que operam nestas fábricas não estiverem calibradas, produzirão peças defeituosas, podendo causar grandes desastres. A mente que envia mensagens ao corpo para fazer o bem ou o mal interpreta a mensagem que a ela vem através dos olhos e ouvidos, e ainda faz a boca falar o que ela pensa. Por isso, a Bíblia diz:

“Os teus olhos olhem direito, e as tuas pálpebras diretamente diante de ti.” (Pv 4:25)

“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mt 6:22)

“Ora, a língua é fogo, é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro […]” (Tg 3:6)

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17:9)

Agora, preste atenção no que escreveu Pedro:

“Sede sóbrios e vigilantes. O Diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pe 5:8)

Note que o estado de sobriedade é fundamental para não cair na cilada do adversário. Vigilância é o seu resultado, porque ninguém pode vigiar se não estiver sóbrio. Se um animal ouve o rugido de leão, mas o interpreta como sendo miado de um gatinho, jamais entrará em estado de vigilância. Assim também, se a mente de um homem não estiver sóbria, estará mais vulnerável ao Diabo, tornando-se uma ferramenta do mal para o mal. Em casos mais graves isso poderá evoluir para completa possessão demoníaca. Cuidado!

“Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” (Mc 7:21-23)

Na Bíblia, dentre muitos, podemos observar casos como de Saul que:

foi homem escolhido por Deus para ser rei de Israel (1 Sm 10:1-8 e 1 Sm 11:12-15);
foi cheio de Espírito de Deus e esteve entre os profetas de Deus (1Sm 10:9-13);
não se esvaziou diante do Senhor, por isso, o velho fermento o fez crescer para o mal (1 Sm 13:8-14; 15:1-35);
foi possuído pelo espírito maligno (1 Sm 16:14-23);
perdeu o domínio próprio (1 Sm 18:6-17);
cometeu grandes pecados (1 Sm 28).
Por que Davi foi perdoado, mas Saul, não?

Assim, você pode entender que é importante ao homem ter a mente e o coração calibrados na pureza e no amor de Deus:

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.” (Fp 4:8-9)

“Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora” (2 Pe 1:9)

“Os teus olhos olhem direito, e as tuas pálpebras, diretamente diante de ti.” (Pv 4:25)

PECADO
mente e espirito Repare nos relatos bíblicos que o Mal tem preferido agir principalmente na mente e no coração do homem. Se olharmos os pecadores citados na Bíblia apenas sob ponto de vista de vítimas de distúrbio psicológico, poderíamos encerrar já o assunto. Porém, ocorre que, uma mente e/ou um coração desequilibrados são mais vulneráveis, e podem se tornar doentes. As atitudes tomadas sob o seu comando podem resultar em pecados. Ou você acha que os pecadores citados na Bíblia eram todos sãos mentalmente, e que sabiam o que estavam fazendo? Lembremos que a Bíblia cita pecados imperdoáveis (Mc 3:29; 1 Jo 5:16).

A NECESSIDADE DE INTERCEDER PELOS ENFERMOS
Quem padece de transtornos psicológicos, dependendo da sua gravidade, não conseguirá buscar solução por si só. Por isso, as palavras do Senhor nos ensinam a compreender a fraqueza alheia e orar uns pelos outros. Se tratarmos os doentes de igual para igual, o resultado será brigas. Por isso, a palavra de Deus nos recomenda tolerância (cf. Rm 2:4) e amor (cf. 1 Co 16:14).

“[…] Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada.” (Mt 15:22)


“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.” (Cl 3:12-17)

DE QUEM É A CULPA?
Como foi citado no começo deste estudo, as principais causas de enfermidades psicológicas são:

traumas de vários tipos, dentre os quais cito: filhos de pais divorciados – Muitos casais ignoram a advertência do Senhor: “[…] O que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Mt 19:6), e isto, de alguma forma acaba interferindo no desenvolvimento emocional dos filhos, podendo evoluir para algum distúrbio psicológico;
falta de disciplina e educação adequadas – “Não retires da criança a disciplina […], Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno.” (Pv 23:13-14) – Na sociedade moderna, pais que fustigam os seus filhos podem ser presos e até perderem a guarda dos filhos. Ora, concordo plenamente que: pais que chegam em casa alterados por uso de entorpecentes, e que agem com violência espancando a própria família devem ser presos; mas não é certo condenar pais e mestres que procuram educar proporcionalmente segundo a insistência dos seus educados. Isto é uma afronta direta à Palavra com consequências graves para todos.
Uso de entorpecentes – Salomão escreveu como uma bebida forte pode alterar os sentidos: – “Os teus olhos verão coisas esquisitas, e o teu coração falará perversidades.” (Pv 23:33).
“Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder.” (2 Tm 3:1-5)

Em suma, a grande parte dos casos, são consequências do pecado que acaba por gerar mais pecadores.

