RESGATANDO MEU FILHO DAS DROGAS
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31).
O vício (do latim “vitium”, que significa “falha” ou “defeito”) é um hábito repetitivo que destrói ou causa prejuízo ao viciado e aos que convivem com ele. A princípio, ele proporciona algum tipo de prazer, mas, com o tempo, tem como consequência dor, angústia, vergonha e solidão ao indivíduo. Ao contrário das virtudes (que são hábitos positivos ou qualidades morais), os vícios tendem a desmoralizar e aprisionar as pessoas que com eles compactuam. O ser humano não foi criado para viver escravizado e sim para ser livre ao dar glórias ao Seu Criador.
Muitas vidas têm sido destruídas por conta de vícios causados pelo uso de substâncias como álcool, drogas e fumo, além de jogos, compulsão por sexo, comida, exercícios físicos, e vários outros comportamentos que podem trazer prazer momentâneo, mas acabam aprisionando as pessoas que os praticam. A boa notícia é que elas podem se libertar desses vícios. Mas é necessário compreensão sobre o problema e esforço para mudar. Neste estudo, vamos obter orientações que poderão ajudar pessoas escravizadas por algum vício.
Sou viciado?
Algumas atitudes caracterizam o desenvolvimento de uma dependência:
- Tolerância – necessidade que a pessoa sente cada vez maior do uso de tal substância/prática a fim de obter o mesmo resultado que antes;
- Abstinência – aparecimento de sintomas físicos, cognitivos e comportamentais quando a substância/prática é diminuída ou retirada;
- Comportamento compulsivo – falta de controle com relação à substância/prática e a repetição do uso, mesmo que com frequências baixas, mas contínuas e necessárias;
- Prejuízos – comprometimento em diversas áreas da vida, como profissional, social, emocional e/ou física.
Por que pessoas se viciam?
Normalmente, os vícios são “válvulas de escape” para uma angústia que a pessoa não está conseguindo resolver, por enquanto, em sua vida. Esta angústia pode estar presente devido à morte de alguém, uma separação ou conflitos conjugais, baixa autoestima que leva a uma necessidade de autoafirmação e a falta de afeto no âmbito familiar. Tal angústia pode ser tão difícil de ser encarada que, para obter alívio, a pessoa se utiliza do vício. No entanto, ele traz somente um alívio temporário para esta angústia.
Certos comportamentos tornam-se vícios porque funcionam em um ciclo repetitivo: a pessoa sente a angústia – não consegue lidar com ela – procura a forma de alívio (o vício) – alivia-se temporariamente – o efeito do alívio acaba – a angústia volta – sente a angústia – não consegue lidar com ela – procura a forma de alívio – alivia-se temporariamente – o efeito do alívio acaba, e assim sucessivamente.
Por que não fumar?
O tabaco é uma droga socialmente aceita. Ele é a segunda droga mais consumida entre os jovens no mundo e no Brasil. Estima-se que 90% dos fumantes começam a fumar antes dos 19 anos de idade.[1]
Os perigos do uso do tabaco incluem[2]: expectativa de vida diminuída, câncer dos pulmões, da laringe, da boca, do esôfago, da bexiga, do pâncreas e outros cânceres, doenças cardíacas e vasculares como infarto, hipertensão, gangrena das extremidades e impotência, doenças pulmonares como bronquite crônica e enfisema pulmonar, osteoporose e menopausa precoce em mulheres, alergias e outras doenças do sistema imunológico, nascimentos prematuros e peso abaixo do normal em bebês de mães fumantes, problemas de desenvolvimento e de comportamento em crianças de mães fumantes tais como comportamento hiperativo e dificuldades de aprendizagem, úlceras pépticas, cataratas e outras doenças oculares.
O que posso fazer para vencer o vício do fumo?[3]
Parar de fumar exige dedicação, esforço e perseverança. Veja algumas dicas que poderão ajudar você:
- Beba o mínimo de oito a dez copos de água por dia.
- Tome banho mais de uma vez ao dia a fim de remover as toxinas eliminadas pelos poros.
- Faça exercícios físicos ao ar livre a fim de eliminar toxinas através do suor e diminuir a ansiedade, que geralmente leva a pessoa a fumar.
- Respire profundamente várias vezes ao dia, em vez de respirar aceleradamente e superficialmente. A respiração atua na limpeza dos pulmões através da renovação do oxigênio e também no alívio da ansiedade.
- Alimente-se de forma simples e mais natural possível com frutas, vegetais, cereais integrais, nozes, amêndoas, castanhas e sementes.
- Elimine todas as bebidas ou alimentos que contenham álcool e cafeína. Estas são substâncias estimulantes que aumentam o desejo do uso do fumo.
- Respeite sua necessidade de descanso e de sono, entendendo que o cansaço aumenta a ansiedade e esta pode levá-lo a fumar como forma de diminuí-la.
Efeitos do álcool
A Organização Mundial da Saúde identificou a ingestão de álcool como um dos 10 principais riscos para o desenvolvimento de doenças.[4] O álcool atua quimicamente como anestésico geral. O lobo frontal, que é responsável pelas nossas tomadas de decisões, é o primeiro a ser anestesiado e, portanto, a sofrer prejuízos. Portanto, se divide o efeito do álcool em quatro etapas consecutivas[5]:
- Em um primeiro momento, o álcool diminui a destreza manual e a autocrítica. Surge euforia pela falta de controle do lobo frontal. A pessoa fica muito sociável, aparentemente ainda consciente, mas esta é a etapa dos acidentes.
