ESTUDO BÍBLICO APRENDENDO COM A
LEPRA...
É triste observar que, conforme a Época da Graça se prolonga, o povo de
Deus parece mais determinado do que nunca a adotar as atitudes e ações do
mundo. As modas vêm e vão, mas uma coisa continua constante — cada uma delas
consegue deixar sua marca indelével sobre certos segmentos da cristandade. Para
aqueles de nós que já acumularam certa "quilometragem", vemos esse
fenômeno a partir da perspectiva de ter passado por grande parte dele. Eu
realmente gostaria de poder expressar com palavras adequadas aos jovens o
quanto a sociedade mudou nos últimos quarenta ou cinquenta anos. Isso nos faz
pensar em quanto mais o Senhor permitirá que esse processo continue antes de
vir buscar Sua igreja.
Como podemos esperar, a Palavra de Deus tem muito a dizer sobre os
assuntos mundanismo e separação. Com a ajuda de Deus, gostaria de explorar
ambos os tópicos em profundidade. Começaremos tentando definir a palavra
"mundanismo". É o substantivo do adjetivo "mundano" e o
Dicionário Aurélio define assim: "Vida mundana; hábito daqueles que só
procuram gozos materiais". A partir dessa definição, vemos que não é
absolutamente uma palavra que seria usada para descrever um cristão. Ser
mundano é aderir e seguir aquilo que caracteriza as atitudes e ações das
massas; dos incrédulos — aqueles que estão perdidos. Além disso, precisamos
compreender que é uma coisa extremamente fácil de fazer. Tudo o que precisamos
é "seguir as massas", seguir o caminho da mínima resistência. A
natureza humana nos predispõe para o mundanismo. Antes de sermos salvos, o
mundanismo era um modo de vida. Após a salvação, ganhamos uma nova natureza,
mas a velha natureza pecaminosa não foi erradicada. Por isso, estamos em uma situação que garante uma vida
de conflito contínuo!
Talvez você já tenha ouvido a história sobre um velho chefe indígena que
se converteu a Cristo. Certa vez, dois de seus irmãos "caras pálidas"
foram visitá-lo e um deles perguntou como estava indo sua vida espiritual. O
velho chefe respondeu que era como se ele tivesse dois cachorros vivendo dentro
dele — um branco e um preto e eles brigavam constantemente! Após conversarem um
pouco, um daqueles homens perguntou: 'Afinal, quem ganha a luta?' A resposta do
chefe foi clássica: "Aquele que eu alimento mais." Embora seja uma
ilustração simples, ela nos dá um quadro vívido da batalha que ocorre todos os
dias dentro de nós. Se alimentarmos nossa nova natureza por meio do estudo da
Palavra de Deus e da oração, crescemos "na graça e no conhecimento do
Senhor". No entanto, se continuarmos a festejar "com as bolotas que
os porcos comem", não devemos esperar muito progresso na vida espiritual.
O apóstolo Paulo menciona essa luta em Romanos 7:15-25. O que ele diz é
vital para nossa compreensão do problema, de modo que incluímos todo o texto
aqui:
"Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço,
mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei,
que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que
habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem
algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.
Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu
faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho
então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.
Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos
meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me
prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que
eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus
Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus,
mas com a carne à lei do pecado."
Essa luta interior, que Paulo descreve tão bem, deve ser igual a que
experimentamos. Sabemos o que é melhor, mas nem sempre fazemos o que é melhor!
Certo? Bem, preciso me apressar em dizer que só porque essa é uma aflição
comum, não quer dizer que tenhamos uma desculpa para nossas ações. Permitir que
ações e atitudes pecaminosas e mundanas continuem em nossas vidas, sem serem
enfrentadas, é convidar problemas maiores. O apóstolo João nos admoesta em 1 João
2:15-17:
"Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o
amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da
carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do
mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de
Deus permanece para sempre."
