FLECHAS
NAS MÃOS DE UM GUERREIRO...
FILHO É FLECHA
"Como flechas na
mão do guerreiro,
assim são os
filhos..".
Salmo 127.4
A alegria dos pais é ver os filhos vencendo na
vida!
Por outro lado, não há tristeza maior que
vê-los derrotados. Mas, como evitar isso?
A Bíblia dá aos pais
algumas dicas excelentes no Salmo 127.4, ao dizer que os filhos são como
flechas na mão do guerreiro.
Esta comparação é muito
rica em significado. Por exemplo:
a) Quem já tentou
arremessar uma flecha sabe que não é nada fácil atingir o alvo. O mesmo se dá
com nossos filhos: não é nada fácil fazê-los atingir o alvo da vida.
b) A lógica da flecha é ir mais longe que o
arqueiro. Isto também é verdade em relação aos nossos filhos: queremos que eles
vão mais longe que nós (pais que não tiveram a oportunidade de estudar fazem
questão que seus filhos cursem uma faculdade; casais que pagaram aluguel a vida
inteira lutam para que seus filhos tenham casa própria; e assim por diante).
Mas, para que a flecha
acerte o alvo, algumas condições precisam ser satisfeitas:
1. AS FLECHAS TÊM QUE
ESTAR NA MÃO DO GUERREIRO
Esta é uma das verdades
mais impressionantes deste verso bíblico: O sucesso dos nossos filhos está em
nossas mãos. Depende muito mais de nós do que deles.
Às vezes, alguns casais
dizem que criaram os seus filhos todos da mesma maneira, mas,
inexplicavelmente, uns saíram-se melhor que os outros. Não é verdade! Primeiro
ninguém consegue criar dois filhos da mesma maneira, pois, cada filho é diferente.
Segundo, tentar criá-los da mesma maneira é um erro, pois, assim como um
guerreiro percebe as diferenças entre uma flecha e outra (e leva isto em
consideração na hora de lançá-las), precisamos “decifrar” os nossos filhos e
tratar cada um deles de forma diferenciada, personalizada. Isto não é
discriminação (no sentido pejorativo da palavra), mas amor – que leva em conta
a individualidade.
Eles estão em nossas mãos e em nossas mãos
devem de fato estar. Não os abandonemos à própria sorte.
Façamos a oração de
Neemias: “Ó Deus, fortalece as minhas mãos”.
2. É NECESSÁRIO QUE
HAJA UM ALVO BEM DEFINIDO À FRENTE
Pode parecer uma tolice
dizer isto, mas a verdade é que:
a) Muitas famílias não
têm alvo algum à sua frente
As famílias vão
“tocando a vida” numa rotina interminável, “sem sal, nem açúcar”. Os pais não
conversam com os filhos. Não há sonhos compartilhados. Não há projetos
familiares. Não há desafios individuais.
b) Em muitas famílias
os alvos escolhidos não são adequados.
- Pais projetando nos
filhos aquilo que eles mesmos não puderam ou não quiseram fazer (“Eu não pude
estudar, mas meu filho vai ser doutor”).
- Pais passando para os filhos alvos
de vida orientados pelo materialismo, egoísmo, exibicionismo, etc.
Não é de se estranhar
que com o passar do tempo muitos jovens perdem a motivação para estudar, ter
disciplina, trabalhar, etc.
Quais alvos de vida que
você tem colocado à frente dos seus filhos? - O quê os seus filhos vão ser
quando crescer? Qual é a vocação natural deles?
É claro que os testes
de vocação pode nos ajudar a encaminhá-los, mas, a bem da verdade, quem mais
conhece os filhos que os próprios pais? Quem melhor para ajudá-los a perceber
seus dons naturais?
Ajudemos os nossos
filhos a ter um alvo de vida. Um alvo nobre, digno, que leve em conta as suas
forças e fraquezas, mas, acima de tudo, um alvo que os leve a Deus, pois, não
há felicidade nem futuro algum sem um relacionamento pessoal e verdadeiro com
Jesus Cristo.
Desejemos a eles que sejam felizes, prósperos,
maduros, úteis, mas, acima de tudo, que sejam homens e mulheres de Deus.
3. O ARQUEIRO PRECISA
TER BRAÇO FORTE
Para que uma flecha atinja seu alvo é
necessário que o arqueiro tenha braço forte.
Isto também se aplica
aos nossos filhos; para que eles atinjam o alvo da vida, os pais precisam ser
figuras fortes, marcantes. Precisam exercer autoridade. Estabelecer limites e
impor regras. Desde o começo.
