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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

ESTUDO VISÃO DE DEUS...


                                           ESTUDO VISÃO DE DEUS...
Visão do Reino! Quem nunca ouviu essa expressão? Expressão de muita importância a todos, no entanto de minúsculo entendimento da grande maioria, tenho certeza que são poucos os que compreendem seu significado e correm atrás para obtê-lo. Quem tem, luta pra não perder, pois conhece sua preciosidade, quem não tem está fadado a se afogar nas aflições que esse mundo nos submete. Fico a pensar quantos de nós sofremos quando nos desvencilhamos desta visão e aceitamos viver cegos e sem comprometimento com o autor da vida. A visão do Reino de Deus é algo tão refinado, que são poucas pessoas que conseguem assumi-lo, vale ressaltar, que só assumimos verdadeiramente com práticas.  É interessante que o fato de alguém conhecer essa visão, não implica dizer que exerce tal visão, ou seja, a velha questão da teoria e prática.
A IGREJA ATUAL VEM ENFRENTANDO GRANDES DESAFIOS
Uma pesquisa realizada em 1995, na América do Norte, envolveu 25 líderes de renome. Das respostas desses líderes, surgiram oito grandes tendências que, segundo eles, caracterizariam os evangélicos no século 21:
- Identidade incerta – confusão disseminada acerca da definição do que é um evangélico.- Desilusão institucional – percepção da ineficácia e da irrelevância do ministério.
- Falta de liderança – lamento pela escassez de liderança bíblica na igreja.
- Pessimismo com respeito ao futuro – crença de que o futuro dos evangélicos está ameaçado.
- Crescimento positivo, impacto negativo – um paradoxo intrigante sem explicações claras e imediatas.
- Isolamento cultural – estamos em plena era pós-cristã.
- Soluções políticas e metodológicas são a resposta – surgem perspectivas não bíblicas de ministério.
- Troca da orientação bíblica pela pesquisa de mercado no ministério  – a preocupação com o eterno é substituída pelo interesse no temporal, em um esforço para mostrar relevância.
O DESAFIO DA RELATIVIZAÇÃO
O maior de todos os pecados é negar ao pecado.Não existe evangelho sem cruz, sem perder a vida, sem renúncia e sem abandonar o pecado.Na relativização do pecado, como  não considera Deus, não reconhece também o que Deus chama de pecado.  Algo pode deixar de ser pecado se lhe for conveniente. Não crê que o Criador estabeleceu um padrão moral para o homem.
O DESAFIO DA FEBRE PELO CRESCIMENTO
- ´Atualmente já se diz que:  Sem mídia nada podeis fazer”Deixamos de focar na salvação das almas e estamos mais preocupados com o crescimento.- Benchmarking é um processo contínuo de comparação dos produtos, serviços e práticas empresarias entre os mais fortes concorrentes ou empresas reconhecidas como líderes. É um processo de pesquisa que permite realizar comparações de processos e práticas ´companhia-a-companhia´ para identificar o melhor do melhor e alcançar um nível de superioridade ou vantagem competitiva”. 
- O nosso papel não é nos tornarmos o melhor do melhor, mas nos tornarmos o menor do menor.
- O nosso papel não é achar que nosso companheiro é um concorrente, mas um companheiro na missão de evangelizar o mundo.
- Dada a individualidade com que Deus nos trata, nosso papel não é copiar os melhores modelos, mas buscar em Deus o que Ele tem de melhor para nós.
O DESAFIO DE OUTROS EVANGELHOS
O evangelho da prosperidade - O evangelho da barganha, da superficialidade, o evangelho das tradições -O evangelho de Judas (dos acordos, dos conchavos, das traições)
O DESAFIO DE NOVAS DOUTRINAS
A bíblia apresenta dois tipos de doutrina, as fundamentais e as auxiliares, hoje, porém, temos vários tipos de doutrinas, emanadas de homens cujos pensamentos estão voltados para interesses pessoais e financeiros.A doutrina da maldição hereditária,  da cura interior; da confissão ositiva dentre tantas outras.
O DESAFIO DA SUPERFICIALIDADE DO EVANGELHO
- Prega-se o que dá certo e não o que é certo.
- Vidas sem profundidade não alcançam a profundidade das escrituras
- Tornamo-nos uma ´Maria vai com as outras” repetindo apenas o que os outros dizem sem uma análise mais profunda da frase, do jargão, do pensamento.
- Deixamos de buscar a revelação de Deus e ficamos em busca dos pensamentos dos melhores autores.
