A VINGANÇA
DE UM TRAIDOR...
Então fizeram saber a Davi,
dizendo: Também Aitofel está entre os que se conjuraram com Absalão. Pelo que
disse Davi: Ó SENHOR, peço-te que torne em loucura o conselho de
Aitofel”. (2 Samuel 15:31)
O contexto na qual se passa o tema era de traição e
golpe de Estado intentado por Absalão, filho de Davi.
Depois que Davi assumiu o reinado sobre Israel e
colocou a casa em ordem, ele nomeou os comandantes das tropas, colocando sobre
eles um general. Nomeou, também, para o palácio, pessoas que cuidassem de
diversas atividades, inclusive pessoas que cuidassem da educação dos seus
filhos (1Cr 27:32).
Como conselheiro do reino, Davi nomeou a cinco
homens sábios e entendidos, para com eles se aconselhar, todas as vezes que
tivesse que tomar alguma decisão. Os cinco conselheiros foram: Jônatas, seu
tio, que também era escriba; Husai, o arquita; o terceiro foi Aitofel, o
gilonita; depois Joaida, filho de Benaia e por último Abiatar, o sacerdote.
Aitofel, o gilonita, era morador
de Giló. Cada conselheiro atuava especificamente em uma área.
Aitofel era o conselheiro de guerra. Provavelmente, era ele o estrategista das
inúmeras batalhas que Davi venceu. Foi, certamente, o mais importante dos
conselheiros de Davi. Houve uma época que a palavra de Aitofel era respeitada
como se fosse a palavra de Deus (2Sm 16:23) .Tal era a importância da atuação
deste homem perante a nação de Israel.
Por ocasião da fuga de Davi, ao
tomar conhecimento do golpe de Estado que Absalão estava elaborando, Aitofel,
voluntariamente seguiu a Absalão. No meio da fuga, entre as centenas de pessoas
que o acompanhavam, Davi sentiu a falta de Aitofel. Sabedor que era do peso da
palavra de seu conselheiro, Davi orou, pedindo ao Senhor que transtornasse o
conselho de Aitofel. Davi sabia muito bem que se Absalão seguisse os conselhos
daquele homem, teria imensa vantagem sobre Davi.
Porém, nesta história, temos a
pessoa de Husai, um servo fiel ao rei, tinha amor ao rei Davi. Como Husai era
também um homem de importância no reino, Absalão intentou ganhá-lo para seu
projeto. Absalão ouvira Aitofel, mas agora desejava ouvir os conselhos de
Husai. Assim pergunta a Husai:
“Quando Husai entrou, Absalão
lhe disse: Aitofel deu-nos o conselho dele. Devemos fazer o que ele diz, ou
você tem outra opinião?" (2Sm 17:6).
Husai foi enfático em seu
conselho:
Husai respondeu: "O
conselho que Aitofel deu desta vez não é bom. Sabes que o teu pai e os homens
que estão com ele são guerreiros e estão furiosos como uma ursa selvagem da
qual roubaram os filhotes. Além disso, teu pai é um soldado experiente e não
passará a noite com o exército. Ele, agora, já deve estar escondido numa
caverna ou nalgum outro lugar. Se alguns dos teus soldados forem mortos no
primeiro ataque, quem souber disso dirá: 'Houve matança no meio do exército de
Absalão'. Então, até o mais bravo soldado, corajoso como leão, ficará morrendo
de medo, pois todo o Israel sabe que teu pai é um guerreiro valente e que seus
soldados são corajosos. "Por isso, dou o seguinte conselho: que se reúnam
a ti todos os homens de Israel, desde Dã até Berseba, tantos como a areia da
praia, e que tu mesmo os conduzas na batalha. Então o atacaremos onde quer que
ele se encontre e cairemos sobre ele como o orvalho cai sobre a terra. Ele e
todos os seus homens não escaparão. Se ele se refugiar em alguma cidade, todo o
Israel levará cordas para lá, e arrastaremos aquela cidade para o vale, até que
não reste ali nem sequer uma pequena pedra".