Creio que cada um de nós pode ver nesses versos que o amor ao mundo é um
perigo muito real para o cristão. Nossa natureza caída, que está conosco desde
o nascimento, está naturalmente inclinada e preparada para as atrações que nos
rodeiam. Nunca antes em toda a história humana isso foi mais problemático do
que atualmente e está ficando cada vez pior! Os historiadores dizem que uma das
principais razões para a queda do Império Romano foi que a maior parte da
população desenvolveu um apetite insaciável pelos prazeres e divertimentos.
Enquanto as pessoas se divertem, esquecem-se das coisas que realmente são
importantes na vida. Esse tipo de comportamento é uma forma de fuga, para não
enfrentar as realidades da vida diária. Como os cristãos não são imunes à
doença do mundanismo, precisamos reconhecê-la como sendo uma lepra espiritual e
evitá-la. (A lepra, frequentemente mencionada na Bíblia, sempre é retratada
como sendo típica do pecado.)
Em toda a Bíblia, os cristãos são constantemente exortados a buscar
sabedoria — a pensar, a agir de uma maneira responsável o tempo todo — para
nosso próprio bem e para o bem dos outros. Uma das tragédias da vida cristã é
ver aqueles que professam o nome de Cristo chafurdarem na imundície deste mundo
e depois tentarem "testemunhar" para ele! As atitudes falam mais alto
que as palavras e cada um de nós precisa entender que estamos em cena e nossas
ações estão sendo observadas o tempo todo. Depois que tomamos o primeiro passo
de identificação com Cristo (o batismo), tornamo-nos homens e mulheres, meninos
e meninas marcados — pois o mundo está apenas aguardando a primeira
oportunidade para nos chamar de hipócritas! Satanás é o deus deste mundo e tenta
explorar cada deslize nosso. Amar as atitudes e filosofias prevalecentes na
nossa cultura é garantia de ruína para nosso testemunho como filhos de Deus.
O que quero dizer com a palavra "testemunho"? Houve uma época
em que a terminologia da fé era tão largamente compreendida que se podia
assumir que todos a compreendessem, mas esse não é o caso hoje. É por isto que
normalmente procuro definir certos termos. Seu testemunho cristão é similar à
sua personalidade, pois é "você" — o que você realmente é — como
aparece aos outros em relação à sua profissão de fé. Você pratica aquilo que
prega? Se pratica, pode-se dizer que mantém um bom testemunho de Cristo. Depois
da salvação, o testemunho é o que de mais valioso você tem. Portanto,
mantenha-o limpo e não permita que a sujeira deste mundo grude nele.
O melhor testemunho para Cristo é uma vida que está cheia e que é
controlada pelo Espírito Santo. Muitos cristãos têm hoje a idéia errada que
testemunhar consiste unicamente em "apresentar o evangelho". Embora
compreendamos e concordemos que o aspecto sobrenatural da salvação
definitivamente envolve a mensagem do evangelho, nosso testemunho de modo algum
é limitado a isso. Independente se você percebe isso ou não, a maioria das
pessoas presta muito mais atenção àquilo que você faz e como reage do que com o
que diz. Como diz o velho adágio, "Falar é fácil!" Algumas pessoas
que falam muito bem acabam ficando constrangidas após serem desafiadas com o
"mostre-me ou cale-se". A atitude que a maioria de nós terá é:
"Não fale somente, mostre-me também!" As ações falam muito mais alto
que as palavras. Quando vivenciamos aquilo que falamos, nossas palavras terão
uma força muito maior. Se as pessoas virem que somos genuínos e que nossas
vidas irradiam a realidade daquilo que professamos, estarão muito mais abertas
à mensagem que anunciamos. Os hipócritas são alvo de escárnio em toda a parte e
não é para se admirar! O mundanismo e a piedade são totalmente incompatíveis —
como óleo e água, que não se misturam. Mas, apesar das admoestações da Bíblia
sobre o mundanismo e suas consequências, muitos cristãos insistem em tentar
"ficar com as pernas uma de cada lado da cerca". (Para aqueles que
sempre viveram na área urbana, essa expressão pode não fazer muito sentido —
mas para aqueles que já tentaram saltar uma cerca de arame farpado — certamente
faz!) Tentar ficar com as pernas uma de cada lado, uma no mundo e outra nos
céus provavelmente o deixará com as calças rasgadas!