- Lemos mais livros do que a bíblia e assim estamos cheio de mensagens, dos outros.
O DESAFIO DA FALTA DE CONVICÇÃO
- A instabilidade espiritual, o medo e a falta de certeza do que se quer diante de Deus e para Deus, têm levado muitos a uma convicção falsa do que é o verdadeiro cristianismo.  A nossa convicção é a convicção dos outros
- Confundimos fé com aventura, amor com paixão, revelação com imaginação ou suposição.
- O será que é de Deus?  É a nossa maior convicção
- As instituições têm gerado paradigmas, modelos, liturgias que tememos romper
- Somos mais afeitos aos modelos ultrapassados do que a Visão do Reino
- A gente quer continuar comprando na quitanda do ´Seu Manoel” e na venda do ´ Seu Chico” do que  ir direto ao grande supermercado.
O CENÁRIO EVANGÉLICO  NO BRASIL ESTÁ  VIVENCIANDO ´7” TIPOS DE CRISE:
1. CRISE DE AUTENTICIDADE
- A igreja está se tornando parecida com o mundo
2. CRISE DE AUTORIDADE
- Estamos sucumbindo às pressões culturais implementadas  pela sociedade  pós moderna
3. CRISE DE COMODIDADE
- A igreja se acomodou em relação às escrituras sagradas
4. CRISE DE FRATERNIDADE
- O Amor entre os irmãos está se esfriando  mais e  mais (Mt 24:12; 2 e Tm 3:2-5)
5. CRISE DE IDENTIDADE
- Estamos  perdendo a semelhança de Cristo e nossa identidade
6. CRISE DE INTEGRIDADE
- Estamos corrompendo o nosso caráter com a secularização do cristianismo e a relativização do pecado
7. CRISE DE PRIORIDADE
- Jesus está perdendo o primeiro lugar na vida de muitos
ENTENDENDO UM POUCO A MARCA REGISTRADA DO HOMEM PÓS-MODERNO
 Pluralidade: Não existe um padrão, uma forma, uma uniformidade, uma antropologia, mas projetos antropológicos, uma variedade de projetos, resultando em contradições e fragmentos.
´A tolerância, ao lado do  pluralismo, é outro valor básico”.
Novidade: O homem pós-moderno é aberto, criativo, não preso a formas e tradições, identificadas como ´velhas” e ´ultrapassadas”.
A novidade não está somente em dar forma nova ao tradicional, mas criar algo genuinamente autêntico e com tom moderno.
Secularização: O homem moderno não procura acabar com Deus e as  formas religiosas. Simplesmente desloca para o universo amplo de realidades que o circunda. Não é Deus, não é o universo, mas ele é o centro. Tudo passa a existir e ter valor enquanto serve de resposta às suas necessidades e desejos.
Racionalidade: Uma racionalidade pragmática, onde vale a experiência e se busca compreender sempre melhor a realidade das coisas, a partir dos ditames da razão. Somente existe aquilo que foi decifrado e decodificado pelo microscópio. A técnica aperfeiçoa a natureza e a molda para os fins e interesses humanos.
QUAL DEVE SER  O NOSSO PAPEL DIANTE DE TAIS DESAFIOS?
Ao lermos o texto de II Samuel 23,  cuja epígrafe diz: ´ ´As ultimas palavras de Davi”, creio que ele está profetizando, falando de tipos de geração assim descritas:
- Filho de Davi - aqui ele está falando da geração humana
- O homem que foi levantado em alturas – Aqui ele está falando da geração real
- O ungido do Deus de Jacó – Aqui ele está falando da geração espiritual
- O suave em Salmos de Israel – Aqui ele está falando da Geração de adoradores
- Se mantivermos os nossos olhos para o reino o Senhor está buscando:
a) Homens que não abram mão de seu território, que sejam conquistadores e que não voltem atrás.
b) Que governem - Acredite que deve você deve continuar semeando, pois a colheita virá em breve.
c) Que tenham uma vida espiritual comprometida com o reino – Mantenha limpo o céu de sua vida. A santidade é meio eficaz para você vencer.
d) Que sejam adoradores - Continue declarando que os desafios serão superados, pois é chegado o templo da colheita e da multiplicação.
A DIMENSÃO DA VISÃO DO REINO
´A identidade da igreja precisa ser tanto bíblica como contextual baseada no alicerce da revelação de Deus, mas voltada para a realidade do hoje.