A Palavra de Deus afirma em 2Sm
17:14 que o conselho de Husai foi considerado o melhor conselho.
Husai tinha uma personalidade e
uma identidade diferente em relação a Aitofel. Husai queria servir ao rei,
mesmo se esse fosse Absalão, pois tinha uma identidade com seu povo, Israel (2Sm
16: 18,19).
É nessa diferença de
personalidade e identidade que o Senhor quer nos falar nessa mensagem.
Qual o conselho devemos seguir?
Qual o conselho o jovem deve seguir? Quem fala mais auto em nossos
corações? Aitofel ou Husai?
Analisando o contexto e a
história e aplicando tudo no espiritual, veremos que Absalão é o tipo do nosso
Adversário que deseja ardentemente o trono do nosso coração. Ele quer tirar o
Rei Jesus (tipificado na pessoa de Davi) do trono que há em nós para que assim
venhamos a servi-lo. Absalão tinha enormes cabelos e era um jovem de boa
aparência. Os grandes cabelos são, aqui, na aplicação espiritual, os
pensamentos elevados do homem em união com a beleza (aparência do mal). Diante
de tantos questionamentos que o jovem tem, seus cabelos (no espiritual) tendem
a crescer e formar um conjunto de mentalidades que, na maioria das vezes, o
afasta de Davi (Jesus) e passa a ter um outro projeto. Abandona a revelação e
parte para a razão. Qual o resultado disso? Vai procurar conselhos (mendigar)
conselhos em toda a parte, buscando na carne e no sangue a resposta para seus
anseios. É importante lembrar que Absalão morreu por causa de seus
cabelos presos em uma árvore.
Absalão buscou os conselhos de
Aitofel, um traidor. Muitos que tem deixado a Obra de Deus para seguir as suas
vaidades se colocam para “dar conselhos”. Seus conselhos assemelham aos
conselhos dos fariseus em Lucas 13: 31: “Sai e retira-te daqui...” Com seus
bons argumentos do tipo “Herodes quer matar-te”, tentam nos tirar do caminho à
Jerusalém (Jesus ia seguindo a Jerusalém para cumprir o projeto).
Tantos “Aitofeis” estão por aí.
Um dia foram usados na presença de Davi (Jesus), mas agora se desviam e negam o
rei e o projeto. Partem para a razão e a tradição. Pela razão e tradição,
Absalão seria rei, pois era o filho mais velho, mas a revelação era outra.
Tomando a atitude de tomar o reino, tinham já Davi como morto. Muitos, por
desviarem do projeto e seguirem seus próprios caminhos, têm Jesus como morto.
Matam a revelação.
O que propôs
Aitofel?
Observamos que o primeiro grande conselho que Aitofel deu a Absalão foi o de ter uma relação sexual com as concubinas de seu pai Davi, em público. Isto faria com que o povo entendesse de vez por todas que Absalão estava disposto a reinar e que ninguém deveria apresentar-se como obstáculo a este intento. Isso aponta para o seguinte: Quando os “Aitoféis”, que um dia negaram a Obra do Senhor Jesus, querem atacar Davi (a revelação), atacam primeiro as “concubinas” (a Igreja, que tem uma intimidade com o Rei e vive em seus átrios). Querem fazer isso “em público”, ou seja, querem envergonhar o Corpo de Cristo e desanimar o povo de Deus fazendo-os pensar que não há mais a Obra, que tudo acabou, etc.