Outro modo de ilustrar o ponto é com uma história sobre o Velho Oeste
americano. Um homem proprietário de uma empresa transportadora estava
entrevistando os candidatos a condutores de diligências. O trecho da estrada
que ele selecionou para o teste estava em uma montanha que tinha um barranco em
uma das laterais, com uma queda de centenas de metros. As instruções que ele
dava a cada candidato eram simples: "Veja o quanto você consegue chegar
perto do barranco, mas sem cair!" Primeiro um, depois outro candidato
tentaram, levando os cavalos bem para perto do barranco. Finalmente, quando um
terceiro homem se apresentou e recebeu as instruções, ele disse: "— O
senhor está louco? Vou conduzir os cavalos pelo outro lado da estrada, ficando
longe do barranco!". "— O emprego é seu", exclamou o chefe. O
risco era grande demais e este é exatamente o ponto que quero deixar claro
sobre o envolvimento com o mundanismo. Se você parecer como o mundo, agir como
o mundo, e cheirar como o mundo — como o mundo verá a diferença em você? Por
que devemos achar que eles serão atraídos a Cristo por meio do nosso testemunho
quando parecemos ser virtualmente iguais a todas as outras pessoas? Como diriam
alguns garotos hoje: "E aí?"
Outro aspecto muito importante do nosso testemunho envolve a doutrina
bíblica da separação. Creio com todo meu coração que essa é uma das menos
compreendidas e menos ensinadas doutrinas na Palavra de Deus hoje. Quando é
mencionada, é geralmente com generalidades e clichês, mas a Bíblia é tanto
explícita e implícita com relação a esse ensino. É explícita porque o assunto é
tratado claramente e é implícita porque está ele contido em princípio em toda
ela. Vamos saltar para o meio desse assunto e ver se tocamos em alguns nervos
expostos:
Em 2 Coríntios 6:14-18, lemos:
"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que
sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as
trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o
infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o
templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei;
e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e
apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu
serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor
Todo-Poderoso."
Paulo, escrevendo sob a influência e inspiração do Espírito Santo, diz
que precisamos nos separar dos incrédulos e não nos envolvermos em alianças ou
sociedades com eles. A palavra "jugo" refere-se à canga, um
implemento de madeira, utilizado para prender uma junta de bois pelo pescoço e
ligá-los à carroça ou ao arado. Se alguém tentasse prender um boi com uma mula
por meio do jugo, o resultado seria desastroso, pois eles não trabalhariam bem
em conjunto. Dois bois ou duas mulas seriam bons, mas as diferenças de
temperamento e de tamanho entre bois e mulas não permite combinar os dois. O
ponto aqui é que os crentes precisam evitar qualquer situação em que fiquem em
jugo desigual com um incrédulo. Isso inclui exemplos como namoro, casamento,
sociedades nos negócios, associações voluntárias (clubes, etc.) por meio das
quais aqueles que não têm os mesmos valores espirituais possam exercer pressão
sobre você. As amizades íntimas com as pessoas erradas também devem ser
evitadas.
