SENHOR NOS ENSINA A ORAR.
A oração do Pai nosso é com certeza um dos marcos mundiais na história do cristianismo. É a oração que o próprio Jesus ensinou aos seus apóstolos, quando eles lhe pediram: “Senhor, ensina-nos a orar”.
É com certeza um tesouro. Há uma grande riqueza de princípios espirituais escondidos por trás de cada uma de suas belas palavras.
Cada uma delas foi, estrategicamente pensada pelo Mestre Jesus para que nós pudéssemos orar a Deus e sermos ouvidos. Mas há algumas verdades que precisamos saber sobre ela.
Por exemplo, é preciso repeti-la cotidianamente? Por quê Jesus a ensinou? Qual o sentido de suas palavras? Por quê vemos outras orações no Novo Testamento?
Qual o Significado do Pai Nosso?
Esta oração pode ser encontrada na Bíblia na passagem de Mateus 6.9 – 13 e em Lucas 11.1 – 4. O registro dos autores apresenta uma leve diferença, sendo o de Mateus mais extenso.
A oração nasceu de uma necessidade específica dos apóstolos: Eles queriam “saber orar” (Lucas 11.1 – 2). Essa necessidade provavelmente surgiu, da percepção de que Cristo orava continuamente. A vida de Jesus e seu ministério são marcados pela oração.
A tradição da Igreja, desde o primeiro século, considera que a oração do Pai nosso, é um modelo. Ou seja, devemos entender os princípios e pontos abordados, para de alguma forma orar de forma efetiva.
Percebemos que não é a intenção do Filho de Deus, que a nossa vida de oração seja baseada na repetição constante do Pai nosso. Neste mesmo contexto ele dá instruções aos discípulos de ao orar, eles não devem ficar repetindo a mesma oração (Mateus 6:7).
Não é difícil supor que as incessantes horas de oração de Jesus não eram baseadas apenas na repetição desta oração. Se observarmos apenas um desses momentos, como a oração de Jesus no Getsêmani, ele apresenta ao Pai uma petição diferente.
É importante notar também, que o Pai nosso é um ponto de partida. Perceba que ela não é uma oração feita em nome de Jesus, como Ele posteriormente ensinou (João 16:23,24).
Tendo isso em mente, que se trata de um modelo de oração que não deve ser continuamente repetida, prossigamos com o estudo.
“Pai Nosso Que Estais no Céu…”
O Senhor Jesus Cristo começa a oração do Pai nosso promovendo uma revolução no relacionamento com Deus, principalmente em seus dias.
Em seu contexto, as pessoas estavam acostumadas a chamar Deus de Senhor, Rei, Santo, Justo, Eterno, Soberano. Mas Pai? Com certeza não!
Jesus então aproxima: “Pai nosso…” (Mateus 6:9). Deus é o nosso Pai. Em Cristo somos feitos filhos de Deus, por meio da fé e da redenção em seu sangue.
Com isso, Jesus nos mostra que a oração é uma conversa íntima com Deus, que é nosso Pai. A partir deste ponto, devemos seguir nossas palavras com confiança.
Não estamos conversando com um estranho, alguém que não se interesse por nós. Estamos conversando com o nosso Pai, que é amor, consolação e graça.
É importante perceber, que o pai nosso possui seis pedidos. Os três primeiros estão relacionados a Deus e à Sua majestade. Os três últimos, estão ligados as nossas necessidades humanas, tanto terrenas quanto espirituais.
Assim como nos Dez Mandamentos, onde os quatro primeiros apresentam o nosso dever para com Deus e os seis últimos, nossas obrigações com o próximo.
Esta oração nos ensina a priorizar o Reino e sua justiça, na esperança de que todas as outras coisas, sejam acrescentadas.
Vamos prosseguir analisando cada uma delas!
“Santificado Seja o Teu Nome!”
O termo “santificado”, que aparece em Mateus 6:9, tem como base o original grego hagiazo, que significa: entregar ou reconhecer, ou ser respeitado ou santificado.
Isto quer dizer, que enquanto oramos devemos adorar a Deus e reconhecer Sua grandeza, Santidade e Glória. Na cultura moderna, é muito comum que os filhos tratem mal a seus pais. Sejam desrespeitosos, arrogantes e “malcriados”.
Na oração do Pai nosso, Jesus nos ensina que embora seja nosso Pai, Deus deve ser adorado, respeitado e reverenciado.
Enquanto oramos, temos a oportunidade de dizer ao nosso Pai, tudo quanto Ele é. Isto gera em nós fé, confiança e além disso temos o privilégio de nos unir ao grande número de seres celestiais que o adoram na beleza da Sua santidade.
A primeira petição refere-se ao nosso desejo de que Deus seja exaltado em nossas vidas e através dela. Deve haver em nós o anelo sincero de que outras pessoas o conheçam; conheçam a Sua bondade e sejam transformados por Sua santidade.
“Venha o Teu Reino”
À medida que o tempo passa a humanidade se torna cada vez mais egoísta, egocêntrica. Cada vez mais elas gostam deste mundo e das “coisas” deste mundo.
Na oração do Pai nosso, o Senhor nos leva para um nível mais intenso de desejar a vida, algo maior e mais profundo. Ele ora: “Venha o Teu Reino…” (Mateus 6:10).
Há algo muito maior no Reino de Deus preparado para nós . É certo que há paz infinita, alegria eterna, não haverá mais a morte, nem dor, nem tristeza…, mas não é só isso. Na manifestação do Reino de Deus, há muito mais de Deus.