Observamos que o primeiro grande conselho que Aitofel deu a Absalão foi o de ter uma relação sexual com as concubinas de seu pai Davi, em público. Isto faria com que o povo entendesse de vez por todas que Absalão estava disposto a reinar e que ninguém deveria apresentar-se como obstáculo a este intento. Isso aponta para o seguinte: Quando os “Aitoféis”, que um dia negaram a Obra do Senhor Jesus, querem atacar Davi (a revelação), atacam primeiro as “concubinas” (a Igreja, que tem uma intimidade com o Rei e vive em seus átrios). Querem fazer isso “em público”, ou seja, querem envergonhar o Corpo de Cristo e desanimar o povo de Deus fazendo-os pensar que não há mais a Obra, que tudo acabou, etc.
Em seguida, Aitofel apresenta-se
como voluntário para formar um exército com doze mil homens e sair,
imediatamente no encalço de Davi. O conselho de Aitofel sempre está ligado aos
recursos humanos e conta sempre com a ajuda das multidões e os recursos dessa
vida. Aitofel sabia que a marcha de Davi era lenta e, pelo tempo, ele ainda
estava nas regiões montanhosas. Como ele não tinha onde acampar e estava sendo
acompanhado por famílias inteiras, com suas mobílias, Davi não teria tempo para
sentar-se e elaborar um plano de guerra. Neste projeto, Aitofel propôs a
Absalão matar apenas a Davi e com isto dispersar os seus seguidores. Absalão
gostou muito do plano.
Podemos perceber: Os dois
primeiros conselhos de Aitofel visam a carne e a morte.
E é exatamente assim o plano do
nosso inimigo: dispersar o povo do Senhor, desestruturar o Corpo de
Cristo. Em 2Sm 16:23, a Palavra nos mostra que o conselho de Aitofel tinha
valor naqueles dias, pois Aitofel era extremamente importante no reinado de
Davi e era também um ótimo estrategista. Embora o conselho de Aitofel fosse
considerado semelhante ao conselho de Deus, não era o mesmo. Muitos tem ouvido
os conselhos de alguns que, antes eram instrumentos nas mãos do Senhor, mas
agora são inimigos do Corpo. Os argumentos tem sempre uma aparência semelhante
aos da Obra do Espírito Santo, mas não tem nenhuma relação com a vontade do
Senhor.
Husai teve um conselho diferente
e orientou: “o conselho de Aitofel não é bom”. A Obra do Espírito Santo é
uma Obra de discernimento e sabedoria. O Senhor é a direção
segura e Ele não abre mão de guiar com braço forte o seu povo. O Senhor quer
nos dar essa mesma benção – andar segundo a vontade de seu Espírito Santo.
Husai também diz: “Bem conheces
tu a teu pai e a seus homens”. Husai aqui, tipificando o Espírito Santo,
faz Absalão lembrar quem é Davi, quem são os seus homens e quais são as suas
grandiosas obras. No momento em que nos encontramos em dúvidas mas oramos ao
Senhor pedindo direção, o Senhor nos faz lembrar de quem é Jesus para nós.
Faz-nos lembrar de suas obras em nossas vidas, nos faz lembrar que sua
Igreja é forte e fiel e, dela, não podemos sair. No decorrer do capítulo
17, versos 9 ao 11, Husai explica que, mesmo com o aparentemente sábio conselho
de Aitofel, o projeto de Davi era melhor e mais eficaz. O Espírito santo
tem testificado em nossos corações uma Obra de poder.
Absalão, em 2Sm
17:14, reconhece que o conselho de Husai era melhor do que o conselho de
Aitofel. Um outro detalhe enriquece essa passagem bíblica: Husai era um homem
que tinha uma fiel ligação a Davi, era seu amigo e tinha uma boa relação com o
sacerdócio que ali regia. Os bons conselhos partem de um coração cheio do
Espírito Santo e de uma Igreja que é fiel e que ama e vive a Obra Redentora de
Jesus. Os sacerdotes obedeceram a ordem de Husai com veemência, pois Husai
tinha uma reputação inquestionável. Os bons conselhos estão ligados ao projeto
espiritual, estão sempre em conformidade com o nosso crescimento
espiritual.