“[…] Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.” (Tg 1:14-15)

A SALVAÇÃO PELA GRAÇA
Talvez você esteja se perguntando: e os fariseus? Eles teriam culpa por terem agido contra o Salvador, tendo recebido desde cedo a rigorosa doutrina farisaica? E, em se falando dos dias atuais: alguns psicopatas que cometeram crimes de grande repercussão dizem estar convertidos ao evangelho e alguns são até pastores. Existem doenças psicológicas que tem como um dos sintomas a ausência de amor – o doente simplesmente desconhece o amor, por isso, não sente gratidão, e por conseguinte, não sente remorso, nem arrependimento, culpa ou vergonha.

Como poderá uma pessoa assim ser salva, se o amor é fundamental para a salvação? Quando um intérprete da Lei perguntou o que fazer para herdar a vida eterna, o Senhor respondeu que era necessário amar. Amar a Deus, em primeiro lugar, e amar o próximo (cf. Lc 10:25-27). Já em 1 Ts 5:18, está: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” – mas certos doentes são incapazes de sentir gratidão. Finalmente, em At 2:37-41, vemos a importância do arrependimento para a salvação.

Assim, fica inevitável raciocinarmos: Será que aquele psicopata que atirou a própria filha pela janela do prédio; a moça que tramou o assassinato dos seus próprios pais enquanto dormiam; o ator da TV que matou a colega de elenco… todos eles dizem ter se convertido, e alguns são pastores. Será isso possível, se estudos indicam que não há cura para alguns distúrbios psíquicos? Estariam eles fingindo para terem as suas penas aliviadas ou para conseguirem algum benefício na prisão?

Para responder a estas dúvidas, a Bíblia nos ensina claramente que o homem é salvo pela graça, e não pelas suas obras. Podemos achar em várias páginas das Escrituras Sagradas, casos de fariseus como Nicodemos; samaritanos como em Jo 4:1-30; publicanos como Mateus e Zaqueu; pecadoras como Raabe, endemoninhadas como Maria Madalena e o Gadareno que vivia entre os sepulcros (cf. Mc 5:1-14). Todos eles poderiam ter como desculpa, a educação e formação que receberam, no entanto, podemos observar claramente que a salvação destes não dependeu das suas obras, e sim da obra redentora do nosso Senhor JESUS Cristo. Em Rm 6:1 diz: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado para que seja a graça mais abundante?” É óbvio que não. A resposta está no mesmo capítulo de Romanos, um pouco mais adiante:

“Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade, mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.” (Rm 6:11-14)

O NOVO NASCIMENTO
Como você deve ter visto na postagem anterior, o novo nascimento requer uma grande mudança – e nisto inclui principalmente mudar a maneira como um convertido encara as coisas. Não se trata apenas de “pensar positivo”, ou de procurar ser o “mais certinho possível”, mas uma vida de obediência e reverência a Deus. Portanto, quem foi chamado das trevas para a maravilhosa luz do Senhor não deve andar a dizer coisas como: “Eu não mudo”; “sempre fui assim, ninguém vai me mudar”; “eu sei que estou errado, mas é difícil mudar”; “fui criado assim”; “sou doente” etc. Estas coisas não passam de velho fermento e devem ser atiradas para bem longe das nossas vidas a fim de não atrapalharem no desenvolvimento da nossa salvação mediante o temor no SENHOR, nosso Deus.

“Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (1 Pe 5:6-7)

“Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisia e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (1 Pe 2:1-2)

Segundo Rm 12:1-2, o nascido de novo, agora homem de Deus, não deve mais se conformar com este mundo, mas transformar-se pela renovação da mente. Só assim será possível obter testemunhos da perfeita vontade do SENHOR.

Gn 4:7 – “[…] Mas a ti cumpre dominá-lo.”

Ef 6:10-20 – “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra […] os dominadores deste mundo tenebroso […]”

1 Tm 4:7-9 – “Exercita-te pessoalmente, na piedade.”

2 Tm 2:22-26 – “[…] Com os que, de coração puro, invocam o Senhor”

1 Pe 5:7-9 – “[…] Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.”

Se você tiver dúvidas sobre o seu nível de entendimento e discernimento, observe os resultados das suas obras, porque o Senhor disse: “Pelos seus frutos conhecereis a árvore.” (Mt 7:16).

“O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio […]. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5:22-25)

“Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações.” (Jr 17:10)

Se toda vez que você age, as coisas terminam em brigas, dissensões, ofensas, ciúmes, invejas, ameaças, descrença, vontade de se afastar da igreja etc., certamente, algo não está bem. Está na hora de se reavaliar na palavra de Deus.

“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” (Tg 1:5).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.