Quando abrimos nosso coração em oração, O Senhor gostaria de ver ali, um desejo sincero pela revelação de todo o Seu projeto para a humanidade. Como Pai, o Senhor tem preparado para nós coisas grandiosas e profundas, como está escrito (1 Coríntios 2:9).
Por mais que sejamos inteligentes, estratégicos e comprometidos, a manifestação do Reino de Deus e Sua vontade, são completamente superiores, abundantes e extraordinários.
Além disso, ao orar: “Venha o Teu Reino”, estamos pedindo que o Senhor Deus se manifeste à humanidade. Que todos conheçam Sua Palavra e amor. É um pedido evangelístico. Somos embaixadores de Jesus Cristo. Isso nos torna responsáveis pela expansão e conhecimento do Reino dos Céus.
Precisamos orar pelas nações. Por seus problemas. Pela pobreza. Pelos governantes. Devemos pedir a Deus que tão logo, Seu Reino se manifeste entre nós.
“Seja Feita a Tua Vontade”
Ao orar pedindo: “seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10). Estamos dizendo a Deus que sobretudo, Sua vontade é o mais importante para nós.
No Pai nosso, Jesus deseja que a vontade do Senhor seja manifesta e respeitada, na Terra, tanto quanto ela é no céu.
Ou seja, o Senhor se aflige ao ver a humanidade caminhando cada vez mais para longe dele. O ser humano está cada vez mais distante de seu Criador. Não respeita a Bíblia Sagrada, o casamento entre homem e mulher, a justiça e nem o amor ao próximo.
A vontade de Deus é preciosa. O apóstolo Paulo a descreve como “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Romanos 12:2)
Quando o Senhor nos incentiva a orar sobre a vontade de Deus, ele está nos orientando a viver o melhor desta vida. Uma vida abundante!
“O Pão Nosso”
Começamos a oração do Pai nosso glorificando a Deus e pedindo a manifestação do Seu Reino e da Sua vontade. Ou seja, o lado espiritual da nossa vida.
Agora o Senhor Jesus coloca diante de Deus as questões do ser humano. Ele ora pedindo o pão de cada dia (Mateus 6:11). Não é algo sem importância, não é qualquer comida. É pão! Significa alimento bom, saudável e suficiente para a nossa vida diária. Refere-se as nossas demandas naturais.
Perceba, porém que não é uma oração de ostentação. Jesus não pede os reinos da Terra ou todos os tesouros dela. Ele pede o suficiente, dentro daquilo que Deus projetou para sua vida.
É isso!
Cada um de nós temos demandas e necessidades diferentes. O Senhor conhece cada uma delas. Portanto, se você tem muitas ou poucas necessidades diárias, Deus cuida de todas elas, desde que sejam necessárias.
Perdão Para as Dívidas
Como seres humanos, somos falhos, pecadores. Herdamos o erro de Adão e com isso, a fragilidade do pecado. Jesus concerta isso através da sua morte na cruz. Ele dá a todos os que creem em seu nome o perdão e a redenção.
Nesta oração, Jesus nos incentiva a demonstrar arrependimento de forma constante, diante de Deus. Assim, nossas palavras devem seguir este caminho: “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6:12).
Isso mesmo!
É uma via de mão dupla. Devemos pedir perdão a Deus todos os dias, e também devemos liberar perdão todos os dias para quem nos magoar. Não haverá perdão para nós, se não perdoarmos.
Com essa prática, desenvolvemos parte do caráter de Deus: perdoador. Este deve ser um dos nossos objetivos. A vida é muito curta. Não há tempo para nutrir rancor, ódio, mágoa ou ressentimentos. Através da oração, devemos pedir que o Senhor Deus gere em nós um coração perdoador.
A Tentação
Como já vimos, somos frágeis. Isto é, o pecado encontra em nossa humanidade grandes oportunidades. Além dele há o Diabo, nosso adversário. Este deseja nos destruir e nos usar para a destruição.
Na oração do Pai nosso, Jesus então nos incentiva a orar: “E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” (Mateus 6:13). De toda forma do mal.
Neste pedido, suplicamos a Deus que nos fortaleça, para que a nossa humanidade não nos vença e sejamos levados a fazer aquilo que o desagrada.
Além disso, pedimos ao Senhor que nos livre de Satanás, nosso adversário. Ele nos odeia e fará o que for necessário para nos destruir (1 Pedro 5:8).
Pois bem, devemos reconhecer em oração, a nossa fragilidade e suplicar a força de Deus. A força que Ele nos concede através do Espírito Santo.
“Teu é o Reino!”
O Senhor Jesus encerra a oração do Pai nosso, com as seguintes palavras: “porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém’” (Mateus 6:13).
É como se ele estivesse reforçando o reconhecimento da majestade e da glória de Deus. Mostrando o quanto depende de sua bondade e amor.
Em resumo seria: “Pai nosso, que estás nos céus…venha o teu Reino…porque teu é o Reino. Seja feita a tua vontade…porque teu é o poder. Santificado seja o teu nome… e a glória”.
O Senhor Deus é exaltado sobre todas as coisas. Não podemos pressioná-lo. Antes, devemos com atitude submissa e humilde orar incessantemente, com fé e perseverança, suplicando que Ele nos atenda.
Conclusão
Como vimos neste estudo, a oração do pai nosso é um modelo ensinado pelo Senhor Jesus Cristo, para que apliquemos os princípios dela a nossa oração diária e assim sejamos agradáveis a Deus.
Repetir esta oração, todas as vezes que for orar não garante que seremos ouvidos, pois o Senhor Deus reprova as vãs repetições.
A oração agradável a Deus é aquela que segue os princípios desta oração e é feita com fé, humildade e perseverança.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.
0 comentários :
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.