SUPERANDO A REJEIÇÃO.
“E o Senhor, Deus de Israel, deu a Seom com todo o seu povo na mão de Israel, e os feriram; e Israel tomou por herança toda a terra dos amorreus que habitavam naquela terra.” Jz 11.21
Por mais que não nos sintamos valorizados ou amados, devemos lembrar que o Amor do Nosso Pai e Sua Graça nos alcançam diariamente.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Definir o que é sentimento de rejeição;
2. Explicar como surge esse sentimento;
3. Mostrar como podemos vencer esse sentimento.
Jz 11.5-8
INTRODUÇÃO
A enfermidade da alma que iremos estudar nesta lição é o sentimento de rejeição. Embora tenha o nome parecido, não se trata de medo da rejeição, assunto que já estudamos anteriormente. No caso do sentimento de rejeição, o indivíduo pensa que não é valorizado pelas pessoas com quem se relaciona. A partir daí, torna-se extremamente carente e se contenta com o mínimo que alguém lhe ofereça para se sentir bem. Porém, em alguns momentos, essa pessoa pode se tornar perigosa já que é capaz de fazer qualquer coisa para ser notado.
I. O QUE É O SENTIMENTO DE REJEIÇÃO
A rejeição é uma das feridas emocionais mais comuns. A sensação de ser rejeitado, assemelha-se a ser jogado na lata do lixo da vida, é algo que machuca e deixa marcas que perseguem o indivíduo ao longo dos anos, condenando-o a um estado permanente de medo, tristeza e isolamento (Gn 3.9-10). O sentimento de rejeição pode ter origens em diversas situações: convivência familiar, escola, amizades, trabalho, relação amorosa, etc. Basicamente, a rejeição nasce em situações de decepção (especialmente com pessoas valiosas para nós) nas quais nos sentimos desvalorizados, injustiçados, como se não se importassem com nossos sentimentos nem reconhecessem nossos esforços.
A rejeição na história de vida da pessoa. Muitas pessoas sofrem com sentimentos de rejeição originados durante a infância, por situações como, por exemplo, o favoritismo (real ou imaginário) de um dos pais ou dos dois, por um filho, em detrimento de outro(s) (Gn 25.28). Se exacerbado, esses sentimentos podem causar insegurança e carência afetiva e ainda podem ser reforçados ao longo do desenvolvimento do sujeito (Gn 37.3). Assim, os sentimentos de rejeição acompanham a pessoa em seus relacionamentos interpessoais, ela sente dificuldade em sentir-se amada, aceita e valorizada. Cada pessoa reage de forma distinta e peculiar aos elementos que constituíram sua história (Jz 11.1-6).
A pessoa que se sente rejeitada, por exemplo, pode canalizar o sentimento em duas direções distintas: uma interna e outra externa.
Rejeição internalizada. Embora nem toda pessoa tímida ou introvertida tenha histórico de rejeição, há pessoas que internalizam o sentimento de rejeição e de não aceitação, gerando diversos outros sentimentos, como culpa e baixa autoestima. Outras consequências possíveis são timidez, complexo de inferioridade e dificuldade de se expressar ou expor sua opinião, gerando sofrimento para a pessoa (Jó 32.6).
Rejeição externalizada. Entretanto, o sentimento de rejeição também pode ser externalizado. Nesse caso, a pessoa canaliza agressividade para fora, como um mecanismo de defesa. Isto é, para defender-se da carência afetiva causada pela rejeição, a pessoa adota comportamento agressivo e arredio, justamente como estratégia para não mostrar sua fragilidade. Muitos são os exemplos de pessoas agressivas, soberbas, maledicentes ou aproveitadoras que, na realidade, encontraram nessas atitudes que humilham, agridem ou tiram vantagem do outro uma forma de lidar com
seus próprios sentimentos de rejeição (Gn 37.18-20).
II. A HISTÓRIA DE JEFTÉ
Jefté era rejeitado e aparentemente destinado a ser infeliz. Ele era um homem valoroso, filho de um cidadão influente, porém sua mãe era prostituta. Portanto, seu nascimento não estava nos planos de seus pais. Ainda no ventre de sua mãe, já carregava o estigma de ser filho ilegítimo e nada poderia mudar esse fato. Mesmo antes de nascer, já fora rejeitado (Jz 11.1).
Jefté e seus irmãos. Além de ser rejeitado pelos pais e pela sociedade antes mesmo do seu nascimento, Jefté enfrentou mais um momento difícil. Quando era jovenzinho, foi expulso por seus irmãos mais novos (Jz 11.2), e os moradores da cidade, movidos pelo preconceito, apoiaram tal decisão. Ninguém moveu uma palha em seu favor.