DEUS TRANSTORNA O CONSELHO DE AITOFEL
No entanto, Husai, amigo de Davi, que a pedido deste tinha ficado com Absalão (os que dão bons conselhos são fieis ás ordens do rei), propôs formar um exército muito maior, aliás, conclamar a todo Israel para sair à peleja, sob o argumento de que Davi não perderia uma batalha para apenas doze mil homens. Deus agiu, levando Absalão a preferir este conselho.
Aitofel percebeu que o plano de Husai era uma “furada”. Até que reunissem a todo o povo, Davi teria atravessado os limites do território de Israel e estaria em lugar onde pudesse enfrentar qualquer inimigo. Aitofel não tinha dúvida que atendendo ao conselho de Husai, Absalão seria derrotado e Davi retornaria mais forte ainda para Jerusalém. Em função disto, Aitofel se enforcou pondo fim a toda a sua história no governo da nação de Israel. O fim de Aitofel foi semelhante ao de Judas Iscariotes. Os que traem o Corpo de Cristo morrem, seus planos são de morte, seus conselhos são para a morte e nunca para a vida, seus projetos estão longe da revelação, estão na tradição e na razão.
O QUE HAVIA NO CORAÇÃO DE AITOFEL?
Eu me pergunto: O que levou Aitofel a tomar aquela atitude, de trair a Davi, que confiava tanto nele e que o considerava amigo? O que levou Aitofel a aconselhar a Absalão a abusar sexualmente das dez concubinas de Davi, desonrando o rei mais amado de todos os tempos para o povo de Israel? O que levou Aitofel a planejar uma forma de matar somente a Davi, enquanto este fugia?
Resposta: RESSENTIMENTO - Sim, esta era a razão porque Aitofel planejou e fez tudo isto. Ele era um homem ressentido com Davi.
Muitos hoje se colocam como inimigos da Obra de Deus e, a maioria desses, um dia foram instrumentos nas mãos do Rei Jesus e serviram em seu projeto, pregaram uma mensagem por longos anos, pregaram tudo aquilo que hoje negam. Tudo parte de um coração ressentido, inclusive seus conselhos (que são para a morte).
Mas, de onde vem todo este ressentimento?
E eu lhe responderia:
Do fatídico caso da morte de Urias! Um dia Davi errou, mas a revelação e a presença de Deus em seu reinado continuaram imperando. Por erros humanos, ventos doutrinários, excesso de “eu acho” ou ressentimentos variados, muitos deixam o projeto e, logo, se ajuntam com Absalão. Não continuam olhando para frente.
Bate-seba, a mulher de Urias, que Davi possui pecaminosamente, era filha de Eliã - 2Sm 11:3 . Por sua vez, Eliã, era filho de Aitofel - 2Sm 23:34 . Na lista dos trinta e sete valentes de Davi, aparece Urias - 2Sm 23:39 , e Eliã, filho de Aitofel. Ou seja, Urias, além de genro de Eliã, era seu companheiro de guerra. Todos eles, por parentesco direto ou por afinidade, estavam ligados a Aitofel. Este, por sua vez, assistiu a tudo o que Davi fez e guardou tudo isto em seu coração. Aitofel apresentou-se como homem sábio e demonstrou imensa lealdade ao longo de, aproximadamente, três dêcadas. Pelo excelente serviço prestado, ele tornou-se um homem de confiança do rei Davi. No entanto, guardou esta mágoa em seu coração. Ele nunca deixou de desejar que um dia Davi fosse vingado pelo mal que causou à sua neta e ao esposo dela. No livro de Jó fala que aquele que guarda ressentimento, "morre na amargura do seu coração, não havendo provado do bem". Por isto o escritor da epístola aos Hebreus, assim escreveu: "Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem". (Hebreus 12.15).
Um dia, todos os conselhos de Aitofel serão transtornados e a Igreja Fiel de Cristo triunfará...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson
Cavalcante.
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