Abordo este tópico com "temor e tremor", pois sei, a partir de
experiências dolorosas, que muitos crentes reagem de maneira emocional ao que
caracterizam como "legalismo". Em primeiro lugar, não é legalismo,
pois não estou tentando impor a lei do Antigo Testamento sobre os cristãos. É
uma proibição muito sã e sensata que objetiva manter a pureza da nossa
caminhada com Cristo. Ninguém consegue brincar com um amontoado de carvão sem
se sujar todo. É realmente simples assim. "Não procure sarna para se
coçar", diz o ditado. Logicamente, aqueles que já estão casados com
incrédulos, ou já comprometidos em relacionamentos que são inevitáveis, não
devem tornar uma situação má pior! Esse ensino objetiva principalmente a
prevenção, mas em alguns casos o incrédulo em questão está arruinando a vida
espiritual do cristão e, por essa razão, o relacionamento deve ser rompido. Se
você acha isso drástico demais, leia então o capítulo 10 de Esdras, e veja o
que Deus exigiu dos sacerdotes e levitas que tinham mulheres estrangeiras.
Servimos ao mesmo Deus hoje! A separação é ensinada em toda a Bíblia, do
Gênesis até o Apocalipse, mas não é um assunto que as pessoas gostem de ouvir.
Não somente devemos manter a separação pessoal, mas também somos
instruídos a manter a separação "eclesiástica". Este é um ensino
implícito e requer maturidade espiritual para compreender toda sua implicação.
A palavra grega ekklesia, frequentemente traduzida como
"igreja", é a palavra-raiz de "eclesiástica" — referindo-se
às igrejas e/ou congregações. O que significa manter separação eclesiástica?
Detesto ser extremamente direto, mas significa ficar longe de qualquer pessoa
que afirme ser cristã, mas que obviamente não adere aos ensinos de Cristo! A
palavra de Deus nos recomenda não julgar os outros — condená-los injustamente e
lavrar sentença sobre eles da forma que um juiz faz — mas também somos
exortados a "provar (testar) todas as coisas". Deus espera que
mantenhamos nossa guarda espiritual e não creiamos nas aparências. É claro que
você sabe que nem tudo o que reluz é ouro. As igrejas e os membros que
envergonham os ensinos de Cristo e negam as doutrinas essenciais da fé devem
ser evitados. Afirmar ser um cristão só por causa da participação em uma igreja
é como afirmar ser um carro ficando em uma garagem.
Estamos vivendo nos últimos dias da igreja e creio que o joio exceda
grandemente o trigo. Muitos, se não todos, dos mais respeitados e renomados
pregadores e evangelistas atuais estão flertando com a Igreja Católica Romana e
com seu programa ecumênico mundial. A enganação demoníaca cresce a cada dia.
Meu trabalho é dizer a verdade, não importando se isso o deixa contente ou não.
Esse conceito de separação é um assunto importante e somente arranhei a
superfície, por assim dizer. É de vital importância que o povo de Deus saiba e
compreenda os princípios e preceitos da Sua Palavra, de modo que iremos, com a
ajuda de Deus, continuar batendo nessas "vacas sagradas" para
ajudá-lo a amadurecer na fé.
Finalmente, há um assunto de separação que ainda causa furor em alguns
círculos. Isso tem a ver com a questão se a Bíblia ensina ou não a separação
dos crentes genuínos. É uma questão emocional para alguns, mas precisamos
determinar primeiro e antes de tudo se tem base nas Escrituras — e, em caso afirmativo,
o que precisamos fazer para conformar nossas vidas com esse ensino. Novamente,
quero lembrá-lo da terrível visão que Deus tem do pecado. Ele odeia o pecado
com todo Seu ser e para nos redimir das garras do pecado deu Seu Filho
unigênito. Não existe "pecado pequeno" — um conceito de origem humana
no qual temos tendência para acreditar. Deus quer que fiquemos longe do pecado,
de todas as formas de pecado, e qualquer ensino que enfatize esse princípio
precisa ser considerado, gostemos dele ou não. Este é o caso que está diante de
nós. Há um tempo em que devemos nos distanciar de outros crentes? Francamente,
a maioria dos pregadores conservadores e fundamentalistas provavelmente vai
gritar: "Nunca!" Creio que eles estão enganados e espero poder mostrar
por que estão enganados. A unidade entre os irmãos é algo que precisa ser
preservada, se possível — mas existem momentos em que as atitudes pecaminosas
por parte de alguns indivíduos requer ação rápida e decisiva do corpo de
Cristo.