As consequências da rejeição na vida de Jefté. Na vida de Jefté, aos traumas antigos somavam-se os novos. Era rejeição sobre rejeição, empurrando-o na direção perigosa de uma vida dominada pela revolta. A Bíblia diz que ele fugiu para a terra de Tobe (Jz 11.3). Os sucessivos golpes haviam transformado Jefté num homem revoltado. Ele enveredou pelo caminho do crime. Formou um bando com outros tão amargurados quanto ele.
Dificuldade em lidar com autoridade. Os que sofrem de sentimento de rejeição geralmente têm um comportamento negativo em relação à autoridade e costumam se revoltar contra alguém que lhes tenta impor algum limite, pois entendem isso como sendo mais um ato de rejeição a seu respeito. Em nenhum momento, Caim aceitou que o Senhor tinha rejeitado a sua oferta, porque suas obras eram más (l Jo 3.12), mas entendeu que estava sendo rejeitado, irando-se fortemente (Gn 4.5), não reconhecendo a autoridade do Senhor em sua vida. Em nossas igrejas, quase sempre nos deparamos com pessoas que agem dessa forma, não aceitando a autoridade dos pastores e líderes (Gn 4.7-8).
III. O SENTIMENTO DE REJEIÇÃO NA IGREJA
O sentimento de rejeição tende a aflorar em momentos em que nos sentimos confrontados com alguma situação que nos faça sentir preteridos ou menosprezados em relação a algo ou a alguma pessoa. Esse sentimento tem afligido muitos cristãos. Alguns se têm esquecido de que são filhos de Deus e que nada os poderá afastar do grande amor que o Senhor expressou por eles (Rm 8. 39). Esses irmãos tentam, de todas as maneiras, serem notados, e buscam o reconhecimento, muitas vezes, com atitudes que prejudicam a outros; e visam à glória humana, esquecendo-se de que quem nos glorifica e exalta é o Senhor.
O sentimento de rejeição pode ser perigoso. Em alguns casos, o sentimento de rejeição pode se tornar uma arma perigosa, visto que o indivíduo, por se achar rejeitado, pode entrar em disputa contra aquele que ele pensa que o rejeitou (Lc 15.28). No entanto, nem sempre a disputa é maldosa: ao se colocar em disputa com alguém; o indivíduo pode não estar querendo, conscientemente, prejudicar alguma pessoa, mas sim apresentando um sintoma de sentimento de rejeição, tentando ser notado a qualquer preço (Lc 15.29). Assim, o sujeito acaba por ferir sentimentos de algumas pessoas que estão à sua volta e que são prejudicadas por seus atos (Lc 15.31).
Deus nunca se esquece. Através do profeta Isaias, o Senhor nos dá a certeza de que nunca se esquecerá do seu povo. O profeta usa a figura da mãe para exemplificar a profundidade do amor de Deus em relação ao seu povo (Is 49.15). Jamais seremos esquecidos ou desamparados. Assim, não há razão para nos sentirmos rejeitados. O caminho para a cura está em crermos que Deus se importa conosco, apesar das nossas imperfeições, Ele nos ama profundamente. Antes de sermos concebidos no ventre materno, fomos gerados no coração de Deus.
Como combater o sentimento de rejeição. A rejeição é um dos males emocionais mais comuns em nossa sociedade. Vivemos num mundo agitado, desumano, materialista e consumista, que trata os indivíduos como se fossem mercadorias. Ainda que todos rejeitem uma pessoa, ou não percebam seu valor, Deus valoriza o homem criado à sua imagem e semelhança e não desiste, pois acredita em seu potencial e tem projetos maravilhosos para sua vida. Quando a pessoa se afasta, isola-se, poderá ocorrer uma evolução para um quadro de depressão, que poderá levá-lo(a) a uma prostração total em relação à vida. O sentimento de rejeição no crente deve ser combatido com oração e comunhão com Deus e a igreja (SI 133), além de orientação psicológica. É importante ressaltar que Jesus sabe o que é ser rejeitado por todos os homens (Is 53.3) e até mesmo sabe o que é sentir-se abandonado por seu Pai (Mt 27.46).
CONCLUSÃO
O sentimento de rejeição pode ser provocado por diversos motivos, alguns deles foram citados nesta lição. Contudo nenhum deles é suficiente para vencer o poder de Deus na vida do servo fiel, que tem certeza das promessas de Jesus (Mt 11.28). Com uma orientação profissional terapêutica, o indivíduo obterá os meios necessários para ficar firme na presença de Deus.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.
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