- Depois, há perda do controle das emoções e falta de coordenação motora. Pelo menos a metade de todos os crimes é cometida por indivíduos que nunca agiriam desta maneira se estivessem sem o efeito do álcool.
- Em seguida, sono, inconsciência e coma podem acontecer.
- Por último, as consequências podem ser a pele úmida, fria, defecação e urina involuntária, paralisia respiratória e morte.
E se eu beber com moderação?
A única conduta segura para a saúde em relação ao álcool é a abstinência total. Beber com moderação é intoxicar-se com moderação. A moderação não protege o corpo e a mente contra os efeitos do álcool, mas apenas diminui a probabilidade do desenvolvimento de deficiências no cérebro que geralmente são causadas em pessoas que bebem há bastante tempo e em grandes quantidades.
Vinho faz bem ao coração?
Muito se tem falado sobre os benefícios do vinho tinto para o coração. No entanto, estudos recentes mostraram que o que é eficaz na proteção do organismo contra doenças cardiovasculares não é o álcool contido no vinho, mas substâncias chamadas flavonóides e resveratrol que estão contidas na uva.[6] De acordo com um estudo feito pela Universidade de Barcelona, na Espanha, apenas o vinho sem álcool foi capaz de baixar a pressão sanguínea dos voluntários. Esta diminuição, segundo os pesquisadores, é suficiente para reduzir em 20% o risco de derrames e em 14% as chances de desenvolver doenças cardíacas.[7] Saiba sobre como parar de beber em “Como vencer os vícios?”, no final desta seção.
O uso de drogas
A dependência química é a doença da negação. O dependente químico inicialmente se recusa a admitir que tem problemas ou dificuldades e nega que está sofrendo e que precisa de ajuda. Mente e atua desonestamente, culpa aos outros, justificando-se com frases como: “Me drogo porque meus pais não me entendem!”, “Uso drogas porque minha mulher me rejeita!”. Dificilmente diz: “Estou viciado, perdi o autocontrole!” Falta humildade para assumir seu descontrole e tem dificuldade para assumir a realidade de que sozinho não pode vencer.
Geralmente é bastante difícil que o usuário aceite algum tipo de tratamento. Mas, existe saída para os que se submetem ao tratamento com humildade, submissão, verdade e honestidade. Além da ajuda médica psiquiátrica, a frequência aos grupos de Narcóticos Anônimos (NA) é indicada aos usuários de drogas.[8]
Como vencer os vícios?
A vitória contra os vícios não acontece naturalmente, sem que esforços sejam feitos. Existem condições pontuais para vencê-los. Saiba como:
- Admita que é impotente diante da substância/prática da qual você é dependente e que a sua vida se tornou incontrolável por causa deste comportamento.
- Ao reconhecer a sua impotência, decida procurar ajuda. Uma avaliação médica com um clínico geral é necessária a fim de checar a saúde física.
- Procure um psicólogo a fim de iniciar uma terapia que o ajude a lidar com ansiedades e angústias que o levam a permanecer utilizando-se de tais substâncias/práticas como forma ilusória de solução de conflitos e alívio do sofrimento.
- Procure grupos de ajuda mútua como o AA (Alcoólicos Anônimos), o NA (Narcóticos Anônimos), o JA (Jogadores Anônimos), o DA (Devedores Anônimos), o DASA (Dependentes de Amor e Sexo Anônimos) e outros a fim de serem instruídos e motivados por pessoas que estão passando ou já passaram por este mesmo processo de recuperação do vício.
- Pense em quais são as ansiedades e angústias que levam você a procurar uma “válvula de escape” como forma de “fugir” destes sofrimentos. Pensar, neste contexto, em muitos casos é tudo o que a pessoa necessita para poder lembrar-se do que dói, extravasar sua dor, e, só então, ser liberta dela.
- Dependentes químicos devem evitar alimentos estimulantes como café, guaraná, refrigerantes com cola, chocolates, pimentas, e outros. Por serem estimulantes, podem colaborar para despertar na pessoa a vontade de ingerir mais substâncias estimulantes como o álcool e as drogas.
- Evite locais, companhias ou situações que o incentivem ao uso de substâncias ou de práticas contra as quais esteja lutando.
- No caso dos dependentes químicos, devem evitar o gole do álcool, o trago do cigarro ou o uso de droga, mesmo que em dose pequena. Quando sentirem esta vontade, devem procurar lidar com a ansiedade de outra forma que seja saudável. É comprovado cientificamente que os exercícios físicos diminuem consideravelmente quadros de ansiedade;
- Ter em mente que a angústia que você sente e que é acompanhada pela vontade de beber ou usar drogas não é maior do que você mesmo. Ela pode incomodar, mas passa.
VOCÊ E O CRIADOR
Talvez você esteja aprisionado por algum vício há dez, vinte ou cinquenta anos e ninguém mais nesse mundo sabe o quanto você sofre por estar nessa situação. Você não aguenta mais ser escravizado pelos vícios que tanto lhe atormentam. Saiba que esta prisão apenas será “perpétua” se você quiser. Existe luz no final do túnel para o seu problema. A Bíblia diz que “O Senhor liberta os encarcerados” (Salmo 146:7). Deus criou você para viver feliz, livre, em paz. Ele tem poder para tirá-lo de qualquer vício. Você crê nisso? Deseja ser liberto? Então procure ajuda. Busque o auxílio do Senhor e das pessoas que podem lhe ajudar. Jesus disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). Jesus é a Verdade que irá libertar você. O que você precisa fazer é entrar em contato com Ele, através da oração e da leitura da Bíblia, pedindo forças para colocar em prática as orientações apresentadas. Faça isso e você será livre.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante
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