Você pode até pensar
que eles vão te odiar por isto, mas não se engane, no fundo eles sabem que as
regras e os limites são importantes, pois transmitem-lhes segurança e os ensina
a conduzir a própria vida. São como as faixas de trânsito no asfalto, que
limitam a movimentação dos veículos, mas faz com que todos trafeguem em
segurança.
No entanto, nossos
filhos são seres dotados de lógica; não basta baixar normas e impor limites
como ditadores; é preciso explicar-lhes o porquê. Uma vez que tenham entendido,
será mais fácil para eles obedecer.
Porém, se, apesar do
diálogo, os filhos insistem em serem rebeldes, os pais devem lhes impor
castigos. Pode ser algum castigo físico (como algumas palmadas na bunda, por
exemplo) ou pode ser, como se diz, “deixar de castigo”.
Mas, atenção: Jamais
espanque ou agrida seu filho – física ou verbalmente.
Eles jamais ficarão
magoados com um castigo justo, merecido e bem aplicado. Por outro lado,
carregará na alma – para sempre – a dor da injustiça e da humilhação
importa-lhes por seus pais.
4. O ARQUEIRO PRECISA
SER HABILIDOSO
Não basta ter força. É
preciso também ter habilidade. Uma flecha lançada com força, mas sem habilidade
pode atingir qualquer coisa, inclusive o coração do próprio arqueiro.
Veja algumas habilidades
desejáveis nos pais:
a) Saber a hora de dizer “Sim” e saber a hora de
dizer “Não”
É preciso saber dizer
“não” – impor limites – mas, também é preciso saber ceder. É preciso dar-lhes
espaço para crescer, tomar suas próprias decisões (mesmo sabendo que certas
decisões não serão boas para eles).
O fato é que eles
precisam aprender, inclusive por meio de seus próprios erros. Saber a hora de
dizer “sim” é tão importante quanto ser forte para dizer “não”.
Todo bom general sabe
quando é hora de atacar e quando é hora de recuar.
A retirada estratégica
é tão preciosa quanto um ataque bem planejado.
b) Tratar seu filho com
respeito
Respeite-o como ser
humano, único, digno.
A criança tratada com
respeito aprende a respeitar os outros.
Respeite suas etapas de
crescimento, com seus conflitos e necessidades. Até mesmo as formas de motivar
e corrigir muda com o tempo. Por exemplo, um adolescente de 15 anos não se
motiva do mesmo jeito que uma criança de 5. O mesmo se dá com o castigo: uma
palmada na bunda aos cinco anos pode resolver muitas coisas, mas, aos 15 anos
este tipo de castigo é inadequado.
c) Ser coerente
Ninguém gosta quando as
“regras do jogo” são mudadas a cada instante, não é mesmo? Você gostaria de
trabalhar com um chefe assim?
Agora imagine como deve
ser para os filhos quando os pais mudam ou esquecem as regras que eles mesmos
criaram?
Isso os deixa irritados
e confusos! Lembre-se que a Bíblia nos alerta sobre isso: “Vós, pais, não
irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados” – Colossenses 3.5.
d) Preparar os filhos
para a vida
Muitos pais ficam
magoados quando os filhos começam a dar seus primeiros “voos” sozinhos. Não
fique assim!
Tal qual uma flecha
depois de lançada, nossos filhos um dia irão embora e terão que se virarem
sozinhos. Encoraje-os a se tornarem independentes e prepare-os para este dia,
treinando-os em pequenas, mas importantes tarefas do dia-a-dia, como, por
exemplo, cozinhar, lavar suas próprias roupas, trabalhar, etc.
e) Amá-los
incondicionalmente
Muitos filhos têm medo
até de tentar devido ao medo de fracassar, pois pensam que seus pais não irão
amá-los do mesmo jeito se fracassarem.
Afaste este fantasma da
cabeça de seus filhos. Demonstre-lhes seu amor, afeto, carinho permanentemente.
Beije-os, honre-os, abrace-os, mime-os. Amor não tem contra indicação. Carinho
não estraga ninguém. Afeto não gera desafeto.
A certeza deste amor
incondicional irá ajudá-los a crescer e a vencer.
5. A FLECHA PRECISA SER
RETA
Nossos filhos também
precisam de retidão de caráter, ética, moral.