Nesse sentido, a identidade eclesial precisa ser relacionada com a pessoal, e ambas para serem relevantes no mundo pós-moderno devem priorizar todas as dimensões do humano, manifestando as seguintes características:
Dimensão relacional – ´Existem duas coisas que você não consegue fazer sozinho: uma é casar a outra é ser cristão.” A nossa identidade é formada em relação com os outros.
Somos seres relacionais, feitos para vivermos em comunidade, no diálogo e na amizade.
Cristianismo vivido em isolamento é qualquer outra religião, menos a de Jesus.
A fidelidade institucional não existe mais, o que permanece é a fidelidade relacional.
Dimensão espiritual – Todo ser humano tem fome do transcendente, do eterno e do infinito. A característica do cristão e da igreja nos tempos pós-modernos deve incluir uma saudável vida de adoração, oração, contemplação e comunhão com Deus.
Dimensão lúdica – A modernidade enfatizou demais o trabalho como a realização plena do homem, criando assim a civilização industrial que transformou o ser humano em um mero equipamento de produção.
Mas, o ser humano não foi feito para o trabalho e sim o trabalho para o ser humano.
Nós fomos criados para a felicidade e Jesus foi um pregador da felicidade (Mt 5).
A vida cristã pode ser identificada por uma vida de descanso, diversão e alegria.
A igreja deve fugir do ativismo que sobrecarrega as famílias
Dimensão racional – Apesar de não ser somente doutrinas e dogmas que precisam ser aprendidas, a fé cristã envolve também estes elementos essenciais, ou seja, é preciso estudar e muito para ter uma compreensão adequada do cristianismo. O testemunho da revelação de Deus na história está em um livro (ou 66 livros em um), e é imprescindível para qualquer cristão que deseja crescer o conhecimento bíblico.
´Uma igreja que quiser ser relevante e fiel na atualidade deve ter e ministrar um forte ensino bíblico, teológico e doutrinário aos seus participantes.”
AS PIMENTAS DO REINO
1º. Na visão do reino o modelo de teologia que nos foi empurrado goela a baixo deve ser analisado, estudado e pensado com  isenção seminarista, sabedoria e com direção de Deus;
2º. Na visão do reino não podemos admitir que somente nossos primeiros pais tivessem uma iluminação e que esta cessou a ponto de ter que admitir seus ensinos como doutrina e conseqüentemente o meu fracasso como homem de Deus que sou;
3º. Na visão do reino eu tenho que buscar conteúdo bíblico, mas do que repetir tudo o que me disseram acerca do jejum, da vontade de Deus, dos costumes e de tantas outras ´revelações”:
4º. Não visão do reino eu tenho que me assentar, chorar,lamentar,jejuar e orar pela minha Jerusalém que está fendida e suas portas queimadas, ao invés de comemorar índices de crescimento;
5º. Na visão do reino eu tenho que atuar como igreja de Cristo e não como instituição, denominação e partir para ajudar a obra missionária afim de que o Evangelho alcance a maior parte deste planeta, independentemente de que o ajudado seja da minha ou de outra denominação;
6º. Na visão do reino eu tenho que denunciar os acordos espúrios, as trocas de favores, o consentimento ao pecado e a ingerência política nas igrejas denominacionais;
7º. Na visão do reino eu tenho que pensar no reino, antes de pesar em mim, eu tenho que pensar no reino, antes de pensar na igreja, eu tenho que pensar no reino antes de pensar em reinar;
8º. Na visão do reino eu tenho que melhorar meu relacionamento com meus co-irmãos, buscar a unidade e conviver com as diferenças, afinal de contas, viver é conviver;
9º. Na visão do reino quem se omite na gestão, não deve se intrometer na administração e quem usa máscara saiba que ela um dia vai cair, pois tudo o que Deus quer de nós é termos visão;
10º. Na visão do reino, os laços que me devem prender, são os laços da fraternidade, da comunhão, da pregação universal, da quebra de barreiras, da teologia empírica, do evangelho do ´ainda quê”, da simplicidade, da unidade do corpo de Cristo e da visão universal.
CONCLUSÃO,
"O mundo no qual vivemos está passando por mudanças profundas. Idéias, conceitos, sistemas, religiões e cultos estão sendo alterados. Porém cremos na Providência divina e sabemos que o Senhor Jesus está edificando a sua Igreja na terra, por isso, estas mudanças provocadas pela pós-modernidade podem ser oportunidades para as igrejas abandonarem estruturas e conceitos antibíblicos que a deformaram nos últimos anos e se aproximar mais da identidade de Igreja que o Senhor deseja que ela seja...”
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante


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