Em 1 Coríntios 5, temos uma situação em que um dos irmãos estava vivendo
em clara imoralidade com sua madrasta. Aparentemente, o homem era rico e
influente na comunidade e, por causa do seu nível social, a igreja "estava
vendo o outro lado". Quando Paulo soube do assunto, escreveu a epístola
para instruí-los a corrigir o problema. No verso 13, ele ordena que o homem
seja excluído da igreja. "Mas pastor Ron, isso não é ser excessivamente
severo?" Algumas vezes, medidas drásticas são necessárias para corrigir
aquilo que é visto como de pequena importância. A imoralidade entre os irmãos
na igreja não pode ser tolerada. Ponto final! Quando uma pessoa é tratada da
forma como o próprio Senhor especificou em Mateus 18:15-17, e não ouve ao
ensino e as admoestações da igreja, precisa então ser excluída da comunhão.
Observe que o verso 17 diz: "... se recusar ouvir também a igreja,
considera-o como gentio e publicano."
Os três passos para lidar com o pecado evidente são: (1) admoestação em
particular — de irmão para irmão; (2) admoestação testemunhada por mais um ou
dois irmãos; e (3) admoestação pela igreja toda reunida. Se a pessoa não ouvir
a admoestação da igreja, então deverá ser desligada do rol de membros e tratada
como fosse um incrédulo (alguém ainda perdido em seus pecados). Espera-se que
esse passo drástico nunca precise ser dado, mas se for necessário, precisamos
orar para que o indivíduo (se verdadeiramente salvo) fique envergonhado,
arrependa-se e busque o perdão e reconciliação com a igreja. Graças a Deus, o
homem em Corinto veio a se arrepender e foi reconduzido à comunhão com a
igreja.
Para enfatizar o ponto que a separação é necessária nesse tipo de
situação, veja novamente 1 Coríntios 5:9 em diante:
"Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que
se prostituem; isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo,
ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então
vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis
com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou
maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais."
Isso deve deixar claro que devemos evitar os irmãos professos sob certas
condições. O "porquê" desse evitar é deixado claro em 2 Tessalonicenses.
No capítulo 3, versos 6, 14 e 15 lemos:
(Verso 6): "Mandamos-vos, porém, irmãos, em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda
desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu."
(Versos 14 e 15): "Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra
por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se
envergonhe. Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como
irmão."
Aqueles que discordam desse ensino — insistindo que a unidade precisa
ser mantida a todo o custo — fazem isso, creio, a despeito da clareza do texto.
A maioria dos que têm essa posição insiste que o ensino (2 Tessalonicenses 3) é
pertinente àquela situação somente. Em outras palavras, Paulo está admoestando
algumas daquelas pessoas porque acreditavam que o arrebatamento ocorreria a
qualquer momento e tinham abandonado seus empregos, vendido suas propriedades e
estavam sentadas, ociosas, só aguardando! Elas se recusavam a fazer qualquer
trabalho para se manter e tinham se tornado um peso para a igreja. Embora seja
verdade que Paulo esteja falando sobre uma situação particular, seu ensino em 1
Coríntios deve deixar claro que o princípio é o mesmo. Os pecados específicos
são totalmente diferentes, mas são pecados também! O senso comum diz que Deus
odeia o pecado e está ordenando que nos separemos dele — mesmo se isso
significar evitar alguns irmãos. Observe as razões para essa atitude — a
separação — é que o irmão malfeitor possa se envergonhar. A idéia é tentar
levá-lo ao arrependimento e fazê-lo voltar para o caminho certo. Se não formos
cuidadosos, podemos concluir erroneamente que aquele que pratica a separação
está exibindo uma atitude "sou mais santo do que você". Embora isso
sempre seja uma possibilidade, simplesmente porque pode ser visto assim, não
significa que devamos desconsiderar o ensino. Isso seria como jogar fora o bebê
junto com a água da banheira!