Ultimamente tem-se
falado muito em ética empresarial. Mas, não é deste tipo de ética que eu quero
falar, pois a ética empresarial está preocupada tão-somente em oferecer ao
cliente uma mercadoria ou serviço de qualidade – visando aumentar seus lucros –
independentemente se há ou não ética na sua relação com o meio ambiente, fornecedores,
concorrentes e funcionários.
Quero falar de uma
ética mais profunda. Intrínseca. Própria do ser. Daquele tipo de caráter que
jamais permitirá, por exemplo, lesar o próximo ou trair o cônjuge, quer esteja
sendo observado ou não.
Este tipo de caráter
não acontece por acaso. Aprende-se com os pais e com os ensinamentos bíblicos.
a) A influência dos pais:
- Através do diálogo
O diálogo permanente
com os filhos – desde a mais tenra infância – é essencial para eles. Envolva-se
com seus filhos. Conheça seus amigos. Os lugares que eles frequentam. As
ideologias das suas “tribos”. O que eles estão lendo, vendo e ouvindo. Converse
com eles sobre drogas, álcool, gravidez, AIDS, violência no trânsito, violência
em festas, envolvimento em crimes, amizades de risco, etc. Mas, por favor, não
converse com seus filhos somente temas pesados. Converse também, futilidades.
Coisas como música, futebol, notícias do dia, o próprio dia (se está bonito ou
não), etc. Como você faz com seus amigos. Dê a sua opinião; ouça e valorize a
opinião deles. Ajude-os a “interpretar” o mundo.
- Através dos exemplos
do dia a dia
Seus filhos estão de
olho em você. Você é o seu primeiro, maior e principal referencial deles. “O
que você faz fala mais alto do que aquilo que você diz”
Por exemplo, um pai que
põe o filho ao telefone e o manda dizer que não está em casa, não conseguirá
jamais convencê-lo que mentir é errado.
b) Os ensinamentos
bíblicos
Ao contrário da ética e
moral humana – que são filosóficas ou puramente pragmáticas – a ética e moral
divina são REVELADAS.
Os princípios éticos e
morais bíblicos são universais (aplicam-se a todos os homens, de todas as
épocas e lugares) e são eternos, isto é, valiam no passado, valem hoje e
continuarão a valer amanhã. Por exemplo, assassinar outro ser humano sempre foi
errado e continuará a sê-lo em todos tempos, lugares e culturas.
Independentemente de
sua religião, ensine para seus filhos a retidão de caráter preconizada na
Bíblia. Os ensinamentos bíblicos não mudam – seus filhos jamais ficarão
confundidos quando ao que é certo e errado, ou quanto ao que devem ou não
fazer.
Além disso, abra seu
coração e convide Jesus para entrar em sua vida e em sua casa. Quando o
Espírito Santo de Deus age no coração humano, ele transforma a pessoa literalmente.
A ética e a moral reveladas por Deus na Bíblia incorporam-se na alma do
cristão.
6. A GRAÇA DE DEUS
PRECISA SER UMA REALIDADE FAMILIAR
Ensine seus filhos a
dependerem de Deus e da Sua graça.
Mesmo quando o arqueiro
é forte e habilidoso, a flecha é reta e o alvo à frente é bem definido, ainda
assim não há garantias de que a flecha irá atingir o alvo, pois no meio do
caminho pode surgir um obstáculo ou um vento pode desviar a flecha.
O mesmo pode acontecer
com nossos filhos: obstáculos podem aparecer no meio do caminho (influência
negativa de amigos, vícios, prostituição, etc.) ou ventos contrários podem
desviá-los do alvo (fatalidades, doenças, pobreza, desemprego, etc.).
Não podemos contar com
a sorte, no que diz respeito aos de nossos filhos, pois a sorte pode falhar.
Temos que contar com a graça de Deus, pois DEUS NUNCA FALHA.
Precisamos da graça de
Deus. Somente Ele pode nos ajudar. Até mesmo quando as demais condições não
estão naquele ponto ideal, Ele (e somente Ele) pode nos ajudar.
Sua graça redime, liberta, restaura,
aperfeiçoa. Sua graça nos basta. Quando, enfim, nossos filhos atingirem o alvo,
diremos em alta voz: Graças a Deus!
FILHOS SÃO FLECHAS:
- As flechas têm que
estar na mão do guerreiro.
- É necessário que haja
um alvo bem definido à frente.
- O arqueiro precisa
ter braço forte.
- O arqueiro precisa
ser habilidoso.
- A flecha precisa ser
reta.
- A graça de Deus
precisa ser uma realidade familiar.
Deus seja louvado...
Bispo. Capelão/Juiz.
Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante
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