O próximo passo lógico de separação é também muito controverso. E o
irmão que se recusar a dar ouvidos a esse ensino e continuar a se associar com
aqueles que deveriam ser evitados? Chamo sua atenção de volta ao verso 14 do
nosso último texto: "Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por
esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe." Certamente
devemos ver que a eficácia do ensino dependerá do grau em que for praticado.
Caso alguém na igreja ignore a admoestação de Paulo, o efeito desejado de fazer
o membro malfeitor sentir-se envergonhado é diminuído. Evitar aqueles que
ignoram esse ensino — aqueles que continuam a se associar e ter comunhão com
indivíduos que, por suas atitudes e ações, merecem ser postos para escanteio —
é chamado de "separação em segundo grau". O argumento deles é:
"Onde você traça a linha?" "Voltamos ao 'terceiro grau' e
'quarto grau', etc.?" Esse tipo de raciocínio é infantil, pois obscurece a
questão recorrendo a extremos ridículos. Obviamente, sempre haverá um ponto de
"retornos decrescentes" — além do que seria inútil continuar a
separação. No entanto, para ser fiel ao intento original das instruções de
Paulo, precisamos nos forçar a encarar o fato que os irmãos podem se desviar, e
isso acontece. É papel do cristão maduro reconhecer a importância de manter a
pureza no andar; uma separação de todo o pecado e obediência ao ensino bíblico.
Mencionei anteriormente um desejo de poder comunicar aos cristãos mais
jovens as vastas mudanças na sociedade que ocorreram durante os últimos
quarenta ou cinquenta anos. Essas mudanças, com a degradação resultante dos
valores espirituais, são de partir o coração.
Para tornar as coisas ainda piores, os valores daqueles tempos antigos
já não eram nada de que se possa orgulhar! Santidade e piedade pessoal são
termos praticamente extintos — remanescentes arcaicos de uma época que já passou.
A história praticamente já deu uma volta completa no círculo e voltamos à
condição descrita nos livros do Antigo Testamento, Deuteronômio 12:8 e Juízes
17:6 e 21:25: "Cada um fazia o que parecia bem aos seus
olhos." A Bíblia — a literal Palavra de Deus — é ignorada pela
maioria daqueles para a qual foi dada como padrão absoluto de fé e de prática.
Como resultado direto disso, a igreja perdeu a capacidade de ser o sal da terra
e a sociedade está nos últimos estágios da podridão moral. O que podemos fazer?
A não ser que o Senhor decida operar um milagre de não pouca magnitude, a
situação não será corrigida. No entanto, como diz aquele antigo hino:
"Brilha no meio do teu viver!" Não importa se o resto do mundo esteja
determinado a seguir no caminho errado; cada um de nós deve fazer o melhor que
puder para caminhar na luz da Palavra de Deus e buscar a santificação. Todos
estaremos diante do Tribunal de Cristo, como indivíduos, para prestar contas
pelas obras feitas no corpo. Nosso galardão eterno será determinado pela nossa
obediência aos mandamentos do Senhor.
Se você nunca colocou sua confiança em Jesus Cristo como Salvador, mas
entendeu que ele é real e que o fim dos tempos está próximo, e quer receber o
Dom Gratuito da Vida Eterna, pode fazer isso agora, na privacidade do seu lar.
Após confiar em Jesus Cristo como seu Salvador, você nasce de novo
espiritualmente e passa a ter a certeza da vida eterna nos céus, como se já
estivesse lá. Assim, pode ter a certeza de que o Reino do Anticristo não o
tocará espiritualmente. Se quiser saber como nascer de novo, vá para
nossa Salvação agora.
Esperamos que este ministério seja uma bênção em sua vida. Nosso
propósito é educar e advertir as pessoas, para que vejam a vindoura Nova Ordem
Mundial, o Reino do Anticristo, nas notícias do dia-a-dia...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson
Cavalcante.
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